Aqui Sabe o Quê
Movimento de carros e pernas
No entorno do colégio,
Mal o dia nasceu
Em Aqui Sabe o Quê.
Pra entrar, a gente tinha que pronunciar
Direito ao guarda: "Bom dia comandante!",
Não "Bomm día comandantí!"
Assassinavam daí o aluno nordestino.
Então, pelos pátios industriais,
Andar até a sala, conversar sobre secos com amigos
Sem abraçar, palavrões, toques, amor.
Educação que liberta.
Daí, o diretor falava a todos no pátio
Com sua voz áspera cheia de mesóclises
Todavias, conterrâneo, pretéritos mais que perfeitos
E conjugações de vós aqui e acolá.
Se alguém (cunhado imbecil) se distraísse,
Só faltava levar palmatória. Ou chibatada.
Uma pena já ser proibido!
Disso, se seguiam horas de aulas
Todos sentados em silêncio
Posturas militares, mas sem valores
Só ouvidos, boca costurada.
Respondi errado certa vez
Sobre onde ficam os Tigres Asiáticos
— Lá não sei aonde.
Ninguém teve coragem de rir.
A professora esbravejou:
— Seu esquisito! Demos esse assunto ontem!
— Mas não quero ser diplomata. Preciso saber disso?
— Já viu o nome do colégio?!
— Só sei lá não sei aonde.
Não lembro nada dos Tigres.
— Mas aqui é lá não sei aonde Não!
Então trate de aprender
Pois aqui sabe o quê!
Educação que liberta,
Nos leva à obediência.
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