Capítulo quatro

 — Quer dizer então que a Sabrina tem um coração? – Dylan riu. — Claro que te ajudo! Do que você precisa? – o garoto colocou suas mãos no bolso de sua calça e Sabrina sorriu aliviada.

— Eu espero que seja importante. Eu ia fazer minha limpeza de pele agora. – Mia disse revirando os olhos sentando-se em sua cadeira.

Dylan havia convocado todos de sua turma para fazer uma pequena reunião e todos já estavam ali, curiosos para saber o que ele queria.

Enquanto todos esperavam ansiosos, Sabrina entrou na sala e ficou de frente para toda a turma fazendo com que Cameron logo reclamasse.

— Sabia! O que essa garota quer nos chamando aqui? Já não basta ter feito a gente perder a festa de boas vindas? – levantou seus braços como forma de irritação e logo bateu na mesa.

— Ei macho alfa, se aquieta aí. – Sabrina revirou os olhos fazendo algumas pessoas rirem e o loiro, mesmo emburrado, se sentou. — Então, eu acho que devo pedir desculpas por ter feito vocês não irem a festa de boas vindas...

— Ah, finalmente ela disse algo sensato! – Lucca, que dividia a cadeira com Ivy, exclamou debochadamente enquanto apoiava seu rosto em sua destra.

— Tarde demais para se desculpar Sabrina. Por sua culpa, não poderemos ir a festa e você não pode fazer nada para mudar isso. – Ash cruzou os braços bastante irritada e todos concordaram.

— Aí é que vocês se enganam. Recentemente abriu uma boate aqui na cidade e, pra ganhar mais clientes, eles convidaram minha mãe. Ela é vip lá e me colocou na lista também. Eu posso chamar quem e quantas pessoas eu quiser. – a garota de cabelo colorido se sentou em cima da mesa do professor e Dylan ficou ao seu lado.

— O que isso quer dizer? – Noah perguntou confuso.

— Eu quero recompensar meu vacilo convidando todos vocês pra essa boate amanhã. – assim que Sabrina falou aquilo, Cameron riu alto chamando a atenção de todos.

— Você quer mesmo que eu acredite nisso bruxinha? – arqueou uma de suas sobrancelhas. — Qual é o nome da boate?

— O Evolution.

— Tá de brincadeira com a nossa cara? Eu tento entrar na lista vip deles desde que abriu e não consigo. Por que logo você, a filha de uma cantora de quinta categoria, conseguiria? – Sabrina sorriu logo umedecendo seus lábios com a ponta de sua língua enquanto revirava os olhos.

— Dylan... Eu falo ou você fala? – ela olhou para seu mais novo amigo que apenas sorriu debochado de canto, colocando suas mãos no bolso de sua calça.

— A Sabrina ligou para o dono da boate hoje e ele mandou para nós as pulseiras que os vips usam na boate. Devem estar na recepção agora.

— E caso continue duvidando de mim bonequinho da Barbie, ele me mandou uma mensagem confirmando que havia colocado todos vocês na lista vip. – entregou seu celular com a mensagem de Nate Walker — dono das mais conhecidas boates espalhadas pelo mundo todo — aberta para Dylan que se aproximou de Cameron para mostrar.

Ao ler a mensagem, o loiro contraiu a mandíbula, empurrando o celular de Sabrina longe de seu rosto e cruzou os braços, desviando seu olhar da garota que sorria.

— Mais alguém continua duvidando? – se levantou da mesa e ajeitou a gravata que pendia em seu pescoço.

— Sabrina, isso é muito generoso da sua parte mas... Como vamos ir para essa boate? O meu pai disse que queria todos no quarto durante a festa e, com certeza, Fred conferirá se estaremos mesmo no quarto. – Martina levantou sua mão para chamar a atenção de Osuna.

— Podem ficar tranquilos que Dylan e eu cuidamos disso. – Sabrina apoiou seu cotovelo no ombro do garoto que estava ao seu lado e os dois se encararam com um sorriso no rosto.

Ao ver que os dois estavam muito próximos, Mia se sentiu desconcertada. Ela não sabia ao certo o que sentiu naquele momento mas sabia que não havia gostado nem um pouco de ver Dylan daquele jeito com Sabrina.

— Nós temos um plano. – Dylan olhou novamente para a turma. — Mas só contaremos se vocês toparem ir conosco.

— E então? Vocês querem ou não ir? – Sabrina perguntou e todos começaram a se encarar.

Foi alguns minutos em silêncio até que Lucca se levantou e, após um longo suspiro, resolveu quebrar o silêncio.

— É claro que nós queremos! – levantou os braços animado, fazendo todos gritarem eufóricos. — Por acaso já negamos ir em alguma festa? Óbvio que não.

— Diz logo que plano os projetos de família Adams planejaram. – Cameron disse fazendo os dois adolescentes revirarem os olhos.

— O plano é o seguinte, loirinho sem cérebro... – Sabrina revidou sorrindo cinicamente.

Finalmente o dia da festa de boas vindas havia chegado. E, como ordenado, todos os alunos da turma 306 deveriam já estar em seus devidos quartos — sem sair nem para beber uma água — e era isso que os comportados alunos do terceiro ano haviam feito.

Dada as nove horas, Fred iniciou sua ronda para confirmar se todos realmente estavam em seus quartos. Diego, ao abrir a porta de seu quarto, viu que Fred já estava no corredor. Rapidamente fechou a porta e mandou uma mensagem para o grupo da turma, dizendo que o inspetor havia começado sua ronda e avisou a todos para começarem a se arrumar.

Fred entrou em seu quarto e viu que todos ali dormiam. Assim que fechou a porta, Diego pegou novamente seu celular avisando a Cameron que o inspetor iria para seu quarto naquele momento.

— Ele tá vindo. – Cameron bloqueou seu celular e o jogou em sua cama.

Lucca correu para a mesinha de estudos e abriu sua gaveta, pegando suas cartas de baralho e os três meninos se sentaram no chão, usando seus roupões de banho.

Quando Fred abriu a porta do quarto, viu Noah, Cameron e Lucca parecendo entendiados jogando baralho.

— Meninos, vocês sabem que é proibido jogar jogos de cartas no dormitório. – o mais velho suspirou, cruzando os braços.

— Ah Fred, por favor. Já não podemos ir na festa hoje, quer que fiquemos um olhando pra cara do outro sem fazer nada? – Noah reclamou.

— Eu sei que, mesmo sendo proibido, vocês mexem no celular. – os três se entreolharam e deram de ombros, com um sorriso amarelo no rosto.

— Sim mas não estamos. Fred, por favor, já recebemos castigo o suficiente... – Lucca fez manha e o inspetor revirou os olhos.

— Tudo bem. Podem ficar jogando baralho. – se rendeu e os garotos comemoraram. — Mas se as dez horas eu voltar aqui e eu ver pela fresta qualquer sinal de luz, eu vou não só pegar o baralho como também pegarei o celular de vocês. Estamos entendidos?

— Pode deixar Fred, estaremos na cama antes das dez. – Cameron fez um sinal de continência e Fred sorriu negando com a cabeça enquanto fechava a porta.

Rapidamente os três garotos se levantaram e retiraram o roupão que usavam, revelando suas fantasias que usariam na boate — já que Sabrina havia dito que na boate seria uma noite temática e que todos deviam estar fantasiados.

— Próxima parada, quarto da Wandinha versão masculina. – Cameron disse mandando mensagem para Dylan, avisando que Fred estava indo para seu quarto.

Ao receber a mensagem, Dylan avisou aos seus amigos que foram aos seus lugares num piscar de olhos; Jin para sua mesa de estudos e Matteo para o banheiro. Assim que Dylan se sentou em sua cama, Fred abriu a porta, olhando desconfiado para o moreno.

— Aconteceu algo? – o garoto perguntou ajeitando seu pijama.

— Por que está de maquiagem e onde está o outro aluno desse quarto?

— Ei! Moramos num país livre! Qual o problema de estar maquiado? – Dylan fingiu ter ficado ofendido.

— Hã... N-ne-nenhum. Eu só achei estranho estar maquiado a essa hora da noite. – o homem ficou sem graça.

— Eu estava testando uma maquiagem que vi na internet. Sabe como é, tenho que ficar trancado nesse dormitório com um cara que só quer estudar e outro que teve dor de barriga e não posso ir pra festa de boas vindas. O tédio bate né.

— Você disse que o bolsista está onde?

— No banheiro. Olha, se eu fosse você, não iria lá. – o moreno sorriu sem mostrar os dentes e, desconfiado, Fred entrou no quarto e subiu as escadas.

Jin olhou para Dylan que sorria e assentiu com a cabeça, apertando um botão em seu computador. Quando ele se aproximou da porta do banheiro, o barulho da descarga pôde ser escutado e Matteo correu para fora do banheiro, com o antebraço tampando seu nariz e um forte odor saiu do banheiro.

— Jesus! Matteo o que você comeu? – Fred saiu de perto do banheiro, indo para as escadas.

— Olha nem eu sei, só sei que tá me fazendo muito mal. – o ruivo colocou suas mãos em sua cintura.— Queria falar algo comigo?

— Não, não, volte para o banheiro. – negou descendo as escadas. — Vocês dois, desliguem tudo as dez e... – olhou para Matteo que ainda estava no andar de cima. — Não saia do banheiro antes de ter total certeza que se livrou do que morreu dentro de você. Deus, eu preciso falar com o Luigi sobre o que vocês andam comendo... – rapidamente ele saiu do quarto e os três garotos se entreolharam logo rindo.

— Cara essa sua ideia de colocar uma bomba de fedor no banheiro foi ótima! Sério! – Dylan começou a retirar seu pijama, revelando sua fantasia que era do Coringa.

— A cara do Fred quando eu saí do banheiro foi impagável. – Matteo desceu as escadas rindo.

— Ah gente, não foi nada demais. – Jin riu sem graça, colocando seus óculos.

— Aliás, do que estão fantasiados? – Dylan olhou para seus dois amigos que estavam parados lado a lado.

— Ah! Eu descobri que o Jin também gosta de animes e resolvemos ir de cosplay do nosso anime favorito. – Matteo olhou para Jin que sorriu. — Eu sou Richard Moore e ele Jimmy Kudo do Detective Conan.

— Hã... Tá legal... Eu vou avisar pra Sabrina que o Fred está indo para o corredor feminino. – foi a única coisa que Dylan disse antes de mandar mensagem para Sabrina.

Assim que a garota recebeu a mensagem, avisou logo para Mia que, junto com Ivy e Ash, terminavam de colocar suas máscaras faciais e suas toalhas na cabeça. Ao finalizar, Fred entrou no quarto e Mia desceu as escadas em passos delicados.

— Fred! Estava te esperando! – a menina de roupão rosa bebê sorriu. — As meninas e eu estamos fazendo nossa night girls e precisamos que encha nossas garrafinhas de água. Sabe como é, se hidratar deixa a pele maravilhosa e não podemos sair do quarto...

— Mia, Mia, sempre você, não é mesmo? – Fred sorriu e a loira deu de ombros sorrindo. — De qualquer maneira, está ficando tarde. Terminem isso logo e vão dormir, certo? Deixem a água para amanhã.

— Pode deixar querido inspetor. Você que manda. – Ash sorriu, enquanto terminava de pintar a unha de Ivy.

Assim que o inspetor saiu, as meninas rapidamente tiraram suas toalhas da cabeça, suas máscaras faciais e seus roupões, revelando seus bodys coloridos e meias-calças, seus cabelos feitos de baby liss e suas maquiagens bem-feitas.

— Agora sim estamos lindas. – Ivy sorriu, ajeitando seu cabelo.

— Só falta uma coisinha. – Mia pulou em cima de sua cama e pegou em sua cabeceira as tiaras de coelhinhos, cada uma com a cor de suas roupas, para que as meninas colocassem.

As duas loiras que estavam de azul e lilás, colocaram suas tiaras enquanto Mia colocou sua tiara verde neon — já que ela era a líder do grupo, tinha que estar com uma cor de mais destaque.

— Mia, por que só você pode usar uma cor neon e nós temos que usar essas cores fracas e meia-calça branca? – Ash cruzou os braços, ficando ao lado de Ivy que colocava seu salto.

— Ash, sempre foi assim. Por que está reclamando agora? – a loira riu minimamente enquanto colocava seu salto e a sua amiga revirou os olhos.

Após a revista de Fred por todos os corredores, finalmente tudo estava pronto. O primeiro a sair do quarto foi Lucca — que saiu já com sua fantasia de policial pela porta. Ao ver que estava tudo em ordem e que todos já estavam na festa, assobiou para que todos os garotos que estavam no quarto saíssem.

— Tudo em ordem? – Cameron perguntou terminando de fazer sua maquiagem de caveira. Por ele mesmo, nem iria com aquela fantasia, mas Ash insistiu que ele fosse daquele jeito para combinar com ela.

— Tudo sim. Vamos nos encontrar com a bruxinha lá no saguão. – o moreno disse e todos desceram junto com ele.

Ao chegarem no local marcado, viram todas as garotas fantasiadas e Dylan rapidamente olhou para Mia que estava fantasiada de coelhinha, junto com suas amigas. Seu coração palpitou forte quando viu a loira com um body verde, que dava volume aos seus seios, com sua maquiagem delicada e cheia de glitter mas ele logo voltou a si. Ele não sabia o que estava sentindo mas, o quer que fosse, não podia existir.

Cameron olhava fixamente para Sabrina que estava fantasiada de bruxa. Apesar de não gostar dela, sua fantasia estava bonita — apesar de ser de uma simples bruxa — e ele odiava o modo como ela havia tirado vantagem de um apelido seu para usar como fantasia. Agora não tinha mais graça chamá-la daquele jeito naquela noite e como ele odiava isso.

— O que vamos fazer agora? – Chiara que estava vestida de Lilo perguntou, olhando para Sabrina.

— Tem uma van nos esperando lá fora mas temos um probleminha... – mordeu os lábios, olhando para as pessoas.

— Qual Wandinha? – Cameron cruzou os braços e a garota de cabelo colorido revirou os olhos.

— Temos que passar pelo guarda e acho que não vamos conseguir passar despercebidos fantasiados. Uma pessoa precisa distrair ele e não tem como uma caveira clichê fazer isso. – o loiro contraiu a mandíbula e todos se entreolharam.

As fantasias eram da mais diversas mas nenhum estava simples ao ponto de conseguir enrolar o guarda. Após alguns minutos de silêncio, finalmente alguém pigarreou e, na frente de todos, Martina surgiu.

— Eu posso distrair. A festa de boas vindas era de gala e eu passo despercebida. – mexeu em seu vestido, sorrindo sem mostrar os dentes.

A morena estava fantasiada de Bela do filme A Bela e a Fera e, imediatamente, todos começaram a se entreolhar sorrindo e aliviados.

Sabrina explicou rapidamente o plano para que eles entrassem na van e logo todos estavam preparados para entrarem em ação.

A turma foi até a entrada e se esconderam perto de uma parede, onde não era visível o guarda os ver. Martina olhou para Sabrina, que fez um sinal para que ela fosse lá, e, após um suspiro a filha do diretor foi.

Sabrina a viu conversando com o guarda e parecia que tudo estava indo nos conformes. Martina fez um sinal com seu pé e riu, sendo aquela a deixa para que eles fossem logo para a van que estava mais um pouco a frente, só esperando eles.

A bruxinha foi a primeira a ir para a outra parede, chamando Dylan que foi em seguida e fez o mesmo com os alunos que, um por um, mudou de uma parede para outra. O último a ficar foi Mia e Cameron, porém o loiro puxou a loira e os dois se abaixaram assim como todos estavam. Ao fazer isso, Mia quase caiu em cima de Cameron mas ele a segurou e os dois riram enquanto se encaravam, fazendo Ash ficar com raiva ao ver aquela cena.

— Ok pessoal, agora temos que ir até a van abaixados. Sejam rápidos e não vacilem. – Dylan murmurou e todos assentiram.

Dado o sinal de Dylan e Sabrina, em fila os alunos começaram a engatinhar para que o guarda não os vissem e foram com cuidado até a van. Ao chegarem até ela, o motorista abriu a porta e rapidamente todos entraram, sem serem vistos.

— Eu posso ir? – o motorista perguntou e Sabrina assentiu.

— Espera ai! E a Martina? – Ivy perguntou se sentando ao lado de Ash.

— Ela vai nos encontrar. Relaxa aí. – Sabrina disse, ajeitando seu chapéu.

O motorista deu a partida e Martina voltou para a escola. Ao passar pelo estacionamento do internato, Sabrina contou até dez e, após uns segundos, Martina apareceu correndo. Dylan abriu a porta do carona rapidamente e a garota entrou.

— Porra! Eu nunca mais faço isso. Meu cu trancou, achei que ele fosse perceber vocês entrando na van e estaríamos fodidos. – ela se apoiou no banco e retirou suas luvas.

Sabrina e Dylan riram, batendo nas mãos da garota, como um toque e o motorista deu a partida.

— Próxima parada: Evolution! – Noah exclamou animado e todos comemoram.

aaa como assim já temos 257 leituras?? sério, eu to muito feliz de verdade, muito obrigada mesmo por isso, vocês são incríveis <3

espero que continuem acompanhando a fic e comentem o que estão achando e deem estrelinha, isso me motiva demais a continuar 

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top