Capítulo trinta e nove
— Finalmente a suspensão acabou! – Sabrina exclamou ao se jogar no sofá, entre Nina e Jackson.
— E as provas também, né. – Chiara disse enquanto era abraçada por Lucca.
— Eu acho que deveríamos sair hoje a noite pra comemorar o início do último semestre. – Dylan chamou a atenção de todos os que estavam ali na rodinha, fazendo carinho no braço de Mia que estava entretida procurando alguma ponta dupla em seu cabelo.
— Sair hoje à noite? – Jin riu fraco. — Por que vocês gostam de fazer coisas proibidas, hein? – negou com a cabeça e todos riram.
— Contanto que não seja no Evolution, eu topo. – a garota de cabelo colorido apoiou sua cabeça no ombro de Jackson e ele apenas riu. — Eu já trabalho lá de Segunda a Sexta. Preciso de uma folguinha.
Mesmo que ainda não houvessem ficado, Jackson e Sabrina tinham uma conexão surreal. Tirando Dylan, Cabrini a entendia como ninguém; ela gostava de estar com ele, de passar o tempo com Jackson. Com ele, Osuna sentia como se não existissem problemas, como se ela nunca houvesse conhecido Cameron, como se ela jamais tivesse gostado de um De Luca.
— Se vocês quiserem sair, eu sei de uma boate perfeita que fica em Vicenza. – Heloisa disse ao se aproximar do grupo. — O melhor de tudo é que lá eles não verificam identidade para entrar. – sorriu e todos se animaram na hora.
Depois da conversa que teve com Dylan, Heloisa resolveu ligar para o seu pai e ele a atendeu na hora. Ela foi direta no assunto e desabafou como havia se sentido após o divórcio dele com a sua mãe; disse que sentiu que eles haviam a matriculado naquele internato apenas para se livrar dela e que teve uma confirmação a partir do momento em que eles nem ligaram para saber como ela estava após ter recebido uma suspensão. O seu pai explicou que não era nada daquilo; Rossi disse que não ligou porque o seu manager não avisou nada e que estava ocupado com os shows. Explicou também que, o motivo de a terem matriculado no Elite, não foi para se livrarem dela, foi porque era o melhor colégio de toda a Itália e eles queriam o melhor para ela. O seu pai disse que um divórcio não interferia em nada na sua relação com Heloisa e sabia que sua mãe diria o mesmo.
Após uma conversa de quase duas horas, com Fred a mandando desligar o telefone a todo momento e alguns alunos irritados pela demora no único telefone da recepção, finalmente o coração de Heloisa se acalmou e ela pôde encerrar a ligação. Depois disso, ela pediu para conversar com Sabrina e se desculpou pela forma que a tratou. Osuna aceitou suas desculpas e disse que a entendia — afinal, Rossi era apenas uma menina rebelde e revoltada, e ela entendia bem daquilo. Agora Heloisa se enturmava com o grupo que a recebeu de braços abertos e ela estava amando estar ao lado deles.
— Lola, eu adorei a ideia! – Mia ajeitou no sofá e olhou para a loira que estava em pé.
— Então todos aqui concordam de irem à boate de Vicenza hoje depois do jantar? – Dylan perguntou e todos concordaram animados.
— Por que eu sou amigo de vocês mesmo? – Jin perguntou e todos riram enquanto o sinal para o final do intervalo tocou.
— Bom, enquanto a hora da boate não chega, precisamos ir para a aula da Antonella. – Matteo se levantou, dando a deixa para que o restante fizesse o mesmo.
— Mia, vamos. – Ivy chamou a atenção da sua amiga que olhava para Cameron, que permanecia sentado numa poltrona um pouco distante deles.
— Vão indo na frente. Eu preciso fazer algo antes. – sorriu ao olhar para a morena e Ivy apenas assentiu antes de correr até Jin que a esperava ao lado de Dylan.
A garota avisou a Lombardi que Mia iria logo depois e ele apenas olhou para a sua namorada, antes de assentir com a cabeça e ir para a sala de aula junto de seus amigos.
— Bonito, hein?! – a loira disse assim que se aproximou de Cameron.
— Obrigado. É o que dizem quando eu passo. – o loiro sorriu de forma sarcástica ao olhar para a sua amiga. — O que houve? Problemas no Paraíso com o Lombardi? Porque, se for isso, eu não posso te ajudar. – ajeitou-se na poltrona para que Mia se sentasse ao seu lado. — Sabe que eu não tenho um bom histórico com garotas.
— Ainda bem que tocou nesse assunto. Um passarinho me contou que você estava ficando com uma garota e pisou muito feio na bola com ela. – olhou fixamente nos olhos do garoto, porém ele logo desviou o olhar e riu sem humor. — Uma aposta? Quantos anos você tem?
— O seu passarinho por acaso é metade moreno e metade loiro? – voltou a olhar para Moretti. — Sabe, no fundo, eu sempre soube que vocês se tornariam amigas. Vocês se parecem um pouco.
— Não fuja do assunto, Cam. – revirou os olhos e o loiro suspirou profundamente.
— A aposta foi algo idiota, eu sei disso e me arrependo demais de ter feito. Mas era algo que o Lucca e eu fazíamos todo o ano, eu só não sabia que acabaria gostando da Sabrina... – riu fraco. — O que eu sentia por ela era real, Mia. Ainda é. Mas eu tenho noção do que fiz e entendo que ela não queira nem me escutar...
— E você ganhou a aposta?
— Eu nem lembrava mais que havia me aproximado da Sabrina por causa de uma aposta idiota, muito menos o Lucca. Ele estava ocupado demais tentando se desculpar com a Chiara por causa do lance com a Ash. – colocou as mãos em cima das pernas de Mia, já que ela havia as colocado em cima de sua perna esquerda. — Mas, supondo que a aposta ainda valesse, eu ganhei. – encarou a sua amiga fixamente nos olhos. — Mas perdi a única coisa que um dia me fez feliz.
— Então você perdeu a aposta mais importante. – o loiro franziu o cenho confuso. — Você se apaixonou. E perder para o coração é a pior coisa do mundo. – Mia sorriu. — Mas, sabe como é raro amar alguém de todo coração e ser correspondido? Isso se chama sorte. E não acontece todos os dias.
— E eu fico feliz que tenha sido recíproco com o Dylan. Eu não falo com ele, mas sei o quanto ele te faz feliz. – apoiou sua cabeça na poltrona e olhou para frente. O espaço já estava vazio pelo fato de todos já estarem na aula.
— Eu tô me referindo a você e a Sabrina. – Moretti riu. — Você a magoou demais, mas, quando ela fala de você, mesmo que seja só pra te xingar, eu ainda vejo no olhar dela que ela te ama.
— Você não me engana, Mia. Eu vejo o jeito que ela olha pro Jackson. – olhou para a loira. — E ela gosta dele.
— Cam, sabe por que eu nunca quis ficar com você? – ajeitou sua postura. — O maior motivo era porque você estava com a minha melhor amiga e ela gostava de você. Mas, o segundo motivo, era porque, mesmo que você nunca quisesse ser igual ao seu pai, eu o via em você e tinha medo.
— O que você... O que? – Cameron ajeitou-se na poltrona.
— Você sempre disse que nunca seria igual a ele, mas tratava as garotas como se fossem algo descartáveis, assim como o seu pai. Mas agora você tá diferente, parece mais maduro. Eu não te vejo mais como o Francesco. Eu te vejo como o Cameron, o menino que eu conheci na quinta série. – sorriu e o garoto de olhos azuis fez o mesmo.
— Sabe Mia, talvez você esteja certa. Eu sempre tive medo do meu pai, você sabe que eu sempre fui criado para ser igual a ele quando crescesse e, depois que a minha mãe foi embora, passei a achar que esse era o meu destino. – um nó se formou em sua garganta. — Mas eu não quero mais ter medo dele. Eu quero enfrentá-lo de uma vez por todas, quero seguir o meu sonho.
— E você sabe que eu estou aqui pro que precisar, né? – Moretti sorriu sem mostrar os dentes. — Você não precisa enfrentar o seu pai sozinho.
— Eu preciso. Eu quero que ele saiba que eu não tenho mais medo dele e isso é entre nós dois. – contraiu a mandíbula e Mia apenas o abraçou.
Ela admirava aquela determinação de De Luca e sabia que ele só se sentiria bem se fizesse aquilo sozinho. Porém ela tinha medo de algo acontecer com ele, afinal, eles estavam falando de Francesco De Luca. Nunca se sabia do que ele seria capaz, inclusive contra o seu próprio filho.
O restante das aulas se seguiram tranquilas e, para a felicidade do último ano, a hora de ir para a boate havia chegado. Como já não era a primeira vez que os alunos fugiam para fazer algo, foi fácil a fuga do internato e, em menos de meia hora, todos já estavam na fila para entrar na melhor boate de Vicenza.
Como dito por Heloisa, o segurança sequer pediu a identidade da turma e logo todos já estavam dentro da boate. Diferente do Evolution, o local não era tão chique assim, porém era agitado e, com certeza, todos aproveitariam o momento.
— Eu não sou muito fã de boates, mas isso aqui tá demais! – Jin exclamou enquanto era puxado pelos braços por Ivy.
Mia dançava com Dylan e Sabrina e Jackson um pouco mais a frente. Como de costume, Moretti recebia os olhares de todos da boate, porém, como sempre, ela não percebia e, mesmo que percebesse, não fazia questão daquilo. O único olhar que ela queria em si era de Dylan e ele estava bem ali na sua frente, com um copo de vodka na mão e cantando com ela Movimento Lento – Annalisa.
Um pouco mais à frente, Noah estava sentado com Cameron dividindo um maço de cigarro enquanto bebiam e viam Nina dançando com Martina, Lucca com Chiara e Matteo com Heloisa. A verdade é que Cameron nem queria estar ali; ele sabia que veria Sabrina e Jackson juntos e ele ainda não estava preparado para ver aquilo, — ele sequer sabia se um dia estaria preparado — porém Mia insistiu para que ele fosse e Noah e Lucca também, então ele foi apenas por seus amigos.
— Eu vou pegar mais bebida. – o loiro disse no ouvido de Noah, que estava entretido demais gritando para que Lucca mexesse mais a cintura. Ao se dar conta que o moreno não o responderia, De Luca bufou e se levantou, não demorando para ir até o bar.
— O principezinho De Luca está sozinho? – ao olhar para o lado viu Fiona apoiar-se na bancada que os separava dos barmans e ele franziu o cenho.
— O que você quer Fiona? – voltou a olhar para frente ao ver que o barman colocou a sua batida de abacaxi em cima da bancada.
— Nada, eu te vi aqui sozinho e resolvi vir falar com você. – deu de ombros e sentou-se ao seu lado. — Sabe, somos iguais. Acho que devemos ficar unidos.
— Iguais? – Cameron fez uma careta ao dar uma golada em sua bebida.
— Sim. Nós dois almejamos ser pessoas poderosas, com bastante influência. A única diferença entre nós é que o seu pai consegue te dar tudo de mão beijada.
— Não é bem assim. – riu ao negar com a cabeça. — Eu não quero mais ser relacionado com o meu pai e, mesmo se quisesse, nunca daríamos certo. Eu já gosto de uma pessoa e... Eu gostaria dela em qualquer outro universo paralelo. – sorriu de canto e a loira revirou os olhos.
— Se tem uma coisa que eu odeio, depois da Mia é claro, são pessoas apaixonadas. – mostrou a língua e fez uma careta enojada. — E tá estampado na sua cara que é pela estranha da Sabrina. – apontou para a garota que dançava animada com Matteo e Nina, e Cameron olhou para a direção a qual ela apontava.
— Eu não estou apaixonado por ela. – negou rindo voltando o seu olhar para frente.
— Quer fazer uma aposta então? – Fiona estendeu sua mão para ele e o loiro olhou por alguns segundos, antes de desviar seu olhar para os olhos da garota.
— Eu não faço mais apostas. – voltou a beber sua batida e Fiona bufou antes de revirar os olhos.
— Eu achei que você fosse diferente. – cruzou os braços. — Mas é sem graça, assim como todos os outros. – levantou-se e saiu dali batendo o pé.
Talvez se Vitale tivesse entrado no internato no começo do semestre, as coisas seriam diferentes. Ela era uma garota bonita e, o Cameron do passado, não pensaria duas vezes para ficar com ela. Porém, ele havia conhecido Sabrina primeiro e ele não era mais o mesmo.
Enquanto isso, do outro lado do bar, Ash dançava com um garoto que havia conhecido na boate. Ao se afastar do moreno, a loira foi até o bar para pegar uma bebida.
— Um limoncello, por favor. – pediu ao barman ao sentar- se no banco e ele se virou para preparar sua bebida.
— Essa boate é realmente muito boa, não é? – o homem ao seu lado puxou assunto e Ash olhou para ele. Assim que ambos se reconheceram, foi impossível não rir surpresos. — A senhorita não deveria estar no internato?
— Eu não sabia que um professor frequentava boates numa Quinta-feira. – sorriu apoiando seu rosto em sua mão. A loira usava cílios postiços enormes que davam destaque aos seus olhos e uma sombra rosa com bastante glitter, combinando com o seu vestido curto. Austin não podia negar que ela estava bastante bonita.
— Eu mereço uma folga de vez em quando. – sorriu. — Amanhã eu não trabalho e queria comemorar as boas notas que vocês tiveram. Ninguém tirou menos que oito.
— É sério? – Ashley se endireitou no banco. — Quanto eu tirei?
— Bom, eu só diria a nota de todos na semana que vem, mas... Você tirou dez. – a garota se levantou animada e deu pulinhos de alegria, o que fez Foganoli rir.
— Professor, eu nunca tirei dez em toda a minha vida! – exclamou animada. — Eu acho que isso merece uma comemoração. Vem, vamos dançar. – o puxou pelos braços, fazendo com que o moreno quase derrubasse o copo que estava em sua mão.
— Ash... Não sei se isso seria uma boa ideia... – tentou se desvencilhar da garota, porém ela o segurava fortemente nos pulsos.
— Ah, por favor, Austin, não seja chato. – sorriu aproximando-se dele. — Estamos fora da escola. Aqui eu não sou sua aluna e você não é o meu professor. – o olhar de Austin vacilou por um segundo ao olhar para a boca de Ash, porém ele foi firme.
— Isso ainda é errado... – fechou os punhos.
— Não estamos cometendo um crime. – a garota riu. — É só uma dança. – jogou os braços de Austin para cima e começou a dançar com o rosto próximo ao do mais velho.
Naquele mesmo tempo, Sabrina também dançava com Jackson. Os dois se divertiam juntos desde que haviam entrado naquela boate e Jackson não sentia vontade de voltar para o internato e acabar com aquela noite.
— Sabrina, eu... Posso te fazer uma pergunta? – Cabrini perguntou ao aproximar seu rosto do ouvido da garota.
— Claro! – o encarou fixamente nos olhos com um enorme sorriso no rosto. Jackson se sentiu perdido ao olhar para os seus olhos e, por um momento, esqueceu de como se falava. — O que foi? – riu confusa.
— Desculpa, é que... – o garoto voltou a si e riu fraco. — Você me deixa nervoso. – Osuna riu ao escutar aquilo e envolveu seus braços no pescoço do maior.
— Pode falar, eu não mordo. – sorriu.
— Bom, é que... Eu gosto de você, Sabrina. Gosto demais. – Jackson olhava fixamente nos olhos da garota. — E eu queria saber se você não sente o mesmo porque, eu tô um pouco confuso e...
Sabrina não esperou que Jackson terminasse de falar e tomou seus lábios em um beijo. Ela já esperava aquilo faz um tempo e decidiu que ali era a hora perfeita para seguir em frente. Do outro lado da boate, Ash também havia conseguido o que queria. Ao dançar com Austin, a loira não precisou fazer muito esforço; Foganoli culparia a bebida pelo que fez, mas, no fundo, ele não se sentia arrependido por ter beijado Ashley, afinal, ele ansiava por aquilo desde que a conheceu, assim como ela.
— Pessoal, temos boas e más notícias. – o beijo de Sabrina e Jackson foi interrompido por Mia e Dylan que haviam aparecido junto com o restante do grupo.
— O que houve? – Jackson perguntou com as mãos ainda na cintura de Sabrina e, ao ver aquilo, Cameron sentiu-se enciumado.
— Então, a má notícia é que o dono da boate descobriu que tem pessoas menores de idade aqui. – Dylan disse e todos exclamaram frustrados.
— Mas, a boa notícia é que descobrimos que ele havia contratado uma banda para tocar essa noite, porém eles desmarcaram em cima da hora. – Mia falou por cima dos outros.
— E onde isso é boa notícia? Teremos que ir embora antes que o dono chame os seguranças e nos expulsem daqui. – Noah disse e todos concordaram.
— Fizemos um acordo com o dono e ele nos deixou ficar um pouco mais caso arranjássemos alguém pra cantar. – Dylan abraçou Mia por trás e os dois sorriram.
— Eu... Sei tocar guitarra. Posso tocar se quiserem. – Cameron ofereceu sua ajuda e todos concordaram.
— Sabrina, por que você não canta? – Mia olhou para a garota que logo negou com a cabeça.
— Ah não, sem chance.
— Por que não amiga? Você canta bem, eu já te ouvi cantar. – Chiara disse e encolheu os ombros assim que Osuna a fuzilou com o olhar.
— A Heloisa também sabe. Ela pode cantar. – deu de ombros.
— Eu até cantaria, mas estou rouca. – a loira tossiu e Sabrina cruzou os braços, olhando diretamente para Mia que a encarava com um olhar pidão.
— Tá legal! – se deu por vencido após revirar os olhos. — Eu canto. Mas nunca mais me peçam nada assim. – Moretti sorriu animada e correu até Sabrina para abraçá-la e ela sorriu.
Rapidamente, Mia e Dylan levaram Cameron e Sabrina até o palco e os apresentaram para o dono do clube que agradeceu a ajuda e disse para eles se sentirem à vontade.
— Então... Você e o Jackson estão juntos? – Cameron perguntou enquanto ajeitava a guitarra.
— Não é da sua conta. – foi a única que Sabrina respondeu antes de se aproximar do microfone. O loiro contraiu a mandíbula, porém nada mais disse. Ele não queria brigar com Sabrina. — Boa noite pessoal, espero que todos estejam curtindo a noite aqui no Fazzano's. – a garota de cabelo colorido começou a falar no microfone e todos comemoraram. — Eu sou Sabrina Osuna e hoje vou cantar uma música. Espero que gostem. – sorriu e olhou para Cameron, dando a deixa para que ele começasse a tocar.
Osuna havia decidido cantar uma música da Doja Cat e, a princípio, tudo estava indo perfeitamente bem. Mesmo que ela soubesse que Cameron sabia cantar e tocar violão, ela nunca havia o escutado tocando guitarra e ele era muito talentoso — e eram aqueles mínimos detalhes que a faziam se esquecer de que ela devia odiá-lo, já que ele a havia magoado e brincado com seus sentimentos.
A garota cantava imersa em seus pensamentos quando, na hora do refrão, para provocá-la, Cameron começou a fazer acordes mais altos do que deveria. Sabrina olhava algumas vezes em sua direção com raiva, porém ele apenas sorria enquanto tocava, o que a deixava com mais raiva ainda.
A música foi finalizada e todos aplaudiram. Uma música eletrônica foi iniciada enquanto alguns funcionários subiram no palco para guardarem os instrumentos e todos voltaram a dançar animados.
— Você é um idiota, sabia? – foi a única coisa que Sabrina disse para Cameron antes de empurrá-lo para que ele saísse de sua frente.
— Sabrina, espera, eu quero te falar uma coisa. – o loiro correu em sua direção enquanto ela descia as escadas do palco.
— Eu até posso, mas não quero falar com você agora. Tchau. – disse sem olhar para trás.
— É só um segundo, por favor.
— Você precisa desistir, Ken. – a menor finalmente olhou para trás e cruzou os braços.
— Desistir? – riu fraco. — Não vou desistir.
— Está perdendo o seu tempo.
— Escuta, Sabrina Marchetti Osuna. – Sabrina arregalou levemente os olhos ao saber que Cameron sabia seu nome completo. — Você é uma menina inteligente, precisa entender que toda vez que me rejeitar... Vou te querer mais ainda.
— Sabrina! – Osuna não teve direito a uma resposta, já que Jackson havia chegado bem na hora. — Você foi incrível! Não sabia que cantava tão bem assim. – a puxou para um beijo e De Luca desviou o olhar.
— Licença, mas a Sabrina e eu estávamos no meio de uma conversa. – Cameron chamou a atenção dos dois após limpar a garganta.
— Sério? Mas eu acho que já acabaram e nós vamos voltar a ficar com os outros. – Jackson sorriu sem mostrar os dentes e segurou Sabrina pela mão, na tentativa de tirá-la dali.
— Vem cá, você não responde por ela. – o loiro o puxou pelo ombro de forma brusca.
— Não encosta em mim assim. – Jackson soltou a mão de Osuna e ficou de frente para Cameron. — Realmente, o seu pai te ensinou direitinho como ser igual a ele. As coisas não giram em torno de você.
— Como é? – o garoto franziu o cenho. — Quem você acha que é pra falar do meu pai? Olha, eu acho melhor você ficar na sua.
— Senão vai fazer o que?
— Eu vou te arrebentar, otário. – se aproximou abruptamente de Jackson, batendo o cotovelo nos peitos de Sabrina que reclamou ao dar um passo para trás.
Cameron o puxou pelo colarinho da camisa e os dois começaram a dar passos para trás, esbarrando nas pessoas que dançavam. Jackson conseguiu dar um soco em De Luca que revidou na mesma hora, fazendo com que os dois caíssem no chão. Sabrina correu para tentar apartar a briga, porém os dois giravam no chão e ela não conseguia puxar ninguém.
A briga só foi interrompida com a ajuda dos seguranças e dos meninos que haviam aparecido para apartar. Cameron foi segurado por Dylan, Lucca e Matteo enquanto Jackson era segurado por Noah, Jin e Nina.
— Cameron, o que aconteceu? – Mia perguntou ao se aproximar do seu amigo.
— Eu quero voltar pra escola. Só isso. – deu um tranco em seu braço para que os seguranças o soltassem e foi sozinho em direção à saída. Mia olhou para Dylan que entendeu o que deveria ser feito e correu até a saída, na intenção de parar Cameron para que ele não fosse embora sozinho.
— Sabrina, eu posso conversar rapidinho com você a sós? – Moretti foi até Sabrina que ajudava Jackson a limpar o sangue de sua boca e ela apenas pediu licença, dando o guardanapo para Martina antes de seguir Mia. — Você precisa dar um jeito nessa coisa com o Cameron. Eu não sei como vocês eram, mas, conhecendo vocês, sei que tinham tudo para ser invencíveis juntos. Mas agora que se viraram um contra o outro, é questão de tempo para que se auto-destruam. – balançou a cabeça em negação. — E eu não quero ver dois amigos meus de coração partido. – passou a sua destra no braço de Sabrina e apenas sorriu de canto antes de ir embora.
Sabrina sabia que ainda gostava de Cameron, mas não queria admitir aquilo para si mesma. O que ele fez não tinha perdão e, se tivesse, ela não sabia se estava pronta para perdoá-lo.
cover inspirado para a cena da sabrina e do cameron:
https://youtu.be/ha814904EFM
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