Capítulo 14

O salão do último teste era constituído daquelas mesmas pedras azuis que havíamos visto na entrada. As pilastras, que sustentavam o teto azul celeste e abobadado, eram feitas do que parecia ser mármore esculpido. Como nos templos gregos do meu antigo mundo, tão branco quanto as pétalas de um lírio. O piso também era bem singular, já que parecia refletir todo o esplendor que estava ao seu redor, como se fosse a superfície de um grande lago.

Minhas pernas ainda eram pernas, o que me fez pensar se a poção de Undine havia de fato acabado, mas logo rejeitei essa ideia. Afinal, ainda não havia passado todas as horas em que seríamos sereias.

Agradeci mentalmente por esses salões dos testes não serem também inundados de água como o da entrada e todo o exterior do castelo. Comecei a contar nos dedos quantos Poderes já havia enfrentado e raciocinei sobre quais enfrentaria agora.

Bem, os outros Poderes decoraram os salões com as cores que os representavam. Este aqui é azul e branco, mas... branco é a cor da Luz e eu já a enfrentei. Será que apenas um Poder irá me desafiar dessa vez? Azul. Água.

— Seja bem-vinda ao último desafio, Alessia. — A voz não passava de um sussurro, tinha um tom suave de conselheiro. Virei minha cabeça para todos os lados, mas não vi qualquer manifestação em nenhum dos cantos. Quem falava comigo?

— Ahn. Obrigada, mas... quem é você e como sabe meu nome?

— Acho que já me conhece, sou o Poder que seu namorado controla. Sou o Vento. — Pensei ter ouvido algo como um riso leve. — Por isso não consegue me ver. Não estou deixando que veja, pois estou parado no momento.

— Ah. Entendi. Eu tenho que enfrentar só você?

— Não. Não será preciso me enfrentar.

— Está dizendo que simplesmente vai me deixar passar? — Tinha certeza de que encarava o nada de queixo caído.

— Infelizmente, não posso. O outro Poder que rege este local quer desafiá-la. É um Poder bem difícil de domar e não gosta nem que mencione que um de seus amigos pode controlá-lo.

— Difícil de domar... temperamental? Seria a Água? — E ri de leve.

— Exatamente! — Outra voz ganhou o recinto e me fez estremecer. Parecia que cada centímetro do lugar era ocupado por ela. — Você terá que me enfrentar se quiser se tornar definitivamente uma criatura mágica e ser capaz de retirar a Pedra do Poder de seu santuário.

— Vocês... então, esses testes todos são para... — meu coração estava disparado e sentia um leve tremor em minhas mãos.

— Sim, esses testes são para decidir se você está apta a ser uma criatura como as que vivem nestes reinos. E digamos, como bônus, você também provará se é capaz de segurar a Pedra sem ser controlada por ela.

— E se por acaso falhar? — Tentei fazer com que minha voz soasse firme.

— Você morre da mesma maneira que sua amiga humana. Carla, não é? — A voz desse Poder me fazia lembrar a voz terna de uma mãe acalmando seu filho, embora estivesse, na verdade, tentando me assustar.

— Sim... — tentei disfarçar o medo que se apoderava de mim.

Não foi tão difícil fazer isso, já que a menção ao nome de Carla havia feito meu coração se apertar e lágrimas brotarem nos cantos dos meus olhos. Respirei fundo algumas vezes antes de prosseguir e perguntar qual seria o desafio.

— Então, pode me dizer agora o que terei que fazer? E o que o Vento fará? Assistir? — Olhei ao redor, a Água também não era visível dentro do salão, mas, lá fora, via pelas janelas que o oceano estava agitado.

— O Vento tentará auxiliá-la... — percebi certo tom de desprezo em sua voz. — Não quis me fundir a ele e por isso mudou de lado. Além do mais, seu namoradinho vampiro pediu para que te ajudasse mesmo aqui embaixo. Doou grande quantidade de energia e também prometeu tratá-lo um pouco melhor daqui pra frente.

— Ethan? — Senti meu rosto corar ao entender que o chamavam de meu namorado. — Ele pediu ao Vento para me proteger? E disse que seria agradável com o Poder se o fizesse? — Tive vontade de rir.

— Exatamente. Agora vamos ao seu desafio.

Comecei a entrar em pânico quando as janelas do salão trincaram e estouraram em seguida, deixando a água lá de fora entrar em grandes ondas. Não pensei que morreria afogada...

— Alessia, não se preocupe. Vou ajudá-la a respirar embaixo d'água e sua cauda de sereia será bem útil nesta primeira parte. — O Vento ainda estava presente, embora o salão já estivesse quase todo preenchido pela água.

— Minha... cauda? — Esforçava-me em manter meu corpo na superfície, mas logo não haveria mais espaço para isso. — Não... dá.

— Sim, dá. Ela aparece novamente em contato com a água. Não se preocupe e mergulhe. Acho que nem precisarei ajudá-la a respirar já que suas guelras falsas também tornarão a aparecer.

— Ah. É verdade. — E mergulhei de uma vez. Agora sem medo de me afogar.

Pedacinhos de vidro das janelas flutuavam ao meu redor, cortando minha pele vez ou outra. Alguns peixinhos curiosos também entravam, mas saíam depressa, como se pressentissem o que estava para acontecer.

— Está preparada para me enfrentar em meu estado líquido? — A Água soava agora como se nada no mundo fosse capaz de vencê-la e não pude evitar sentir um leve tremor.

— Pode falar normalmente, estou fazendo com que suas palavras sejam transportadas até ela em pequenas bolhas de ar. — O Vento sussurrou em meu ouvido e no mesmo instante senti como se um vácuo de ar envolvesse meu rosto.

— Estou preparada, mas o teste ainda não ficou muito claro para mim. Poderia explicar melhor?

— Você terá que me derrotar nos meus três estados: sólido, líquido e gasoso. Como líquido, o desafio é que encontre as três conchas especiais que farão com que a água do salão escorra novamente para fora. Dessa forma, você não morrerá afogada, mas terá apenas dez minutos....

— Não vou morrer afogada! Eu posso respirar.

— Não poderá mais se eu não permitir. — A voz da Água era arrogante e irritada, talvez porque tivesse sido interrompida antes de concluir sua explicação. — E, já que esse idiota do Vento decidiu ajudá-la, vou dificultar ainda mais: você não terá sua cauda. — Achei melhor não comentar nada sobre isso ser injusto. Afinal, não me pareceu muito amigável.

— Certo. E os outros estados? O que serão os outros testes? — Percebi que o ar ao meu redor estava inquieto, não parecia muito feliz com os termos do acordo.

— Quando for vapor, você terá que andar entre minha névoa úmida para encontrar dois objetos especiais que a ajudarão a enfrentar meu último estado. No teste final, em meu estado sólido, você enfrentará um dragão de gelo e terá que vencê-lo para passar pelo portal.

— Um dragão? — Encarei todo o salão ao meu redor, sem saber onde a água estaria exatamente. Talvez estivesse mesmo em todo o lugar. — Vocês gostam muito de dragões, hein?

— São criaturas poderosas. E épicas. — O orgulho em seu tom de voz era perceptível. — Mas posso me transformar em qualquer animal que quiser. Talvez não seja exatamente um dragão o que você vai enfrentar... talvez eu mude.

— Certo, certo. Já entendi seu jogo. Vamos começar. — Tentei encerrar de uma vez por todas o discurso orgulhoso do Poder.

A água indicou que o teste havia começado, mas saberia de qualquer forma. Minha cauda sumiu de repente outra vez e comecei a me sentir sufocada, até que o Vento se utilizou de si mesmo para me fazer respirar de novo.

Dez Minutos.

Comecei a vasculhar o salão. Cada pilastra, cada centímetro do chão e do teto. Olhei tudo, mas não encontrei nada. E agora?

Oito minutos.

Oito? Nadei tão rápido assim que vasculhei tudo em dois minutos? Isso não era possível, nem nadar sabia direito. A voz do Vento sussurrou que estava me ajudando a nadar mais rápido e que havia também apurado todos os meus sentidos. Agradeci mentalmente e prossegui com o trabalho.

Segui para as janelas e após dez delas, finalmente encontrei uma das conchas, que estava pendurada logo acima da moldura dourada que a envolvia. Retirei-a e pendurei no pescoço como um colar. A água ao meu redor fez um som muito parecido com um tom irritado e senti-me motivada a continuar.

Sete minutos.

"Vento, não sei mais onde procurar. Já olhei o salão todo e não encontrei nada!"

"Existem passagens secretas por aqui, Alessia."

"E podem estar lá?"

"Talvez..."

Nadei outra vez ao redor do salão, dessa vez, procurando pelas tais passagens secretas. Notei que um dos lindos pisos estava um pouco mais elevado que os demais.

Segui até ele e fiz força para levantar a pedra pesada. Surpreendi-me quando consegui movê-la, mas o que havia ali não era uma passagem secreta e sim outra das conchas!

Seis Minutos.

Contornei novamente todas as paredes, mas nada havia nelas, nenhum sinal de passagens escondidas. O chão também estava limpo e o teto idem. Passei a contornar as pilastras mais uma vez e, na última delas, quando passei minhas mãos sobre sua superfície, uma portinha se revelou.

Agachei-me para passar por ela e me surpreendi ao notar o pequeno quarto inexistente no salão, mas bem aparente através da porta na pilastra. Magia, com certeza.

Quatro minutos.

Naquele quartinho havia muitas arcas, como se fossem tesouros abandonados ali por piratas, e nas paredes estavam as chaves que abriam essas arcas. Eram tantas! Não teria tempo para abrir todas elas!

"Pense, Alessia. Onde a água esconderia sua concha"?

Respirei fundo e passei a nadar em torno das arcas. Notei que cada uma possuía uma pintura diferente e apenas três delas eram em tons de azul e verde, como o mar. Bem, talvez seja uma dessas três....

Três minutos.

Que chave abrirá cada uma dessas arcas? Bem, se o Vento me pediu para pensar na personalidade da Água para escolher uma arca, talvez tenha que fazer o mesmo para escolher a chave... e a arca que se abrir será a correta.

Dois minutos.

Meu coração batia forte no peito enquanto analisava as chaves douradas. Dessa vez não havia qualquer diferença de cor. Eram todas douradas! O que haveria para diferenciá-las, então?

"Veja os desenhos em suas hastes, Alessia."

Obedeci a ordem do vento e passei a analisar as hastes de cada uma das chaves. Algumas tinham animais e plantas talhados no próprio metal. Outras, possuíam labaredas e desenhos de fogueiras. Havia também desenhos de monstros obscuros, de lâmpadas brilhantes, de varinhas mágicas e chapéus de bruxo, de redemoinhos e rajadas de vento.

Mas apenas três delas com símbolos que me lembravam a água. Um peixinho, uma ostra e uma gota de chuva. Qual das três? Não haveria tempo para testar as combinações!

"Acalme-se, menina, e pense. Pense bem. Há um desses três símbolos que é especialmente diferente dos outros, de alguma forma..."

Um minuto.

Diferente? Mas qual deles pode ser difere... Ah, minha nossa! É tão óbvio! A ostra! A ostra é uma concha e quase sempre guarda dentro de si uma pérola, que é um grande tesouro! Só pode ser essa! A simbologia é bem clara!

Agarrei a chave, contando os segundos na minha cabeça. Testei-a na primeira arca, que era verde-água e branca, não abriu. Fui para a segunda, azul-claro e branca, também não abriu. Nadei depressa até a terceira e....

— Ah! Finalmente! — Suspirei aliviada e segurei a concha no último segundo.

O movimento da água no salão lá fora começou a ficar estranho e, de repente, toda a água virou vapor. Meus pés descalços tocaram o chão e caminhei para fora do quartinho. As três conchas ainda estavam no meu pescoço e sentia que meu corpo havia mudado de alguma forma, mas não sabia definir como.

— E agora?

"Lembra-se dos dois objetos que teria que encontrar no vapor? Pois bem, são eles que terá que encontrar agora". O Vento sussurrou tão calmo e suave que imediatamente deixei-me relaxar um pouco também.

"Terá contagem regressiva dessa vez?"

"Acredito que não."

"Então, qual é a pegadinha?"

"Acho que seu desafio dessa vez é não utilizar a visão para encontrar o que precisa."

"Faz sentido..."

Ainda que não pudesse ver absolutamente nada além de vapor, mantive meus olhos bem abertos por via das dúvidas. Comecei a caminhar pelo salão tentando identificar sons e odores, mas estava tudo aparentemente silencioso e o único cheiro que conseguia sentir era o da água fresca em seu estado gasoso. Estou andando nas nuvens....

Algum tempo depois, um som alcançou meus ouvidos. Apurei a audição e fechei os olhos para me concentrar. Era o som de metais colidindo. Seria um dos objetos ou algum tipo de perigo? Decidi seguir na direção do som. Afinal, era isso ou continuar vagando pela neblina.

A neblina começou a se dissipar conforme me aproximava do som e cada vez mais tinha certeza de que era mesmo o som de um metal batendo em outro.

Finalmente alcancei-o e vi dois peixe-espada lutando um contra o outro como se estivessem em um torneio de esgrima. Ambos eram acinzentados, embora um fosse mais puxado para cinza-chumbo e o outro mais para cinza-claro.

— Ahn. Olá? — Limpei a garganta antes de tentar fazer contato com as criaturas e me preparei imediatamente para ser atacada, mas não foi isso que fizeram.

"Olá, apreciando nosso espetáculo?" Esse foi o Cinza-chumbo e seu tom pareceu-me amigável.

"Que tipo de criatura é você? Parece metade peixe, mas e o resto?" Cinza-claro observava minhas pernas com uma expressão que me pareceu intrigada, o tom de voz desse outro era mais hostil.

— Não sou uma sereia. Sou humana... Humana-Híbrida, na verdade. Vocês poderiam me ajudar? Estou procurando dois objetos especiais.

"É claro que sim. Que objetos?" Cinza-chumbo se aproximou de mim e notei que só a parte pontuda, considerada como uma espada, era do tamanho do meu braço.

"É claro que não, a menos que me vença num torneio de espadas." Cinza-claro ainda me observava de longe.

— Sinto muito, mas não tenho uma espada.

"Não seja por isso. Cinza-chumbo pode ser sua espada, nós dois podemos nos transformar em uma." Quando Cinza-claro disse isso imaginei que a tal "transformação" seria apenas segurá-los pelo corpo para utilizar a parte pontuda como espada, mas não era bem isso.

Cinza-chumbo concordou em ser minha "espada" e no mesmo instante seu corpo se tornou sólido, gélido e pesado como metal. Seu comprimento diminuiu um pouco para se adequar ao meu tamanho e ele caiu aos meus pés, inanimado. Prendi a respiração.

— Ele está... morto? — Arregalei os olhos ao fitar o peixe caído. Aliás, como nadavam ali no meio do vapor? Com certeza era algum truque de mágica da água.

"Não estou. Só que apenas você pode me manusear agora. Vamos, pegue-me logo. Tire-me desse chão gelado." Agachei e segurei Cinza-chumbo nas mãos. Testei seu peso e notei que não era tão pesado assim.

— Tudo bem, e agora?

"Ataque meu irmão!" Cinza-chumbo disse como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Não precisei atacar, o irmão dele passou a investir e tentar me transformar numa peneira no mesmo instante em que me posicionei.

— Vá com calma! Não sou profissional ainda! — No segundo em que disse isso, senti uma vertigem tomar conta do meu corpo e de alguma forma sabia que minha Lembrança Guerreira começara a agir para salvar nossas vidas.

A vertigem mal havia passado direito quando consegui tomar conta de mim outra vez e abri os olhos. Não me lembrava de ter tido que fechar os olhos da outra vez. Talvez minha Lembrança soubesse que não queria ver a espada de um irmão perfurando o peito do outro. E foi exatamente o que aconteceu. — E-Eu... eu sinto muito. Não queria que... eu não....

"Fique calma. Sabíamos que um de nós morreria em algum momento. Decidi seguir meu coração e ajudá-la, mas poderia ser eu ali estirado com o olhar vidrado." O peixe ainda estava na forma de uma espada e não parecia haver qualquer tristeza ou remorso em sua vozinha. "Serei sua espada no próximo teste agora e depois você poderá escolher se me deixará livre ou se me levará com você. Meu irmão escolheu não confiar em você, mas eu confio. Nós selamos nossos próprios destinos."

— Posso te libertar se vencermos o outro teste, mas ainda tenho que encontrar mais um objeto no meio desse vapor todo.

"Ah, posso te dar uma dica. Use seu olfato. Sentirá o cheiro dele e é um odor bem agradável".

— Certo. Obrigada.

Segurei o peixe-espada mais firme e passei a caminhar de olhos fechados, sentindo apenas os odores que nos rodeavam. Água fresca, água salgada, cheiro de decomposição em algum lugar, cheiro de peixe e o cheiro agradável de maresia. Seria esse o cheiro que deveria seguir?

Não sabia se era o que tinha que fazer, mas foi o que fiz. Ao que parecia, agora o salão havia ganhado alguns objetos, pois quando gritava minha voz não ecoava como havia feito antes. Segui o odor de maresia até uma enorme ostra e observei-a de perto quando a neblina se dissipou. Era a maior ostra que já havia visto. Era do tamanho de um carro!

— O que tenho que fazer? — Sussurrei com medo de acordar o bicho que vivia ali dentro, se é que havia algum.

"Acorde-a gentilmente e em troca dessas três conchas em seu pescoço, te dará o segundo objeto." Era a voz do Vento dessa vez e senti quando um ar fresco me envolveu. Como se acorda uma ostra?

Usei o peixe-espada para fazer cócegas nela, mas isso não adiantou. Tentei abri-la com minhas mãos e isso também não funcionou. Finalmente, resolvi acariciá-la como minha mãe fazia para me acordar, e, para minha surpresa, ela abriu.

As bordas abriram como uma boca gigante e algo me dizia que teria que entrar dentro dela para fazer a troca das três conchas pelo objeto de que precisava. Pisei com cuidado em sua superfície interior, que era gosmenta e gelatinosa. Continuei até encontrar um enorme escudo feito do que me pareceu diamante. Mas ostras não produzem pérolas? Ah, claro. Magia, com certeza.

Tirei as conchas do pescoço e troquei suas posições com as do escudo. Percebi que a bocarra da ostra começava a se fechar e mergulhei para fora dela antes que me trancasse ali dentro.

— Ufa! Essa foi por pouco. — Meu coração batia disparado.

O peixe e o escudo haviam caído ao meu lado. Estiquei-me para pegá-los e assim que fiz isso, o vapor começou a se dirigir para a extremidade norte do salão, em frente a uma porta de gelo que provavelmente era por onde teria que passar após vencer o terceiro teste.

Levantei-me e ouvi a vozinha do peixe me contar que havia devolvido à ostra as três pérolas que havia perdido dentro daquelas três conchas, que reparei serem, na verdade, pequenas ostras. O vapor começava a sofrer sublimação e se tornava sólido, assumindo uma forma conhecida....

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