Acusações
Ailan e sua irmã conversaram muito. Ambos estavam animados, o peso do medo e das superstições foram retirados de suas costas.
Alana se junta a eles antes de jantar e o assunto foi a bíblia. Eufóricos expunham o que haviam aprendido. O brilho em seus rostos chamava a atenção.
— Sua família parece diferente — aponta Struan para Jaynes ao entrarem no salão. O medo aperta seu peito. E seus olhos são atraídos pela jovem forasteira que acabava de se juntar a eles.
— Impressão sua! — Retruca, contudo, em seu interior sabia que mentia. Caminha com passos decididos para a mesa é todos se calam.
— Boa noite! Vamos jantar logo que ainda tenho muito o que fazer. — fala ríspido e sua esposa o olha confusa.
Mais tarde naquele noite, Ailan começa passar mal. Ele tem enjoos e diarreia. Ao amanhecer, mesmo fraco, se prepara para o dia, come apenas um pão pequeno e um pouco de chá a pedido de sua mãe.
— Cara, você parece mal — pondera Marck o olhando preocupado.
— Meu estômago não está bem, só isso, logo passa.
— Que cara é essa? Não teve seu sono da beleza? — desdenha Alaric chegando cavalgando perto deles.
— Não começa!
— Deixa ele, Alaric.
Um sono fora do comum o faz ficar abrindo boca a manhã inteira, o tornando alvo das piadas de Alaric. No entanto, prefere ignorar, pois sua cabeça parecia que ia explodir a cada pisada que seu cavalo dava.
Decide voltar para casa no horário do almoço e come muito pouco, por estar muito enjoado.
— Deite um pouco que melhora. — Alana aconselha, põe a mão em sua testa e fica aliviada ao encontrar a temperatura normal.
Duas horas depois, com a dor amenizada, toma mais chá e leva um pouco com ele voltando a patrulha com Alaric. Conforme o tempo passa a dor persiste e se acentua. O balanço do cavalo o faz engolir em seco para manter o pouco que comeu. Segura firme na cela. Seu coração parece bater em seus ouvidos, respirar se dificulta. Pucha as rédeas e fecha os olhos apertados. — Alaric! Fala baixinho. — Suas visão estava embaçada, sua mão gelada. — Alaric! — Fala um pouco mais alto. Seu corpo parece pesado, assim com medo de cair deita na sela.
— Viu algo, Ailan? —Alaric se volta para o amigo e ao ver como ele se inclina oscilando para frente percebe que algo está errado e age rápido, por pouco Ailan não vai ao chão.
— O meu Deus! — Exclamou Alana ao ver seu filho ser carregado para dentro — o que aconteceu? — corre para seu lado procurando ferimentos achando que havia caído do cavalo.
— Não sabemos! Ele simplesmente desmaiou. E por pouco não caiu do cavalo. — Explica Alaric preocupado.
— levem ele para o quarto. Bel pegue minha bolsa e suba para mim — pede afobada. No quarto retira a bota dele, abre sua camisa. O batimento do coração dele preocupa e uma lembrança do passado a acerta como um soco.
— Aqui senhora. — Bel entra no quarto. E seus olhos se arregalam ao ver a palidez do rapaz.
— Bel, o meu Deus! Não posso perder meu filho. — diz chorando. Suas mãos trêmulas passam pelo rosto do jovem inerte.
— Vamos orar senhora. Lembra dos milagres que lemos? — Bel, diz com fé fazendo a senhora a olhar. Ela seca o rosto e balança a cabeça num pedido mudo para a jovem criada que entendi e se aproxima pegando a mão dela.
— Nosso Deus, estamos assustadas, precisamos ter fé, não sabemos o que o jovem Ailan tem, mas cremos que tem todo o poder para curar ele. Te pedimos em nome de Jesus. Amém!
Mau terminam e a porta e aberta com violência. Jaynes entra como um furacão no quarto. Sua respiração acelerada seus olhos vão direto para seu filho e ao contemplar seu estado paralisa. Fecha as mãos em punho. — O que aconteceu? — demanda com voz fria.
— Não sei! — sua esposa responde e lágrimas descem novamente por seu rosto.
— Mãe! Mãe! — Aila entra correndo no quarto seguida de Elisa que ao ver Ailan intensifica suas orações. Desde que soube que ele havia passado mau, seu peito se apertou e o Espírito Santo a levava a orar.
Aila se joga na cama ao lado do irmão chorando. O rapaz começa a se mexer e falar coisas confusas.
— Calma, filho! — A senhora tenta segurar o rosto dele e fala baixinho o acalmando. Ailan abre os olhos, no entanto, parece perdido. Pisca, pisca e olha em volta agitado.
— A culpa é sua! — Jaynes grita e marcha em direção a Elisa que o olha assustada — sabia que ia trazer maldição para minha casa. A segura pelos ombros a sacudindo.
— Pai!
— Jaynes solte ela. — pede Alana segurando braço do marido.
— Ela corrompeu nossos costumes, enfureceu os espíritos e tudo culpa dela.
— Não é pai!
— É sim e vai ficar presa no quarto até decidir o que farei com ela. — avisa furioso — É bom começar a orar para esse seu Deus aí, porque se meu filho morrer… — lança a jovem um olhar duro que a arrepia. — Struan — chama e ele entra no quarto — leve ela para o quarto e tome providências para que fique lá.
— Jaynes — tenta sua esposa mais e cortada por ele.
— Já decidi. Não ouvirei mais nada. Agora cuide dele que é melhor. — sai do quarto deixando as duas atônicas com os últimos acontecimentos.
Elisa orou praticamente a noite inteira. Não parava de pensar no estado de Ailan. Queria estar ao seu lado.
As lágrimas não tinham fim, sua cabeça doía, o estômago estava revolto, não conseguia comer ou beber nada. Não que fosse comer se conseguisse. Tinha suas suspeitas…
O sol já despontara há algum tempo quando Aila entra em seu quarto. Ela trazia uma bandeja em suas mãos.
— Aila, como está seu irmão?— Corre para o lado de Aila perguntando. A jovem suspira e uma lágrima solitária desse por seu rosto.
— Nada bem… — ergue os olhos para o rosto de Elisa.
— Quem está com ele? Eu queria estar lá, poderia ajudar, mas não me deixam nem sair do quarto.
— Struan mandou chamar Sonja, ela entende de ervas…
— Não! Aila me prometa que não deixará essa mulher ou Struan sozinhos com seu irmão! Me prometa que não deixará eles darem nada a ele, me prometa! — Grita segurando firme os braços da amiga quase a sacudindo.
— Calma, Elisa.
— Me prometa! Aila, é muito importante. Elisa conta a jovem baixinho suas teorias e pede a ela para buscar ajuda. Não só para Ailan, mas para ela também. — O bote havia sido certeiro, o veneno se espalhava rapidamente, Elisa podia sentir o perigo.
— Eu prometo! Farei o que me pede. Coma um pouco. Fui eu que preparei tudo. O suco também fui eu que fiz.
— Obrigada! Vá com Deus. Cuidado…
— Que ELE te proteja, e a todos nós. Aila diz saindo do quarto.
Elisa toma um pouco do suco apenas. Olha sua janela fechada e o desespero ameaça romper novamente. De olhos fechados ela começa a recitar versículos, deita na cama e muitos versículos depois o cansaço a vence.
Enquanto isso, Alana ora em Espírito sentada na cadeira ao lado da cama de seu filho. Jaynes cego pelo medo, pelo passado, pelas superstições, não a ouve. Ela não entendeu direito o que Aila lhe falou, mas também tinha ressalvas de Sonja, então não aceitou que ela entrasse no quarto do filho. Jaynes reclamou, contudo, cedeu as suas lágrimas. Afinal ela também entendia um pouco sobre cura.
Sem fazer alarde, chamou Bel e lhe pediu que tirasse tudo que estivesse sendo usado até aquele momento. Ela só ia permitir que entrasse ali sua família e Bel.
Queria poder ter o apoio de Elisa ali, no entanto, nesse ponto seu marido não cedeu e ela sabia que de onde estava Elisa estaria orando.
Aila monta sua égua estava pronta para sair quando foi barrada.
— Aonde vai mocinha? — Struan entrava no celeiro para deixar seu cavalo. Ele a analisava.
— Não estou conseguindo respirar em casa. Ver meu irmão assim é assustador. — as lágrimas começam a correr livremente — cavalgar me acalma, por isso resolvi sair por um tempo. Fala passando a mão pela bochecha.
— Não é perigoso sair assim, sozinha?
— Falei com minha mãe.
— Já falei com seu pai sobre essas cavalgadas, porém quem sou eu né? Tome cuidado. Ele termina de falar e sai da frente.
— Obrigada por se preocupar, mas nunca me aconteceu nada e não vou longe. Não quero ficar longe de meu irmão por muito tempo. — Fala e sai trotando pela rua. Um suspiro de alívio deixa seus lábios.
— Que esteja lá! Por favor, Deus! Murmura.
Mais um capítulo👀
Acertaram nas suposições?
Me contém o que estão achando?
E Jaynes, o que pensam sobre sua atitude?
Quais as teorias de Elisa?
E Aila foi fazer o que?
Votem, comentem e divulguem o livro❤❤❤❤
Glauciana_Araujo espero que goste!
GabrielaSilva99 mais um capítulo
Micaelle1605
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