Vem o trem

Vem o trem!

Trazendo os ventos da serra

O cheiro de café

O encantamento de estar sentado

Segurando um jornal

Esperando rever seu amor

Em fantasia de folhetim


Vem o trem!

Nos trilhos de bonde

Pendurado sentindo o vento

Os velhos prédios do centro

No calor da manhã

O cheiro de lixo

Suspirando a chegada

Ao trabalho


Vem o trem!

Entre os trilhos elevados

Lotados da catinga da gente

Temerosa por um assalto

Por uma paralisação

Baixam a vista pela rotina:

O trem os deprime


E foi-se o trem.

Morre um conceito

Morre uma fantasia

Morre um mundo

Aos carros!

Viva a liberdade

De enfrentar o trânsito!

O trem se foi, preso

E decaído na velha estação.

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