Capítulo quarenta e cinco
— Aqui. Trouxe café pra gente se concentrar melhor. – Dylan disse ao colocar as três xícaras de café em cima da mesa de centro.
— Ah, obrigada meu amor. – Mia sorriu agradecida antes de dar um selinho em seu namorado, fazendo Fiona revirar os olhos.
— Então... O que pretendem fazer? A Antonella disse que poderíamos fazer qualquer coisa nesse trabalho. – sentou-se ao lado de Mia que havia deixado um espaço enorme entre ela e Fiona no sofá.
— Podíamos fazer algo diferente dessa vez. Sempre que fazemos trabalho é uma redação, ou tópicos. – Moretti começou a falar enquanto pegava sua xícara de café com leite. — Eu queria diferenciar dessa vez. – deu um gole em sua bebida e Dylan olhou para Fiona, esperando que ela concordasse ou discordasse.
— É. Até que não é uma má ideia. – Vitale deu de ombros.
— E vocês tem alguma ideia? – as duas ficaram em silêncio e Dylan soltou um pigarro. Ele só queria terminar logo aquele trabalho e ficar livre daquele clima horrível entre as duas loiras. — Tá legal... Mia, meu amor, a Antonella compartilhou o documentário pelo seu Icloud né? – olhou para a sua namorada que bebia café.
— Sim. Nós podemos assistir um pouco enquanto pensamos no que faremos. – assentiu colocando sua xícara em cima da mesinha de centro. — Mas eu tenho que pegar meu Macbook no dormitório. – a loira ameaçou se levantar, porém Lombardi a segurou pelo braço antes que ela fizesse isso.
— Deixa que eu pego pra você. Eu também tenho que pegar meu caderno, então vai ser uma viagem só. – se levantou e riu fraco ao ver que sua namorada o fuzilava com o olhar. — Eu não demoro. – mexeu na franja de Mia antes de lhe dar um selinho. — Te amo.
Dylan não esperou a garota respondê-lo, apenas saiu da sala deixando Mia e Fiona sozinhas. O silêncio era sufocante. Vitale mexia em seu celular enquanto Moretti olhava para frente, desejando que aquele momento com Fiona acabasse logo.
— Então... O que você acha de fazermos um vídeo resumo sobre o documentário? – Mia enfim resolveu quebrar o silêncio.
— Um vídeo onde aparece eu e você? – bloqueou seu celular e riu. — Juntas?
— E o Dylan também. – revirou os olhos e se ajeitou no sofá. — Vem cá, você poderia deixar ser uma vadia por apenas um minuto? Eu só quero fazer esse trabalho o quanto antes e sair de perto de você.
— Olha só! Nisso eu concordo com você, Barbie. – Fiona sorriu sem mostrar os dentes. — Tá. Podemos fazer esse vídeo resumo.
— Finalmente estamos falando a mesma língua. – Mia levantou as mãos pra cima e jogou seu cabelo para trás logo em seguida. — Vem cá, enquanto o Dylan não volta, ele me disse que você e o Matteo estão se aproximando.
— Ah, o ruivinho. – a loira de olhos azuis riu ao olhar para suas coxas. — Ele é só um passatempo. O que importa mesmo é o melhor amigo dele. Que namora uma certa loirinha com síndrome de personagem principal.
— O que você disse? – Mia franziu o cenho fazendo com que a garota risse alto.
— O que foi? – começou a enrolar uma mecha de seu cabelo na ponta de seu dedo indicador. — Eu ainda te elogiei, princesinha.
— Eu vou arrancar todo esse cabelo! – Moretti exclamou com fúria antes de pular no sofá e avançar em cima de Vitale. Mia a puxou pelos cabelos enquanto a loira gritava de dor ao se debater, fazendo com que as duas caíssem do sofá.
— Ai Mia! Me solta! – Fiona exclamava alto tentando soltar as mãos da loira de seu cabelo.
— Sua nojenta! – continuou a puxar com mais força o cabelo da garota.
Assim que Dylan chegou e viu a cena, colocou o seu caderno e o notebook de Mia em cima da poltrona e correu para tirar a sua namorada de cima de Fiona. Mia se debatia tentando se soltar do garoto enquanto Fiona se sentava no chão, passando as mãos em seu cabelo que estava todo embolado e bagunçado.
— Mia, para com isso! Para! – a apertou pela cintura para que ela parasse de se debater e quase caiu para trás quando a loira o chutou. — Você quer ser suspensa de novo por acaso?
— Eu não aguento você nem mais um minuto! – vociferou Mia e Dylan a puxou novamente para trás, ainda tendo seu braço esquerdo envolto em sua cintura.
— Alguém pode me dizer o que está acontecendo aqui? Eu só saí por um segundo e quando volto as duas estão aos tapas de novo? – Lombardi olhou para Fiona que se levantava do chão.
— Ela está com ciúmes de mim. A Mia não quer que eu fique com o Matteo mesmo sabendo que eu gosto dele. – a voz de Fiona estava embargada. — Ela disse que eu nunca ficaria com ele, que ele merece alguém melhor do que eu.
— Mia, você disse isso? – o moreno olhou para a loira de olhos verdes ao seu lado que o encarou perplexa.
— Claro que não! – negou com a cabeça. — Olha como o veneno dessa víbora nem escorre pelo canto da boca. – grunhiu ao encarar Fiona. — Dylan, você me conhece e sabe que eu nunca diria isso. Eu posso odiar a Fiona, mas eu nunca interferiria no que quer que ela e o Matteo tenham. Ele é meu amigo também. – voltou a olhar para o seu namorado.
— Eu não sei Mia... Não me parece que a Fiona está mentindo. – Mia franziu o cenho ao escutar aquilo.
— O que? – sua voz saiu mais fina do que o normal. — Você está... Duvidando de mim?
— Não é isso, minha princesa, é que... – olhou para Fiona que tentava arrumar o seu cabelo com uma cara de choro. — É a primeira vez que vejo a Fiona desse jeito. Ela tá desestabilizada e, com as coisas que aconteceram entre vocês, eu não sei.
Mia estava em choque. Era algo bobo, ela sabia, mas era a primeira vez que Dylan agia daquela forma. Se ele era seu namorado, ele tinha que estar ao seu lado, certo? Então por que caralhos Dylan estava defendendo Fiona?
— Quer saber? Vai se foder, Dylan. – a garota fungou. — Façam o roteiro para o trabalho sozinhos, eu não quero mais saber de nada. – engoliu o nó que se formava em sua garganta, pegou o seu notebook e saiu daquela sala o quanto antes.
Dylan pensou em ir atrás de Moretti, mas não foi. Ele não achava que estava errado, ele viu o que aconteceu. E, naquele momento, tudo favorecia para Fiona. Por isso, ele decidiu ajudar a garota e depois se resolveria com sua namorada, e Vitale não podia estar mais feliz do que agora.
— Chiara, minha linda! – Cameron exclamou animado ao abraçar a morena por trás.
— Nossa, Cam! – Chiara riu ao se virar para ele. — Que susto você me deu.
— Cadê o Lucca? – o loiro perguntou e por um segundo achou graça daquela pergunta. Antigamente as pessoas faziam aquela indagação a ele, já que eles viviam juntos. Porém agora seu melhor amigo passava mais tempo com a namorada e De Luca nem julgava, ele sabe que faria o mesmo.
— Hã... Acho que ele tá na natação. – a garota cruzou os braços. — Aconteceu algo?
— Não. Na verdade, eu queria pedir um favor pra você... – seu corpo balançou de trás pra frente e, ao ver o olhar de pidão e o bico de Cameron, Chiara já sabia o que estava por vir.
— Ah não Cameron, nem vem. – balançou a cabeça em negação e descruzou os braços. — Eu não quero me meter nisso. – ameaçou sair dali, porém o loiro a segurou pelo braço.
— 'Pera aí, Chiara. Eu não quero que você faça nada demais, é só uma pequena ajudinha. – Castello desviou o olhar e suspirou, logo voltando a olhar para Cameron. — Vai Chiara! Você é minha amiga, não é?
— O que eu tenho que fazer? – se deu por vencida e passou a ponta de sua língua entre seus lábios, fazendo com Cameron abrisse um enorme sorriso.
Enquanto isso, em um bar qualquer em Mântua, Ash acabava de chegar sozinha. Mesmo que ainda fosse cinco da tarde, o local já estava bem movimentado e, assim que ela chegou, recebeu olhares. A loira tinha seu cabelo preso em uma trança embutida e usava um vestido curto branco, com um casaco de pelo marrom por cima. Sua maquiagem era simples, porém ela havia caprichado no glitter em sua sombra, imitando uma maquiagem de Euphoria.
Sentou-se numa mesa vazia e pediu apenas uma água tônica para o garçom. Enquanto esperava o garçom voltar com o seu pedido, pegou o seu celular e viu o comprovante que seu pai havia lhe mandado para confirmar que já havia colocado a sua mesada de quatrocentos euros em sua conta bancária. Ashley apenas visualizou a mensagem e entrou em seu Twitter para ver o que os seus colegas estavam fazendo. Mia não havia postado nada, ao contrário de Fiona que havia apenas postado um emoji feliz junto de um que pedia silêncio. A loira revirou os olhos. Com certeza a sua amiga havia feito algo e ela achava tão idiota e decepcionante perder tempo tentando separar a Mia do Dylan, afinal, aquilo nunca aconteceria.
O garçom voltou com a sua água tônica e a garota agradeceu, não demorando para dar um gole em sua bebida. Olhou a sua volta e sentiu como se estivesse em um lugar que não era bem-vinda. Algumas pessoas ainda a encaravam e cochichavam coisas sobre ela e claro que Ash se sentia desconfortável com aquilo. Uma coisa era ser o centro das atenções no Internato, outra era ser o centro das atenções num bar onde a maioria dos clientes eram velhos nojentos. Quando olhou para a mesa à sua frente, um sorriso bobo escapou e a loira deu mais um gole em sua bebida. Aquilo com certeza era coisa do destino.
Se levantou e sentou na cadeira de frente para o homem, que a encarou confuso, porém, assim que Austin viu que era Ash, ele logo desviou o olhar e suspirou.
— Ashley, o que faz aqui? Você deveria estar na escola. – voltou a olhar para a loira que apenas riu.
— Eu tenho autorização para sair uma vez por semana. – colocou seus braços em cima da mesa e apoiou todo o seu peso em cima deles. — Você não percebe como isso é uma puta coincidência? Eu não deixo de pensar que algo vai acontecer. – sorriu.
— Ashley, não...
— Não o que? Austin, não venha me dizer que foi um erro o que aconteceu entre nós porque você queria tanto quanto eu. – apontou para o mais velho. — Eu sei que é errado, mas eu não posso evitar o que eu sinto. É uma sensação estranha, talvez eu goste de você e eu sei que é recíproco.
— Ash, eu... – Austin suspirou.
Apesar de saber que foi errado, a loira estava certa. Desde a primeira vez que a viu, sentiu algo estranho. Ele a sentia, ansiava para que algo acontecesse e, finalmente aconteceu. O seu emprego estava em jogo, mas ele não podia negar; Austin ainda queria Ashley.
— Pode falar o que você pensa. Não estamos na escola. – Ash disse assim que percebeu que o mais velho estava travado. — Aqui eu não sou a sua aluna e você não é meu professor. – por um segundo Austin pareceu hesitante, porém decidiu ser sincero.
— Tá legal, eu não vou mentir. Eu quero você desde a primeira vez que te vi e, quando ficamos foi tão... Incrível. Mas você entende que eu sou o seu professor? O meu emprego e a sua matrícula estão em jogo, Ashley. Eu não quero sujar o meu currículo e nem te prejudicar.
— Eu não ligo de correr esse risco. – a garota negou com a cabeça. — Austin você foi o primeiro cara que realmente me chamou atenção naquele internato. Daqui há alguns meses eu me formo e farei dezoito anos. Ninguém precisa saber sobre nós.
— Ainda sim é errado. Eu não quero correr esse risco. – mesmo gostando de você, ele pensou. O moreno tomou um gole de sua cerveja e Ash suspirou.
— Eu não vou desistir tão fácil assim. Não é assim que você vai me afastar, eu sempre tenho as coisas sob controle. – disse convicta, fazendo com que Austin risse.
— E quem disse que eu quero te afastar de mim? – arqueou uma de suas sobrancelhas e riu ao ver que Farine havia ficado sem respostas. — Ashley, o que nós temos não é um dos joguinhos que você faz com aqueles garotos. Isso aqui é vida real e eu sou muito velho pra esse tipo de jogos.
— Então o que você quer fazer? – se ajeitou na cadeira e tentou manter a mesma postura de antes. Ashley nunca ficava sem palavras e Foganoli não seria o primeiro homem a deixá-la daquela forma.
— Vamos fazer o seguinte. – deu um gole em sua cerveja e se levantou, ficando atrás da loira, logo passando suas mãos pelos seus ombros. — Vamos devagar. Primeiro eu vou beijar seus lábios... – virou delicadamente o rosto da mais nova para si e aproximou seus rostos. — Te sentir em meus braços... – olhou fixamente nos olhos de Ash enquanto ela vacilava algumas vezes ao desviar seu olhar para a boca de Austin. — Eu quero sentir o que há entre nós dois, sem joguinhos. O que acha?
Farine não o respondeu com palavras, apenas o beijou como se sua vida dependesse daquilo e Foganoli se entregou. Nenhum garoto com quem ela já havia se envolvido antes havia a tratado daquela forma, ela nunca cobiçou alguém como cobiçava Austin e nunca sentiu suas pernas tremerem da forma que tremiam naquele momento apenas beijando Austin. Talvez fosse porque a adrenalina de ninguém poder saber sobre eles a consumia, talvez fosse pelo fato dele ser o seu professor, ou talvez fosse porque ela simplesmente gostava dele de verdade. Porém Ash não queria que aquele momento acabasse, ela queria que Austin Foganoli fosse dela.
Nesse entretempo, Sabrina estava em seu dormitório, deitada em sua cama apenas esperando a hora para ir trabalhar.
— E você tem alguma ideia de onde o Jackson esteja? – Nina perguntou enquanto trocava o seu top de ginástica pelo seu moletom.
— Não. – a garota de cabelo colorido deu de ombros. — Ao contrário de você e da Martina, o Jackson e eu não nascemos grudados. Ele tem as coisas dele e eu tenho as minhas.
— É uma pena pra vocês. – a ruiva fez um coque em seu cabelo. — Eu odeio grude, mas a Tina me traz esse lado fofo. Se você não sente isso pelo Jackson, sinto te informar...
— Só porque eu não quero estar grudada com ele não significa que eu não goste dele. Eu só... Não preciso ficar no pé dele o tempo todo. – abraçou a almofada do Homem de Ferro que estava em cima do seu colo e balançou os pés.
— Oi meninas. – Chiara sorriu timidamente assim que abriu a porta.
— Kia! Finalmente você chegou. – Sabrina rapidamente se sentou na cama e abriu um enorme sorriso. — Por favor, nunca mais me deixe sozinha com a Nina. Ela apaixonada é insuportável.
— Sobre isso... – mordeu os lábios e deu um passo para frente, ficando no centro da porta. — Por favor, não me odeie... – Osuna franziu o cenho confusa, porém, antes que pudesse perguntar algo, Cameron apareceu ao lado de Chiara e ela se levantou num pulo.
— Er... Agora é uma ótima hora pra ir atrás da minha namorada. – Nina olhou para Cameron e depois para Sabrina e não demorou para correr para fora do quarto.
— Eu vou com você. – Chiara fechou a porta rapidamente e Sabrina correu para tentar abri-la, mas, ao ver que estava trancada com De Luca, bateu fortemente na porta ao exclamar um palavrão.
— Sabrina, precisamos conversar. – Cameron tentou se aproximar da garota, mas ela logo se afastou, correndo até a escada. — Você não pode fugir de mim o tempo todo.
— Se antes eu não queria falar com você, imagina agora que você fez a Chiara nos trancar no quarto! – se agachou em um dos degraus e segurou no corrimão.
— Eu não pedi pra ela nos trancar aqui. – o loiro começou a subir a escada e Sabrina rapidamente se levantou, correndo para a janela que ficava ao lado de um puff no segundo andar.
— Se você se aproximar mais eu juro que abro essa janela e pulo daqui. – Cameron riu sem humor.
— Você não faria isso. – cruzou os braços.
— Você sabe que sim. – a garota travou a mandíbula e o mais velho respirou fundo.
— Olha só Sabrina, eu só queria ter uma oportunidade de falar com você tudo o que eu venho tentando dizer há dias. – pisou no último degrau, mas permaneceu ali ao ver que Osuna havia ameaçado abrir a janela. — Eu não vim aqui justificar o que eu fiz. Eu só vim dizer que eu sei que cometi um 'puta erro de partir o coração, mas eu nunca deixei de te amar.
— Amar? – Sabrina riu sem humor e cruzou os braços. — Cameron, eu confiei em você! Eu quebrei qualquer muro que havia entre nós e você se aproveitou disso.
— Eu sei, eu sei. E eu me arrependo demais por isso. – ele queria se aproximar, queria abraçá-la, talvez ela o abraçasse de volta, mas ele sabia que seria uma péssima ideia se aproximar agora. Sabrina estava com todos os escudos possíveis. — Eu me aproximei de você sim por causa de uma aposta, mas não foi por ela que eu continuei falando com você. Sabrina, eu realmente me apaixonei por você, o que eu sinto por você eu nunca senti por mais ninguém. Sei que é clichê dizer isso, mas essa é a verdade.
— Eu não acredito mais em você Cameron. – a voz de Osuna falhou, porém Cameron não percebeu. — Você pode me dizer as palavras mais lindas do mundo, todo o seu esforço será em vão.
— Eu sei disso, por isso estou tentando te provar com atitudes. Como no show de talentos, por exemplo. – a garota de cabelo colorido riu fraco.
— Algumas garotas chegaram a comentar depois que você havia cantado aquela música pra alguma menina. – cruzou os braços e desviou o olhar para o chão.
— Sim, mas não foi pra nenhuma delas não. – colocou as mãos nos bolsos do moletom que usava. — Por acaso... Você tá interessada em saber pra quem eu cantei? – Sabrina voltar a olhar para ele e apenas fez um sinal com a cabeça para que ele continuasse a falar. — Eu cantei aquela música pra você. Assim como naquela vez no Coppola's.
Sabrina ficou sem saber o que dizer. Por mais que ela já soubesse e já houvesse conversado com ele, escutá-lo admitir aquilo de forma direta a havia pegado de jeito. Ela gostava dele e fingir que não a destruía por dentro.
— Eu... Preciso terminar de me arrumar para o trabalho. Poderia ir embora, por favor? – a garota novamente desviou o olhar e De Luca soltou um pigarro.
Ele pensou sim em não ir. Pensou em ir até ela e beijá-la, como queria desde quando a viu na biblioteca novamente, mas sabia que não podia. Se ele a beijasse, levaria um tapa no rosto e já basta o que havia levado de Maite. Por isso, ele apenas desceu as escadas e saiu do quarto, sem dizer mais nada. Assim que Sabrina viu que o loiro havia ido embora, se jogou no puff e cobriu seu rosto com as mãos. Ela queria chorar, mas não choraria mais por Cameron.
— E aí Sabrina? Como foram as coisas? – Nina perguntou correndo até a garota de cabelo colorido e ela apenas a encarou. — Eu... Achei que a conversa dele fosse importante pra vocês.
— E era Nina, só que... – seus olhos se encheram d'água e ela olhou para cima, na intenção de fazer com que as lágrimas não caíssem. — O que foi importante pra mim, não teve a mínima importância pra ele. – deixou uma lágrima escapar e Nina a puxou para um abraço. Scuzziatto não era fã de Cameron, mas ela queria que eles se resolvessem porque sabia que estar daquele jeito com De Luca não fazia bem à sua melhor amiga.
Já era dia seguinte e os alunos se preparavam para a primeira aula do dia. Dylan não havia falado com Mia o resto do dia anterior, muito menos mandado mensagem, por isso, ele sabia que ir atrás de sua namorada era a primeira coisa a se fazer naquele momento.
Foi direto para a cantina, mas ao ver que ela não estava lá, perguntou para Ivy que estava com Jin e Matteo onde ela estava e apenas recebeu um "não sei" como resposta. Após procurá-la em todos os cantos, finalmente encontrou Mia pegando seus cadernos em seu armário e correu para falar com ela.
— Bom dia meu bebê! – exclamou com um enorme sorriso no rosto assim que ela fechou a porta. — Dormiu bem? – estendeu sua mão direita para a loira, porém Moretti apenas passou reto e ele logo entendeu que sua resposta era um não.
Dylan correu para alcançar sua namorada que já descia as escadas e parou na sua frente, a impedindo de continuar descendo.
— Meu amor, o que aconteceu? Por que você não está falando comigo? – a encarou fixamente nos olhos e se arrependeu de fazer aquela pergunta assim que recebeu um olhar de desdém e indiferença. Mia estava puta com ele.
A garota não o respondeu novamente, apenas chegou para o lado e terminou de descer as escadas, indo direto para a sala de aula.
— Droga... O que eu fiz dessa vez? – bateu as mãos em seu tronco e o sinal tocou, indicando que a primeira aula iria começar. Fazer com que Mia voltasse a falar com ele seria uma tarefa difícil, ainda mais quando Lombardi não sabia o motivo de estar levando um gelo.
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