Capítulo quarenta e sete
— Lola, se concentra aqui. – Jackson chamou a atenção da garota que estava imersa em seus próprios pensamentos. A garota de sombra e lápis de olhos preto borrado piscou algumas vezes antes de olhar para Cabrini.
— Foi mal, eu ando um pouco... Aérea. – coçou a cabeça.
— Eu já percebi isso. – o garoto riu. — Mas fala aí. O que tá rolando pra você estar assim? – Jackson se endireitou na cadeira e deixou a caneta que segurava em cima do seu caderno.
— Eu... Não sei. No começo eu achei que era por causa da minha relação com os meus pais que está melhor do que nunca e eu ainda achava estranho, mas... Eu estava enganada. – bufou ao colocar as mãos no rosto.
— E o que tá te incomodando agora, hein? – Jackson arqueou uma de suas sobrancelhas com um sorriso no rosto, porém, antes que Heloisa pudesse respondê-lo, olhou diretamente para o casal que havia acabado de entrar na sala de estudos.
Desde que chegou no internato, Fiona era o centro das atenções. Onde passava recebia olhares e, após a aproximação repentina dela com Matteo, ele também se tornou alvo das atenções. Muitos perguntavam se os dois estavam juntos, ou como eles haviam se aproximado. Fiona nunca respondia nenhuma pergunta, apenas deixava que falassem o que quer que fosse e Matteo sempre levava tudo na brincadeira e não se incomodava com as perguntas.
— Agora sim eu entendi. – Jackson chamou a atenção da loira ao rir e virou-se novamente na cadeira. — Você está incomodada porque o Matteo tem se aproximado bastante da Fiona ultimamente.
— Claro que não! – Heloisa exclamou sem hesitar franzindo o cenho.
Por mais que Fiona e Matteo não se incomodassem com aquela situação, Rossi se incomodava e bastante. Ela não gostava daquela aproximação repentina, sabia que tinha um motivo – inclusive, Fiona deixou claro isso nas entrelinhas quando conversaram – e ela não gostava daquilo. Matteo era seu amigo e ela não queria que Vitale o magoasse.
— Quer dizer... Eu estou incomodada sim, mas porque eu não confio naquela garota e sei que ela tá com o Matteo por algum motivo. – cruzou os braços e apoiou suas costas na cadeira. Jackson riu.
— Essa preocupação me parece tudo, menos que é só uma preocupação de amigo.
— Deixa de ser idiota Jackson. – mostrou o dedo do meio. — Você sabe como o Matteo é ingênuo. Eu só não quero que ele quebre a cara.
— Opa, espero não estar atrapalhando nada. – a conversa foi interrompida por Noah, que havia acabado de chegar, sentando-se ao lado de Jackson. — Estava um tédio ficar lá no dormitório, por isso eu vim ver como estavam meus amigos. – sorriu de boca cheia, já que estava comendo um pacote de Doritos.
— Deveríamos estar fazendo o trabalho de História, mas estamos parados de qualquer forma. – Jackson puxou as cordas do capuz do casaco que usava e esticou as pernas.
Noah perguntou como estava o trabalho dos dois, porém Heloisa novamente ficou imersa em pensamentos e a voz dos garotos se tornou algo distante, como se ela estivesse há quilômetros de distância. Ao perceber que Fiona se levantou para ir embora, a loira não hesitou em se levantar para se sentar ao lado de Matteo.
— Tchau pra você também Heloisa. – Noah riu de forma debochada ao perceber que a garota saiu dali sem sequer lembrar da presença dos dois.
— Você anda bem próximo da Fiona ultimamente, né. – falou assim que se sentou no sofá ao lado do ruivo. — Nós conhecemos esse filme, Matteo...
— Eu vou namorar com a Flor, Lola. – Matteo sorriu e Heloisa riu sem humor, fazendo com que ele a encarasse. — O que tem de errado em namorar? – a loira deu de ombros e colocou os pés em cima do sofá.
— Nenhum. Eu só acho que é só mais alguém pra te decepcionar. – começou a tirar o esmalte de suas unhas. — Principalmente ela. – levou a unha de seu dedão direito a boca olhando fixamente para frente e Petrini riu.
— Heloisa, por que você é tão amargurada? Por que você não se permite sentir? – se ajeitou no sofá, ficando de frente para Heloisa. A loira engoliu em seco e permaneceu calada por alguns minutos. Puxou a barra de sua calça rasgada para cima e respirou fundo, logo encarando o garoto de olhos verdes.
— Sentimentos não fazem sentido. – deu de ombros e abraçou suas pernas. — Eles confundem e depois nos fazem dar voltas por horas... Até deixarem você bem onde estava no início.
— Eu não acho isso, tudo depende da pessoa.
— E a Fiona é a certa pra você? – sua expressão era séria e, quando Heloisa fazia aquela cara, por algum motivo, Matteo tinha medo de respondê-la.
— Eu... Acho que sim. – soltou um pigarro e coçou a parte detrás de sua cabeça. — Ela não se aproximaria de mim se não sentisse de verdade o que sente por mim. – Rossi negou com a cabeça com um sorriso descrente nos lábios.
— O seu problema, Matteo, é ser muito ingênuo, sabia? – indagou ao se levantar. — Fica de olho aberto, ruivinho. Sabe que quem avisa amigo é. – disse antes de ir embora.
Duas semanas se passaram e, com isso, todos estavam ansiosos para a festa beneficente. Para a alegria de alguns, o trabalho de História já havia acabado e todos já haviam entregado o que fizeram para Antonella que daria os pontos apenas no final do bimestre.
Heloisa havia passado as semanas anteriores no pé de Matteo, que parecia não enxergar o mesmo que ela via em Fiona. Ela estava irritada porque sabia que ele sairia magoado do que quer que ele tivesse com Vitale, porém o garoto parecia não ligar – ou realmente achava que a relação deles tinha futuro. Ao final do dia, antes do jantar, Ash sempre encontrava com Austin na sala dos professores e os dois matavam todo o desejo que guardavam durante as aulas. Parecia que a adrenalina de serem pegos a qualquer momento tornava tudo melhor e a garota nunca havia se sentido tão bem em toda a sua vida como se sentia com Austin.
Já Cameron jogava todas as cartas que tinha na mesa para correr atrás de Sabrina. Ela nunca o respondia, porém, ver a forma que Cam se esforçava para tê-la de volta e perceber que Osuna ainda tinha sentimentos por ele, não agradavam Jackson. Isso fez com que eles tivessem pequenos atritos, porém nunca chegaram a brigar de fato. Sabrina e Jackson não eram de brigar, não era assim que eles funcionavam; ao contrário de Cameron e ela. E Osuna admitia que sentia saudades de sempre bater cabeça com o loiro.
A Sexta-feira havia chegado e todos estavam animados porque a grande maioria tiraria aquele final de semana para escolher a roupa que usariam na festa beneficente. Para os alunos, aquele evento era como se fosse o Met Gala do Elite e, por isso, muitos faziam parcerias com estilistas famosos ou, pela influência, eram convidados pelos próprios estilistas para serem seus modelos.
Sábado Mia já havia se programado com as meninas para ir a Milão experimentar os vestidos na loja do amigo do seu pai, já que ela havia combinado com Lucca de que, esse ano, os meninos seriam vestidos por Donatella. Por esse motivo, as meninas dormiriam na casa de Moretti e os meninos na casa de Giordano – em exceção a Dylan, que teria que ir a Salerno porque, além de ser a semana de ficar com sua mãe, ela havia dito que já havia comprado a sua roupa.
— Dylan! Aí está você. – Fiona correu em direção à Dylan com um enorme sorriso no rosto. — Preciso da sua ajuda numa coisa. – seus saltos fizeram barulho em contato com o chão e ela derrapou no chão, segurando nos braços do moreno para que não caísse.
— Tem que ser logo agora? – fez uma expressão cansada. — Eu preciso ir embora logo porque vou pra casa da minha mãe.
— Não vai demorar muito, eu prometo. – ajeitou seu cabelo e levou seus braços para trás de suas costas, sem soltar os papéis que segurava. — Por favor Dylan. – fez bico. — Eu ia pedir ajuda pro Matteo, mas ele já foi embora... – Dylan desviou o olhar e suspirou antes de voltar a olhar para Fiona.
— Tá legal, eu te ajudo sim. – se deu por vencido e a loira deu pulinhos de alegria. Lombardi não pôde falar mais nada, Vitale o puxou pelo braço e foi correndo até a sala de aula que estava vazia.
Assim que chegaram na sala, Fiona sentou-se na mesa do professor e colocou os papéis que segurava ao seu lado, cruzando as pernas pois estava de saia. Dylan colocou sua mochila em cima da cadeira que pertencia a Ivy e se sentou em cima da mesa, cruzando os braços e olhando fixamente para a loira à sua frente.
— Então, eu não sei se você sabe, mas eu faço parte do clube de teatro. Segunda-feira eu tenho um trabalho pra entregar e é a parte de um diálogo. – jogou seu cabelo para o lado. — Queria sua ajuda só pra eu ter certeza que consegui decorar as falas.
— Me dá o papel aí. Não quero demorar muito. – o moreno esticou sua mão ainda permanecendo sentado e Fiona sorriu. A loira se levantou e entregou um roteiro para Dylan, ficando com outro. O garoto também se levantou e ajeitou o cordão que usava, lendo por alto as falas que ele teria que falar. — Pode começar. – falou sem tirar os olhos do papel que segurava.
— Liam, se você não demonstrar o que sente por mim, nunca mais me procure na sua vida. – Fiona disse com a voz embargada e Dylan a encarou brevemente para conferir se ela estava de fato chorando. Vitale era uma boa atriz, ele tinha que confessar.
— Mais do que eu já demonstro Megan? Liam ri sem humor. – a loira o encarou confusa e ele riu. — Ah não. Isso em parênteses é o que eu devo fazer, foi mal. – coçou o queixo antes de voltar ao seu papel. — Eu de verdade não sei mais o que faço por você.
— Então... O que quer fazer? – Fiona deu um passo pra frente. — Eu só quero a verdade, Liam, por favor.
— Sinceramente? – Dylan deu um passo pra frente também. — Queria te jogar na minha cama e nunca mais te deixar sair. – colocou o papel em frente a sua barriga e olhou fixamente nos olhos azuis da garota a sua frente.
— E o que te impede de fazer isso? – os dois ficaram se encarando por alguns segundos até que Fiona o puxou para um beijo, que não durou dois segundos, já que Dylan prontamente a empurrou para trás assustado com o ato repentino.
— O que 'cê tá fazendo? – perguntou irritado com a mão ainda estendida para frente, na intenção de afastá-la caso se aproximasse novamente.
— Te beijando. É a parte final do diálogo, estava no roteiro. – levantou o papel que segurava, porém logo o abaixou. — Você não viu?
— Sim, eu vi. – cruzou os braços. — Mas eu não achei que fosse necessário te beijar. Você só me pediu ajuda com a fala, não com a cena.
— Ai Dylan, por favor. – Fiona revirou os olhos. — Foi um beijo técnico, não conta como um beijo de verdade. O Tom Holland faz isso.
— Mas eu não sou o Tom Holland! – exclamou levando as mãos para perto de sua cabeça. — Eu não sou ator, não faço parte do clube de teatro e namoro. Eu só estava te ajudando, Fiona, não confunda as coisas.
— Eu sei disso... – a loira desviou o olhar para o chão. Ela nunca havia visto Dylan tão irritado como estava naquele momento.
— Você foi incrível, parabéns. – foi em direção a mesa onde havia deixado sua mochila. — Eu preciso ir agora. – pegou suas coisas e saiu da sala o mais rápido possível.
Fiona suspirou cansada e sentou-se na cadeira que geralmente Mia se sentava. Apoiou seu rosto em suas mãos e olhou para a porta, vendo Ash entrar com uma expressão entediada no rosto.
— Não ficou perfeito, mas com alguns cortes dá pra fingir que ele que te beijou. – disse ao entregar seu celular para a loira e ela sorriu enquanto dava play no vídeo que sua amiga havia gravado dela e de Dylan.
Não havia peça, não havia clube de teatro. Era apenas a última carta que Fiona havia jogado para acabar de vez com o relacionamento de Dylan e Mia. Para que aquilo acontecesse, ela pediu que Ash gravasse escondida tudo e, mesmo a contragosto, Farine aceitou. A princípio ela não queria muito ajudar porque queria ir embora o quanto antes, porém viu que, se ajudasse Vitale, aquela seria a última vez que a ouviria falar de Moretti, então ela aceitou.
— Está ótimo, Ash. – olhou animada para a garota que estava de braços cruzados. — Muito obrigada pela ajuda.
— Você é louca Fiona. – Farine balançou a cabeça em negação enquanto cruzava os braços. — Não sabe onde está se metendo.
— Ashley, você tem que entender que, se estou em algum lugar e posso dizer: "Fiona Vitale nunca faria isso"... – se levantou e sorriu de forma maldosa. — Adivinhe só. – devolveu o celular para a sua amiga que a encarava com os olhos semicerrados. — Eu faço. – deu levemente de ombros antes de rir e sair da sala.
— Se eu soubesse que seria assim, tinha continuado amiga da Mia. – Ashley revirou os olhos antes de também sair do local.
Enquanto isso, quando descia as escadas para encontrar as meninas na entrada, Sabrina acabou esbarrando com Cameron e ela revirou os olhos assim que o viu. Ela já sabia o que estaria por vir e, não que ela estivesse cansada de suas insistências, mas estava cansada de recusá-lo todas vezes.
— Ken, sai da minha frente. Eu não tenho tempo pras suas gracinhas agora, as meninas já estão me esperando para ir embora. – cruzou os braços e o loiro riu.
— Eu não vou tomar o seu tempo hoje, também preciso me encontrar com o Noah. Vou pra casa dele. – ajeitou as alças de sua mochila que pendiam em seu ombro e a garota franziu o cenho.
— Casa do Noah? Achei que todos fossem pra casa do Lucca.
— É. É que o Jackson vai pra casa do Lucca e eu... Não quero que fique um clima ruim lá. – coçou a cabeça ao rir fraco. — Então eu vou ficar com o Noah na casa dele e amanhã nos encontraremos lá em Milão. – deu de ombros.
Apesar de gostar da casa de Noah, se pudesse, Cameron ficaria em casa. Porém, ao ser expulso pelo seu pai, ele não tinha mais muitas opções para onde ir. Seus amigos não sabiam que ele não tinha mais seus cartões de crédito, muito menos que não morava mais na mansão de Francesco, ele não quis contar e preocupá-los. Ludovica estava o ajudando durante esse tempo. Levou suas coisas para a suíte do hotel e disse que ele podia ficar lá o tempo que fosse preciso sem se preocupar com seu pai; quanto ao dinheiro, ele também não precisa se preocupar. Ela não podia dar seus cartões de volta, mas podia dar a quantia que ele precisasse, era só avisar a ela.
— Ei? Tá pensando em que? – o loiro riu assim que percebeu Osuna distante em seus pensamentos.
— Que? Eu não tô pensando em nada. – negou com a cabeça assim que voltou a si.
— Você está sim e eu vou adivinhar agora. Quer ver? – a encarou fixamente nos olhos de uma forma intimidante e com um sorriso bobo no rosto. Sabrina semicerrou os olhos enquanto cruzava os braços, fazendo um sinal com a cabeça para que ele continuasse. — Você estava pensando num garoto. Que você gosta.
— Hã... Talvez. – a garota riu fraco.
— Esse garoto é legal, elegante, romântico, carinhoso, italiano...
— Faltou insuportável e mauricinho. – De Luca fingiu se sentir ofendido e Sabrina riu.
— Então por que você gosta dele?
— Eu não sei. O amor é assim, meio que não tem pé nem cabeça. – deu de ombros e Cameron riu.
— Então você admite que gosta de mim? – sorriu divertido e Sabrina desviou o olhar rindo. Como ela pôde cair naquela tão fácil?
— Sabrina, tô atrapalhando algo? – Jackson terminou de descer as escadas olhando de forma desconfiada para os dois.
— Não, só estávamos conversando. – a garota de cabelo colorido não hesitou em respondê-lo.
— Eu... Vou indo. – Cameron olhou para o chão e foi embora sem sequer se despedir de Sabrina. A menor também ia seguir o seu caminho, porém Jackson a segurou pelo braço, impedindo que ela andasse.
— O que você estava falando com o Cameron? Por acaso ele estava te enchendo o saco de novo? – Sabrina o encarou cansada. Ela não queria entrar no mesmo assunto de sempre.
— Não era nada demais Jackson, para. – deu um tranco em seu braço para que ele a soltasse. — Eu odeio quando você fica na defensiva por causa dele, isso é um saco.
— Eu fico na defensiva porque sei que tiveram algo, você sabe muito bem. – contraiu a mandíbula encarando-a fixamente nos olhos.
— Isso é ridículo. – Sabrina riu sem humor e cruzou os braços, desviando o olhar.
— Eu não acho. Talvez você esteja dando motivos para que eu aja assim. – a garota nada disse, apenas balançou a cabeça em negação e foi embora.
Já era fim de tarde e as meninas já estavam todas adaptadas na casa de Mia. De começo Sabrina achou que fosse morrer por ter que dormir num quarto tão cor-de-rosa como o de Mia, porém aos poucos foi se acostumando com o ambiente, por mais que fosse difícil de admitir.
Naquele momento, as meninas desciam para a cozinha já que tinham se animado para assistir algum filme enquanto comiam doces e pipoca. Nina e Ivy correram para a gaveta de doces assim que Moretti avisou onde ficava e pegaram tudo o que conseguiram. Ao mesmo tempo, Sabrina e Mia escolhiam a pipoca que comeriam enquanto Chiara e Martina colocavam o refrigerante nos copos.
— Vamos fazer a de caramelo. – Mia olhou para Sabrina que estava ao seu lado.
— Vamos fazer a tradicional mesmo. Já tem doce demais pra comer. – a garota de cabelo colorido pegou o pacote de pipoca de dentro do armário e a loira guardou a sua pipoca.
Sabrina foi colocar a pipoca no micro-ondas e Mia olhou a sua volta a bagunça que a cozinha havia ficado naqueles míseros minutos. O seu pai não estava em casa. Ela havia pedido permissão para suas amigas dormirem esse final de semana em sua casa e Domenico apenas avisou para não fazer muita bagunça, pois não estaria em casa e – como Harold estava de férias – ele não queria o peso todo em cima de Aída e das outras empregadas.
Uma notificação no celular de Mia indicou que uma mensagem havia chegado e ela logo pegou o celular que estava no bolso detrás do seu short para ver de quem era. O número era desconhecido, o que a fez estranhar. Ao clicar na mensagem, um vídeo carregou e a loira apertou o play. Ao ver do que se tratava o vídeo, sentiu seu coração quase sair pela boca.
No vídeo era possível ver Dylan e Fiona conversando algo que não dava para ser escutado, mas o que incomodou Mia foi o fato deles estarem próximos demais. Seu estômago embrulhou e sentiu tudo à sua volta desabar no momento em que os dois se beijaram. Moretti queria gritar, mas sentiu sua garganta se fechar e ela apenas derrubou o celular no chão por impulso.
— Mia? – Ivy a chamou assim que todas as olharam. — Aconteceu algo? – a garota não respondeu. Suas pernas fraquejaram e ela caiu com tudo no chão, colocando as mãos sobre seu peito ao sentir uma dor forte.
— Ai meu Deus! Mia, o que houve? – Chiara perguntou assustada e todas correram preocupadas em direção a loira.
— Eu odeio ele! – exclamou aos prantos olhando para Sabrina. — Odeio, odeio, odeio! – sua vista estava embaçada pelas lágrimas e ela já não conseguia falar mais nada por causa do choro, por isso, Osuna apenas a puxou para perto de si e a abraçou fortemente. Mia estava de coração partido e ela não sabia que aquela sensação doía tanto assim.
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