Capítulo sessenta e três
Três meses se passaram e, com isso, veio o final das férias. Durante o começo das férias, Chiara tentou se reaproximar de Lucca e tentar ajudá-lo, porém todas as suas tentativas foram em vão. Lucca não queria ser ajudado e tampouco falar com a garota.
No começo foi difícil, porém suas amigas e Nico a ajudaram bastante. Chiara passou as férias saindo com eles e se divertindo. Ficou mais próxima de Nicolas e, aos poucos, foi se esquecendo de Lucca, que ao saber daquela aproximação, não ficou nada contente. Ele até tentou se reaproximar, mas agora quem não queria contato era Chiara. Ela ficou magoada demais com seu ex e decidiu que não o deixaria mais que Lucca brincasse com seus sentimentos.
Era o último dia antes das férias e Nicolas havia conseguido convencer Chiara de jantar no seu restaurante favorito e, claro, Chiara convidou todos os seus amigos para que o moreno entrosasse com mais pessoas, já que não havia conseguido antes no internato.
A sobremesa já havia acabado e a turma apenas terminava de beber vinho enquanto planejavam o próximo lugar que iriam depois do restaurante. Dylan e Jin já haviam implicado com Matteo por saber que agora ele estava com Heloisa, enquanto Nina e Sabrina faziam o mesmo do outro lado da mesa com a loira.
A todo momento Chiara olhava para Nicolas, vendo se ele estava confortável e sentia uma pitada de felicidade ao vê-lo entrosado com Cameron e Noah.
— Podíamos ir numa boate, o que acham? ‒ Ivy chamou a atenção de todos.
— Eu topo. ‒ Dylan deu um gole em seu vinho e Sabrina o encarou. Mia não estava presente, estava em Santorini com seu pai e somente voltaria no dia seguinte, porém pediu que Sabrina ficasse de olho em Dylan ‒ não que ela não confiasse nele, mas sim para que ele não abusasse na bebida, já que ele andava meio triste por ter ficado as férias sem sua namorada.
— Er... Eu tinha planejado levar a Chiara para um lugar depois daqui. ‒ Nicolas riu sem graça ao coçar sua nuca e Chiara recebeu os olhares curiosos de todos ali presentes.
— Chiara e Nicolas? Por essa eu não esperava. ‒ Noah zombou rindo fraco, fazendo com que Nina lhe desse uma cotovelada no braço.
— Não tem problema. Esperamos que vocês se divirtam e nos divertiremos por vocês. ‒ Sabrina deu uma piscadela ao sorrir, deixando Chiara sem graça.
Cameron pediu a conta e, assim que o garçom viu que ele era filho do governador, disse que a conta seria por conta da casa. Cameron insistiu para que pagassem, entretanto, o garçom havia chamado o gerente que foi bastante pulso firme ao manter a palavra do atendente. Relutante, os meninos saíram do restaurante, mas o clima logo voltou ao normal quando Noah os lembrou para onde iriam depois.
— E para onde nós vamos? ‒ Chiara perguntou assim que Nico a puxou levemente pelo braço, a afastando do restante de seus amigos.
— É segredo. Não quero estragar a surpresa. ‒ o moreno sorriu ao pegar a chave do seu carro no bolso de sua calça.
Chiara se despediu de seus amigos enquanto Nicolas destravou a porta e não demorou para que os dois entrassem no veículo. Nicolas pediu para que Chiara vendasse os olhos para que não visse o caminho e assim ela fez.
Foram quase vinte minutos vendada e com a ansiedade a mil. Finalmente haviam chegado ao destino final. Nico a ajudou a sair do carro e segurou em sua mão, para guiá-la até o local desejado.
— Chegamos. ‒ o moreno tirou a venda de seus olhos e Chiara abriu um enorme sorriso ao ver um pano de piquenique estendida no chão com uma garrafa de vinho, duas taças e um pequeno prato com vinho e salame. Em frente havia um museu que tinha luzes amarelas rodeadas por todo o local, dando uma visão perfeita para as estrelas no céu.
— Não acredito que você fez isso! ‒ a morena riu desacreditada.
— Bom, nós viemos aqui no começo das férias e eu sei que você gosta de piqueniques. Só quis juntar o útil ao agradável. ‒ deu levemente de ombros ao sentar-se sob o pano.
— Não precisava fazer tudo isso, Nico. É tudo muito lindo, mas... ‒ os olhos azuis de Chiara brilhavam sob a luz do luar. — Eu não faço ideia de como retribuir tudo isso.
Chiara era extremamente grata à Nico. Ele esteve presente durante o seu término, sempre a levava para museus, bibliotecas, praia, cinema e restaurante, para que ela se esquecesse de Lucca. Foram dias horríveis em que ela passara correndo atrás de Lucca e sequer era retribuída da mesma forma, porém agora ela estava feliz novamente e com pessoas que realmente a fazia bem.
— Não precisa retribuir de forma alguma. ‒ Nico negou ao encher as taças de vinho. — Sabe Chiara... Eu queria saber se... Você gosta de mim. ‒ meio sem graça e sentindo seu rosto queimar de vergonha, o garoto conseguiu perguntar o que tanto queria.
— Quê? ‒ a morena riu. — É claro que eu gosto de você! Você é um ótimo amigo. ‒ deu um gole em seu vinho.
— É que amigo não sente uma coisa forte quando tá perto. Amigo não vê esse brilho nos olhos igual eu tô vendo nos seus agora. ‒ a encarou fixamente nos olhos, a deixando sem graça.
— Nicolas, e-... ‒ Chiara não conseguiu completar mais nada. Nicolas a puxou pelo pescoço e aproximou lentamente seus lábios dos seus.
O beijo era calmo, lento, os dois exploravam a boca um do outro como se ansiasse por isso há tempos. Chiara começou a fazer carinho nos cabelos de Nicolas, enquanto o garoto a puxava cada vez para próximo de si pela sua cintura. Os dois só pararam o beijo por conta do fôlego.
— E agora? Ainda somos só amigos? ‒ indagou ainda com os lábios próximos aos de Chiara.
— Vamos com calma. Não quero apressar as coisas dessa vez. ‒ Chiara riu e o garoto fez o mesmo, a puxando novamente para mais um beijo.
No dia seguinte, a maioria dos alunos voltavam para o internato ansiosos com a finalização das férias. Para os alunos do Terceiro Ano, apenas mais um mês e finalmente eles estavam se formando. Seria um mês agitado, com provas finais, festa de formatura e mil outras coisas que eles teriam que fazer.
— Tá legal, o que eu perdi durante essas férias? – Mia perguntou franzindo o cenho ao ver Matteo e Heloisa chegarem de mãos dadas.
— O Matteo e a Lola começaram a namorar durante as férias. – Dylan riu ao colocar seu pé direito no primeiro degrau da escada. — É engraçado ver a Lola nesse modo romântico. Acho que nunca vou me acostumar. – apertou a mão de Mia.
— Eu espero que não estejam falando de nós. – Heloisa disse ao se aproximar dos seus amigos. Dylan e Mia riram.
— Eu falei que conseguiria domar a fera. – Matteo brincou, levando um tapa de Lola.
— Como foi ontem na boate? O meu namorado se comportou bem? – Mia perguntou fazendo um carinho na nuca de Dylan.
— Ele evitou beber pra não ficar chorando. O bichinho tava morrendo de saudades de você. – novamente levou um tapa na cabeça, porém, dessa vez, de Dylan.
— Eu não desacredito. Ele passou as férias me ligando de cinco em cinco minutos. – Mia falou e seus amigos riram. Dylan balançou a cabeça em negação, olhando para o lado oposto.
— Nem foi assim. Você está exagerando... – murmurou e a loira riu, o beijando na bochecha.
Enquanto isso, nos armários femininos, Chiara terminava de pegar seus cadernos quando Lucca apareceu.
— Er... Oi. – Lucca disse meio acanhado ao se aproximar da garota. Chiara o encarou seriamente ao fechar a porta de seu armário.
— Oi. – foi seca.
— Tentei falar com você ontem, mas não consegui. – coçou a cabeça.
— Eu saí com o pessoal.
— Eu sei, eu vi. O Cam me chamou pra boate, mas eu não pude ir. Você não estava lá, não a vi nas fotos. – riu fraco.
— Eu não fui. – Chiara deu de ombros e começou a andar.
— É assim mesmo que você vai me tratar Chiara? Vai fingir que nunca tivemos nada? – o garoto bateu os braços em seu tronco. Chiara parou de andar e ergueu uma de suas sobrancelhas, indignada com o que acabara de escutar.
— Como é? – virou-se novamente e se aproximou do maior. Seu coração pulsava forte e suas mãos apertavam com força os cadernos sob seu braço. — Não haja como se eu não tivesse lutado por você, Lucca. Porque eu lutei, muito e por muito tempo. – engoliu o nó que se formava em sua garganta. — Me desculpa se, agora que acabou, estou cansada.
— Eu só queria que você fosse feliz. – Lucca travou a mandíbula. — E é uma pena que não pode ser ao meu lado.
— Eu sinto que só existo em metade da sua vida. E isso não é suficiente pra mim. – Chiara negou com a cabeça. — Não mais.
Chiara o encarou fixamente nos olhos e Lucca sentiu uma enorme dor no peito. Ele sentia uma culpa enorme, a sensação que tinha falhado com a única pessoa que realmente estava lá por ele em todos os momentos. Já Chiara sentia um alívio. Sentia que não tinha mais forças para correr atrás de alguém que sequer se esforçava, ela estava cansada e o seu amor se esvaiu aos poucos. Foi com um olhar que eles se apaixonaram e foi com um olhar que eles decidiram seguir em frente.
Chiara nada mais disse e Lucca tampouco. Ela apenas se virou para ir embora e Lucca a deixou a ir.
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