CAPÍTULO QUATRO

O grande dia finalmente tinha chegado, o meu dia de brilhar, ou não. Ainda bem quê o diretor liberou todos os alunos que irão fazer parte da apresentação não irem para a escola.

— Bru, Bru, abre logo. — ouvi os gritos exagerados de Ckik lá do meu quarto, tínhamos combinado de ir aqui de casa para o salão, já que minha mãe nos deixaria lá.

Até agora eu não vejo a razão de ir para o salão, já que meu cabelo não ficará a mostra, não posso usar uma maquiagem muito marcante, eu seria uma sem graça, sem sal. O que me matava por um certo lado, pois tudo o que eu queria era chamar a atenção do Alexis, queria que ele me notasse e ficasse boquiaberto e sem ar.

Mas eu sei, não será assim. Ele nunca faz nada, e eu completamente não sei o que fazer quando estou ao seu lado, eu simplesmente perdia qualquer noção do real, minha mente congelava assim como o meu corpo.

— Vamos meninas, se não eu irei me atrasar para o trabalho. — minha mãe, nos chamava enquanto pegava as chaves e a sua bolsa.

— Estamos descendo mamãe. — pegamos os vestidos e descemos às pressas.

Chegando no carro, vi de relance a Ckik tropeçar em um brinquedo do Cock meu cachorro e cair com o rosto no exato local em que ele a pouco tempo havia defecado, foi quando ouvi seus berros exagerados, tudo o que eu conseguir fazer foi gargalhar, minha mãe não aguentou e também soltou algumas risadas secas.

— Meu Deus, que merda Bruna, por que o idiota do seu cachorro tinha que deixar as coisas dele assim? — Cock correu e começou a lamber os pés de Ckik, como um pedido de desculpa.

— Corra e vá tomar um banho Ckik, ficaremos te esperando aqui, agora cuide. — minha mãe soltou, com um tom agoniado.

Após cerca de trinta minutos, isso mesmo ela demorou essa imensidão de tempo para ficar pronta. Ela entrou rapidamente no carro e partimos.

[...]

Cerca de 5 horas de beleza e estávamos prontas. Ckik usava seu fabuloso vestido branco, todo rendado, seu modelo era um típico de princesa, era incrível como o caimento do vestido combinava perfeitamente com o seu belo e esbelto corpo. Era muito cheio e pomposo como todos os vestidos de quadrilha.

Eu usava o típico "paramentos", porém por baixo usava um enchimento, para me deixar mais fofa, o que não era muito difícil (Ignorarem o meu sarcasmo excessivo). Minha cabeça era coberta pelo capuz, dava muito calor, eu coloquei faz dez minutos e já estou querendo tirar. Em volta do pescoço coloquei o limpel, resumindo eu morrerei de calor.

Estavamos prontas e a caminho da escola, como a nossa apresentação era a abertura deveríamos estar lá antes de todos, eu queria que aquele momento passa-se logo, que o mico já acabasse.

Durante o trajeto ouvíamos "Buzzcut Season" da cantora Lorde. Aquela música mexia muito com as minhas emoções. Uma explosão de sentimentos tomou conta fazendo com que eu liberasse um pequena e frágil lágrima.

Finalmente tínhamos chegado na escola, estava ansiosíssima para ver como o Alexis estava. Alexis, só em pensar em seu nome meu coração acelerava como um início de ataque cardíaco.

Estava puxando a Ckik que andava emburrada por sorrir no momento da sua queda.

— Anda, anda logo Ckik. — a chamava apressada.

— Não tem para quê essa pressa. — Falou com um tom enfurecido. — eu sei muito bem por que você está assim, apressadinha.

— Você está completamente errada, o... — naquele exato momento o encontrei, sim o Alexis ele estava parado a pouco metros de mim, mesmo distraídos nós sabíamos que estávamos pertos um do outro, era como um ímã, nossos olhos se cruzaram e automaticamente congelamos, ficamos inertes um encarando o outro. Não se mexiamos, não falávamos uma palavra sequer apenas ficamos se apreciando....

— Vamos pessoal, começaremos em exatamente cinco minutos, vamos nos organizar. — proferiu o professor com um tom autocrata.

[...]

Cansaço, era a única palavra que eu poderia me descrever agora.

— Bru, precisamos ir para a nossa barraca. — me puxava enquanto eu parava algumas vezes para por a mão no joelho, tentando retomar as forças.

Tínhamos ficado na barraca das comidas típicas, aqueles cheiros inigualáveis, pamonha, canjica, milho cozido eu simplesmente adorava tudo aquilo.

— Vamos visitar as outras barracas agora Bru? Deixamos as outras meninas cuidando por enquanto. — pronunciou de forma insistente.

— Tudo bem, e qual barracas iremos primeiro? — falei revirando os olhos.

— Na Barraca do beijo? — Liberou um sorriso malicioso. — não há uma maneira melhor de comemorar o dia dos namorados.

— Não, sem hipótese alguma.

— Vamos sim, senhora Bruna. — pegou meu braço e o puxou de forma autoritária.

Ao chegar lá analisei criteriosamente aquela barraca. Continha vários desenhos de beijinhos, um varal que formava o nome "Barraca Do Beijo".

Ao chegar lá, fomos recebidas por dois meninos que nunca tínhamos vistos antes, eles tipicamente se alegraram por nos ver ali.

— Iai, vocês irão querer um beijo, gatinhas? — um dos meninos falou.

— Sim! — nesse exato momento Ckik se aproximou de um dos meninos e lhe deu um beijo rápido e sem graça.

Quando sem perceber um menino que todos nós conhecíamos muito bem se levantou, chamando a minha atenção. Ele então se aproximou lentamente de mim. Pude sentir nossos rostos se chocarem, sua respiração era ofegante igual a minha. Foi aí que ele passou seus magros braços pela minha cintura me puxando para mais perto do seu corpo, e me beijou, foi lento e suave. Como um delicado príncipe beijando a sua bela dama. Aqueles que fazem você querer mais e mais, algo esplêndido e viciante ao mesmo tempo.

Abri os olhos e o encarei, e foi alí que consegui enxergar a janela da sua alma, nelas existiam um brilho e não existia ódio, ou escuridão como antes. Em seus olhos eu encontrei a paz que eu mais precisava naquele momento.

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