Três rapazes
Havia naquela casa três rapazes
O homem, o moço, o menino
No terraço de vigas do tempo
De infinito desalento
Carência calorenta nestes Sertões
O homem encarava a tudo mudo,
As barbas roçadas pelo vento
Buscando não se sabe o quê;
A esfera magistral
Verdade fundamental
A velhice, esta que não resolveu.
O moço, ainda em seus cachos novos
Buscava pela moça, suas mãos.
Nadava sobre a noite, ofegando
Em um mar despido de galáxias,
A saudade de um beijo no ar,
Tocar de ombros, o sorriso rosa
Hoje lhe são mera história,
Relembra a memória sádica.
No espaço, sempre sobrava o menino,
Que só tinha o pai para agarrar.
Tremia de frio nas vestes rasgadas
E de medo diante das carrancas talhadas,
Das vilosidades do quintal lá fora.
Nunca saíra. Nunca fora além dos gibis
E queria que sempre fosse assim.
Emprego? Escola? Violência, som das esporas?
Não via graça em viver, vendo aos demais rapazes...
Até ser envolto nas brumas do amor
E para sempre desejou, mesmo em pequenez.
Mal sabia de nada, mas teimava: aguentaria! Era forte.
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