CAPÍTULO UM

PARTE UM:
B R U N A

Você já parou para pensar como o tempo passa ligeiramente? —Justamente quando estamos nos acostumando com aquela vida confortável. — a vida vem com uma rajada e nos dá novamente uma rasteira.

Hoje completava cinco meses. Cinco meses de aventuras que eu jamais imaginaria viver. Minha vida tinha tomado um rumo completamente diferente do que eu jamais imaginaria.

Acordei naquela manhã mais cedo que o normal, com meu corpo ainda deitado observei a fresta de sol que adentrava pelo pequeno espaço que a cortina não conseguia cobrir. Pensava no completo nada.

Despertei dos meus pensamentos com os gritos da minha mãe, sempre ela. Está muito bom para parecer verdade.

— Mãe, daqui a 20 minutos eu desço. — disparei, sem paciência.

Corri apressadamente para o banheiro, tomei um rápido e morno banho. Cerca de uns 25 minutos depois eu conclui toda a minha higiene.

Depois fui procurar uma roupa em meu closet, após alguns minutos daquela dúvida cruel, decidir usar a calça preta que eu tanto gostava com uma  camisa estilo cigana, era estampada com flores. Não sei bem quais eram. Azul, amarelo e branco eram as cores que predominavam.

Por fim, calcei uma sapatilha preta. Antes de partir para a escola voltei às pressas e peguei  minha tiara headband e a coloquei, a amava por ser parecida com as que Manu Gavassi usava. Depois disso peguei minha bolsa e corri pelas escadas apressadamente.

Ao me direcionar para a cozinha notei que o relógio já indicava que era seis horas e quarenta minutos, faltava apenas 5  minutos para o ônibus escolar passar. Corri até a mesa peguei meu lanche e joguei dentro da bolsa e sai às pressas. Ao sair já notei Ckik me esperando em frente do cercado da minha casa.

— Amiga, que saudades! — corri eufórica e lhe despejei um caloroso abraço.

— Isso que dá passar um final de semana sem me ver. — falou com um tom engraçado.

— Como você é exibida. — disse, lhe dando um murro de leve no ombro.

Ao chegar na parada, meus olhos foram de encontro a ele. Não sabia porque mas eu queria vê-lo, como algo imperceptível meu coração fervia por encontrar mais uma vez com ele.

O tempo parava, e uma multidão de borboletas tomava conta da minha barriga, um sentimento intenso e puro ao mesmo tempo.

Meus pés paralisaram, não conseguia me movimentar, meus olhos foram ao seu encontro, assustei me ao perceber que nossos olhos se cruzaram.

Fiquei ali, admirando aqueles olhos exorbitantes, tentava imaginar o que aqueles olhos queriam me revelar, o que ao certo  aquele ser realmente era, por trás daquela aparência fechada e calada. Não sei quantidade de tempo que ficamos ali nos olhando, apenas senti durar horas.

— Bruna, Bruna você está aqui? — ouvi a voz de Ckik, me despertar dos meus devaneios. Por um momento eu pensava estar em um mundo só meu e dele, até que vem a idiota da minha amiga e estraga aquele momento mágico.

— O que você quer? Sua estraga prazeres. — proferi, lançando expressão emburrada.

— Se você ainda não percebeu, o ônibus já está parado a nossa frente. — falou, revirando os olhos.

Subimos no ônibus e fomos em direção a escola, mais uma semana naquele inferno. Espero que tenha alguma novidade.

[...]

Chegando na escola observei a imensidão de cartazes que estavam expostos no imenso corredor, aonde ficam os nossos armários. Todos querendo passar a mesma mensagem, anunciando a "Primeira Festa Junina Da Escola".

O sinal tocou, fui em direção a minha sala aonde teria a aula de Matemática nos dois primeiros horários.

Cerca de 10 minutos para a aula acabar, observei o presidente do Grêmio estudantil passar pela porta ao lado do diretor.

Se posicionaram de modo que todos conseguissem os enxergar perfeitamente, analisei o professor fazer um sinal solicitando silêncio da turma para então o diretor começar a falar.

— Olá turma do 2A, como vocês sabem nossa escola realizará a primeira festa junina, sendo assim realizaremos como é de costume ter nessa festa, a Quadrilha Junina. — observei com bastante destreza o suor escorrer pela sua testa e descer até o seu pescoço, e passar por todas as suas dobrinhas visíveis. Percebi que sua barriga havia aumentado um pouco desde a última vez que o tinha visto. — Junto com a equipe do Grêmio tivemos a ideia de realizarmos separadamente a quadrilha do ensino fundamental e a do ensino médio. Sortearemos então 5 pares.

— Só lembrando que vale 5 pontos para nota do semestre, não ousem deixar de participar. — pronunciou o Presidente do Grêmio, exibindo uma voz autoritária.

Cruzei os dedos, pedindo aos céus para não ser sorteada.

— Bru, imagina você ser sorteada com o Alexis. Eu sempre apoiei esse casal. — ouvi a voz de Ckik falar, o que me fez apresentar uma expressão mais séria.

— Vire essa boca para lá, você sabe muito bem que ele não nota a minha existência. — soltei, sem graça.

— Você acha que eu e as outras mil pessoas, que estavam no ponto de ônibus hoje mais cedo não percebemos a troca de olhares de vocês dois? — me cutucava enquanto disparava as palavras que só me enfurecia mais.

— Meu Deus, ficou tão visível assim? — senti minhas bochechas ficarem rosadas.

— Claro que não, estávamos todos olhando vocês para nada. — a tal demonstrava uma expressão de ironia.

Ouvi a voz do diretor e então resolvi prestar atenção no sorteio. O professor se aproximou do diretor com um baú, que acredito eu, ter o  nome de todos da sala.

— A primeira dupla será Ckik e André. A segunda…

Minha mente naquele determinado instante viajou para um lugar que nem eu mesma posso explicar. Mas vaguei, vaguei sem sentido até ser acordada por Ckik puxando o meu braço.

— Bruna, Bruna. Você escutou? — a ouvi gritar. — você é a quinta dupla, você e o Alexis.

Meu coração gelou, as borboletas tomaram conta de mim novamente, e mesmo sem olhar para o meu lado direito senti o seu olhar para mim, o olhar do meu amado Alexis.

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