Encontro parte 2
-Você está bem? Consegue se levantar? Está sentindo dor? - Ailan perguntou preocupado, pois a moça continuava deitada o encarando.
-Não sei! - falou se sentando. Não compreendia o que tinha acontecido, estava tão cansada. Sua jornada a desgastou física e emocionalmente. Já estava perdendo a esperança quando avistou aquele lindo lago.
Aproximou para se refrescar um pouco e dar água ao seu cavalo que também, com certeza já estava cansado aquela altura, mas de repente ele começou a ficar agitado e ela não conseguiu controlá-lo e caiu.
Sua cabeça doía, não tudo doía. levou as mãos à cabeça.
- Minha cabeça está doendo. - falou baixinho, parecia que tinha areia em sua garganta.
-Venha, vou ajudar você a levantar. - Estendeu as mãos pegando as dela com cuidado puxando para ela ficar de pé.
Ele observava sua fisionomia, parecia confusa, com dor, instável. Ao conseguir colocá-la de pé ela desabou sobre ele.
- Moça! Te peguei! Ela desmaiou! - Constatou Ailan. – Vou ter que levá-la até minha mãe, ela saberá o que fazer. - pensou alto.
Tomando ela nos braço a carregou até o seu cavalo e depois de algumas tentativas conseguiu colocá-la sobre ele e montar atrás segurando ela contra si. Pegando as rédias saiu disparado ao encontro da Vila.
“Quem será você?”
Ao se aproximar, avistou Marck indo ao seu encontro e foi logo dizendo.
-Nem pergunte, que nem eu sei, mas o cavalo dela fugiu próximo ao lago, ache ele e traga para cá por favor.
Continuou galopando sem parar passando pela vila sobre os olhares de muitos curiosos, mas não se importou. Para ele, o mais importante naquele momento era por ela em segurança com sua mãe o mais rápido possível.
Ao chegar, o empregado que ouviu o barulho dos cascos se aproximou para poder levar o cavalo ao estábulo, mas parou surpreendido com a imagem à sua frente. “ havia uma mulher nos braços de Ailan?”
- Vai ficar aí parado ou vai me ajudar?
O servo envergonhado se aproximou para pegar a moça. Ailan desceu e a pegou novamente. Agradeceu e imediatamente voltou-se para ir para dentro sem ver o sorriso no rosto do servo que observava a forma protetora com o que a segurava.
Ao adentrar começou a chamar sua mãe, que logo apareceu correndo e ao vê-lo parou, como o servo. Ailan teria achado graça se não estivesse tão preocupado.
-Quem é ela? O que aconteceu? Onde a encontrou? - Começou a fazer perguntas logo que saiu do transe. Aproximando, tirou o cabelo do rosto da moça e ficou admirada com a beleza da jovem.
- Não sei, ela foi jogada do cavalo perto do lago e logo desmaiou, eu pensei que a senhora pudesse ajudá-la, por isso a trouxe comigo.
- Você fez bem, vamos levá-la ao quarto de cima. - Saiu andando na frente já dando ordens para algumas servas que também vieram ver o que acontecia. - Suba água quente. Uma bebida forte e pegue uma camisola da Aila também por favor. Acho que devem ser do mesmo tamanho.
Ailan colocou a moça sobre a cama e no mesmo instante sentiu falta dela em seus braços, como se o calor dela aquecesse o seu coração. Sacudiu a cabeça e saiu do quarto deixando sua mãe e uma serva para cuidar da moça desacordada.
Elisa
Elisa acordou em uma cama macia, aquecida, mas sua cabeça doía demais. Tentou abrir os olhos, a dor piorou. Gemendo levou a mão até a cabeça a sentindo dolorida.
-Você acordou! Que bom já estava preocupada.
Elisa se assustou com essas palavras, não conhecia essa voz. Tentou abrir os olhos novamente e diante dela estava uma linda jovem que sorria ao vê-la acordada.
- Quem é você? Onde estou? - Perguntou assustada, pois não se lembrava de como tinha ido parar ali naquele quarto. Sua voz saiu baixa e rouca.
Elisa viu a moça encher um copo de água.
- Meu nome é Aila. Aqui beba um pouco.
A moça levou o copo à boca de Elisa. E continuou falando.
- E você está em minha casa. Meu irmão disse que a encontrou próximo ao lago, onde obviamente pelo que entendi tinha caído do cavalo, então ele a trouxe para
cuidarmos de você.
Uma lembrança passa por sua mente, mas logo se vai quando a porta do quarto se abriu e entrou uma linda mulher parecida com Aila, com uma bandeja nas mãos.
-Vejo que está acordada. Trouxe uma sopa com torradas e um chá para ajudar você a se recuperar. Você não me pareceu bem.
O olhar firme da senhora a deixou ansiosa.
Elisa observou o quarto pela primeira vez. Era lindo! Cortinas coloridas bloqueavam o sol nas janelas. As paredes eram brancas como ela nunca tinha visto, no chão havia um tapete de peles. Em um canto uma penteadeira, logo, outra porta. Na cama em que estava os tecidos eram belíssimos. Um baú enorme ao pé da cama. Era um quarto dos sonhos.
Ela também se deu conta que vestia uma camisola que não era sua e puxou a manta envergonhada. Afinal estava em frente a duas lindas desconhecidas que observavam cada movimento seu.
- Não se deixe intimidar por ela! - Aila gargalhou achando graça do modo que ela tentava se esconder com a manta. -Essa é minha mãe Alana, foi ela que trocou suas roupas e cuidou de você desde que chegou. E você está usando minha camisola. - acrescentou sapeca sabendo que a deixaria ainda mais envergonhada.
Elisa percebeu que Aila estava brincando e respondeu.
- Obrigada! meu Deus cuida até dos detalhes, somos do mesmo tamanho.
Mãe e filha se olharam, porém Elisa não deu tempo para elas responderem e continuou.
- Vou querer a sopa agora por favor não como direito a vários dias. E meu nome é Elisa. Agradeço a senhora por cuidar de mim há muito tempo, ninguém o faz.
Elisa quase chorou ao lembrar de sua mãe. A saudade bateu forte e ela fechou os olhos para evitar que as lágrimas caíssem , ainda assim as sentiu deslizar por seu rosto.
Percebendo os olhos cheios de lágrimas, Alana se aproximou com a sopa. Queria saber quem ela era, mas podia esperar um pouco mais. observou que era educada, falava bem e era de uma beleza singular.
Ela tinha visto o modo que seu filho a olhava e isso a alegrava e assustava ao mesmo tempo.
Como qualquer mãe almejava que ele encontrasse uma esposa que o amasse e o fizesse feliz. Percebia no olhar dele a solidão que ele tentava esconder. Desde pequeno ele sempre foi observador, questionador e isso afastou algumas pessoas ou o levou a se afastar por ver algo que não concordava.
A preocupação que ele expressou e o olhar dele ao deixá-la era um que ela nunca viu nele. A preocupação fazia um emaranhado em seus pensamentos. Se justificava, pois não a conhecia.
“ E se ela o levasse para longe, se o machucasse”.
Ia ficar atenta, sabia como algumas mulheres poderiam ser más.
Ailan
Ailan Não conseguia parar de pensar na linda moça no quarto acima. Ao deixá-la foi para o seu quarto, pois sabia que muitos teriam perguntas e ele ainda não tinha respostas.
Andou de um lado para o outro, entretanto não conseguiu abafar as perguntas que vinham em seus pensamentos.
“Quem era ela? de onde vinha? o que queria? será que pertence ao outro lado? seria uma armadilha? uma espiã?.”
Queria respostas, ia enlouquecer. Tinha que sair, ocupar a cabeça até ela acordar e poder lhe responder.
Ao chegar a sala todos olharam para ele, mas saiu rapidamente sem falar com ninguém e se dirigiu ao estábulo, onde encontrou com Mark que havia encontrado o cavalo e tinha trazido ele para a Vila.
- Descobriu algo no cavalo? Uma pista que nos leve a saber o que ela faz aqui?
-Há uma bolsa com alguns vestidos, algumas ervas, livros, um odre vazio, nada demais. E o cavalo estava com uma pedra no casco da perna direita, ele está mancando e cansado como se a viagem tivesse sido longa, mas é um belo cavalo. - Respondeu Mark e provavelmente era só isso mesmo, pois Ailan o conhecia e sabia como era minucioso e desconfiado, não deixaria passar nada na sua busca.
-E você falou com a moça? Descobriu algo?
- Ela ainda não acordou. Está com minha mãe e Aila que chegaram ao quarto quando eu estava saindo. Não sei de nada e isso me preocupa. As pessoas não aparecem aqui do nada.
- Porque a trouxe para cá? Você não é de agir sem pensar. Questionou Marck.
- Ela desmaiou em cima de mim. Estava sozinha, o que queria que fizesse? Que a deixasse desacordada lá na beira do lago sozinha e sem ao menos seu cavalo? Não fomos educados assim. - Retrucou Ailan.
Ele pegou as coisas que Marck havia encontrado e voltou para dentro. Queria saber se ela já estava acordada e entregar seus pertences era uma boa desculpa para vê-la. Sabia que Aila e sua mãe iriam estar de olho nele.
Subiu os degraus de dois em dois, chegou ao quarto entrou e ficou paralisado com a visão à sua frente. A moça estava acordada, recostada em travesseiros na cabeceira da cama. Seu cabelo estava solto, caindo em cachos sobre seus ombros. Ela era ainda mais bonita do que se lembrava.
Ailan voltou a si com a voz de sua mãe. Piscando repetidamente voltou o olhar até sua mãe e se forçou a compreender o que ela falava.
- Ailan, o que você está fazendo aqui? Entrando sem bater ainda por cima, onde está sua educação? Eu te ensinei melhor que isso. - Ele olhou para sua mãe e viu que ela estava realmente chateada com o comportamento dele. Sentiu seu rosto e orelhas esquentarem com vergonha, não gostava de desapontar sua mãe.
- Desculpa, vim trazer as coisas dela. - Assim ele a olhou novamente e percebeu um leve rubor em suas bochechas, mas em seus olhos e em seus lábios ele podia ver divertimento. Ela estava se divertindo com a situação dele. - Marck meu amigo encontrou o seu cavalo e suas coisas e as trouxe para cá.
Antes dela dizer qualquer coisa, Aila sendo Aila teve que abrir a boca.
- Sei! e você meu irmão não perdeu tempo as trazendo para ela. Que interessante! Você é tão gentil.
Aila tinha aquele sorriso no rosto, Ailan sabia que ela iria aprontar algo, então era melhor impedir.
- Aila! - Avisou.
- O que Ailan? - piscava os olhos inocentemente para ele.
- Chega crianças! - Alana tomou a frente. - Ailan essa e Elisa. E Elisa, como você já percebeu, é Ailan, meu filho. Foi ele que te encontrou e a trouxe para casa.
Eles olhavam para Elisa. Ailan viu seus olhos arregalados, percebeu sua respiração acelerada. Ela estava pálida. Sabia o que ia acontecer.
Ela desmaiou de novo.
Enfimmm a segunda parte do encontro.
O que estão achando?
De onde será que Ailan acha que ela pode ser espiã??
Somente eu ou tem mais alguém ai curioso???
Que Deus os abençoe.
Curta e comentemmm.
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