Reunião
O salão estava decorado com delicadeza, misturando luzes amareladas que pendiam do teto e arranjos de flores frescas que exalavam um perfume suave. O som de conversas animadas preenchia o espaço, mas, ao notar a entrada de Ailan, de seu pai e de seu tio, um silêncio quase palpável se instalou. Todos os olhares se voltaram para eles, como se aguardassem ansiosamente por algo.
Ailan sentiu o peso dessa atenção, mas seus olhos logo encontraram Elisa. Ela estava deslumbrante. Seus cachos caíam em ondas perfeitas ao redor do rosto iluminado, e seu riso era uma melodia própria enquanto conversava com um menino. Ao lado dela, Vicki e um homem que parecia ser seu marido sorriam, compartilhando o momento.
Havia algo magnético naquele pequeno grupo. A leveza com que conversavam parecia um contraste com a tensão que Ailan carregava no peito. Ele não sabia o que dizer ou como agir, e foi quando a voz suave de Aila o alcançou.
— Incrível como aquele rapazinho se parece com você naquela idade. Até os olhos são quase idênticos. — Aila sorriu, um brilho de travessura nos olhos. — Vovó disse que nossa família, de tempos em tempos, tem crianças com esses olhos.
Antes que ele pudesse responder, ela deu meia-volta e saiu quase saltitando para encontrar seu namorado que acabava de chegar.
Ailan respirou fundo e, hesitante, deu alguns passos em direção ao grupo. Quando Elisa o viu, sorriu de um jeito tão genuíno que o calor daquela expressão se espalhou por todo o seu corpo, como se estivesse em casa novamente.
— Ailan, estes são Vicki, seu marido Quin, e esse menino incrível aqui é Sher — Elisa apresentou o menino com um carinho evidente, passando a mão nos cabelos dele. — Ele ganhou meu coração no instante em que nos conhecemos com esses olhos.
Sher sorriu timidamente, escondendo o rosto na barriga de Elisa, que gargalhou com ternura. A cena era tão acolhedora que arrancou sorrisos de todos ao redor.
Um silêncio breve pairou. Então, a avó de Ailan rompeu a distância, aproximando-se com passos lentos. Ela parou diante dele, as mãos trêmulas pousando delicadamente em seu rosto.
— Sher se parecia tanto com você que meu coração se apertava de saudades. - uma lágrima desde por seu rosto marcado pelo tempo - Você se tornou um belo rapaz. E, pelo que ouvi, tem um coração lindo também. — Sua voz carregava uma emoção contida.
Ailan piscou, ainda processando as palavras. Elisa, percebendo sua hesitação, tocou suavemente seu braço, trazendo-lhe calma.
— Ele tem mesmo — ela confirmou, sorrindo para a anciã.
Quin se adiantou com um aperto de mão firme, quebrando o momento de introspecção.
— Muito prazer, Ailan.
— Igualmente. E agora Vicki tem um irmão para protegê-la — respondeu com um leve sorriso, apertando a mão dele.
A resposta parecia genuína, mas o que surpreendeu a todos foi Vick, sem aviso, puxar Ailan para um abraço forte. O gesto inesperado trouxe lágrimas aos olhos de Elisa, e o ambiente se encheu de emoção.
— Eu, assim, fico com ciúmes — a voz divertida de Aila ecoou enquanto cruzava os braços, fingindo indignação.
— Eu também fico. Dá pra desgrudar vocês dois? — brincou Marck, aproximando-se com Ana ao lado.
— Agora a pergunta que não quer calar: de quem você está com ciúmes, querido? — Ana provocou, rindo, enquanto Marck tentava disfarçar o embaraço, passando a mão pelo pescoço.
Enquanto os risos ecoavam, Sher puxou a manga do vestido de Elisa, chamando sua atenção.
— Todos eles agora são meus tios, tia? — perguntou com a inocência própria da infância.
— Sim, querido. E você tem dois primos também — ela respondeu com carinho, acariciando o rosto do menino.
— Primos? Crianças? — Ele parecia genuinamente animado.
— Quase da sua idade. Eu sou a tia Ana.
— Tia Ana, posso brincar com eles?
— Claro, rapazinho.
Sher vibrou, abraçando a cintura de Ana com entusiasmo.
— Meu nome é Sher, tia Ana. E oi, tio Marck! — Ele estendeu a mão para Marck, que a apertou sorrindo, e então virou-se para Ailan. — Oi, tio Ailan!
— Oi, Sher — respondeu Ailan, com um sorriso sincero.
Aila, com as mãos na cintura, chamou a atenção de Sher, fingindo indignação.
— E eu? Também sou sua tia, sabia?
— Oi, tia. Você é linda como a mamãe. — O menino a abraçou, arrancando uma gargalhada de Aila.
- Esse menino é esperto! - afirmou Elisa e todos concordaram rindo.
Alana observava tudo de longe. O salão, agora cheio de conversas, risos e reencontros, parecia pulsar de vida. No entanto, dentro dela, havia um redemoinho de emoções. Sentia-se deslocada, como se revivesse as inseguranças de anos atrás. Uma lágrima ameaçava escapar, mas foi interrompida pela anciã que se aproximou silenciosamente.
— Desculpe por te fazer sofrer, querida, mas essa trama precisava acabar. Eu sinto muito por como isso te afetou — disse a mulher, segurando uma das mãos de Alana com delicadeza.
— Tinha que acabar, ou aquela víbora teria machucado ainda mais nossa família — respondeu Alana, a voz trêmula.
A anciã a fitou com compreensão e, com suavidade, aconselhou:
— Não deixe suas mágoas antigas apagarem todas as coisas boas que viveu com meu filho. Ele escolheu você, e depois de você, ele se tornou outra pessoa.
Ambas voltaram o olhar para o salão, onde os olhares de Ailan e Elisa se cruzaram. Um sorriso silencioso se formou nos lábios da anciã e de Alana.
Mas tarde quando o jantar foi servido surpreendendo a todos Jaynes passa a palavra para Sharon.
- Sharon gostaria de falar algo?
- Antes tarde do que nunca né irmão! - ironizou, mas a tensão foi cortada com sua esposa dando um tapinha em seu braço e o mandando se comportar - Não é como antes, mas fico feliz de ter minha família aqui com a sua Jaynes.
A menção das duas famílias separados não passou despercebido.
- A algum tempo nossa aldeia recebeu um missionário, ele nos apresentou a jesus. - conta e um burburinho surge no salão, no entanto ele ignorou e proceguiu - após isso tenho orado por vocês. Pedi ao senhor para te livrar de toda escuridão que o mantinha preso.
- O que? - Questionou Jaynes com os olhos arregalados.
- Nossas tradições e superstições como linhas no tear se entrelaçam nas nossas vidas irmão, topam nossa visão. Mas vi a luz atrás de jesus. E almejo que todos aqui o recebam verdadeiramente em seus corações.
- Ele transforma nossas vestes sujas em alvas. - completou Jaynes se lembrando do sonho, com voz rouca e os punhos cerrados encarando o irmão.
- Meus filhos, não sabem como meu coração transborda ao ver vocês juntos aqui. Mas meu Deus fez muito além do que imaginei ser possível. Ele se apresentou a vocês.
As lágrimas dela corriam livremente, assim como as de Elisa, Alana, Aila e Bel.
- Fui covarde em não ter voltado logo que conheci a verdade. Mas orei muito e Deus foi misericordioso para comigo e enviou seus servos corajosos até aqui.
Vick se levantou indo amparar a anciã que tremia.
- Vovó não se exalte.
- Fique tranquila mãe Deus com certeza ouviu suas orações, praticamente todos na minha vila se entregaram a jesus. - Sharon contou a olhando docemente.
Elisa se alegrava em Deus, pois sabia que ali o Espírito Santo também estava movendo. E como nas cabanas afastadas quem dava lugar tinha os olhos abertos.
Seus foco se voltou para alguém em especial e orou pedindo ao Espírito Santo para que a terra fosse boa.
🏔️🏔️🏔️🏔️⛰️⛰️⛰️⛰️
Feliz natal!
Me diga o que está achando da história? 😅😅😅
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