Zepelim
Vem pro meu zepelim
Vem ver toda essa vista!
A sós, enfim sós.
Veja aquelas formiguinhas
Aqui destas nuvens rosas
Esse é meu chão sangrando
Lá embaixo não tem boas lembranças
Coma o que quiser
Deite em colchonete qualquer
Deitada, sentada, de pé
A lei não vai proibir
A gente de ser feliz
Aqui tem todo o chocolate
Toda a padaria de Paris
O calor das Maldivas
Deuses da índia
Cada parte nossa
Vai aonde bem quer
E aqui não tem problema
Ser fragmentado
Só são proibidos problemas
Nesse viajado zepelim!
Nada de Chico Buarque
Seus amigos barraqueiros
Corrupção, clima de enterro
Silêncios constrangedores
Enchente, dízima ou matemática!
Só nós dois
O vasto mundo
O zepelim
A vida.
Então
Aceita esse sacrifício?
Prometo, não será
Que nem o Hindenburg.
A morte é proibida
A guerra mais ainda!
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