Capítulo Vinte e Seis

Spike Ko-go:

O resto do pessoal estava ocupado trabalhando nas restaurações necessárias após o incidente. Entre conversas sobre os perigos e desafios que enfrentamos, surgiu um senso renovado de responsabilidade em relação às atividades mágicas no edifício.

Ao perceber que todos estavam em perfeito estado e já haviam começado a reconstruir as coisas que foram quebradas instantaneamente com magia, senti um alívio. A determinação em corrigir os danos revelou a resiliência da equipe diante dos imprevistos mágicos.

Aproveitei e fui almoçar, já que percebi que Levi estava no horário da refeição na casa dos pais. Cheguei lá o mais rápido possível.

Ao entrar na casa, encontrei Levi com uma expressão pensativa, enquanto as crianças da casa o observavam curiosas. Até Scott cutucava o irmão, como se estivesse tentando extrair algo, agindo como se fosse a coisa mais incrível do momento. Meu cunhado desistiu só irmão e veio na minha direção e me deu um abraço forte.

— Hoje ele passou um parte pensativa. Mesmo que tenha dito que está tudo bem, não acredito que possa ir até ele e resolver esses pensamentos dele. — Scott disse, batendo no meu ombro com um pouco de força, dado o seu tamanho que, devo dizer, mostrava uma diferença considerável desde quando o conheci alguns meses atrás.

Sorri para ele e fui até Levi, que já estava indo colocar um prato no armário. Abracei-o por trás, e ele se virou, lançando-me olhares cuidadosos.

— Você ainda está pensando no assunto que aconteceu esta noite? Não tem com que se preocupar em se tornar pai cedo. Meu pai, Cilas, conseguiu equilibrar os estudos de poções e cuidar um pouco de comida submundana quando estava grávido de mim. Levi, não se preocupe; há uma chance de que isso não aconteça devido aos seus poderes espirituais por alguma razão — falei calmamente, quebrando o silêncio entre nós.

— Eu tenho medo de como tudo ao meu redor pode sofrer um grande impacto depois de tudo o que estou pensando sobre como serei como pai. Mas sei que se estiver ao seu lado, estarei muito seguro. — Ele disse, sorrindo.

— Mesmo? — perguntei, com um sorriso bobo surgindo em meu rosto.

— Claro. Spike, você e a minha família me dão coragem para enfrentar o mundo inteiro e não ligar para o que pode acontecer comigo, contanto que tenha você aqui. Sabe, quanto mais penso, percebo que seria um pai incrível, assim como os meus foram para mim. E ainda tenho sorte de ter um parceiro como você ao meu lado — ele disse suavemente, virando-se para mim, e nos beijamos nos lábios.

Me afastei com ele passando a mão pela minha bochecha.

— Sei que nosso amor é verdadeiro pelo brilho nos seus olhos, pelo seu abraço apertado e por cada momento que dividimos. — Ele disse. — Seremos pais incríveis.

Seu sorriso era encantador, e sua atitude completamente adorável. No entanto, ele estreitou os olhos para mim, imaginando que eu havia me transformado na minha versão Draco sem perceber.

Ele riu ao me olhar, sei muito bem que, para o Levi, eu parecia um enorme cão de caça choramingando e sendo excessivamente lamentável.

Em qualquer caso, uma coisa estava clara. Eu me mostrava como um homem de imagem diferente do que sempre quis apresentar.

Era óbvio que eu tinha uma atitude ligeiramente diferente quando estava com ele do que quando estava com outras pessoas que não despertavam minha desconfiança. Isso, posso dizer, é algo que sempre vou querer manter para ele.

Ouvi alguns risinhos da família dele atrás de nós, mas quis ignorar as coisas e só prestar atenção nele, até que algo foi jogado em mim. Olhei para Franklin, que estava irritado.

— Não se preocupe, você já vai comer — Jacob disse para o filho mais novo e beijou a bochecha dele.

Diel surgiu e olhou para Levi, depois para os outros, com uma expressão cada vez mais confusa, quando Lanore pulou no lugar em sua forma de garotinha, com as trancinhas prateadas surgindo.

— O que vamos comer, tio Jacob? — Ela perguntou, puxando Jacob pela barra da calça.

— Eu fiz uma receita que a Lilal sugeriu — Jacob disse.

— Apenas quis fazer algo que andei pesquisando no mundo mundano — Lilal disse, estalando os dedos, e os pratos levitaram para a mesa. Em seguida, a geladeira abriu, colocando um suco no centro da mesa. — É uma receita fascinante, e também fiz uma sobremesa.

Não sabia qual era a receita, mas devo dizer que o serviço era fascinante, e a sobremesa de maracujá pareceu agradar às crianças, que repetiram tantas vezes que a travessa esvaziou rapidamente.

Notei que Levi estava conversando com algumas pessoas, e então ele estalou os dedos, e Ciel e Tamara apareceram, indo comer o doce que foi separado para eles. Meu maior espanto foi perceber que Ciel havia crescido um pouco, sorrindo com orgulho na direção de todos.

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Diel me chamou num canto e entregou-me um desenho com delicadeza. Devo dizer que os pais do Levi estão mimando-o como deveriam, proporcionando uma infância comum que ele não pôde ter antes, mas agora terá a oportunidade de envelhecer como deve, sem ficar pausado no tempo.

Olhei para o desenho que retratava meus sogros, Lanore, Levi, Scott e a família dele, e a minha.

— Sei que é pedir demais para poder ficar nessa família — Diel disse, suas bochechas ficaram vermelhas. — Não quero que pensem que sou egoísta por querer ficar aqui assim que o mestre Natsuls disser para voltarmos ao reino espiritual.

— Campeão, todos ficaram felizes de te ter aqui — falei. — Não precisa se sentir culpado sobre esses sentimentos, mas sabe de uma coisa? Não vamos permitir que isso aconteça. Eu, o Levi e a família dele não iremos permitir que te levem à força.

Diel sorriu aliviado e agradeceu. Voltamos à mesa, e percebi que todos estavam compartilhando histórias e risadas. Levi se aproximou e beijou minha testa carinhosamente, notando que eu estava segurando o desenho de Diel.

— O que é isso? — perguntou Levi.

Mostrei-lhe o desenho, explicando o pedido de Diel. Levi olhou para o papel com ternura e, em seguida, olhou para mim.

— Ele é muito bom desenhando — ele disse, parecendo um irmão mais velho orgulhoso, como quando fala do Scott, André e do Franklin, e agora do Diel, o que me fez rir.

— O que foi? — Ele perguntou.

— Só estou reparando como você é um irmão mais velho bem orgulhoso — falei, e ele me deu um tapinha no ombro.

Levi sorriu e abraçou-me suavemente.

— Bem, sou mesmo. Essa família é incrível, e cada um deles traz algo especial para a nossa vida — disse Levi, olhando ao redor da mesa com carinho.

Encerramos a noite com mais histórias, risos e a certeza de que, mesmo com desafios e surpresas, estávamos construindo algo extraordinário juntos. Diel, ainda um pouco tímido, foi se soltando e participando das conversas animadas.

À medida que a noite avançava, ficou evidente que nossa família estava crescendo de formas inesperadas e maravilhosas. Agradeci por estar ali, rodeado de amor, aceitação e pela promessa de um futuro repleto de momentos como aquele.

E assim, entre risos, abraços e olhares cúmplices, compartilhamos mais uma noite que reforçava o quanto éramos felizes por sermos uma família, unidos não apenas pelo sangue, mas pelo amor que nutríamos uns pelos outros.

Levi então se afastou para conversar com Lilal sobre algum assunto, e resolvi voltar aos meus afazeres na empresa. Fiquei surpreso ao notar, a poucos metros do edifício, uma figura que reconheci de longe com o nome em um crachá: "Benjamin Peralta".

— O que está fazendo aqui, Natsuls? — perguntei, cruzando os braços.

Ele me olhou e fez um gesto desdenhoso com a mão.

— Quero apenas conversar com... o namorado do meu irmão — Natsuls disse com a frieza de sempre.

Ainda queria entender o que se passa na cabeça desse cara. Ele selou a alma de Levi em um mundano, dizendo para todos que o mesmo o traiu, só por salvar uma criança mestiça que ele quis destruir. Mas, nesse momento, ele está agindo como se fosse um tipo de irmão exemplar.

— Se tem algo a dizer, que seja rápido. Não queremos problemas aqui — comentei, mantendo minha postura firme diante de Natsuls.

Ele deu um sorriso irônico, começando a falar, tentando justificar suas ações e expressando preocupação com Levi. No entanto, suas palavras não passavam de tentativas vazias de manipulação. Eu sabia que o histórico de Natsuls estava longe de ser confiável, e cada palavra dele aumentava minha desconfiança.

— Já causou problemas suficientes. Não estamos interessados nas suas manipulações — declarei, deixando claro que não seria fácil para ele ganhar nossa confiança novamente.

Natsuls, irritado com minha resistência, lançando um olhar ameaçador.

— Deveria saber o seu lugar, Draco — Natsuls disse irritado.

— Estou sendo sincero, você causou uma confusão desde sempre por ser orgulhoso com as coisas, e ainda mais o que fez com o Levi há vinte anos atrás, e o peso que colocou nos ombros dele quando o mesmo estava escondendo o que fez para salvar uma vida. — Falei. — Alguma vez já pensou no que a outra pessoa estava sentindo? Suas irmãs sofreram por suas decisões, e seu irmão mais novo também. Sua filha passou pela mesma situação.

Natsuls olhou-me com raiva, mas antes que pudesse responder, um brilho laranja surgiu, e Levi apareceu, colocando-se entre nós.

— Eu sabia que tinha sentido seu poder antes — Levi disse, irritado, e sua forma meio-humano com raposa surgiu. — Chega, Natsuls. Já causou o suficiente. Se quer resolver alguma coisa, faça isso de maneira civilizada.

— Esqueça — Natsuls disse, com uma aura raivosa surgindo. — Apenas cuidem da minha criança.

Percebi que a situação estava longe de ser resolvida, mas, por enquanto, optamos por manter a calma. Enquanto Natsuls se afastava e desaparecia, Levi olhou-me com preocupação, e eu segurei sua mão

— Estou bem, não iria deixar ele me machucar sem lutar — falei, piscando um olho.

— Bobo — Levi disse, beijando minha bochecha.

Com um sorriso compartilhado, voltamos a nos abraçar, sabendo que, juntos, enfrentaríamos qualquer desafio que o destino trouxesse para a gente.

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Gostaram?

Até a próxima 😘

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