Capítulo trinta e três

— E então? – Fiona apoiou seu corpo no armário e cruzou os braços enquanto Ashley fechava a porta do seu armário. — Vai me explicar o motivo da rixa entre você e a marquesa?

— Bom, não é bem uma rixa. – a loira deu de ombros ao olhar para a novata a sua frente. — Eu me aproximei da Mia por interesse e, coitada, ela nunca percebeu. – riu. — Só que eu cheguei ao meu limite ano passado e, depois desse recesso do Ano-novo, eu resolvi cortar laços.

— E agora você quer pegar o cargo dela de "a melhor" desse internato? – Fiona riu.

— Resumindo mais do que eu resumi, sim. – Ash novamente deu de ombros. — De qualquer forma, fico feliz que tenha topado me ajudar a criar um grupo de dança. A Mia precisa sair dos holofotes o quanto antes.

— Ah, mi amore, disponha. – a loira de olhos azuis passou a destra no braço de Farine. — Eu só não quero que você pense que serei sua cachorrinha. – passou os dedos no cabelo da menina. — Eu não sou você, ou a outra menina morena. Se você conseguir tirar a marquesa do pedestal, nós duas estaremos juntas em cima dele. E não tente me passar a perna porque, se você pensa que é ruim, eu sou mil vezes pior.

— Você ainda é novata aqui. Não se esqueça disso. – Ash franziu o cenho e Fiona apenas riu.

— Falando sobre isso... – revirou os olhos com um sorriso no rosto. — Me fale um pouco sobre o Dylan. – a garota de olhos mel riu e começou a andar, sendo seguida por Fiona.

— Ele entrou aqui no começo do semestre passado. De começo, achei que ele fosse um troglodita igual a Sabrina, só que ele é menos pior. A Ivy era apaixonada por ele e achava que ele sentia o mesmo, mas ele gostava da Mia. Novidade. – revirou os olhos. — Mas agora ela superou e a Mia e o Dylan estão juntos. Não tem muito o que falar sobre ele.

— E você... Acha que eu tenho chances?

— O que? – Ash riu e parou de andar, olhando para a loira que estava ao seu lado. — Você escutou o que eu disse? O Dylan namora a Mia.

— Eu escutei. Mas você não acha que, sabendo que o namorado perfeito dela a traiu, vai deixar a coitadinha tão desiludida, magoada, decepcionada e... Fragilizada? – colocou as mãos nos ombros de Ashley e a encarou com um sorriso perverso nos lábios. — Não seria um perfeito momento de tirá-la do pedestal?

— Garota, por que você não entrou nessa escola antes? – Farine abriu um enorme sorriso e ambas riram.

Enquanto isso, na sala de ginástica, Sabrina ensaiava os passos da dança para o concurso de dança que aconteceria antes da formatura. A garota suava e sua respiração já estava ofegante, porém ela não queria parar de treinar agora.

— Ei, o que está fazendo? – ao olhar para o reflexo no espelho, viu Jackson entrar no ambiente e ela logo parou de dançar, colocando as mãos na cintura e suspirando cansada.

— Ensaiando alguns passos da coreografia que eu ainda não peguei direito. Não quero fazer feio no dia da apresentação. – se virou para o menino e ele riu.

— Ainda estamos em Janeiro. A apresentação não é só em Agosto? – colocou sua garrafa d'água no chão, ao lado da estação de musculação.

— Sim, mas eu não quero fazer feio. E, quando você participa de alguma aula extracurricular o tempo passa rápido. Quando você pensar que não, já estaremos em Agosto. – dividiu sua franja para os lados para secar seu suor. — Você deveria fazer alguma também.

— E o que eu faria? – se aproximou de Sabrina. — Natação, rugby, futebol, ou críquete? – cruzou os braços e sorriu. — Obrigado, mas eu passo. Eu não gosto de fazer atividade extra depois da aula. Prefiro malhar um pouco.

— Você sabia que quem faz atividade extracurricular ganha pontos no final do ano, né? Se você não tiver conseguido recuperar os pontos na recuperação final e eles verem que você fez alguma atividade extra, seus pontos são recuperados.

— Você não parece o tipo de garota que gosta de fazer atividades extracurriculares, Sabrina. – Jackson riu. — Muito menos parece ser o tipo de pessoa que precisa de pontos no final do ano. Por que participa do grupo de dança?

— Ah. – a garota riu ao virar-se novamente para o espelho. — No começo eu só fiz o teste pra implicar com a Mia, mas é legal participar do grupo. Eu odeio admitir isso, mas eu não consigo me ver sem passar uma tarde depois da aula com a... Mia. – seu corpo estremeceu e o moreno ao seu lado riu.

— Mas você tem que relaxar um pouco. Olha, por que você não descontrai um pouco? – correu até o notebook que estava conectado às caixas de som do ambiente e trocou a música que, até então, estava pausada.

— Descontrair como? – Sabrina o encarou confusa e ele apenas se aproximou dela, balançando a cabeça em sintonia com a música.

— Só inventa uns passos e eu te acompanho. – a menor sorriu e virou-se para o espelho.

Sabrina deixou a música tomar conta de seu corpo e, em poucos minutos, se entregou de cabeça. Ela criava passos na hora e, logo atrás dela, Jackson a acompanhava. Era como se eles se conhecessem há anos e tivessem criado aquela coreografia juntos, mas... Era tudo no improviso. Em um certo momento da dança, Osuna desceu na frente do menino, olhando fixamente para seus olhos e, ao se levantar, ele envolveu seu braço em seu corpo antes dela jogar a bunda rente ao corpo de Cabrini e o moreno colocou a destra em sua cintura. A dança continuou com Jackson deslizando sobre o chão e finalizando a dança com o corpo próximo ao de Sabrina, onde ela aproveitou para deslizar suas mãos sobre o peitoral do menino que agora suava.

Os dois ainda se encaravam quando Cameron saiu dali sem fazer nenhum barulho e escorou-se na parede ao lado da porta da sala de ginástica. Ele havia chegado no meio da dança, porém viu o suficiente para se sentir mal.

— Ué. – Noah riu ao se aproximar do loiro. — Você não disse que ia me esperar lá dentro?

— Eu não quero entrar lá. – cruzou os braços ainda olhando fixamente para frente. — A sala já está ocupada. – o moreno de olhos verdes franziu o cenho confuso e foi até a porta para ver quem estava lá.

— Ah! – arqueou levemente suas sobrancelhas e deu um leve tapa na parede, antes de voltar para o seu amigo. — A Sabrina e o Jackson.

— Estou a perdendo... – Cameron apoiou sua cabeça na parede e começou a brincar com o cordão de sua bermuda.

— Então lute por ela. – o loiro o encarou e riu sem humor, logo voltando seu olhar para frente.

— Eu pisei muito feio na bola com ela e, agora, ela não quer me ver nem pintado de ouro. – parou de se escorar na parede e se virou para Noah. — Você tem razão, Noah. Eu devia ter falado com ela antes. Eu realmente só me aproximei dela pela aposta, mas não continuei por isso. Eu realmente gosto da Sabrina e perdi a melhor garota que já conheci nesse mundo.

— Cara, eu... – Fiore foi interrompido por Fred, que apareceu chamando por De Luca.

— Você tem uma visita na recepção. – cruzou os braços e Cameron olhou para o seu amigo, que apenas fez um sinal com a cabeça para que ele fosse logo. O loiro deu um leve tapinha no ombro do seu amigo e seguiu Fred até a recepção.

Já do outro lado do internato, se encontrava Ivy e Jin na sala de estudos. Os dois faziam juntos os exercícios que Austin havia passado para casa e ele a ajudava nas questões que ela não havia entendido.

— Nossa. Com esse novo professor, eu, com certeza, vou tirar dez nesta prova. – Jin sorriu orgulhoso.

— Eu também! – Ivy exclamou animada, porém deu um pigarro assim que o garoto a encarou. — Quer dizer... Eu não vou tirar um dez... Mas um oito já é um grande começo. – ruborizou.

— Ivy... Você consegue sim tirar um dez nesta prova. Eu vou te ajudar. – colocou sua destra por cima da mão da morena que estava em cima da mesa e ela sorriu.

— Jin... Eu tenho que te agradecer por uma coisa que eu não te agradeci antes. – Ivy voltou a si e ajeitou-se na cadeira. — Obrigada por estar comigo quando eu mais precisei. A Mia também estaria se eu tivesse deixado, mas... Foi bom ficar um tempinho afastada dela e ter você do meu lado. – o garoto sorriu de canto timidamente enquanto brincava com a caneta que segurava. — Eu... Sempre me senti como o Patinho Feio desse internato. Sempre tive problemas de autoestima e me perguntava o porquê nenhum garoto se interessava por mim. Eles sempre iam na Mia e na Ash e aquilo me deixava tão... Frustrada. – olhou para a mesa e seus olhos marejaram.

Ivy se lembrava de todas as vezes que gostava de um menino e ele a rejeitava. Era sempre a mesma desculpa. "Você não faz o meu tipo", "me desculpa, mas... Eu prefiro a sua amiga", "se você fosse que nem a sua amiga, eu ficaria com você". Ela fingia que aquilo não a atingia, mas a machucava demais e, quando ela conheceu Dylan, achou que poderia ser diferente; ele sempre a tratou tão bem, de uma forma que ela nunca havia sido tratada antes, que ela não conseguiu perceber o que estava estampado na cara de Lombardi o tempo inteiro. O maior baque de Ivy foi ela ter percebido que Dylan a tratava carinhosamente, mas não porque gostava dela como algo a mais, e sim a tratava daquele jeito porque ele gostava de sua amizade e ela nunca teve aquele sentimento antes.

— Mas ter o seu apoio quando eu me dei conta de tudo foi muito importante pra mim. – tornou a olhar para o garoto a sua frente e deu uma fungada antes de sorrir. — Me desculpa falar assim do nada é que... Eu precisava desabafar isso. Eu só estou um pouco cansada de sempre acontecer a mesma coisa. – limpou quaisquer resquício que poderia haver de uma lágrima teimosa. — O garoto que eu gosto nunca olha para mim.

— É que talvez... Você esteja olhando para o garoto errado. – deu de ombros timidamente.

— Você... Acha? – Ivy arqueou uma de suas sobrancelhas.

— Bom, o amor é que nem Química e Física, né? São um pouco difíceis de entender, mas não são algo de outro mundo. Os opostos se atraem e essas coisas. – deu levemente de ombros e a morena sorriu.

— Ah! Finalmente achei vocês! – os dois olharam em direção à porta e viram Matteo passar entre as mesas correndo. — Eu preciso da ajuda dos dois. – sentou-se na cadeira vazia ao lado de Ivy.

— Espero que seja algo importante. Estávamos estudando... – Jin apoiou suas costas na cadeira e deixou a caneta que segurava em cima da mesa, logo cruzando os braços.

— E é. – o ruivo o encarou. — Com você, eu realmente preciso de ajuda nesse trabalho de Matemática. Eu não tô conseguindo fazer as duas últimas questões. Já com você, eu preciso de ajuda com uma... Garota. – apontou para Ivy e desviou o olhar ao sentir seu rosto queimar de vergonha.

— Eu? – Bellucci apontou para si mesma e riu, olhando para Jin que colocou as costas de sua destra na frente de sua boca para não rir. — Matteo, eu sou a última pessoa que você devia pedir ajuda para esse tipo de coisa.

— Não, você é a primeira. – o garoto se aproximou mais da mesa. — Você é a única que conhece a Mia como ninguém.

— Espera. – Jin fez uma careta. — Você tá a fim da Mia?

— Não! – Petrini exclamou com os olhos arregalados. — É da Fiona... Só que ela é igual a Mia e, como a Ivy é melhor amiga dela, pode me dar algumas dicas. E você também é uma garota. Pode me dizer do que as garotas gostam ou não. – deu levemente de ombros.

— Bom... Ninguém é igual a ninguém, Matteo. – Ivy riu fraco. — Talvez a Mia goste de coisas que a Fiona não goste. Eu posso te dizer coisas que as garotas em si geralmente gostam.

— Isso vai me ajudar demais! – o garoto exclamou animado.

— Agora, pode nos deixar fazer o dever? No quarto eu te ajudo melhor com o seu. – Park olhou para o seu amigo meio sem graça. Matteo olhou para Ivy que olhava para suas mãos que estavam em cima de suas coxas e logo tornou a olhar para o asiático à sua frente.

— Tudo bem. Eu percebo quando não sou bem-vindo. – Matteo levantou os braços em rendição e levantou-se. — Nos vemos outra hora pessoal. – se despediu antes de ir embora e Ivy e Jin apenas se entreolharam e riram.

Naquele mesmo momento, ao chegar na recepção, Cameron deu de cara com os seguranças de seu pai. Porém, antes que pudesse xingar mentalmente por seu pai estar ali, não o viu sentado no sofá, e sim viu Ludovica, o que logo o fez estranhar.

— Ludovica? O que faz aqui? – perguntou após se aproximar da mulher e ela logo se levantou.

— Cameron! – exclamou ao abraçá-lo, deixando o loiro confuso. Ao sair do abraço, Ludovica olhou para os seguranças e fez um sinal com a cabeça, sendo a deixa para que eles saíssem do local e deixassem os dois a sós.

— O que houve? Aconteceu algo em casa? – era visível o tom de preocupação na voz de Cameron.

— Em casa não aconteceu nada. – negou com a cabeça. — Pelo menos não com o seu pai... – desviou o olhar para o chão e Cameron suspirou pesado, colocando sua destra no braço de Ludovica.

— O que o meu pai fez?

Cameron sabia que Francesco tinha um temperamento difícil — ele era o que mais sofria com o temperamento de seu pai. Por conta de seu temperamento explosivo, vira e mexe, ele conseguia agir de forma bruta e impulsiva com suas esposas. Ele nunca chegou a bater em nenhuma, — até porque ele sabia que se fizesse isso, suas esposas poderiam acabar com seu cargo de governador — porém em discussões, ele conseguia ser duro em suas palavras, aumentar o tom de voz e, as vezes, até machucava o pulso delas ao segurá-las com tanta brutalidade.

O menino cansou de ver as ex's esposas serem puxadas com força por Francesco, cansou de vê-lo gritar palavras no rosto delas e elas não fazerem nada. Cameron tampouco se metia porque tinha medo de sobrar para ele — ele já apanhava por outros motivos de seu pai, não queria apanhar por ter comprado uma briga que não era dele, mesmo que não concordasse com a forma que ele tratava suas esposas. A única pessoa que ele se lembrava que rebatia Francesco era sua mãe.

Era só lembrar de sua mãe que Cameron sentia seu peito doer. Todas as vezes que ela cantava para ele antes de dormir, o encorajava a tocar e cantar, o apoiava em qualquer decisão sua e o ajudava a encobrir sua verdadeira paixão de seu pai... Depois que ela foi embora, nenhuma outra madrasta conseguiu preencher o vazio que ela deixou em Cameron. Sua mãe era única, era adorável, batia de frente quando era necessário e sempre lutou pelos seus ideais; sua mãe era como... A Sabrina. E talvez fosse por isso que ele também amava aquela garota.

— Eu... Encontrei o lugar onde o seu pai guardou seu violão e... Já faz tanto tempo! Eu achei que estava tudo bem colocá-lo novamente no seu quarto. – abraçou a si mesma e Cameron olhou para a aliança de ouro branco com diamantes azuis. Francesco sempre gostou de ostentar nas escolhas de suas alianças. — Mas o Francesco descobriu e começou a brigar comigo. De uma forma que nunca brigamos antes.

— É porque o casamento de vocês é recente. – o loiro murmurou, porém Ludovica não escutou.

— Eu falei para ele minha opinião sobre o modo que ele te trata. Disse que ele podia ser um pouco mais leve e entender que nem todos têm o mesmo sonho de profissão. O seu pai riu e disse que não era pra me meter na forma em que ele te educava. – a mais velha o encarou. — Disse que você era apenas um garoto mimado, atrás de atenção e que eu devia parar de falar com você, mas eu não consegui ficar quieta. Eu te defendi Cameron, e disse que, pelo menos uma vez na vida, ele podia conversar com você como gente e ver o que você realmente queria. Ele se exaltou e eu também aumentei o meu tom de voz. Acabou que... Ele quase me bateu e eu fiquei com tanto medo! – novamente, Ludovica abraçou Cameron. — Eu nunca passei por algo assim com os meus ex's. Eu realmente achei que ele fosse me bater. Me bater apenas por eu discordar dele.

— Ludo... Por que você me defendeu? – apoiou seu queixo no topo da cabeça de Ludovica enquanto afagava seu cabelo.

— Porque eu não acho certo ele te obrigar a fazer algo que você não quer! – olhou para o garoto. — Cameron, o seu sonho é cantar e não governar um país. O seu pai precisa entender isso de uma vez por todas. – se afastou do mais novo. — Eu sei que ele é seu pai e sei também que não sou mãe para saber o que é melhor para um filho, mas... Eu me preocupo com você, Cam. Você merece ser feliz fazendo o que gosta.

— Puxa Ludovica! Eu... Não sei o que dizer. – De Luca sorriu meio sem graça. Foram poucas as madrastas que se importavam com Cameron; a maioria só se importava em esbanjar por onde passavam que estavam casadas com o "grande governador De Luca".

— Eu só quero que você saiba que não está sozinho naquela casa. Depois de hoje, eu não vou embora até você se formar e fazer o que você quer.

— Como assim depois de hoje?

— Eu não posso amar um homem agressivo. Diferente da grande maioria, eu não estou com o Francesco por status. Eu o amava de verdade, Cameron, só que o encanto acabou hoje. – fez uma careta enojada. — Mas eu não quero te deixar sozinho naquela casa com ele. A partir de agora, seremos nós dois. Tudo bem? – estendeu as mãos para Cameron e ele as encarou, logo voltando a encarar nos olhos.

— Tudo bem. – ele segurou as mãos de Ludovica e os dois abriram um enorme sorriso antes de se abraçarem.

Ele esperava realmente que Ludovica cumprisse sua promessa. Ele torcia que Francesco não descobrisse que Ludovica agora estava do seu lado e a trocasse por outra; Matarazzo era mais parecida com a sua mãe do que qualquer outra madrasta sua que ele havia se aproximado e ele não queria a perder da mesma forma que perdeu sua mãe.

Eram quase sete horas da noite e Nina estava no dormitório de Martina. As duas conversavam sobre assuntos aleatórios enquanto arrumavam o quarto quando Lola entrou com cara de poucos amigos. Ambas se encararam e voltaram a olhar para a loira que nem parecia ter notado a presença delas. Heloisa foi até a sua cama e sentou-se ali, pegando de sua cintura uma caixa de cigarros.

— Ei! Não pode fumar aqui! – Martina correu até a garota antes que ela acendesse o maço. — Aqui dentro tem detector de fumaça.

— É mesmo? – a loira a encarou com desdém. — Eu não ligo. – deu um tranco em seu braço para que Martina a soltasse e se levantou.

— Escuta aqui novata, eu não sei qual é o motivo de tanta amargura assim, mas você tem que crescer e agir como gente. – Nina se colocou na frente da maior. — Você não é obrigada a gostar de nós, mas eu também não sou obrigada a aturar essa sua falta de educação.

— Sério? – fez uma careta debochada. — O problema é que eu não gosto de perder tempo com gente que não me interessa e vocês duas são um pé no saco. – deu um empurrão na ruiva para passar e saiu do quarto batendo a porta.

— Tina, se eu cruzar o corredor com essa garota de novo, eu juro que mato! – Nina fechou os punhos com força e Martina se aproximou, a abraçando por trás.

— Amor, calma. Ela só precisa de tempo, ainda é novata. – apoiou seu rosto no ombro de sua namorada. — Ela é igual a Sabrina. Só precisa de tempo para se acostumar ao Elite.

— Eu espero, Martina. Eu espero. – Nina murmurou ainda com os nervos à flor da pele. Não era possível que não houvesse um novato legal ali.

Enquanto isso, no pátio central, Lucca, Cameron e mais dois alunos do segundo ano combinavam de jogarem basquete após as aulas do dia seguinte quando Sabrina apareceu no andar de cima.

— Aí, Cameron, você e a Sabrina tiveram um lance, não é? – Riccardo perguntou ao ver a menina parar para falar com uma menina que subia as escadas.

— Que? Você e a Sabrina? E eu não sabia? – Lucca deu um leve empurrão em seu ombro indignado. Cameron o encarou, porém logo voltou seu olhar para Riccardo.

— Não... Tivemos nada sério. – deu de ombros com o semblante sério. Claro que foi. O que ele teve com Sabrina foi algo único e que nenhum outro superaria o que eles tiveram e ele sabia daquilo como ninguém.

— Então olha pra quem tá descendo ali. – Brando apontou em direção as escadas e todos olharam.

— Quem é? – ao olhar para frente, sua boca se abriu, porém nenhum som saiu.

Sabrina descia as escadas, sem ao menos reparar a sua volta. Ela usava um cropped de manga comprida e gola alta, uma calça com estampa militar e, como sempre, seu coturno preto. Cameron havia reparado que seu cabelo tinha um brilho diferente e ela combinava bastante com o loiro — mesmo que só fosse metade do cabelo. O loiro a encarou de cima em baixo e acabou parando o olhar nos lábios de Osuna que estavam com batom vermelho. Aquele vermelho caía tão bem em sua pele pálida...

— Foda-se. – Cameron balançou a cabeça voltando a si. — Eu não ligo. – olhou novamente para seus amigos e cruzou os braços.

Olhou de relance para o lado e viu Sabrina passar próximo a eles, antes de ir em direção à entrada do colégio. É claro que ele se importava, mas o que ele podia fazer se ela não queria nem escutá-lo? Ele tinha que, ao menos, fingir ter superado. Dizem que quando fingimos algo acaba se tornando real. Não é?

Nesse meio-tempo, Ash passava em frente a sala de professores quando viu pela enorme janela de vidro, o professor de Matemática sozinho planejando o conteúdo das próximas aulas. Sem pensar duas vezes, a loira correu até a porta e deu três batidas antes de abrir.

— Licença, professor, está ocupado? – mordeu os lábios apreensiva e o mais velho a encarou.

— Não, eu já estava terminando aqui. – sorriu. — Precisa de algo... – fez uma careta enquanto tentava se lembrar no nome da menina. — Ashley?

— Ah, por favor. – riu ao fechar a porta atrás de si. — Me chame apenas de Ash. – aproximou-se da mesa e Austin sorriu.

— Então Ash, precisa de algo? – a encarou fixamente nos olhos e ela sentiu um frio na barriga.

— Que bom que perguntou. – puxou uma cadeira que estava ao lado de Austin e sentou-se. — Eu não consigo fazer os exercícios que o senhor passou para Quarta-feira. Aproveitei que o vi aqui ainda e resolvi pedir sua ajuda.

— Você tem sorte mesmo. Mais cinco minutos e eu não estaria aqui. – riu. — Mas, não que eu não vá te ajudar, por que não pediu ajuda aos seus amigos?

— Como se eu tivesse algum. – revirou os olhos. — O povo desse internato me odeia, professor.

— Te odeiam? – franziu o cenho confuso. — Mas por quê? – riu.

— Me odeiam porque sou popular! Acredita?

— Bom, nesse caso, é uma pena. – Austin balançou a cabeça. — Estão perdendo a oportunidade de conhecer uma menina incrível. Eu sei que você é uma boa pessoa. – a encarou novamente nos olhos e Ash abriu um enorme sorriso.

Os dois ficaram ali se encarando sem falar nada por mais alguns segundos. Foram poucos, mas o suficiente para Ash perceber cada detalhe no rosto do mais velho. Ele era tão bonito... Ashley precisava ficar com ele.

— Er... – Austin pigarreou e ambos se ajeitaram em suas cadeiras. — Bom, vamos fazer logo esse trabalho. Daqui há pouco é a hora do jantar, você precisa comer e eu ir pra casa. – os dois riram. — Vamos lá. – abriu o arquivo onde estava as questões que havia passado para casa com o gabarito e deu uma folha com lápis e borracha para Ash.

dança da sabrina com o jackson:

https://youtu.be/cZ5USgUO3h0

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