Amanhecer

    Elisa acordou renovada. Sussurros do salão chegava aos seus ouvidos trazendo um sorriso ao seu rosto.

    Ela tinha conseguido. Estava mesmo ali. Fechou os olhos e adorou.

     “- Paizinho obrigada por mim trazer até aqui. Usa-me. Que eu possa ser reflexo de teu amor, que o meu falar seja instruído por teu Espírito Santo, que meu agir possa levar as pessoas a ter desejo de TE conhecer. Eu não sou nada sem tua presença. O meu coração está agitado, me ajuda a não agir por mim. Amém!

     Ela levantou, abriu a janela e foi inundada pelo cheiro e sons de vida!

     Os raios do sol aqueceram seu rosto. Fechando os olhos ergueu o rosto e as mãos, em seus lábios um sorriso aberto.

     Ela estava tão envolvida que não percebeu Ailan a observando.

     Ele se encaminhava ao estábulo, contudo ao perceber o movimento da janela e vê-la seus pés criaram raízes no lugar. Não conseguia desviar seus olhos.

     O cabelo dela parecia brilhar e o sorriso era tão puro, o rosto dela expressava tanta paz que algo nele se agitou. Um anseio que o puxava para ela. Ailan não entendia, Elisa estava perdida em um lugar desconhecido ainda assim exalava calma, como uma brisa suave, já dentro dele parecia uma tempestade.

      Fechou as mãos com força, a raiva borbulhando. Não sabendo entender seus sentimentos a deixou transbordar, era o impulso que precisava para se mover. Com uma maldição se virou e voltou ao seu caminho.

Já Elisa continuava alheia a ele, absorvendo a beleza daquele lugar. A paz que  sentia não dependia das circunstâncias, vinha de dentro, da certeza de estar no lugar certo, no centro da vontade de Deus.

     A convicção de ser amada pelo PAI, a fazia ver a vida com outros olhos. A aceitar cada dia como presente.

Elisa passou o dia no quarto. Leu a bíblia, dormiu, orou. Bel, uma jovem  criada trouxe sua comida e passou um tempo com ela.
No final da tarde Bel apareceu novamente com um vestido para Elisa experimentar e avisando que ela ia jantar na sala com a família.

Bel confidenciou que todos estavam curiosos a respeito da moça misteriosa.  E que com certeza o salão estaria lotado.

 
      Elisa admirava o lindo vestido que Bel tinha deixado sobre a cama. Era vermelho, com mangas curtas, saia rodada e ia até o chão. Por ser menor foi preciso fazer a barra.

      Mesmo após o banho suas mãos suavam. Iria descer para jantar. Permaneceu no quarto os últimos dois dias, pois teve febre e estava fraca. Esperou tanto, porém agora estava apavorada. Tinha medo de fazer ou falar algo errado. Em seu interior sabia estar onde Deus a queria, afinal foi ELE que a conduziu até ali.

     Não sabia se era o lugar que a anciã mencionou. Mas o aviso sobre a serpente a mantinha alerta. Ela cria cem por cento na proteção e no cuidado de Deus, todavia a palavra era clara.  “Vigiai e orai Mateus28;41a”
“ Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. 1 Pedro 5;8”. Elisa ia seguir essa ordem ao pé da letra.

      Já vestida, penteou e deixou seu cabelo solto. Seu estômago se revirava.

      “-Se acalme Elisa! Você já conhece Alana e Aila. E elas te trataram super bem.” Como sempre fazia quando estava nervosa começou a falar sozinha.

   “-E tem o Ailan também... Não, melhor não pensar nele, você já passou vergonha demais em sua presença. Chamou ele de anjo e desmaiou em sua presença. Duas vezes.” Elisa cobriu o rosto com as mãos, esse estava em chamas. “ Vai orar mulher!”.

     -Meu PAI, estou trêmula! Não me deixe fraquejar. Seja minha força. Não sei o que, nem como falar, te peço humildemente fale através de mim. Me dê sabedoria do alto, que eu possa ser luz nesse lugar, ser o sal que faz a diferença, e que essa diferença seja tua presença Espírito Santo. Que eles TE vejam através de mim.

   Ainda ajoelhada lhe veio a mente o versículo ( Josué 1;9  9Não fui eu que ordenei a você? Seja forte e corajoso! Não se apavore nem desanime, pois o Senhor, o seu Deus, estará com você por onde você andar".) e lágrimas molharam seu rosto.

     - Obrigada PAI! Pois sei que o Senhor está comigo e sendo assim serei corajosa. Perdoa- me, sou fraca, falha, insegura e um tantinho impulsiva. Lembrou de outro versículo ( Salmos 40 17 Mas eu sou pobre e necessitado; contudo o Senhor cuida de mim. Tu és o meu auxílio e o meu libertador; não te detenhas, ó meu Deus.)

    -Amém! Me fortaleceste com tua palavra. Elisa sorrindo seca as lágrimas. E sentindo a leveza que somente a presença do Espírito Santo pode dar começa a dançar de olhos fechados pelo quarto.

    - Elisa, está pronta?  Veio da porta seguido de um toque e Elisa que estava tão imersa, tropeça em seus pés indo ao chão.

     -Você está bem? - Aila questiona entrando no quarto.

     -Estou sim! - Responde enquanto se senta e retira o cabelo do rosto.

    -O vestido ainda está comprido?

    - Não, eu que estava dançando, inundada na presença dEle. Me assustei quando chamou. -  respondeu enquanto segurava a mão da moça que a ajuda sair do chão.

       Elisa se distrai ajeitando o vestido e não vê o semblante confuso de sua companheira.

      - O que... Começa a questionar Aila, mas é impedida por Ailan que chega.

      - Mamãe me mandou vir atrás de vocês. O jantar já vai ser servido. - Elisa sente o rosto arder ao ser alvo daqueles olhos.

       - Vamos logo então. Elisa ouve Aila dizer. A moça passa o braço pelo dela e a arrasta para fora do quarto quase derrubando seu irmão no processo.

      Ela não consegue segurar a risada ao fitar a cara indignada do rapaz. E é exatamente assim que ela adentra a sala.

      A risada morre em seus lábios ao notar o silêncio, e os olhos de todos ali sobre elas.

     Seus pés param, seus olhos se abrem, e ela engole com dificuldades o caroço que se aloja em sua garganta.

    - Vamos!  - Puxa Aila, a forçando andar até a mesa maior.

      Conforme andava Elisa tomou nota de seu entorno. Ela ficou impressionada com a organização e a quantidade de pessoas ali.

      -Pai, Struan essa é Elisa. A moça que meu irmão tão heroicamente resgatou.

     - Boa noite senhores. E meu senhor, agradeço por permitir minha estadia em sua casa.

    -Elisa, pode me chamar de Jaynes . E enquanto não for uma ameaça será bem vinda em minha casa.

    - Pai! - Aila e Ailan disseram juntos. Por motivos diferentes. Ela por já ter se afeiçoado a moça e o jovem por não querer que ela, se fosse uma “espiã”, se colocasse em alerta.

     
     Após as apresentações Struan, saiu e foi para a mesa de sua família. Elisa foi convidada a se sentar à mesa principal.  Jaynes, ela , Alana, Ailan e Aila.
Os criados começaram a servir a comida. Uma travessa com ave assada, arroz, feijão, pão, sopa e saladas foram colocadas à mesa. Insegura ela esperou e um sorriso curvou seus lábios ao ver o líder servir o prato da esposa.

    - Nem é assim sempre, as vezes ela o serve. Outras cada um se serve, mas também admiro eles. - Aila fala baixinho ao seu lado e após seu pai se servir começa a se servir também. - Vamos garota, não é só para olhar é para comer também.

Elisa sorri com a fala de Aila, porém seus olhos se abrem mais e suas bochechas aquecem ao perceber Ailan servindo seu prato. Ela olha em volta e vê que era alvo dos olhares de todos, inclusive de Alana que estava com a comida suspensa no ar.

    - Coma não quero você desmaiando novamente por ai. E que pensem que está passando fome em nossa casa. - Ailan falou sinalizando dela para o prato e voltando a comer tranquilamente.

    O jantar transcorreu sem interrupções. E quando a comida foi retirada, como formigas em doce, as pessoas se aproximaram. Elisa foi apresentada a todos. Alguns foram gentis, outros desconfiados, outros somente curiosos...

    - Ailan, agora entendo o porquê de esconder ela por tanto tempo. Uma beleza dessa eu também não apresentava por ai. Guardava para mim. - Um jovem lindo, mas com sorriso falso chega todo galante. “ Esse é um daqueles, que só querem curtir a vida e preencher o vazio com coisas banais. Ele precisa de ti Jesus.”

    - Já vai começar Alaric. - Aila fala revirando os olhos. – Elisa esse é Alaric, amigo sem juízo do meu irmão.

    - Ou! Essa doeu. Olá, eu sou Marck, o amigo ajuizado de Ailan e essa e minha esposa Ana.  - Marck, moreno claro, alto, forte, cabelos negros e os olhos na cor do ceu tempestuoso. Ele pareceu familiar a Elisa. Ana é uma mulher morena com cabelos negros, longos e escorridos. Um sorriso grande e sincero. Ela Falou também.

    - Não se deixe enganar, nenhum deles tem juízo, só tamanho.

   Os três reagem com resmungos e arquejos e as mulheres gargalham.

    - Boa Ana! Bate aqui. - Diz Aila com uma mão enxugando os olhos e com a outra erguida para o toque da outra.

    - Me deixem de fora. Eu realmente sou ajuizado, afinal não saio esbanjando meu charme por ai e nem me casei ainda. - Ailan entra na conversa implicando os amigos e leva um soco no braço de Alaric que estava mais perto.

    Elisa gostou dos amigos de Ailan. Porém Sonja, esposa de Struan a deixou em guarda. Não que tivesse falado algo, mas o olhar dela mexeu com algo em Elisa.

      Ela aprendeu desde cedo ouvir o Espírito Santo e ali estava um sinal claro de perigo.

       Voltei😄😳
Desculpa pela demora nas postagens, mas estou em um bloqueio daqueles com essa história. Por falar de missÕES estou insegura..
O que estão achando? Comentem me deixe saber se estou no caminho certo. Se está coerente.

Ñ esqueça a estrela.
Deus abençoe vcs!!!
 
     

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