Escuridão
O tempo foi passando. Elisa continuou indo até as cabanas afastadas e não apenas para visitar Aron e Cora. Maria , Abadia e outros ali a procuraram com curiosidades.
As perguntas eram variadas, iam desde quem ela era, de veio e como era lá, como foi a viagem, as noites escuras na viagem e sobre Deus. E ela pacientemente lhes respondia.
Na Vila Alana e Aila também faziam questionamentos. Elisa emprestou sua bíblia para ambas lerem e elas vinham a ela com dúvidas. Elisa sentia seu coração se expandir. Orava muito pedindo pelo agir do Espírito Santo, pois sem ELE, ela não era nada.
Ailan e Jaynes apenas a cumprimentava. Elisa quase não os via. Jaynes vivia com Struan para todos os lados. E Ailan quando não estava na ronda estava com os amigos, no celeiro ou fazendo algo fora da casa. Porém quando estavam no mesmo ambiente ela podia sentir os olhos dele sobre ela...
Bel, já havia se rendido a Cristo, Elisa chorou demais nesse dia. Ela sabia que no céu havia tido uma bela festa. Tinha se apegado a jovem criada e descobriu que ela era criada apenas pelo pai e este não sabia lidar com uma jovenzinha. Então Elisa a colocou debaixo de suas asas. E a aconselhava na palavra. A ensinou a orar, lia a bíblia com ela. E o coração triste, carente, ferido encontrou consolo nos braços amorosos do Pai.
A alegria da jovem despertou a atenção de muitos. E ela respondia que; “ Estava feliz, pois havia aberto seu coração para o dono dele. E mesmo vivendo a mesma vida a visão dela tinha mudado...”
Elisa tinha tido uma revanche com Rian, porém acabou perdendo novamente. Ela terminou o jogo sentada no chão gargalhando com as crianças.
E as noites de escuridão chegaram...
A opressão era palpável, parecia que a alegria tinha sido sugado do lugar. Na hora do café o silêncio reinava.
Elisa estava se sentindo sem ar, uma imensa vontade de chorar, sua garganta parecia se fechar... Ela saiu de casa pensando em encontrar as crianças, contudo nem elas brincavam na rua. E as que ela viu pareciam amedrontadas.
Esmorecida volta a casa. Sobe para seu quarto e vai orar. Seu coração doía por aquele povo.
O clamor com o tempo se torna um murmúrio e sem que ela percebesse a noite cai.
Em sua mente vem um versículo;
Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo.
Romanos 15:13
-Ah!PAI, confio em TI. O Senhor conhece meu coração, sabe que minhas esperanças caíram nesse dia ao contemplar tamanha opressão. Duvidei, perdoa minhas fraquezas. Mas aqui estou ajoelhada diante do Único que tem o poder de abrir os olhos desse povo. Obrigada por me mostrar que o Senhor é o Deus da esperança, e que pelo poder do Espírito Santo me concede paz e alegria mesmo em meio a tanto engano.
Então ela começa a cantar, e logo estava dançando pelo quarto, toda angústia desapareceu dando lugar à alegria, pois a alegria é a arte de oferecer resistência à tristeza, por meio do contentamento proporcionado pela presença de Deus na vida daquele que o procura. O salmo 22 ; 3 diz que Deus habita no meio dos louvores...
Uma receosa Aila entra no quarto e imediatamente Elisa pega suas mãos e continua dançando com ela pelo quarto. Aila reluta por alguns instantes, mas logo está rindo com Elisa. Ela percebe a diferença no ambiente, e conforme escuta o louvor cantado por Elisa o peso que sentia em seu coração se esvai...
- Seu quarto parece outro lugar... Diz rindo, quase sem fôlego e se joga na cama com Elisa.
- Não é o lugar, o problema é quem você convida para estar dentro dele. – Responde compreendendo bem a afirmação - Como é feliz o povo
que aprendeu a aclamar-te, Senhor,
e que anda na luz da tua presença!
Salmos 89:15- cita Elisa com reverência, a leveza presente em seu tom. – Mesmo em meio as adversidades a alegria da Presença de Deus nos dá esperança, força...
- Li o livro de Daniel, e o que você acabou de falar me fez lembrar dele naquele cova.- Diz e fica em silêncio. Elisa espera. – Deve ser incrível sentir essa paz- suspira e se senta. Firma os cotovelos nas pernas e apoia a cabeça nas mãos – posso dormir aqui hoje? Todos já se recolheram e não quero voltar ao meu quarto.
- Agora infelizmente você vai ter que sair.- fala seria fazendo Aila a olhar com os olhos bem abertos – agora você vai ter que ir comigo a cozinha, pois estou morrendo de fome. - Termina de falar rindo e corre para a porta fugindo de Aila que a ameaçava com o travesseiro.
- Sua... Sua...
- Você tinha que ver sua cara de espanto- Elisa fala rindo- acho que sou muito boazinha.
- Não quero ficar aqui mais também. Vou para o meu quarto.
- Aila me desculpe... Começa com remorso, mas a risada da jovem a faz rir também e balançar a cabeça descrente. Caiu na mesma brincadeira.
Rindo elas descem e ao chegar a sala Ailan, estava lá perdido em seus pensamentos. Ele se assusta.
- O que estão fazendo?
- Indo a cozinha comer algo. Quer vir com a gente irmão?
Elisa sentia o rosto arder. Abaixou a cabeça ao encontrar a tormenta no olhar dele. A intensidade era desnorteante. A casa estava fechada e mais iluminada que o normal. Elisa sentiu as mãos começarem a suar.
- Vamos então, mas acho difícil ter sobrado algo.
Em dias de escuridão só a família e alguns criados jantavam na casa. Então era feito pouca comida.
As duas foram a frente e Ailan as seguia de perto. O fogo estava apagado e como ele imaginou não tinha nada pronto.
- Vou fazer bolinhos fritos. O que acham? Elisa fala segurando um pacote de farinha e ovos. - Aila bate palmas animada ja seu irmão a olha como se pudesse advinhar se ela sabia ou não cozinhar.
-Ailan pode assender o fogo, enquanto preparo a massa por favor. - Ele cruza os braços e olha dela para o fogão. - Sabe assender né? - pergunta o analisanfo também.
- É claro que sim! Retruca indiguinado. -" deveria ter ficado na sala..." resmunga pegando os gravetos e indo até o fogão. Elisa aperta os lábios para não rir e Aila põe a mão na boca para não gargalhar.
Os irmãos trocam farpas e conversam com Elisa enquanto ela sova a massa.
Quando os biscoitos ficam prontos ela aquece um pouco de leite e eles se sentam a mesa para comer.
Aila e seu irmão contam peripécias de suas infâncias e Elisa lhes fala de sua criação. O estrondo repercute, contudo não os afeta. Entre risadas e biscoitos o tempo passa e quando Elisa começa a bocejar. Resolvem ir dormir.
- Obrigada, Elisa. Aila fala pouco antes de adormecer.
Em seu quarto Ailan tem um sorriso no rosto, seu coração não pesa tanto quanto no início da noite. A conversa na cozinha, as lembranças e risadas tornaram a noite de escuridão suportável.
"- Obrigado Elisa!" sussurra pouco antes de pegar no sono sem nenhuma dificuldade.
Eu de novo! Espero que gostem.
No próximo teremos Ailan e Elisa conversando e um encontro com as desagradáveis amigas de Aila.
E muitas informações.
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