Capítulo sessenta e sete
Após Luigi liberar os alunos das aulas, Cameron e seus amigos foram direto até Lucca. O encontraram na piscina fechada ao lado de Chiara. Ele parecia calmo, mas era evidente que havia chorado por muito tempo, visto que seus olhos estavam levemente inchados, assim como o seu rosto.
— E aí cara, você está melhor? – Cameron inquiriu ao se aproximar de seu amigo. Colocou sua destra em seus ombros e o puxou para mais perto de si.
— Não é legal quando todos descobrem os podres da sua família e você vira motivo de chacota por isso, mas... Eu vou ficar. – fungou e o encarou com um sorriso fraco nos lábios.
— Por que você não nos contou sobre essas coisas? Achei que fôssemos melhores amigos... – Noah pareceu ofendido.
— Eu não queria que soubessem que a minha vida não era perfeita. Eu sou considerado o melhor desse internato. A família perfeita, melhor pai, melhor mãe, o melhor nos esportes, mais bonito... – suspirou e olhou para os seus pés que balançavam na água. — Eu não queria que descobrissem que a minha vida era uma mentira.
— Mesmo assim, você deveria ter nos contado. – foi a vez de Mia falar. — Somos os seus amigos e nunca estivemos com você por conta das aparências, e sim porque gostamos de você.
— Mesmo quando você era um babaca. – Ivy afagou o cabelo de Lucca, que soltou uma risada fraca.
— Viu Lucca? Você nunca esteve sozinho. Sempre teve os seus amigos. – Chiara colocou uma de suas mãos em sua coxa e fez um leve carinho. Lucca olhou para as mãos da garota, seus dedos delicados e suas unhas que sequer tinham um esmalte. Foi difícil não deixar um sorriso de canto brotar em seus lábios.
Ele se sentia bem ao saber que nunca esteve sozinho, mas somente Chiara importava para ele. O mundo podia se acabar naquele instante, contanto que Chiara estivesse ao seu lado, nada mais importaria. Contudo, Chiara só estava ali com ele porque estava com pena, logo ela iria embora.
Nicolas chegou no local e quando viu todos envolta de Lucca, inclusive Chiara, sentiu uma fisgada no coração. Ele ficou ali, estático de braços cruzados, a encarando até que Mia notou sua presença. A loira falou com Chiara que imediatamente olhou para trás, junto de Lucca. Chiara levantou-se num pulo e correu em direção ao garoto que estava parado.
— Nico, oi. Aconteceu algo? – seu tom de voz era preocupado.
— Eu estava te procurando. Por causa do que aconteceu, o Luigi disse que as aulas estão suspensas até amanhã e eu achei que você quisesse saber. – soltou uma lufada de ar e olhou para Lucca que estava cabisbaixo enquanto seus amigos davam apoio moral. — Chiara, por favor, não me diga que você ainda gosta do Lucca ou que pretende voltar com ele. Por favor, eu não aguentaria isso, eu... – não conseguiu mais falar nada, seus olhos começaram a marejar e sua voz ficou falha.
— Nicolas, não, por favor. – suas mãos o puxaram para mais perto de si. — O Lucca e eu tivemos sim uma história, e muito grande, mas... É passado. Depois de tudo que aconteceu, por mais que ele tivesse seus motivos, não apaga a mágoa e o coração partido que ele me causou. O Lucca precisa de um psicólogo e não de uma namorada, e eu não posso ser isso pra ele. Só estava com ele porque, apesar de tudo, eu senti que não poderia deixá-lo sozinho. Mas, voltar com ele? Jamais.
— Você tem certeza disso? – ele ainda sentia dificuldade em respirar. — Eu só não quero que perceba que está perdendo tempo comigo, ou que sempre deveria estar com o Lucca. Eu não suportaria, eu...
— Nicolas, calma! – Chiara segurou dessa vez em seu rosto e deixou uma risada escapar. Era fofo aquele desespero dele. — Eu não vou voltar com o Lucca, estou bastante decidida. Eu quero você e apenas você.
— É sério isso? – seus olhos brilharam e a morena apenas assentiu com a cabeça. Os dois sorriram e Chiara o puxou para mais perto de si, onde logo os dois deram um selinho.
Lucca olhou bem na hora em que os dois se beijaram e, automaticamente, tudo à sua volta de calou. Ele não queria mais escutar Mia, Cameron, Ivy e muito menos Noah. Ele queria se jogar naquela piscina e ficar lá até perder a respiração. Se Chiara não estava com ele, nada mais fazia sentido.
— Lucca, você tá bem? – Cameron bateu em seu ombro, o trazendo de volta para si.
— Sendo bem sincero, não. – o encarou nos olhos, antes de voltar a olhar para Chiara que saía do ambiente segurando a mão de Nicolas. — Tento me convencer que posso ser amigo dela, mas hoje vi que não posso... – seu olhar novamente se tornou vago e ele voltou a olhar para os seus pés mergulhados na água.
Mia olhou para Cameron e mordeu os lábios. Ela nunca vira Lucca daquela forma e sentia pena de seu amigo. Ele não merecia passar por nada do que estava passando, mas sabia que algumas coisas também eram apenas consequências de seus atos. Mia também era amiga de Chiara e sabia tudo o que Lucca fizera com ela, todos ali sabiam. Lucca era digno de pena.
Sem dizer nada, ela foi a primeira a puxá-la para um abraço e os outros fizeram o mesmo. E pela segunda vez no dia, Lucca se permitiu chorar.
Fiona estava em seu quarto, digitando em seu notebook a próxima notícia que havia descoberto, quando Heloisa entrou em seu quarto. A garota rapidamente fechou seu notebook e a encarou com frieza. Ela a odiava com todas as forças do mundo.
— O que você faz aqui? Não é o seu quarto. – indagou levantando-se da cama.
— Graças a Deus não é mesmo. – Heloisa riu ao se aproximar de uma das camas e pegar de cima dela o livro que havia em cima. — Eu só vim pegar um livro emprestado, já que alguém infeliz resolveu querer se sentir como o Kira e deixou todos nós de castigo.
— Você pode falar a minha língua, por favor? – Fiona franziu o cenho.
— Eu quis dizer que uma pessoa idiota quis ter quinze minutinhos de fama. E, por conta dessa pessoa idiota, estamos todos de castigo sem poder sair dessa prisão e, muito menos, se divertir.
— Você está com inveja. Todos amaram saber das novas e eu tenho certeza que ninguém vai ser punido por falar a verdade. – a loira riu.
— Você parece muito tranquila com tudo isso. Até os que gostaram da fofoca estão reclamando por terem que ficar trancafiados por dois dias aqui. Por que você, logo você, não está de cara emburrada e reclamando pelos cantos? – Heloisa cruzou os braços e arqueou uma de suas sobrancelhas. Aquilo estava estranho e ela sabia farejar quando algo não estava certo. Principalmente quando Fiona estava envolvida.
— Realmente, é um saco não poder ir à piscina, sala de jogos, tevê, não poder sair... Mas não é o fim do mundo. – deu de ombros ao rir. — Ainda temos internet, celular, notebook e ainda podemos falar com outras pessoas. Não estamos presos nos dormitórios, nem nada. Você está sendo dramática, Lolinha.
Heloisa a encarou de cima a baixo. Não estava convencida do que Fiona dissera.
— Eu sei que você está escondendo algo, Fiona, eu não sou burra. E eu vou descobrir o que é. – avisou e saiu do quarto sem ao menos olhar para trás. Fiona, que até então, mantinha um sorriso inocente nos lábios, ao ver que a porta havia se fechado e Heloisa foi embora, desfez imediatamente o sorriso e revirou os olhos.
Bufou e sentou-se novamente em sua cama, abrindo o notebook e dando de cara com o que havia digitado até então no Word. Apertou o botão de espaço para começar um novo parágrafo e colocou a letra em negrito e itálico. A única coisa que vinha em sua cabeça agora eram as palavras: vadia, loira oxigenada, cópia malfeita de uma rockeira qualquer; e foi isso que escreveu, até se cansar.
Naquele mesmo tempo, Mia estava em uma das salas de aula, deitada com a cabeça na mesa. Agora que havia um jornal de fofocas na escola, sentia que todos eram alvos do autor. Ela não estava preocupada consigo ou com Dylan, sabia que nenhum tinha nenhum segredo a temer. Bom, talvez Dylan não quisesse que todos descobrissem que era adotado; não que ele se importasse, mas Mia conhecia seu namorado e sabia que ele odiava que se metessem em sua vida privada da forma que aquela pessoa do jornal fez com Lucca.
Ela também lembrara de Ash. Sabia que ela tinha um caso com Austin e, por mais que aquilo fosse errado e ela soubesse, não queria que vazasse também. Não queria que sua ex melhor amiga se prejudicasse, muito menos Austin. Ele era um professor muito legal.
Mia sabia que nada daquilo estava em suas mãos, ela não podia fazer nada a respeito, e talvez esse era o grande problema que a fez passar horas sozinha. Todos os que ela amava à sua volta eram um grande alvo de uma pessoa anônima que apenas queria acabar com todos por pura diversão e ela se sentia impotente por não poder fazer nada. Aquilo a frustrava tanto, que a deixava completamente desanimada. Eram os seus amigos e Mia não podia fazer nada, a não ser esperar quem seria o próximo.
— Ei Mia, aí está você! – Sabrina a tirou de sua imersão e a trouxe de volta à realidade. — Estávamos preocupados com você. Você sumiu por horas.
— Ah, e eu só queria ficar um pouco sozinha. – a loira sorriu fraco e puxou as mangas do casaco que usava para que cobrisse suas mãos.
— Você tá legal? Desde manhã você está meio fora de si. Aconteceu algo? – Sabrina inquiriu ao se aproximar da amiga. Sentou-se na mesa ao seu lado e cruzou as pernas.
— Quê? Não, não aconteceu nada. – balançou a cabeça em negação. — Só estou pensando no Lucca, como ele está. O Cam disse que ele está dormindo desde cedo, ou pelo menos, fingindo. Talvez os pais dele apareçam amanhã e eu estou preocupada. Só isso. – não era de fato uma mentira.
— Entendi. – Sabrina a encarou de cima a baixo e mordeu os lábios. Sabia que se passava algo a mais que Lucca pela cabeça da garota, mas não insistiria no assunto. — Enfim, vamos comer algo na lanchonete? O Luigi abriu depois da Martina insistir demais. O pessoal quer se reunir lá e ficar um pouco em frente a piscina até o horário do jantar.
— Pode ser. – Mia deu de ombros e as duas se levantaram, logo saindo juntas da sala de aula.
bom pessoal, finalmente chegamos ao final de mais um cap. como vocês sabem, essa é a reta final da fic e eu pretendo finalizá-la até o cap 80. confesso que não está me agradando essa reta final como as outras duas "temporadas", mas não sei como mudá-la, estou me esforçando ao máximo e espero que, pelo menos vocês, estejam gostando.
é uma história que eu escrevo há muito tempo, então acho que não vejo a hora de terminar por querer começar projetos novos. acho que é por isso que sinto que está muito corrido, mas... é isso, gente. só queria avisar que estamos terminando a fic e pedir desculpas por como os caps estão
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