Capítulo Vinte e Um
Levi Prescott:
A manhã seguinte trouxe consigo uma atmosfera tensa e uma sensação de urgência. A notícia de que Jai, ou melhor, Narut, planejava um retorno ameaçador circulou pelo grupo, e todos estavam em alerta máximo. Eu, Levi, sabia que não podíamos subestimar a ameaça que ele representava.
Saímos para o treinamento, e o ar estava carregado de apreensão. Cada movimento, cada som, era analisado com cautela. A presença de Jai pairava como uma sombra sobre nós, e eu sentia o peso da responsabilidade de proteger aqueles que considerava minha família.
Enquanto treinávamos, meus pensamentos se dividiam entre a concentração nas técnicas de combate e a incerteza do que enfrentaríamos. Não podíamos confiar na paz temporária que sua partida ofereceu. Narut era astuto, e suas intenções obscuras poderiam se manifestar a qualquer momento.
Ao anoitecer, reunimos o grupo para discutir estratégias. Todos contribuíram com suas habilidades e ideias, mas a sombra de dúvida persistia. O que ele estava planejando? O que motivava esse retorno?
A noite se estendeu com reuniões e preparativos, e a tensão no ar era palpável. No fundo, eu sabia que o verdadeiro teste de nossa força e união ainda estava por vir. Narut era uma ameaça que não podíamos ignorar, e a batalha que se aproximava determinaria o destino de todos nós.
Spike me olhou intensamente.
— Pronto para o que está por vir amanhã? — Ele perguntou.
— Eu tenho que estar, mas quero que saiba que vou estar do seu lado — Falei, sentindo um aperto no peito.
— E eu do seu até o fim — ele respondeu, e o brilho determinado em seus olhos fez meu coração acelerar.
A noite se estendeu, mas a atmosfera pesada não diminuía. Em meio à preparação para o confronto iminente, encontrei Spike em um canto mais silencioso.
— Nós vamos superar isso, Levi. Juntos — ele disse, seus olhos revelando uma mistura de confiança e ternura.
Assenti, sentindo a conexão entre nós se aprofundar. No final, tudo o que importava era estarmos um ao lado do outro. Em um momento de silêncio tenso, Spike tomou a iniciativa, aproximando-se lentamente. Seus lábios encontraram os meus em um beijo cheio de promessas e determinação, deixando claro que, independentemente do que acontecesse, estaríamos juntos, enfrentando o futuro de mãos dadas.
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Com o primeiro raio de sol, estávamos todos diante da cachoeira, observando a água cair com uma força avassaladora. Pedi a Ciel e Thackery que ficassem com as crianças, preparando-me para o pior. A tensão pairava no ar, e o som ensurdecedor da cachoeira parecia ecoar a incerteza do que enfrentaríamos.
Spike estava ao meu lado, compartilhando um olhar determinado. As águas tumultuadas da cachoeira serviam como um reflexo das turbulências que se desenrolaram em nossos corações. Ninguém sabia ao certo o que nos aguardava, mas estávamos unidos, prontos para enfrentar o desafio juntos.
O sol começou a iluminar o cenário, pintando o céu com tons de laranja e rosa. Era um contraste surreal com a gravidade do momento. Respiramos fundo, trocando olhares silenciosos que expressavam uma confiança mútua.
Enquanto nos preparamos para a batalha iminente, a cachoeira rugia ao nosso redor, como se ecoasse o desafio que se aproximava. O destino aguardava, e nós estávamos prontos para enfrentá-lo, lado a lado.
Então, uma explosão surgiu, e Kagome emergiu da fumaça, sorrindo para Natsuls.
— Pronto para mais uma luta, irmão? Dessa vez, sendo a última da sua vida. — Kagome disse, avançando com tudo na direção de Natsuls, que se movia na mesma velocidade.
Em um movimento fluido e súbito, percebi o solo tremer, e fui lançado para o ar. Spike, com as asas abertas, voou para pegar-me no ar, mantendo-me seguro.
Lá embaixo, a batalha entre Kagome e Natsuls se desenrolava, cada movimento carregado de energia e intenção. As explosões de magia ecoavam pelo ambiente, fazendo a cachoeira parecer um cenário ainda mais dramático.
Spike e eu observamos de cima, conscientes de que, a qualquer momento, poderíamos ser chamados para entrar na briga. O destino daquele confronto pendia no ar, carregado com a promessa de que a última batalha estava prestes a começar.
Com um grito, o exército inimigo, composto por espíritos e várias raposas, avançou contra o nosso, uma verdadeira maré de lanças, espadas, dentes e poderes que faziam o chão tremer. Guerreiros inimigos desmoronaram sob a pressão avassaladora. O som da batalha era ensurdecedor: espadas colidindo, raposas uivando, gritos de agonia. O cheiro de sangue e metal pairava no ar.
Spike me colocou no chão, e girei minha faca para me preparar para enfrentar dois guerreiros inimigos, seus dentes pontiagudos como vidro quebrado e rostos semelhantes a couro. Um deles avançou em minha direção, mas o outro caiu repentinamente, suas pernas se queimando. Olhei para Spike e agradeci pela intervenção.
O espírito preso começou a gritar, e com um golpe de espada, sua expressão austera mudou. Estava até animado em participar do campo de batalha pela primeira vez, embora fosse difícil descrever a intensidade do momento.
Gesticulei para que Spike me seguisse, e, juntos, avançamos para o coração da batalha, enfrentando a maré de adversários com determinação e coragem.
À medida que avançávamos para o coração da batalha, o caos ao nosso redor era palpável. Espíritos e raposas se chocavam em uma dança frenética de lâminas e magia, enquanto gritos de guerra ecoavam pelo campo de batalha. O cheiro acre de sangue preenchia o ar, misturando-se com a energia mágica que se desprendia dos confrontos.
Spike e eu nos movemos em sincronia, enfrentando cada desafio com uma mistura de habilidade e magia. Enfrentamos guerreiros espirituais e raposas furiosas, mantendo a determinação de proteger aqueles que amávamos.
De repente, uma sombra se destacou entre os combates. Kagome estava no centro da batalha, enfrentando Natsuls em um confronto intenso. Suas magias colidem, criando faíscas que iluminavam a escuridão da batalha. Era um espetáculo impressionante e aterrador ao mesmo tempo.
Enquanto lutamos, uma sensação de urgência se intensificava. A ameaça iminente de Jai pairava sobre nós, lembrando-nos de que a batalha não era apenas física, mas também uma luta contra o tempo. Cada golpe, cada magia lançada, era um passo em direção à vitória ou à derrota.
Em meio ao tumulto, Spike e eu avançamos, cada vez mais determinados a enfrentar o inimigo e garantir a segurança daqueles que amávamos. O campo de batalha se desdobrava diante de nós, testemunhando a dança caótica da guerra espiritual. Distante, em uma luta com várias raposas, avistei Jai e avancei na direção dele com determinação. No entanto, algo me atingiu com força, lançando-me para trás. Aterrissei de pé, mantendo a postura enquanto uma fumaça começava a ganhar forma diante de mim.
Reconheci Narut de imediato em sua forma verdadeira, senão apenas uma fumaça sem corpo e nada mais.
— Devo dizer que não esperava te ver nesse lugar depois de tanto tempo — Ele disse para mim, com um sorriso surgindo em seus lábios de fumaça.
— Estava um pouco longe — Falei, e ele riu antes de atacar. Javi veio com tudo para cima de mim, e Spike o interrompeu.
Spike interveio com uma velocidade surpreendente, bloqueando o avanço de Javi. Uma faísca de tensão preenchia o espaço entre nós, enquanto Narut observava a cena com um sorriso de fumaça. A atmosfera estava impregnada de eletricidade, indicando que a batalha estava prestes a atingir um novo patamar.
— Você não mudou nada,Drwes. Continua sendo um tolo — Narut provocou, sua voz ecoando entre as partículas de fumaça que o compunham.
Spike manteve uma postura firme, olhando entre Javi e Narut com uma expressão determinada. Eu sabia que não podíamos subestimar o poder de Narut, mesmo em sua forma de fumaça. O perigo emanava dele, e cada movimento era calculado para nos enfraquecer.
— Não vou deixar você machucar ninguém aqui — declarei, empunhando minha faca com firmeza.
Narat riu, dissipando-se em uma nuvem de fumaça mais densa. Em um instante, Javi se desvencilhou de Spike, avançando novamente na minha direção. Javi virou a espada e spike pegou com uma garra e a segurou então vi quando narut se moveu e Kagome arremessou Natal com tudo no chão e o restante do exército estava lutando, mas muitos já estavam desmoronando engoli em seco com Narut rindo ainda mais contra meus ouvidos.
— Deveria ter aceitado a oportunidade que já tinha te dado de fugir — Narut disse, arremessando-me como se fosse um brinquedo, e caí no chão. — Sabe que esse garoto tem uma ótima vida comigo ao lado dele. Consegui fazer ele ver que posso dar o que ele quer ou até mesmo enganá-lo. Depois do seu encontro ontem e o que você disse, ele ficou desconfiado, mas consegui enganá-lo novamente. — Seu poder ganhou força o suficiente para me chutar, e a fumaça começou a invadir minha boca e nariz, dificultando a respiração e o pensamento. — Sabe, quando Kagome derrotar seu irmão e pegarmos os poderes, vou atrás do meu pai para forçá-lo a me dar aquela coroa. — Sorriu ainda mais e seu rosto se tornou visível. — Talvez até iria matar aquelas crianças que Natsuls protege e depois... que tal a sua família no mundo humano, fazê-los sofrer.
A ameaça de Narut ecoava em meus ouvidos, penetrando fundo em minha mente. A fumaça ao meu redor parecia se espessar, envolvendo-me em um véu sufocante de terror e desespero. Eu estava completamente vulnerável diante dele, incapaz de me mover ou resistir à sua presença opressora.
As palavras cruéis de Narut ecoavam em minha mente, provocando uma mistura de raiva e impotência. Ele estava disposto a tudo para alcançar seus objetivos, mesmo que isso significasse causar dor e sofrimento a inocentes. Senti uma mistura de indignação e determinação se acender dentro de mim. Apesar da fumaça sufocante e da fraqueza que me consumia, recusei-me a ceder ao medo. Lembrei-me do propósito que me trouxera até ali: proteger aqueles que amava, custe o que custasse. Minha família, meus amigos e aqueles que dependiam de mim estavam em perigo, e eu não podia permitir que o mal prevalecesse.
Com todas as forças que consegui reunir, lutei contra a opressão da fumaça, buscando uma brecha para resistir ao domínio de Narut. Cada pensamento era uma luta contra a escuridão que ameaçava consumir-me por completo. Eu sabia que não podia falhar. O destino de todos que amava dependia da minha capacidade de resistir e lutar, mesmo diante das adversidades mais sombrias.
— Você não vai tocar neles! — gritei, tentando dissipar a fumaça ao meu redor. Senti tudo ao meu redor brilhando em laranja. As pontas dos cabelos começaram a queimar, assim como as pontas dos dedos. Não havia calor nem dor. Apenas fogo. O qual se elevou para me consumir numa cascata ardente.
Meus dedos se transformaram em segundos, e garras surgiram das costas, oito caudas de raposas laranjas surgiram, e meu cabelo aumentou de tamanho, tornando-se mais alaranjado. Eu sentia o poder da transformação fluindo através de mim, uma manifestação intensa de minha conexão com as energias espirituais.
A nova forma era majestosa e feroz, uma fusão de humanidade e espiritualidade. As chamas alaranjadas dançavam ao meu redor, refletindo a intensidade da batalha que se desenrolava. Olhei diretamente nos olhos de Narut, agora em minha forma espiritual completa, pronta para enfrentar o mal que ameaçava aqueles que eu amava.
A fumaça recuou por um momento, revelando Narut com um sorriso de desgosto, quando ele avançou para cima de mim.
— Narut, qual é a sua justiça? — Perguntei, e ele congelou, sua fumaça ficou fraca — Pois bem, eu a cancelo.
Ao pronunciar as palavras, senti uma onda de energia fluindo através de mim, envolvendo Narut em uma aura luminosa. Sua forma de fumaça parecia enfraquecer, como se as correntes que o prendiam estivesse se desfazendo. Era o poder da minha decisão, o ato de cancelar a justiça que ele carregava consigo.
Narut cambaleou por um momento, seus contornos tornam-se menos definidos. A fumaça ao seu redor parecia lutar contra a influência do cancelamento, mas eu estava determinado a libertá-lo das amarras que o prendiam a um destino sombrio.
— Você não pode fazer isso! — Narut rugiu, sua voz ecoando em desespero.
Minha forma espiritual permaneceu firme, as chamas alaranjadas intensificando-se ao meu redor. Eu sabia que a batalha estava longe de terminar, mas a ação de cancelar a justiça de Narut era um passo crucial para enfraquecer sua influência.
A fumaça começou a se dissipar, revelando Narut em sua verdadeira forma de uma pequena fumaça. Ele olhou para mim com uma mistura de raiva e surpresa, enquanto eu me mantinha firme, pronto para enfrentar o desafio que ainda estava por vir. A guerra espiritual continuava, mas eu havia tomado o controle de uma parte crucial do campo de batalha.
Minhas mãos brilharam, e estalei os dedos, minha aura se expandindo por todo o campo de batalha.
— Qual é a sua justiça? — Perguntei, e todos os inimigos ao redor congelaram. — Pois bem, eu a cancelo.
Cada inimigo caiu em choque no chão, mãos tremendo e se encolhendo de pavor. Spike segurou Jai, que desabou no chão, segurando a própria cabeça. Kagome e Natsuls estavam congelados, prontos para se atacarem mutuamente, mas também foram afetados.
— Mas... — Spike disse, e me aproximei deles. — Levi, as orelhas combinaram com você!
Sorri para sua direção, colocando uma mão em cima da pulseira de Jai e a derretendo no processo, murmurando as palavras corretas, e notei que cada símbolo de seu contrato havia se desfeito.
De repente, me senti cansado e percebi alguém me segurando em seus braços.
— Bom trabalho, agora descanse — Lilal disse, e fechei os olhos.
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Gostaram?
Até a próxima 😘
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