Capítulo 17
Faltavam algumas horas para o encontro de casais, eu estava terminando de me arrumar pois teria que estar na igreja duas horas antes do evento começar, seria uma das pessoas responsáveis por recepcionar os casais e depois ajudar a servir as mesas no jantar. Luna aquela hora já estava lá, ela amava cozinhar, então se prontificou em auxiliar na cozinha.
Mamãe e Papai haviam saído juntos, avisaram que iriam direto para o encontro de casais depois, era um dia dos pombinhos! Ahh o Sr. Ulisses e a Dona Suzana eram um casal admirável!!! Edu terminava de se arrumar em seu quarto e já havia perguntado mais de duas vezes minha opinião sobre gravatas, ele queria estar muito bem apresentável para Marinês.
Eu terminava de passar o batom quando a campainha tocou, passei pelo corredor gritando:
- Eu atendo!
- Beleza - Edu gritou ainda do quarto.
Quando abri a porta me surpreendi em ver quem era, Anderson estava com um dos braços e a testa repousados no portão, apenas os olhos focados em minha direção, ele não parecia nada bem.
- Puxa, você está linda! - caminhei até o portão para abri-lo observando o rapaz - Desculpe, estragar sua noite.
- Você não está estragando… o que aconteceu!? - assim que Anderson se aproximou senti o hálito alcoólico dele.- Você está bêbado!?
- Ah eu fiz tudo errado hoje, Agatha! - a voz estava mais arrastada que o normal - Você não entenderia… sendo um anjo. - Anderson tocou meu rosto e por um momento achei que ele me beijaria.
- Pare com isso, sabe que sou tão falha quanto você - afastei-me chegando à rua, observando Anderson pelas costas- Como posso te ajudar!?
- Eu não sei… só fica aqui comigo - Anderson virou-se para mim e andou para aproximar-se novamente. Em seus olhos havia uma espécie de neblina, não conseguia decifrá-lo.
- Eu estou aqui! - falei concentrada nos olhos dele - Mas, você precisa de um bom banho quente e de sua cama! Amanhã você estará melhor!
- Naaão, não. Eu preciso ficar aqui… com você! - Anderson segurou meu rosto com as duas mãos, forçando-me a erguer a cabeça. - Agatha, não me faça ir embora.
- Você não está pensando direito… - desviei o rosto dele quando percebi a estranha aproximação novamente - Você veio dirigindo!? - vi o carro preto mal estacionado duas casas à frente.
- Eu nunca penso direito… - ele sorriu de um modo triste - Vem comigo! - ele me puxou em direção ao carro, nesse momento senti um frio percorrer minha espinha.
- Não, é melhor você telefonar para algum amigo! - parei, mas continuei sendo puxada por ele - Solta a minha mão, por favor!
- Eu não vou te machucar… - Anderson me puxou pela cintura dessa vez.
- Já falei para me soltar! - alterei o tom de voz tentando escapar das mãos fortes de Anderson.
- Agatha, eu só preciso de sua companhia. - Ele disse pacientemente, mas estando ele bêbado, eu não conseguia confiar naquelas palavras.
- Solta ela! - Edu apareceu na rua atrás de nós - Você é surdo!?
- Não se intromete! - Anderson respondeu demonstrando um pouco de irritação na voz - Agatha, só vamos...
- Vai soltar sim! - Em passos largos Edu diminuiu a distância entre nós e quando tocou o braço de Anderson foi golpeado com um soco certeiro no rosto.
- Ahhh Edu! - gritei e me aproximei dele, Edu estava no chão com a mão no rosto - Ele é meu irmão!
- Seu ir… que droga! - Anderson soltou e depois desferiu um soco no carro, cacos de vidros se espalharam em nossa volta, alguns vizinhos começaram a aparecer em seus portões, virei-me para observar o rapaz que se distanciava correndo pela rua com sangue escorrendo de uma das mãos.
- Anderson! - gritei ficando em pé, mas ele parecia não me ouvir, ou não queria. Fitei meu irmão gemendo de dor ainda no asfalto, não podia abandoná-lo ali e também não podia ir atrás do Anderson sozinha, não com ele alterado daquela forma.
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