Capítulo trinta e oito

 — Eu tenho uma ideia! – Fiona exclamou com um enorme sorriso no rosto ao se sentar na poltrona de frente para Ash.

— Ideia do que, garota? – a loira franziu o cenho confusa ao tirar o celular de seu rosto.

— Eu tentei ser direta com o Dylan, mas acabou não dando certo e, de quebra, ainda levei suspensão... – revirou os olhos. — Mas, eu posso afetar o casal de outra forma.

— O que você tá aprontando, hein Flor? – suspirou cansada.

Por mais que ela concordasse com Fiona sobre a ideia de separar Dylan e Mia para que Moretti ficasse vulnerável, ela estava cansada de Vitale falar o tempo inteiro sobre Dylan e Mia. Era como se ela estivesse obcecada por eles e, de obsessão, já havia bastado a de Ivy por Lombardi.

— Estava pensando em me aproximar do Matteo.

— Do Matteo? – Ash perguntou bastante surpresa num tom alto, chamando a atenção de alguns alunos que estavam presentes.

— Fala baixo, garota, desse jeito vão te ouvir lá em Milão. – Fiona murmurou entre dentes.

— Por que você quer fazer isso? – a loira cruzou as pernas e ficou na beirada da poltrona que estava sentada.

— Eu não sei. Gosto de criar uma discórdia. – deu de ombros ao sorrir. — Talvez me aproximando do Matteo, eu consiga saber os pontos fracos do Dylan. Eles são melhores amigos, não são?

— Flor, você é minha amiga, mas eu sei que não vai adiantar nada se eu falar pra você esquecer isso. – Ashley suspirou. — Só não seja expulsa. Eu preciso de você para acabar com a Mia. – desbloqueou seu celular. — E, vem cá, você não deveria estar na sala dos professores? – a encarou com uma de suas sobrancelhas arqueadas.

— Ah é! – levantou-se num pulo. — A Antonella e o Cédric pediram pra eu pegar café. Acabou o café da cafeteira. – ajeitou seu coque. — Até mais tarde. – passou entre um grupinho de meninos que jogavam futebol de pebolim e, ao passar, os meninos pararam de jogar para vê-la passar.

O sinal para o final do intervalo tocou e Ash se levantou. Ela não ligava se o plano de Fiona daria certo ou não, ela só se importava naquele momento em se destacar na dança de abertura de palco para o grupo da Mia no show de talentos. Se tivesse sorte, com mais pessoas lá, ela teria mais chances de fazer com que decidissem que o grupo dela era melhor que o de Moretti.

 — Aqui professor. – Ivy colocou as redações que havia pegado dos alunos a pedido de Dante em cima de sua mesa e ele agradeceu enquanto se levantava.

— Dante, quando você vai corrigir as redações? – Martina levantou a mão e o professor riu.

— Eu espero que ainda esse final de semana. Mas... Eu não posso prometer nada. Como temos quatro alunas suspensas aqui, a redação precisa ser diferente para elas. – suspirou colocando as mãos no bolso de sua calça.

— Ah é. A Mia e a Sabrina estão suspensas. – Nina cruzou os braços. — Eu acho errado o Luigi ter dado suspensão 'pras duas. Quem começou tudo não foram elas.

— Eu não acho errado. – Martina pigarreou e sua namorada a encarou. — Eu só achei sem necessidade alguma a prova mudar para elas. Tipo, a única coisa que muda é que elas estão fazendo as provas na sala do meu pai. Por que as obras da redação delas também precisam mudar?

— Bom, por um lado eu até concordo com você, Martina. – Approbato cruzou os braços. — Mas o diretor Caruso queria que elas fizessem redação sobre algo que as fizessem pensar sobre o que fizeram.

— E também, todos nós sabemos que o Luigi, às vezes, consegue ser um ser insuportável. – todos concordaram em meio a risadas e Martina a encarou de cara feia. — Desculpa, meu amor, mas você sabe que é a verdade. – sorriu dando uma piscadela para a garota que apenas negou com a cabeça, voltando a olhar para o professor.

— Eu já acho tudo isso uma perda de tempo. – Basile deu de ombros. — O que elas vão tirar de lição numa obra de Shakespeare, ou Dante Alighieri? Afinal, o que literatura tem a ver com realidade?

— É, literatura é ficção. Fantasia. – Ash também deu de ombros.

— Ué e vocês acham que tudo que foi produzido pela literatura, até os movimentos literários que a gente estudou até agora, não refletem na maneira como a gente se comporta, na maneira como a gente pensa e age? – Dante ficou com a boca entreaberta.

— Claro que não. – Dylan negou. — Tem coisa aí com mais de duzentos anos, Dante.

— 'Cês concordam com esse pensamento? – olhou para o restante da turma e alguns assentiram com a cabeça.

— Ué, faz sentido. – Cameron franziu o cenho.

— Será?

— Não é? – Jackson indagou.

— Vamos ver. – o mais velho descruzou os braços. — Quem aqui nunca se pegou cheio de dúvidas, sentindo um... Tédio absurdo, com vontade de fugir da realidade, afogar as mágoas na bohemia, pensando que não há outra saída para o mundo?

— Todo mundo já se sentiu assim. – Jackson riu fraco.

— Essas são as características principais de um movimento literário bem novo. Do século dezoito. – a turma permaneceu calada. — O Romantismo.

— Caralho... – Lucca cruzou os braços, nem se dando conta que havia xingado em sala de aula. — É mesmo.

— Quem aqui nunca se sentiu escravizado por um padrão de estética rígido, que prega a perfeição das formas, sem se preocupar com o conteúdo?

— Isso é sobre a mulher de hoje em dia. – Chiara respondeu timidamente.

— Menos eu. – Ash deu de ombros sorrindo e alguns alunos reviraram os olhos.

— Ah, engraçado, porque eu estava falando sobre o Parnasianismo, né? – os alunos riram. — Que é no final do século dezenove.

— Agora você me pegou, Dante. – Ivy riu confusa.

— Gente, um dos livros mais importantes já escritos, referência dos maiores escritores até hoje, foi escrito por um grego, em, mais ou menos, 335 antes de Cristo. – começou a gesticular com as mãos. — A "Poética" de Aristóteles. Classificar os períodos literários, ao longo do tempo, é o que? – mexeu as mãos freneticamente. — É apenas... Uma forma de estudá-los dentro de um contexto. Não quer dizer que eles ficaram no passado, eles não ficaram no passado. Tudo o que foi produzido pelo homem, por mais que vocês não percebam, ou que não tenham conhecimento formal, tem uma influência enorme. Enorme! – abriu os braços até onde podia. — Sobre cada um de nós. Por isso, estudar Literatura, é muito mais do que ler livros. É uma forma de conhecer... A essência do ser humano. É uma forma de conhecer... A essência... De cada um de vocês.

O sinal para o fim das aulas tocou e, após Dante liberar os alunos, todos começaram a se levantar aos poucos e a sair da sala.

— Professor, será que eu... Posso falar um minuto com você? – Cameron perguntou ao se aproximar do mais velho que pegava suas coisas da mesa para guardar em sua bolsa.

— Claro. O que houve? – Dante colocou novamente seu caderno em cima da mesa e sentou-se em cima dela para prestar atenção no loiro a sua frente.

— Então, é... Sobre a aula de hoje... – o garoto passou sua mão na nuca, bastante apreensivo. Ele não fazia ideia de como começar a falar. — Quando o senhor comentou sobre querer fugir da realidade, eu... Acho que me identifiquei.

— Sério? Como assim? – Approbato cruzou os braços e Cameron suspirou pesadamente.

— É que... Eu... – o loiro olhou para o chão e respirou fundo. — Eu preciso desabafar algo com o senhor. – finalmente criou coragem e voltou a olhar para Dante. — Eu sei que parece estranho, mas é que eu não vejo outra pessoa a não ser o senhor. O Noah é meu amigo, mas ele não entenderia e o Lucca está ocupado demais cuidando dos assuntos da Chiara.

— E como eu posso ajudá-lo?

— Bom, eu... Não sei. – riu fraco. — As suas aulas me ajudam bastante a repensar as minhas ações, quem eu sou e sobre coisas que acontecem na minha vida. Graças ao senhor eu mudei bastante e eu sinto que posso confiar em você.

— Puxa, Cameron, eu... – Dante ficou sem palavras. — Eu fico muito feliz em saber que minhas aulas te ajudam e que você confia em mim. É para isso que eu estou aqui. – sorriu e Cameron fez o mesmo.

— Então, a minha vida ultimamente anda uma completa bagunça e eu não faço ideia de como mudar isso. – De Luca sentou-se na mesa de frente a mesa de Dante e apoiou suas mãos ali. — Só falta um semestre para eu me formar e eu sinto que, cada vez que a formatura se aproxima, as coisas se tornam cada vez mais complicadas.

— Vá em frente. Estou todo ouvido. – o mais velho fez um sinal com a mão para que ele continuasse e o mais novo assentiu com a cabeça.

— Não é segredo nenhum que o meu pai quer que eu seja político como ele. É o "negócio da família", os meus irmãos seguiram os passos dele e eu, como caçula, também devo. Mas... Eu nunca quis ser igual ao meu pai. – franziu o cenho. — Eu tenho um sonho. E eu quero muito ser músico. Eu gosto de tocar violão, piano, bateria... Gosto de cantar e compor, mas... Eu tenho medo do meu pai descobrir. Meu pai odeia esse tipo de coisa. Ele quer que sejamos vistos com modelos lindas e perfeitas, mas que os pais delas não sejam envolvidos com isso também. Eu nunca fui de seguir suas ordens e, por isso, sou o que mais apanho do meu pai. Quando a minha mãe estava comigo, era tudo diferente, mas agora que ela se foi, eu... Me sinto sozinho.

— E onde está a sua mãe?

— Eu não faço a menor ideia. – Cameron riu sem humor e olhou para um ponto fixo do chão. — Ela era diferente das mães dos meus irmãos, a minha mãe era... Única. Ela sempre bateu de frente com o meu pai e me dava apoio em tudo. O meu pai sempre criou os meus irmãos como um 'puta ditador e as suas ex-esposas nunca se metiam, só se importavam em gastar. E eu acho que ele odiava a minha mãe porque ela queria estar presente na minha criação e ela esteve. Foi por ela que o meu amor pela música começou e eu sou muito grato a ela por isso. – sorriu e seus olhos brilharam. — Mas a minha mãe nem gostava mais do meu pai. Ela era apaixonada pelo dono do seu restaurante favorito e só estava com o meu pai ainda por minha causa. Eu sabia e me sentia um 'puta egoísta por aquilo...

— Se sentir egoísta? Por quê? – Dante riu confuso e Cameron o encarou. — Você não fez nada de errado. Estar com o seu pai, mesmo sem querer, não foi decisão sua. Foi da sua mãe. Nunca se sinta culpado por algo que você não fez, Cameron. – o loiro sorriu grato e colocou suas mãos na frente de seu corpo.

— Eu não sei como, mas o meu pai acabou descobrindo sobre o cara do restaurante e eles brigaram feio. O meu pai sempre foi meio abusivo com as pessoas. Ele nunca foi o cara que batia nas mulheres, mas eu sei que ele gosta de abusar psicologicamente delas. – De Luca engoliu em seco. — Ele nunca conseguiu afetar a minha mãe. Quando ele achava que estava há dois passos dela, ela estava há quatro dele. Quando eles brigavam, ela sempre era a que falava mais alto, mas dessa vez... A briga foi tão feia que meu pai a mandou embora de casa. E só faltava uma semana para o meu aniversário. – novamente os olhos de Cameron brilhavam; porém dessa vez eram de lágrimas. — Antes de sair de casa, ela me prometeu que me veria na minha festa. Mas... Ela não apareceu. O meu pai disse que ela nos abandonou e a mídia disse que ela traiu o meu pai e fugiu com o cara do restaurante. Eu nunca mais tive notícias dela, mas sei que é mentira do meu pai. A minha mãe nunca faria isso comigo e a minha maior motivação para ser o que eu quero ser é por causa dela.

— Mas você tem medo de seguir o seu sonho por causa do seu pai. – Dante suspirou pesado. — Cameron, se é o seu sonho, não tenha medo de vivê-lo. O seu pai não pode te obrigar a viver o sonho dele, é a sua vida, suas escolhas e de mais ninguém. Você já tentou conversar com ele sobre?

— Conversar com o meu pai? – o mais novo riu sem humor. — Eu não consigo ter mais que dois minutos de conversa com ele. Quando ele descobriu que eu cantei no Coppolas's ele quase me matou. Acho que tentar conversar com ele está totalmente fora de cogitação. – balançou a cabeça em negação.

— Olha, você disse que o seu pai é um "ditador", não é? Sabe por que ditadores têm tanto poder? Porque ele controla as pessoas através do medo. – Dante sorriu de canto. — Você tem medo do seu pai e é assim que ele te controla. Eu sei que o medo vai estar aí ainda, mas se você parar de demonstrar, ele não terá mais poder sobre você. Não é combatendo fogo com fogo que você consegue algo. Seja igual a sua mãe: esteja sempre há quatro passos à frente.

— Puxa Dante, eu nem sei o que dizer. – Cameron sorriu. — Eu nunca falei com alguém dessa forma sobre o meu pai, meu sonho e o que eu sentia em relação a tudo. Eu já contei por alto para os meus amigos, mas eles só me diziam pra esquecer aquele assunto. – deu de ombros. — E... Tem outra coisa também que eu queria falar com o senhor. – mordeu os lábios de forma apreensiva.

— Pode falar. Estou aqui para isso. – Approbato riu e De Luca fez o mesmo.

— Esse assunto é mais tranquilo, mas, mesmo assim, é um pouco delicado. – coçou sua nuca. — Eu conheci uma garota e ela é... Incrível. É o tipo de garota que você olha e pensa: "eu posso ter todas, mas essa nunca estará ao meu nível". Só que ela me deu uma chance e eu... Fui um completo 'cuzão com ela. – seu sorriso se desfez. — Eu a tive em minhas mãos e a deixei ir. Agora ela tá em outro, muito melhor. Eu não sei o que fazer pra reconquistá-la, mas eu não quero desistir. Eu a amo e nunca amei uma garota antes.

— Cameron, assim como vimos em sala de aula, o amor é algo complicado de se entender, mas não é difícil. Isso que eu vou falar também serve para o seu assunto com o seu pai, então... Preste bem atenção. – levantou-se da mesa e pegou suas coisas. — Tem que decidir o que é importante pra você. Manter o seu orgulho e não ter nada... Ou correr o risco e, talvez, ter tudo.

— Dante, muito obrigado pelos conselhos. – o loiro se levantou e puxou o mais velho para um abraço. — O senhor é o pai que eu queria ter. – disse antes de encerrar o ato e sair de sala, deixando Dante sorrindo feito bobo e com o coração apertado.

Naquele meio-tempo, aproveitando o fim das aulas, Dylan foi correndo para a biblioteca. Ao entrar na sala, viu Mia arrumando uma das estantes e ele se aproximou em silêncio, a pegando totalmente desprevenida pela cintura.

— Ah! Me deixa! – Mia exclamou enquanto era girada pelo garoto.

— Eu não vou te deixar. – Dylan negou assim que a virou para ele. Ao ver que era seu namorado, a loira sorriu e colocou as mãos em seu pescoço, olhando fixamente em seus olhos.

— Não vai me deixar? – roçou seu nariz no dele e ele riu.

— O pior que posso fazer... É me agarrar com você. – colocou sua destra no rosto de Mia. — Mas, meu amor, eu não posso evitar. Você está aqui no meu coração. Sempre.

— No meu também. – Moretti abriu um enorme sorriso e seus lábios ficaram colados. — Desde a primeira vez que te vi, nunca parei de pensar em você.

— Eu amo te escutar falar isso. – o maior riu. — E sabe de uma coisa? Eu também não. – os dois sorriram antes de se beijarem.

Para os dois, se beijarem era como se fosse a primeira vez sempre. Mia sempre sentia um enorme frio na barriga e Dylan sempre a beijava como se fosse a última vez que pudesse fazer aquilo. Aquele momento para eles era único; todo momento a sós era único. E eles sempre faziam valer a pena.

O beijo foi interrompido por uma tosse forçada. Os dois se desgrudaram num ato rápido, com medo de que fosse Luigi, Fred, ou até mesmo a bibliotecária. Ao ver quem realmente era, os dois ficaram confusos.

— Papai? O que faz aqui? – Mia ajeitou seu cabelo e Dylan abaixou a cabeça. O seu sogro já o odiava, será que ele só o veria quando ele estivesse em um momento íntimo com a sua filha?

— Eu vim te ver. Mas vejo que está... Ocupada. – limpou a garganta e a loira desviou o olhar.

— Eu vou... Os deixar a sós. – Lombardi tentou quebrar aquele clima, porém antes que pudesse sair dali, Domenico o segurou no pulso e ele o encarou.

— Fique. Eu quero falar com vocês dois. – a loira franziu o cenho confusa e tornou a olhar para o seu pai. Dylan voltou a ficar ao lado de Mia e o mais velho cruzou os braços. — Eu quero me... Redimir com vocês. Eu não fui o melhor pai durante esses anos e sei que pode ser tarde demais para ser um, mas... Eu reconheço que errei e estou disposto a correr atrás. Se você me permitir, Mia.

— Vai ser difícil. Não é como se você tivesse esquecido o meu aniversário apenas uma vez. – Mia cruzou os braços, entretanto, assim que percebeu que seu pai realmente queria se aproximar dela, suspirou em rendição. — Mas não será impossível. – sorriu de canto e seu pai sorriu aliviado.

— Que bom então. Eu espero vocês se trocarem. Passaremos a tarde fora. – ele logo se animou.

— Eu não sei se tenho permissão para sair hoje. – Dylan olhou para a sua namorada e Domenico riu.

— Não ligue para isso. Eu já resolvi tudo na direção, não se preocupe. – os dois riram ainda confusos com toda aquela situação. — Não demorem. Eu fiz uma reserva num restaurante e não podemos nos atrasar. – disse antes de sair da biblioteca.

O sol ainda se fazia presente quando Dylan, Mia e Domenico chegaram no restaurante. A mesa reservada por Domenico ficava de frente para o enorme jardim e todo o ambiente era repleto de plantas. Ao se sentarem, o garçom logo serviu o copo de água e o cardápio.

— Escolham o que quiserem. É por minha conta hoje. – o mais velho sorriu. Dylan olhou para Mia que apenas assentiu com a cabeça.

Ele só havia tido contato com o seu sogro duas vezes e, as duas vezes não saíram muito bem. O moreno ainda não sabia como se comportar, não sabia o que dizer para Domenico — ele tinha medo de estragar tudo. Dylan sabia que, apesar de tudo, Mia queria mais que tudo que aquela tentativa de aproximação de seu pai fosse verdadeira e desse certo.

— E então? Como andam os estudos? – Domenico tentou puxar assunto assim que fizeram os pedidos.

— Bom... Vão indo. Como a Mia foi suspensa eu anoto a matéria pra ela e estudamos juntos para as provas. – Dylan deu um gole em sua água.

— E você pretende se formar em que? A Mia eu sei que quer fazer psicologia. – naquela hora a garota arregalou os olhos surpresa. Domenico apenas sorriu antes de voltar o seu olhar para o garoto a sua frente, porém a loira se desligou do mundo a sua volta.

O seu pai realmente havia dito o que ela queria fazer? Ele não disse que ela seria modelo? Domenico queria realmente acertar as coisas com ela e dizer o que Moretti queria ser mesmo, deixava um fio de esperança em seu peito se formar.

— Eu não sei. Na verdade, eu nem sei se quero fazer faculdade. – o garoto olhou para a mesa.

Os seus pais nunca colocaram pressão nele no quesito faculdade. Bianca e Leonel só queriam que seu filho escolhesse algo que ele gostasse de fazer e, como sabiam do temperamento do filho, não conversavam sobre aquele tipo de coisa. Dylan sabia que tinha que se decidir logo e só se deu conta de como aquilo tinha um peso em sua vida agora que Domenico estava o perguntando. Ele já tinha dezoito anos e faltava apenas um semestre para se formar e começar a vida adulta. O futuro que ele tanto dizia estar longe estava mais perto do que ele pensava e aquilo estava começando o assustar.

— Bom, de qualquer forma, tem alguns meses ainda para você se decidir. O importante é você fazer o que quer. – o mais velho deu um gole em sua água. — Eu sei que é meio difícil de acreditar, mas eu não fiz faculdade assim que me formei. O meu pai queria que eu fosse um engenheiro civil, mas eu fui contra. Agora sou dono de várias terras que vendo e ganho milhares de euros, dando uma boa vida para a minha pequena marquesa. – sorriu orgulhoso olhando para a sua filha que sorriu timidamente.

— Eu espero ter a mesma sorte que o senhor quando me formar. – Lombardi sorriu sem mostrar os dentes. — Amor eu vou... No banheiro. Volto em dois minutos. – deu um selinho em sua namorada e pediu licença para Domenico que assentiu com a cabeça.

— E então papai? O que achou do Dylan? – Mia indagou olhando para o seu pai assim que o seu namorado entrou no restaurante.

— Esse menino tem cara de muito safado... – ficou sério.

— Papai! – a loira arregalou os olhos.

— Mas ele é um ótimo garoto. – riu e Mia respirou aliviada. — Fico feliz que tenha encontrado um bom menino. Te ver feliz é a melhor coisa que pode me acontecer, minha filha. – Mia olhou para a mesa e sorriu. Pelo jeito finalmente as coisas estavam bem.

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