28. La douleur exquise
La douleur exquise: the heart-wrenching pain of wanting the affection of someone unattainable
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O garoto gaguejou, tanto pela surpresa da súbita aparição, quanto pelo tom da voz de Jimin, extremamente irritado.
O funcionário deu um olhar esquisito para Jimin, como que pensando se deveria interferir ali ou não, Jungkook quase podia ouvir as engrenagens de sua cabeça movendo-se. O loiro colocou suas duas mãos sobre os ombros de Jungkook, afastando-o do homem desconhecido e puxando-o para si até que as costas do garoto colidissem contra seu peito. Jungkook soltou um soluço, arregalando os olhos e engolindo em seco ao sentir o calor emanando de Jimin abraçando-o.
— Não é nada, senhor, o jovem aqui tinha deixado o cartão da cabine cair, e eu apenas lhe ajudei, então agora já está tudo acertado. — Jungkook sentiu-se tremer mais uma vez, ele não havia racionalizado o quão grave e profunda era voz do homem, qual era seu nome mesmo? O aperto de Jimin era firme, não o suficiente para que doesse, mas a mensagem ficava bem clara para qualquer um que olhasse, Jungkook pertencia a ele.
— Bem, muito obrigado pela ajuda então, e peço perdão pelo inconveniente dele. Você pode voltar para seu trabalho agora. — Jimin respondeu, dando um sorriso diplomático para o homem. O outro abaixou a cabeça em respeito, fazendo uma reverência, e então virou-se e foi em direção ao vagão da classe econômica.
Jungkook achou que teria um tempo para respirar e digerir a situação, mas Jimin não lhe deu mais nenhum espaço para acalmar seus ânimos, puxando-o de volta imediatamente até seu vagão de pertencimento.
— Jimin, eu... — O garoto tentou.
Mas ele não conseguiu terminar sua frase, pois a primeira coisa que o loiro fez foi enfiá-los dentro de um banheiro ali e trancar a porta, encostando o garoto na parede.
— O que você pensa que estava fazendo??? — Ele praguejou, as orbes douradas quase explodindo, as narinas dilatadas elucidando sua impetuosidade.
— O que eu...? O que VOCÊ pensa que está fazendo me seguindo até aqui? — Jungkook retrucou, sentindo o medo se converter de volta na raiva que vinha cultivando durante todos aqueles dias.
— Você não pode sair por aí fazendo o que bem entende, não vou deixar que você se coloque num risco tão estúpido apenas por um capricho infantil seu! — Jimin esbravejou, e Jungkook grudou mais suas costas contra a parede fria em resposta. Mas mesmo ouvindo as pequenas sirenes vermelhas em sua cabeça se acendendo, ele não se deixou calar.
— Mas que risco?! Eu estava só conversando. Me poupe, Jimin.
— Você não pode ficar falando por aí com qualquer um que te aparecer, é perigoso e você sabe disso! — Jimin comprimiu os lábios numa linha fina, fechando as mãos em punhos.
— Então agora você se importa? Tsc, por que você não me deixa em paz logo, como você disse que iria fazer? Pare de bancar o bonzinho, não combina nada com você. — Jimin rosnou em resposta, as mãos travadas ao lado da cabeça de Jungkook, enjaulando-o sob seu corpo, mas seu temperamento hostil só serviu de combustível para Jungkook — A não ser que você esteja com ciúmes... É isso, não é? — Jungkook deu uma risada incrédula.
— Você acha que isso é algum tipo de brincadeira, Jungkook? Você acha que eu estou me divertindo com isso? Oh, não, querido, não tenha a ideia errada de mim. Se eu tivesse opção, eu garanto que a minha última escolha seria ficar aqui dando uma de babá para um moleque mimado como você. Mas é minha responsabilidade garantir que todos nessa porra de trem saiam vivos e não causem nenhum problema, e sabe por quê? Porque eu sou o Grão-Senhor dos demônios, Jungkook, eu faço as regras para que os outros sigam e o mundo não caia em caos, mas adivinhe quem, aparentemente, anda se esforçando dia e noite para tentar arruinar tudo isso?
— Não jogue sua merda pra cima de mim, Jimin. Você não é meu grão-senhor, nós não somos nada, ou você já se esqueceu do que disse? Mas se eu complico tanto assim sua vida, me mate logo, o que você tem a perder, hein? Acabe com isso de uma vez por todas e então você vai poder voltar para a vida perfeita que você tinha antes de eu aparecer, você não precisa sofrer por causa de mim. — Jungkook ergueu o queixo, expondo mais a pele pálida de seu colo.
Ele tirou as mãos de Jimin da parede, colocando-as em volta de seu pescoço. Jungkook não sabia de onde tirava tanta coragem, ele tremia pela adrenalina, cheio de mágoa, o garoto queria fazê-lo explodir.
Jimin pareceu ficar sem ação por um segundo, ficando hesitante, mas logo então se recompôs, e suas mãos acharam seu caminho no aperto do pescoço de Jungkook.
— Eu sei o que você está fazendo, e não vai funcionar, Jungkook. Você adoraria ver eu me transformar no vilão que você criou na sua cabeça, não é? Mas como todas as bobagens que você diz, nós dois sabemos que tudo isso não passam de palavras vazias, você está tentando provocar uma situação para poder se vingar por eu ter te rejeitado e sentir remorso. — Jimin aumentou o aperto em volta de seu pescoço, e o garoto arquejou.
— Eu não vou cair em nenhum desses seus joguinhos, esqueça, isso só te faz parecer mais ridículo, é quase digno de pena. Eu já disse que não vou mais brincar, então seria bem interessante para todo mundo aqui que você começasse a agir como um menino grandinho, que tal?
O coração de Jungkook estava acelerado, seu sangue fervia, sua mandíbula estava travada, a língua entre os dentes chocados. Jimin esfaqueou seu orgulho, mais uma vez, numa questão de segundos sem nenhum filtro. Ficou claro ali para Jungkook, de novo, que ele estava pouco se fudendo para seus sentimentos ou o que o humano pensava dele, e aquilo só fez a fúria de Jungkook aumentar.
Jimin largou seu pescoço, arrumando sua roupa e olhando-o de cima a baixo em desdém. Mas não, dessa vez Jungkook não o deixaria se safar tão fácil assim, não sem antes fazê-lo pagar o preço e sentir o gosto de seu próprio veneno. Quem ele pensava que era para tratá-lo como se ele não fosse nada?
Jungkook puxou Jimin pela nuca, fazendo seus lábios colidirem com força, não hesitando em puxar sua língua para dentro da boca do demônio no momento em que se encontraram. Aquela sensação familiar preencheu seus sentidos e, por um instante, ele pôde sentir uma paz indescritível em seu interior, mas isso logo mudou quando Jimin reagiu, voltando a prensá-lo contra a parede, as mãos pressionando o torso de Jungkook.
O humano permitiu que suas mãos se aventurassem por baixo da camisa de Jimin, abrindo os botões, sentindo quente ali, arruinando a pele lisa com suas unhas sem dó. Jimin deu um gemido de dor, sentindo seus músculos se contraindo pelo ardor e apertando os olhos, mas simplesmente resolveu devolver na mesma moeda, mordendo o lábio inferior de Jungkook com força. O menor então moveu suas mãos de volta à nuca de Jimin, prendendo os fios loiros entre seus dedos e puxando, deixando claro que ele tampouco se deixaria abater.
Jungkook nunca havia sentido tal nível de ferocidade em si, seus sentidos se misturavam desorganizadamente, ele só conseguia ouvir, cheirar e sentir Jimin. Sua visão era apenas vermelho, ele queria gritar tudo para fora, ao mesmo tempo que implorava que o loiro simplesmente o calasse. Seus sentimentos pareciam ter decidido brigar na boca de seu estômago, ele não conseguia mais dizer o que era raiva e o que era paixão, Jungkook só sabia que precisava de mais. O frenesi havia voltado em força total, não havia dúvidas, e o garoto decidiu atribuir toda sua desorientação a isso.
De fato, a ligação havia notado o que acontecia, estava aproveitando ao máximo de cada segundo. As bocas unidas agiam como a catálise da formação de todas as fibras que os uniam um ao outro, eles se perdiam mais em si a cada segundo que passavam e mal podiam compreender a magnitude da situação. Cada uma das partes de seus corpos pareciam brigar e se repelir, ao mesmo tempo que pareciam querer colar e se fundir umas às outras. Eles estavam nas pontas opostas de um cabo de guerra, ou possivelmente podiam ser considerados ele próprio.
Jungkook arfou, sentindo seu corpo lhe trair, seu próprio volume estirando contra o tecido bermuda. Ele se amaldiçoou em sua cabeça, tudo isso com apenas um maldito beijo. E, ao mesmo tempo, uma parte de si decidiu focar orgulhosamente em como ele conseguira desconsertar o demônio. Era exatamente pelo o que ele vinha ansiando, apesar de se recusar a admitir isso para Jimin ou para si mesmo.
Jimin deixou sua boca descer até a curva do pescoço do outro, beijando e chupando o local, mordendo e maltratando a pele ali. Uma de suas mãos foiaté a bermuda de Jungkook, apertando o conteúdo dali e fazendo Jungkook escapar um gemido, antes de abrir o zíper por completo. Ele soltou um riso baixo, acariciando o membro ereto de Jungkook sobre a fina camada de tecido.
Aquilo havia sido a primeira batalha perdida, mas Jungkook não admitiria derrota logo ali. O que ele queria provar, que não se afetava pelo íncubo, ou que ele não o controlava, já havia sido parcialmente desmentido ali, mas o garoto era orgulhoso, e seu combustível era potente, o ódio fazia-o mover sem questionar, quase que cegava-o. Ele queria que Jimin quebrasse diante de si, queria que ele se sentisse tão perdidamente apaixonado e perdido quanto ele, queria quebrar aquela máscara de indiferença que ele tão orgulhosamente gostava de exibir por aí.
O íncubo abocanhava seu pescoço energeticamente, a região já estava praticamente dormente pela interrupção do fluxo de sangue. O moreno sentiu seus olhos reviraram, e se forçou contra o corpo do íncubo, querendo senti-lo um pouco mais. Jimin arriscou uma estocada, duas, e a primeira porção de pré-gozo apareceu, o que provocou uma reação divertida em si. Jungkook gemeu, mordendo o lábio, sem se dar conta do que havia acontecido.
O maior aproximou sua boca ao ouvido de Jungkook, soltando uma arfada de ar quente que fez todos os seus pelinhos eriçarem ao mesmo tempo. O demônio chupou o lóbulo de sua orelha com vigor, e depois de lamber um pouco mais da região, ele finalmente se permitiu falar com a voz grave e rouca.
— Patético.
Jungkook abriu seus olhos de súbito, empurrando o íncubo para longe de si na mesma hora. As costas de Jimin bateram contra a parede, e ele deu um sorriso de canto, vitorioso, o moreno se coçou com a vontade de socar aquela expressão presunçosa para fora do rosto do íncubo.
Ele parecia tão infernalmente bonito daquela forma, o visual desleixado o cabia muito bem, e isso era o que mais irritava Jungkook. O peito do humano subia e descia, e ele passou as costas da mão sobre os lábios, tentando se livrar de todo o resquício de saliva que ficara ali.
— Eu te odeio. — Jungkook encarava-o da parede oposta.
— Oh, não me diga. É mais fácil me culpar do que se responsabilizar pelas situações que você cria, certo? — O loiro foi até o espelho, ajeitando as mechas loiras até que elas ficassem arrumadas. Fechando os botões da camisa branca, o abdômen do homem já se encontrava intacto, nenhuma pista do que Jungkook havia feito ali e, por algum motivo, isso deixou Jungkook ainda mais ressentido.
— Não finja que você não quis isso, Jimin, você correspondeu.
Jimin arrumou os botões das mangas, calado, mas soltando um riso anasalado. E se dirigindo até a porta, antes de sair, ele olhou por cima dos olhos e murmurou:
— Só saia quando estiver apresentável, você já se causou vergonha demais por hoje.
A porta se fechou com um clique, deixando o garoto sozinho no banheiro.
Aquele babaca desgraçado, como ele pode agir como se nada tivesse acontecido?! Eu não acredito que você caiu de novo, Jungkook, como você foi tão burro, DE NOVO??? Qual é a dele, afinal? Argh, eu quero morrer...
O garoto respirou fundo algumas vezes, recapitulando os últimos momentos em sua cabeça. O que exatamente tinha acontecido ali?
Ele xingou Jimin de todas as formas em sua cabeça, o íncubo sempre trazia à tona o pior de si, e Jungkook odiava isso. O pior de tudo, ele continuava por baixo, 0x1, enquanto que o íncubo nem parecia ter se importado com a situação, agiu de forma totalmente apática. Jimin não havia ido contra suas palavras, ele só brincou com Jungkook mais uma vez.
Mas ele havia gostado, Jungkook não tinha dúvidas, embora o garoto não soubesse até onde aquilo tudo havia sido o produto de uma ação pensada por Jimin ou não. Um furacão passava pela mente do garoto, ele havia se traído em todos os sentidos. A verdade, Jungkook não podia escapar, ele ainda gostava de Jimin, muito, e isso feria seu ego mais do que mil facas.
Será que algum dia ele acharia algo parecido com o que ele sentia quando estava com o íncubo? Seu coração pesou, ele não podia negar a si mesmo o quão completo ele se sentia quando estava em sua presença.
Tudo sobre ele era perfeito. A pele alva e brilhante, os lábios redondos e avermelhados, os cabelos loiros sempre perfeitamente penteados, os olhos que brilhavam em dourado sempre que ele estava irado. Tudo sobre ele gritava sexo, Park Jimin era como uma arma biológica viva, feita especialmente para destruir Jungkook, e simplesmente não havia remédio para que ele pudesse resistí-lo.
Jungkook sentiu o volume em sua calça dando sinais de vida de novo, e dando um grunhido de frustração, ele terminou seu trabalho ali do jeito que pôde.
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