Quem da ouvidos a voz de Deus nunca erra!

Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus,estará com você por onde você andar.

Josué 1;9

Conforme continuava recitando esse versículo o medo que ela sentia começou a diminuir. Elisa agradeceu a Deus por avisá-la, pois ali entendeu o sonho. Em silêncio deu alguns passos à frente e por trás de uma árvore ela pode ver muitos homens, achava que poderia ser uns 20.

Eles estavam com carroças e em cavalos. Nas laterais das carroças tinha algo que parecia uma tocha e iluminava ao redor. Elas também estavam cheias de algo, contudo não podia discernir o que era porque estavam cobertas. Alguns homens discutiam, outros pareciam embriagados.

Os cavaleiros pareciam estar com algum tipo de arma, porém não podia dizer com certeza devido à distância e a escuridão.

Com extremo cuidado ela voltou para onde estava dormindo e em todo o tempo agradecia a Deus pelo livramento.

Elisa sabia que uma moça sozinha era presa fácil para homens maus e não queria nem imaginar o que poderia ter acontecido se ela estivesse no caminho deles.

Ela não conseguiu mais dormir e com os primeiros raios do Sol já estava se movendo novamente.

Elisa estava com medo, mas confiava que Deus a estava guardando. Como planejado se manteve próximo ao rio até que ao entardecer ela chegou a um beco onde não sabia o que fazer. Contemplava suas opções
Não teria como continuar seguindo o rio, pois ele se transformava em um precipício, onde as águas caíam de maneira violenta sobre pedras montanha abaixo. Ela não sabia nem calcular a distância.

As margens eram duas montanhas cortadas pelas águas, essas que se elevavam em altura com pedras soltas o quê lhe dizia ser impossível acompanhar. Ela também podia ver o que pareciam cavernas, cavernas enormes nas montanhas. Elisa também não poderia seguir a estrada, então sabia o que tinha que fazer e tomou sua decisão. Encheu o cantil de água e respirando fundo se virou em direção oposta e se embrenhou na floresta.

- Vamos Nuvem. E que os Anjos de Deus estejam conosco. Se lembra do que eu falei sobre não ter montanhas pois é, você vai ter que aguentar amigão. - Divagava fazendo carinho na clina do cavalo.

O trajeto não era fácil. ladeada por árvores imensas com copas espessas que tornava o trajeto úmido e escorregadio.

Subindo e descendo novamente, desviando de galhos e espinhos. Em certos pontos não era possível passar montada, então ela teve que desmontar e puxar o cavalo.

Depois do que lhe pareceu ser horas decidiu que tinha que parar e se preparar para dormir.

Elisa estava exausta, mas sentia uma paz imensa, a brisa que soprava lhe fazia sentir como se estivesse sendo envolvida em um abraço aconchegante. Sabia que não estava só e que estava no caminho certo. Não sabia explicar, mas ela sentia. Havia Expectativa no ar e assim sorrindo apesar das dificuldade encontrou um lugar que lhe daria cobertura e se preparou para dormir ali. Deu um pouco de água para o cavalo, o deixou pastar um pouco, enquanto comia sua última fruta. Depois o amarrou próximo a ela e logo vencida pelo cansaço adormeceu.

Dois dias depois ela aceitou que estava perdida. As árvores eram todas iguais, a mata muito fechada não permitia ver a localização do sol para guiar o caminho.

Há mais de um dia não ouvia mais o barulho de água. Estava com sede com fome e cansada, pois não tinha conseguido dormir direito na última noite.

Não teve coragem de acender uma fogueira, por isso sentiu muito frio. Sobre as árvores densas o chão era frio e úmido. Sua capa não foi capaz de a manter aquecida.

Sua cabeça doía, seu corpo doía... Sabia que a viagem estava cobrando o seu preço. Estava fraca e com medo de ficar doente.

À noite mais uma vez estava chegando quando ela avistou uma caverna rochosa. A certeza de que poderia dormir tranquila e em um local seco trouxe lágrimas aos seus olhos.

Elisa agradeceu a Deus pelo abrigo para a noite, sabia que dentro estaria seca e como era um pouco funda ela poderia acender uma fogueira para se aquecer e conseguir dormir.

Sua garganta ardia, a boca estava seca.

Elisa estava preocupada com Nuvem.

- Oh meu amigo sinto muito! ela acarinhava o rosto do cavalo que ergueu as orelhas ao ouvir ela falar e relinchou.

Encostou a testa na cabeça dele, as raízes da dúvida e do medo estavam querendo se aprofundar em seu coração.

Elisa suspirou e apertou os olhos, e imediatamente o salmo 121 veio a sua mente e ela o recitou várias vezes.

" Levanto os meus olhos para os montes e pergunto: De onde me vem o socorro?

2 O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.

3 Ele não permitirá que você tropece; o seu protetor se manterá alerta,

4 sim, o protetor de Israel não dormirá, ele está sempre alerta!

5 O Senhor é o seu protetor; como sombra que o protege, ele está à sua direita.

6 De dia o sol não o ferirá, nem a lua, de noite.

7 O Senhor o protegerá de todo o mal, protegerá a sua vida.

8 O Senhor protegerá a sua saída e a sua chegada, desde agora e para sempre.

Enquanto recitava e meditava  se sentiu em paz novamente sabendo que Deus a protegeria. ELE a levaria até a chegada, sim, tinha fé e convicção do seu chamado. Sabia também que nada seria fácil, a vida de cristã era uma vida de ser serva, e não como muitos acham e acreditam que é de ser servida. Ela pensou em todos os dias que estava há caminho e se lembrou de como Deus a havia suprido. Assim, com animo renovado acendeu o fogo e se preparou para passar mais uma noite. Não foi como ela queria, pois acordou várias vezes durante a noite e quando amanheceu seu corpo parecia ter sido pisoteado por cavalos

Como sempre fazia ao acordar ela orou e colocou tudo nas mãos de Deus e mesmo com o corpo reclamando montou novamente e se preparou para mais um dia de cavalgada.

     A dor de cabeça persistia, os olhos ardiam. Conforme o dia passava parecia estar ficando desorientada. A falta de água começava a pesar.

     Elisa chegou em um local extremamente íngreme. O cavalo começou a tropicar e resfolegar. Com medo  desmontou e continuou puxando Nuvem pelas rédeas até o perigo passar. Depois de certo tempo o terreno voltou a ser firme e Elisa montou novamente.

     Mesmo dispersa Elisa percebeu a mudança nas árvores onde se encontrava, conforme andava as árvores se tornavam mais espaçadas, a umidade diminuía conforme os raios do Sol adentravam até o chão.

     A visibilidade a sua frente clareou e o coração de Elisa se alegrou, ela estava saindo da floresta.

     Eufórica  forçou o cavalo à um galope lento e logo a sua frente ficou desbloqueada e a visão à sua frente era de tirar o fôlego. Se ela soubesse pintar com certeza pintaria aquela paisagem.

    Grama verdejante, flores e mais flores e mais embaixo  um enorme lago refletia o céu com suas nuvens, que pareciam algodão. Os raios do sol reluziam na superfície fazendo Elisa quase fechar os olhos, esses que estavam ficando embaçados pelas lágrimas.

     -Obrigada Senhor! Gritou – Vamos Nuvem a água nos espera! E como se entendesse ele relinchou enquanto trotava na direção do lago.

      Elisa olhava admirada a beleza daquele lugar. Deu um suspiro recheado de emoções.

     Já próximo a margem algo mudou, Nuvem ergueu as orelhas e de repente começou a ficar inquieto, pisoteando em uma dança perigosa. Elisa não conseguiu controlá-lo. Ela percebeu o que ia acontecer, mas não sabia como impedir.

     Impotente ela viu Nuvem empinar levantando as patas dianteiras do chão. E não conseguindo se firmar foi jogada de costas ao chão.



#Amopaisagem
Tadinha da Elisa gente.
E agora???

Mais alguém aí já passou por isso? Vou contar algo sobre mim. Com 9 anos quebrei o braço ao cair de um cavalo chamado picolé kkkkk

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