Capitulo 7
EMMA JOHNSON
Nesse momento, na minha frente eu tinha dois pares de olhos olhando-me assustados. Eu sei, Logan e Isabelle devem estar pensando o pior de mim e eu não irei julga-los, mas quem dera eu estivesse maluca ou fora de mim.
Mas infelizmente eu estava muito lúcida.
— Emma, querida — Logan me olhou piedoso — Não faz sentido isso que está falando, Ethan era louco, mas não a esse ponto.
— Ele seria sim — Isabelle comentou e eu sorri sabendo da parceira que eu tinha ao meu lado.
– Quieta, Isabelle — Logan a repreendeu.
— Ele seria, Logan — falei por fim — Assim como ele foi capaz de forjar a própria morte e espero do fundo do coração que vocês não estejam sabendo disso, não irei suportar que todo mundo sabia, menos eu.
— Não, claro que não — Logan disse apavorado — Eu não faço ideia do que levaria Ethan a cometer uma loucura dessa, mas se realmente isso é verdade, a coisa está muito, mas muito feia.
— Não o defenda, Logan, por favor — falei sem forças para discutir — Ele teve a coragem de cometer uma loucura assim e nem se quer me consultou.
— Eu não sei onde eu estava com a cabeça para convidá-lo para ser o padrinho da minha filha — Isabelle disse com as mãos no rosto e eu quis rir dessa maluca.
— Isabelle, pelo o amor de Deus!
De repente ouvimos barulhos muito altos do lado de fora e eu arregalei meus olhos. Eu sabia que ele iria conseguir me localizar por conta do meu celular. Levantei, peguei meu aparelho e joguei no chão, pisando muito forte encima dele fazendo-o ficar em caquinhos.
— Onde eu posso me esconder? — falei desesperada.
— Caralho, eu estou confuso demais — Logan disse nervoso.
— Vai lá pra cima, daqui da sala ele não passa — Isabelle disse — Ele nos deve uma boa explicação dessa loucura toda.
Subi as escadas na maior velocidade que consegui, pois se tem uma coisa que eu não precisava agora, era dar de cara com Ethan Mitchell querendo me explicar seu plano diabólico.
Entrei na primeira porta que achei e sem pensar duas vezes, me tranquei lá entro. Encostei minha cabeça no batente da porta e tentei respirar o mais normal possível.
Merda!
Quando meu coração estava querendo acalmar os batimentos, percebo que o cômodo que eu estava, parecia um pouco escuro e somente estava iluminado uma parte dele com um abajur pequeno.
Virei-me devagar e aos poucos eu via um quarto muito mais muito rosa, cheio de bichos de pelúcia e da mesma forma que eu ia virando-me, esse quarto só poderia ser de...
— Oi!
Dei um pulo para trás de susto com a mão na boca tentando evitar gritar, e fui em direção a voz doce e pequena, então pude ver uma menininha pequena que usava um pijama de unicórnio. E por que sei disso? Por que ela usava a toca que havia um chifre colorido em cima da sua cabeça.
Eu quase sorri vendo a cena pois a menininha me olhava de pé, segurando-se no berço com um sorriso super meigo.
— Oi, pequena — falei sussurrado — É... me desculpe entrar no seu quarto assim.
— O meu nome é Laura, e o seu? — fui me aproximando devagar e eu estava apaixonada pelos olhos azuis dessa boneca.
— O meu nome é Emma.
— Eu tenho uma boneca chamada Emma, e ela é muito parecida com você — ela disse abaixando para pegar a boneca feita de pano e por incrível que pareça, a boneca tinha cabelos escuros e olhos verdes — Olha!
— Ah, mas a sua boneca é muito mais bonita que eu, Laura.
— Você é amiga da minha mamãe e do meu papai?
— Sou sim – Deus eu tinha que inventar uma desculpa para ter um invadido o seu quarto — Você estava dormindo?
— Quase — ela sorriu e eu quero ser mãe, pelo o amor de Deus — Ouvi um barulho na porta do meu quartinho e aí eu acordei.
— Oh, meu Deus, acho que sua mamãe vai me matar por tê-la acordado, pois ela havia me pedido para verificar se estava dormindo — Deus não me castigue por mentir para uma criança de... — Qual a sua idade, Laura?
— Eu tenho assim — mostrou os quatro dedinhos me indicando que tinha quatro anos e eu estou pasma com a inteligência e dicção dessa menina.
— Você já é uma moça!
— Eu sou sim! — e sorriu pra mim mais uma vez.
— Agora, quem sabe você volta a dormir, sim?
Ela concordou com a cabeça, pegando a boneca mais uma vez, se aconchegou na caminha e em um passe de mágica, ela fechou os olhinhos.
Eu fiquei a contemplando a beleza daquela criança e aquilo foi a melhor coisa que aconteceu desde a morte falsa de Ethan, desde todo o meu sofrimento banal.
Agora me pergunto, e a família que eu estava pretendendo construir? Ethan não seria meu marido e eu não teria filhos com ele. Pelo menos esses não eram os meus planos de imediato, estou com muita raiva dele e quero que ele exploda!
Percebi que a menina voltou a dormir rapidamente, sai de fininho do quarto e fui em busca de alguma fuga. Lá de baixo eu ouvia os gritos do homem mais exagerado e dramático que eu já conheci na vida e eu sabia que seria questão de minutos para ele invadir o andar de cima e vir atrás de mim.
Entrei em uma outra porta, e pelo o que vi era o quarto de Isabelle e Logan, e logo avistei uma sacada e não pensei duas vezes em sair por ela. A casa não era muito alta e havia uma espécie de escada decorada com flores em volta, desci e quando ia tocar o chão, meu pé torceu e eu caí de bunda no chão.
Ótimo!
Era tudo o que eu mais precisava no momento, minha bunda toda suja! Sai correndo e pulei o portão da casa a fim de fugir de mais uma confusão. Não era a coisa mais adulta de se fazer no momento, mas eu não tinha saco e nem cabeça pra lidar com Ethan agora.
São caminhando às pressas, eu só precisava chegar em algum lugar que ele não me encontrasse tão cedo, sendo que logo isso iria acontecer. Estava frio, mas a chuva havia parado para a minha sorte.
Notei que estava próxima ao condomínio onde ele havia me dado de presente um apartamento, então caminhei apressadamente para lá, e com o passar do caminho, eu já notava as movimentações agitadas pela cidade.
Isso era meio óbvio que aconteceria, até porque com certeza já teve ter notícias de todas as partes da falsa morte de Ethan e o quanto isso estava repercutindo.
Cheguei ao prédio e logo o porteiro simpático me reconheceu na hora, pois abriu um sorriso assim que me viu.
— Boa noite senhorita Emma, precisa de ajuda?
— Sim Jason, por gentileza, me consegue a chave do meu apartamento? Eu acabei perdendo a minha na minha bolsa e não tive tempo de fazer uma cópia.
Eu teria que mentir, ou não conseguiria entrar, e esse modo seria proibido de entrar, mas pelo o olhar que Jason está me lançando agora, não duvidaria que ele faria esse favor a mim.
— A senhorita vai me colocar em problemas — disse lanhando os lábios.
— Olha — cheguei um pouco mais próximo dele que logo trancou a respiração — Me ajude nessa? Prometo que guardarei seu segredo comigo a sete chaves.
— Está bem — Disse ele rendido — Mas antes, me concede a honra de ter o seu telefone? — um fofo, porém suicida.
— Eu até daria a você, se eu tivesse um. Acabei de fazer o meu em pedaços, mas vamos fazer o seguinte — Tirei a chave de sua mão com delicadeza sem cortar o nossos olhares — Assim que comprar um novo, primeira coisa que farei é te dar meu número novo, combinado?
Nossa senhora dos mafiosos loucos e possessivos, que Ethan, que agora está vivíssimo da Silva, jamais saiba ou descubra isso para o bem desse pobre garoto, que além de bonito é um fofo. Amém!
— Irei cobrar!
Pisquei, e sai em direção ao prédio. Corri o mais depressa, precisava de um banho e colocar minha cabeça confusa no lugar. Ah, e eu precisava chorar também, não posso em esquecer de chorar.
Cheguei ao prédio, entrei no apartamento fechando a porta com tudo atrás de mim, me escorando nela, permitindo que meus demônios tomassem conta de mim. Foi como se meu cérebro entendesse o recado e foi assim que meus olhos se encheram de lágrimas.
Abri os olhos e todos os pelos do meu corpo se arrepiaram por completo, minhas narinas foram tomadas por um perfume maravilhoso que eu sabia de quem era e meu coração bateu forte.
Não tinha mais escapatória, eu não tinha e jamais teria um minuto de paz com ele vivo!
Respirei fundo, dei o comando para meu cérebro e coração traidor para que eu parasse de chorar e com muita dificuldade, soltei as palavras que estavam no fundo da minha garganta.
— O que você quer, Ethan?
Você não está entendendo nada, não é? Pois bem, o desgraçado gostoso de uma figa estava sentado com toda sua glória, totalmente vivo, na poltrona da frente, girando um canivete muito afiado entre seus dedos, me lançando um olhar furioso, assombroso e eu pela primeira vez, tive medo daquele olhar.
Pela primeira vez eu temi pela minha vida, pois o jeito que ele estava me olhando, ele seria capaz de me matar, aqui e agora.
— Boa noite minha coisa linda. O que eu quero é conversar com você, mas antes você vai aprender de uma vez por todas duas coisas. Primeiro: a nunca mais fugir de mim e que essa sua atitude ridícula, vai te trazer consequências terríveis e segundo: você me pertence e essa noite, farei com que entre nessa sua cabeça atordoada a força de uma vez por todas, ou eu não me chamo Ethan Mitchell.
Minha respiração ficou descompassada e meu coração parece que iria saltar pela boca quando ele se levantou lentamente, e em questão de segundos eu vi a minha vida toda passar diante dos meus olhos quando ele lançou um sorriso diabólico na minha direção, caminhado em passos lentos, girando aquele canivete com maestria. E com aquele sorriso macabro, ele me diz as seguintes palavras vindo na minha direção;
— Hora do caos!
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