Capítulo trinta e quatro
Já era meio da semana e, naquele momento, os alunos estavam em seu segundo tempo de aula, que era de Ética.
— ...Um homem, envenenado pelo ciúme, mata a mulher que dizia amar. – Dante falava enquanto passava entre os alunos que estavam focados, em exceção à Heloisa, que dormia. — Isso parece vida ou arte? – olhou para a turma.
— Parece estupidez. – Nina fez cara feia. — Matar alguém que se ama por ciúmes?
— Estúpido, mas humano. – apontou para a ruiva.
— Ou desumano. – Matteo colocou as mãos atrás de sua cabeça.
— Não teve um caso parecido, julgado há bem pouco tempo? – Dante se aproximou da mesa de Mia.
— Sim! – a loira levantou sua caneta rosa. — Eu vi na televisão. – o mais velho olhou para ela e colocou a mão no topo de sua cabeça.
— É uma história real. Mas é também um enredo de "Otelo", de Shakespeare.
— Tinha que ser dele. – Lucca cruzou os braços e alguns alunos riram fraco.
— Uma mãe mata os próprios filhos. – Dante deu um passo para trás e apoiou seu corpo sobre a mesa atrás de si.
— Eu acho que teve um caso desses na Roma, não foi? – Cameron levantou a mão.
— Depressão pós parto feia, hein professor. – Sabrina fez careta enquanto cruzava os braços e Approbato riu.
— Acontece também em "Medeia", uma tragédia escrita por um cara chamado Eurípides, em, mais ou menos, quatrocentos e trinta e um antes de Cristo.
— 'Pô, faz tempo isso, hein professor. – Dylan apoiou suas costas na cadeira.
— É a arte imitando a vida! – o mais velho exclamou animado. — Ou, a vida imitando a arte. – abriu os braços.
— Só sei que até agora o senhor só citou coisa ruim, né. – Ivy jogou seu cabelo para o lado e todos os alunos riram.
— Gente, quando vocês assistem ao Jornal na tevê, ou quando vocês leem pela internet, o que domina no noticiário? – cruzou os braços e encarou a turma seriamente.
— Desgraça! – Sabrina levantou os braços sorrindo e Dante apontou para ela.
— Sim, parece que as pessoas têm uma curiosidade mórbida pela tragédia. – Nina apoiou seu rosto em sua mão e o professor suspirou.
— Gente, parece que, como humanos, somos imperfeitos. – naquela hora, Cameron abaixou a cabeça e engoliu a saliva. — E, por sermos imperfeitos, cometemos atrocidades. Mesmo motivados por sentimentos que deveriam nos transformar em pessoas melhores.
— Eita Dante, agora complicou. – Matteo coçou a cabeça e ele riu.
— A arte dá um jeito de descomplicar.
— Não. Nem sempre. – Lucca levantou a mão. — Tem arte que eu não entendo. – deu de ombros.
— Tem homens, tem... Atitudes que eu também não entendo. – Approbato arregaçou as mangas do casaco que usava. — Mas a arte é uma maneira saudável da gente colocar pra fora os nossos fantasmas. De nós tentarmos entender, o mundo que nos rodeia. O mundo que existe dentro de cada um de nós. – apontou para si mesmo.
— Nossa! Profundo isso, hein professor. – Ash apoiou seu corpo em sua mesa. — Quando eu crescer...
— Vai ser como o Dante? – Fiona a cortou e a loira a encarou.
— Não. Eu quero nunca mais precisar estudar nada disso. – respondeu e todos riram.
— Estamos falando de vida! – Dante exclamou animado.
— Achei que estivéssemos falando de arte! – Fiona exclamou num tom debochado e, novamente, os alunos riram.
— E tem diferença? – o mais velho a encarou.
— Ué, se não tem é reality show. – Ash deu de ombros e, enquanto uns riam, Sabrina e Mia reviraram os olhos.
— Se querem compreender melhor quem vocês são, se vocês querem compreender melhor o mundo que os rodeia... – começou a levantar o tom de voz enquanto passava entre as mesas, acordando Heloisa no susto. — Pra evitar cometer os mesmos erros que outros cometeram antes de vocês, uma das respostas está... – a turma ficou em silêncio. — Na arte. – sorriu.
— Ah! É porque eu pensei que estivéssemos falando de vida. – Fiona novamente foi debochada, porém, dessa vez, ninguém riu.
— Dois jovens se amam. Ela é bem-nascida. – levantou sua destra. — Ele perdeu o pai cedo, não tem berço e sabe, que embora se gostem, vivem mundos diferentes. – Chiara e Lucca se encararam e sorriram um para o outro. — O que acontece?
— Ela não liga pra diferença entre os dois e nem ele. Então eles resolvem viver um grande amor e... São felizes para sempre. – Ivy abriu um enorme sorriso e Dante sorriu para ela.
— Poderia ser assim, mas não é esse o caso. – negou com a cabeça enquanto sorria e Ivy desfez o seu sorriso.
— O que aconteceu então? – Mia perguntou.
— Apesar do amor que um sente pelo outro, ela resolve se casar com outro homem de posses, capaz de oferecer uma vida melhor. Ele se muda de lá. E um belo dia, volta rico, chamando a atenção dela e despertando o ciúme do marido.
— Ela se deu mal. – Ash arqueou levemente uma de suas sobrancelhas.
— Ele também, garota. – Cameron a encarou, porém ela apenas revirou os olhos. — Ela não tá casada? – voltou a olhar para o professor.
— Com o marido ela tem um filho, só que morre logo em seguida. – Dante baixou os braços.
— Nossa, quanta desgraça! – Martina franziu o cenho.
— Bem feito. – Fiona deu de ombros.
— Bem feito por quê? – Ivy olhou para a loira atrás de si.
— A burra foi se casar com um cara só porque ele era rico, não viu o potencial do cara que ela realmente gostava e ainda morreu infeliz. Bem feito mesmo. – novamente deu de ombros.
— Mas e aí Dante? Como é que termina essa história? – Sabrina perguntou ao levantar a mão, cortando Fiona.
— Bom, aí vocês vão precisar ler "O Morro dos Ventos Uivantes" de Emily Brontë, onde o amor dá lugar a vingança com resultados desastrosos. Porque é isso que acontece quando a gente se deixa cegar pela vontade egoísta de fazer justiça acima de qualquer preço. – cruzou os braços e a turma se calou, o que foi a deixa para que o sinal para a próxima aula tocasse.
— Qual é o dever de hoje, professor? – Mia perguntou animada.
— Bom, se vocês quiserem ler o livro para debatermos um pouco na próxima aula, fiquem à vontade. Tirando isso, só procurem focar nas outras matérias. As provas finais começam semana que vem. – disse antes de sair da sala.
— Meu Deus! Eu amei esse professor! – Fiona exclamou com um enorme sorriso no rosto.
— De todos os professores, ele é o único legal. – Ash se virou para ela. — Ele e, agora, o professor de Matemática.
— O Austin é um gato e o Dante não passa tarefas de casa, muito menos usa livros em sala de aula. Isso aqui é um Paraíso. – Vitale riu e Ash sentiu uma pontada de ciúmes ao escutá-la falar de Austin.
— Bom dia turma! – Austin exclamou ao entrar em sala de aula e, os alunos que haviam se levantado para conversar com outros, voltaram para os seus lugares. — Espero que todos tenham feito a lição de casa. Ou, pelo menos, tentado. – colocou seu material em cima da mesa e virou-se para a turma.
— Professor, você é tão legal que ontem eu resolvi não dormir depois das aulas e tentar fazer o seu dever. – Basile levantou a mão. — Eu só consegui fazer uma questão, mas é melhor que nada, não é? – todos riram.
— Nesse caso, muito obrigado pela consideração, Basile. – cruzou os braços. — Bom, já que todos fizeram, alguém pode vir ao quadro resolver a primeira questão? – a turma permaneceu em silêncio e Austin suspirou. — Vamos lá, pessoal... Eu não vou crucificar ninguém se a resposta estiver errada. Eu só quero ver como vocês resolveram a questão, o raciocínio que vocês tiveram.
— Eu quero fazer a segunda questão, professor. – Mia fez bico e Ash revirou os olhos.
— Eu quero fazer a terceira. – Jin levantou a mão.
— E eu a quarta! – Martina exclamou.
— Poxa gente, ninguém quer mesmo fazer a primeira? – Austin pareceu decepcionado e, novamente a sala se calou. — Ash. – olhou para a loira que se assustou com a chamada repentina. — Por que você não vem fazer a primeira questão? – estendeu a caneta para ela.
— Eu? Você tem certeza? – levantou-se com receio e se aproximou do mais velho.
— Eu confio em você. – sorriu ao encará-la nos olhos e Ashley sorriu, indo para o quadro.
A loira viu a questão no livro que estava aberto em cima da mesa do professor e começou a resolvê-lo no quadro. Ela sabia como fazê-lo, — Austin a ensinou na noite passada — porém ela não queria que mais ninguém soubesse que ele ficava até fora do horário de aula na escola — isso poderia prejudicar seus planejamentos com o professor.
— Prontinho. – virou-se para o moreno e ele olhou para o quadro, parecendo orgulhoso.
— A resposta está certa. Muito obrigado Ash, eu sabia que você conseguiria. – a loira sorriu e voltou ao seu lugar. Ao sentar, olhou novamente para o mais velho a sua frente e viu que ele a encarava enquanto pedia para que Mia fosse ao quadro.
Os dois não paravam de se encarar fixamente e, ao levantar, Mia percebeu aquilo. Ela pegou a caneta que Ash havia deixado em cima da mesa e olhou novamente para Austin que ao menos prestava atenção no que ela faria, já que estava ocupado demais olhando para Ashley. Aquilo não era um bom sinal, ela pensou. Não mesmo.
— Eu e você. Você e eu. – Lucca disse assim que Chiara fechou a porta de seu armário, o que a fez se assustar. — Temos um compromisso hoje depois das aulas. – estendeu a mão para ela e Chiara a segurou, onde ele a puxou para um selinho.
— Compromisso? – a menor riu. — Que tipo de compromisso? – indagou ao começarem a andar.
— Hoje é o último dia em que o parque de diversões De Santis estará em Peschiera del Garda. – Lucca dizia animado. — Precisamos ir antes que vá embora.
— Eu adoraria ir, amor. Mas eu não tenho permissão para sair essa semana...
— Claro que tem! – ao escutar aquilo, Chiara parou de andar e soltou sua mão, o encarando irritada. — O que foi? – perguntou confuso enquanto estendia novamente sua mão para que sua namorada a segurasse novamente.
— O que você aprontou, Lucca? – Chiara cruzou os braços.
— Eu não aprontei nada, ué. – riu dando de ombros. — Eu só falei com o seu pai que eu queria sair com você hoje e ele deixou. Você tem que aprender a confiar em mim, sabia?
— Desculpa, é que... – a morena se aproximou. — Você sabe que, depois de tudo, eu ainda tenho um pouco de receio com algumas coisas.
— Eu sei, minha linda. – Giordano suspirou e passou sua destra no rosto da garota de olhos azuis. — Mas você tem que entender que eu desistiria do meu Império por você. – a encarou fixamente nos olhos. — Eu desistiria de tudo por você e isso nunca vai mudar. – Chiara sorriu e o beijou ali mesmo no meio do corredor.
— Por acaso vocês dois não tem aula, em vez de ficarem aos beijos no corredor? – o beijo foi interrompido por Fred e os dois rapidamente se afastaram.
— Foi mal Fred, é que... – Lucca tentou se desculpar, porém foi cortado pelo menos.
— Crianças, controlem um pouco o hormônio de vocês, por favor. – fez careta. — Agora vão logo para a aula antes que eu decida dar uma punição por terem quebrado as regras, vão. – não precisou de uma segunda ordem para que Lucca pegasse na mão de Castello e a puxasse para a quadra aberta, já que seria aula de Educação Física.
— Bom turma, como prometido, as meninas trouxeram hoje uma nova coreografia para a competição de dança e vocês vão decidir qual grupo deve participar no campeonato. Seria semana que vem, mas a Ash e a Fiona me avisaram que a dança estava pronta, então elas mostrarão hoje nesse final de aula. – Lucia disse e todos aplaudiram. — Meninas, espero que caprichem mesmo. – saiu do centro da roda em que haviam feito para a apresentação do grupo de Ash e as meninas logo se posicionaram em seus lugares.
Como a coreografia havia sido feita para três pessoas, uma das meninas ficou encarregada de tomar conta da música. A música escolhida foi Womanizer – Britney Spears e, ao perceber que música era, Mia riu. Ela não podia acreditar que Ash e Fiona haviam escolhido a mesma cantora que elas escolheram.
A música mal havia começado e a coreografia já se mostrava vulgar. As meninas fizeram um grande espacate e, a todo momento, Fiona olhava diretamente para Dylan, o que o deixava sem graça. Sabrina percebeu aquilo e cruzou os braços. Como essa garota podia ser tão baixa assim?
A dança terminou e, apenas o próprio grupo dela e Matteo aplaudiram. Quando Jin e Martina olharam para o ruivo, ele disfarçou e abaixou as mãos. Lucia voltou ao centro da roda e fez um sinal com as mãos para que o grupo de Mia também se aproximasse.
— Bom, foi uma dança bastante... Impressionante. – riu sem graça. — Porém, não sou eu que decido, e sim a turma. Então, aos que querem que o grupo da Ash se apresente no campeonato de dança, batam palmas!
Dessa vez, apenas sete pessoas aplaudiram — o que é considerado um número extremamente baixo, já que a turma tinha vinte pessoas. O grupo de Mia e seus amigos seguraram o riso do vexame e Lucia riu sem graça, sem saber como apaziguar a situação.
— Tudo bem... E quem quer o grupo da Mia? – se não fossem pelas sete pessoas que não aplaudiram, a votação seria unânime. — Então já sabemos a resposta. Desculpa, meninas, mas os seus colegas escolheram. – Lucia olhar com pesar o grupo de Ash e a loira bufou irritada.
— Tudo bem professora. Pelo menos nós tentamos. – Fiona sorriu forçadamente enquanto os amigos das meninas foram as parabenizá-las.
— Meninas, não fiquem chateadas. Vocês podem se apresentar no show de talentos! O que acham? – a professora se animou e todos os outros alunos a rodearam.
— Show de talentos? Como assim? – Fiona perguntou confusa.
— Todo ano, depois das provas finais do primeiro semestre, temos um show de talentos. Geralmente, o grupo de dança abre o show e seria uma boa vocês abrirem o palco para as meninas! O que acham da ideia? – Ash e Fiona se entreolharam e olharam para Mia e Sabrina que estavam logo atrás rindo delas, assim como Cameron, Nina, Martina, Lucca e outros.
— Será perfeito, professora. – Ash voltou a olhar para Lucia com um enorme sorriso forçado estampado em seu rosto.
— Que ótimo! Vou falar agora mesmo com o diretor Caruso sobre essa pequena mudança na abertura do show de talentos. Fico feliz que tenham aceitado, meninas. – disse antes de ir embora e, assim que ela se afastou mais do grupo, todos riram alto.
— É realmente uma pena que não tenha conseguido o lugar no campeonato, Ash. – Mia disse. — Vocês foram boas, de verdade. Eu fiquei impressionada.
— Não enche Mia! – Ash fechou os punhos com força.
— O que foi? Eu estou sendo honesta. – a loira fingiu estar ofendida e Sabrina riu. — Eu sei que é difícil chegar ao nível do nosso grupo, mas vocês chegam lá.
— Baixa a sua bola, Marquesa. – Fiona revirou os olhos e se aproximou de Moretti. — Nem todos querem ser Mia Moretti.
— Querida... – Mia riu fraco. — Nem todos podem ser. – Fiona grunhiu, porém nada mais disse. Apenas deu um esbarrão nas duas garotas e saiu dali batendo pé, junto do restante das outras meninas.
— Puxa! Tem gente que não sabe perder. – Sabrina riu cruzando os braços.
— É uma pena. Eu realmente gostei da coreografia delas. – houve um silêncio e as duas se entreolharam, onde logo riram.
Acabado todos os tempos de aula, Dylan se trocava no vestiário para uma partida de futebol junto com alguns meninos de sua turma. Ele havia acabado de retirar sua blusa e, agora, retirava seu tênis, quando, completamente avoada olhando para o seu batom, entrou Fiona no vestiário masculino. Ao olhar para frente e ver Dylan, a loira gritou assustada e derrubou seu batom, fazendo com que o garoto olhasse para trás.
Antes que ele pudesse falar algo, barulho de passos puderam ser escutados e ele rapidamente se levantou para pegar o batom do chão enquanto Fiona se escondeu atrás de um armário. Ao pegar o batom do chão, o treinador das atividades extracurriculares apareceu no local e ele não parecia estar de bom humor.
— O que está acontecendo? Eu escutei uma voz feminina aqui? – cruzou os braços e Lombardi olhou para trás.
— Er... – voltou a olhar para o treinador. — Nada. Não está acontecendo nada. – deu de ombros.
— Tem certeza? Porque eu juro que escutei mais alguém aqui. – levantou uma de suas sobrancelhas, nem um pouco convencido da resposta do moreno.
— Olha, eu acho que o senhor está escutando coisas. – riu. — Só tem eu aqui. – abriu os braços. O treinador o encarou em silêncio por alguns minutos e Dylan mordeu os lábios apreensivamente.
— Tudo bem. Não demore muito. Eu preciso fechar o vestiário. – o garoto apenas assentiu com a cabeça e o treinador saiu. Ao escutar a porta se fechar, Lombardi olhou para trás e viu Fiona sair de seu esconderijo, com o rosto vermelho de vergonha.
— Obrigada. – sorriu agradecida ao se aproximar de Dylan.
— Tá me devendo essa. – pegou do bolso de sua calça o batom da garota e a devolveu, logo fechando novamente o zíper de sua calça. Fiona o encarou de cima a baixo e sorriu de canto.
— Justo. – passou levemente as unhas no peitoral de Dylan e ele deu um passo para trás.
— Fiona, eu namoro. Para com isso. – a repreendeu com o olhar.
— Ah! Me desculpa, eu não sabia. – dessa vez, ela deu um passo para trás. É claro que ela sabia; Ashley já havia a contado. Entretanto, se Dylan soubesse, perderia totalmente a graça. — Ela deve ser muito sortuda. Além de bonito, você é um amor de pessoa. – riu, porém o maior apenas sorriu de canto.
— Ela é. Mas eu sou mais. – cruzou os braços.
— Bom, eu... Vou deixar você se trocar em paz. Muito obrigada de novo por ter me livrado de uma. – aproximou-se de Lombardi e beijou sua bochecha. — Fico te devendo essa! – exclamou antes de sair correndo do vestiário e Dylan apenas limpou o local do beijo com as costas de sua destra.
Já eram quase sete e meia e Lucca e Chiara ainda estavam no parque. Não havia muitos brinquedos no parque, — por ser apenas de temporada — porém, mesmo assim, os dois se divertiram bastante no tiro ao alvo, no tombo legal e na roda-gigante. Agora, eles apenas andavam pelo local enquanto dividiam um algodão-doce.
— Foi muito engraçado ver você cair na piscina de bolinhas por uma menininha de oito anos. – Chiara riu enquanto comia um pedaço do doce.
— Ela tinha boa pontaria. O que eu posso fazer? – ajeitou seu braço para que a morena entrelaçasse melhor seu braço no dele.
— Sabe, eu nunca tive um encontro de verdade. – riu olhando para o chão. — Esse é o meu primeiro.
— E as outras vezes que saímos juntos? Não contaram? – Lucca fingiu estar ofendido e ela riu, o encarando.
— Claro que contaram! – parou de andar e ficou de frente para ele. — Mas é a primeira vez que saímos para fazer algo romântico. Como todo casal faz.
— Você tem zero experiência com garotos, né? – o garoto ajeitou seu casaco. — Nunca teve um namorado e, por isso, não sabe o que é ter um encontro.
— Cala boca, seu idiota. – Castello o empurrou e ele riu ao se desequilibrar para trás.
— Eu estou brincando. – riu. — É que... Eu não achei que antes fosse necessário te chamar para fazer coisas... "Românticas". Achei que só de estar ao seu lado era um encontro. – ela o encarou fixamente nos olhos e sorriu.
— Lucca, eu... Quero que saiba que é você. – colocou sua mão direita em seu rosto. — Sempre foi você e eu sei, que no final de tudo, eu continuaria te escolhendo. Eu te amo. – Lucca sorriu e os dois se beijaram.
Chiara amava aquela sensação de estar segura nos braços de Lucca; gostava de se sentir bem ao seu lado e nenhum outro garoto havia feito aquilo com ela. Já Lucca, a cada dia que passava, se tornava cada vez mais vulnerável perto de Castello. Ainda o assustava o fato de ter alguém que estava ali para ele quando fosse preciso e que o apoiaria independente de qualquer coisa. Para ele, o relacionamento dele era o melhor de todos. Ele era totalmente dependente daquele relacionamento e não deixaria acabar como seus pais fizeram.
— Chiara? – o beijo foi interrompido por uma voz fraca, porém doce.
— M-mamãe? – os olhos de Chiara se encheram d'água ao ver sua mãe numa cadeira de rodas, aparentemente mais fraca do que antes. Ela não estava assim da última que a viu e aquilo era um péssimo sinal.
dança do grupo de Ash:
https://youtu.be/eBokiop1Q2o
aaa gente, finalmente chegamos a 20k de leituras!!!
eu agradeço de muitão por isso e fico muito feliz em saber que vocês estão gostando dessa história 💖💖
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