Capítulo quarenta
Já era Sexta-feira e os alunos do terceiro ano saíam do laboratório após a aula de Biologia e voltavam para a sala para o próximo tempo que seria de Italiano.
— Cameron! Aí está você! – a voz do homem fez o corpo de Cameron estremecer e ele parou no meio do saguão, colocando as mãos nos bolsos de sua calça.
— O que faz aqui papai? – indagou enquanto Francesco se aproximava com seus seguranças.
— Vim te trazer pessoalmente os convites da sua festa. A Ludovica foi pegar ontem e eu decidi onde será. – fez um sinal com a mão para que um dos seguranças entregasse para Cameron o pacote dos convites. — Será no nosso hotel e os seus irmãos já estão hospedados lá. Farei um jantar hoje lá e quero que você vá para ver o espaço.
— Pai, eu não posso ir... Hoje é o show de talentos e eu disse a Mia que a veria se apresentar. – cruzou os braços e desviou o olhar.
Cameron sabia que sempre dava desculpas para não ficar entre família, mas não era porque ele não gostava dos seus irmãos — na verdade ele os amava. Era mais pelo fato dele evitar passar o tempo com o seu pai. Apesar de não intervirem em nada, seus irmãos sabiam do real sonho do caçula e aquilo não mudava nada na relação deles, porém se Francesco descobrisse, tudo mudaria.
— Cam... O seu nariz está machucado? – Francesco virou o rosto do filho para si, podendo ter uma visão melhor do nariz roxo do garoto e o olho direito vermelho.
— Bom, é o que dizem, né. – riu fraco. — Melhor um nariz quebrado do que um coração partido. – sorriu, mas, ao ver a cara nada satisfeita de seu pai, logo o desfez.
— Você sabe que temos regras. E uma delas é que os De Luca nunca ganham um nariz quebrado, muito menos um coração partido. – pegou do bolso de sua calça sua caixa de cigarros e seu isqueiro, não demorando para acender um maço.
— Ontem eu saí com uns amigos e acabei bebendo demais. Um idiota acabou derrubando bebida em mim, eu me estressei e acabei batendo nele. Ele acertou meu olho e nariz e eu acertei o olho dele e a boca. – o loiro olhou para o chão e sentiu a fumaça do cigarro vir em sua direção.
— Pelo menos você não foi o único que apanhou. Isso já é um grande começo. – deu de ombros. — Enfim, vá se trocar para irmos ao hotel. Se quiser chegar na hora da sua festinha boba, é melhor não demorar. – Cameron o encarou surpreso, porém Francesco nada mais disse, apenas fez um sinal para os seguranças e eles deram passagem para que ele passasse.
O garoto olhou em direção à porta de sua sala e viu que Lucca o olhava enquanto Chiara falava algo com ele. Lucca mexeu os ombros, como se perguntasse o que tinha acontecido, porém Cameron apenas negou com a cabeça, dando a entender que também não tinha entendido muito, e subiu para o seu dormitório. Assim que ele subiu, o professor de Italiano chegou e todos começaram a entrar.
— Chiara, o Fred pediu para avisar que você tem uma ligação na recepção. – colocou a mão na frente da porta, impedindo que a garota entrasse. Chiara olhou confusa para Lucca que havia entrado e ainda segurava a sua mão e tornou a olhar para o professor.
— Tudo bem, eu... Vou lá ver o que é. – soltou a mão de seu namorado e ele apenas fez um coração com os dedos antes dela ir até a recepção.
Assim que chegou à recepção, Chiara pegou o telefone que já estava fora do gancho e, ao atender e escutar a voz do seu pai, ela teve um pressentimento ruim.
— Pai, a mamãe está bem? Aconteceu algo? – começou a enrolar o fio do telefone em seus dedos e seu coração começou a bater de forma descompassada.
— Nada demais, minha filha. A sua mãe não queria avisar, mas eu queria que você soubesse que ela vai ficar internada essa semana.
— Como é? – a voz de Chiara embargou.
— Calma minha filha, calma. O médico só achou melhor ela ficar internada porque ela não estava comendo. – Mattia riu fraco. — Agora que mudamos para um hospital particular, a sua mãe está bem melhor. Eu tenho que agradecer imensamente aos pais do Lucca por isso.
Chiara fechou os olhos e suspirou aliviada, porém ainda preocupada. Depois que Lucca viu o estado da sua sogra no parque de diversões, ele decidiu pedir a ajuda dos seus pais. Eles sequer hesitaram e afirmaram que os Castello não precisariam se preocupar com nada. Eles pagariam tudo. De cara, Mattia e Chiara não se sentiram muito confortáveis com o fato de que Fede e Jean arcariam com tudo, e Lucca não tinha total certeza se eles estavam fazendo aquilo de coração, ou apenas por aparências. Entretanto, após os Giordano insistirem, Chiara e Mattia aceitaram a ajuda e Lucca, por acidente, escutou seus pais conversarem a sós sobre Angela e, ao descobrir que eles de fato faziam aquilo de coração, o fez ficar aliviado.
— Mesmo assim pai, eu fico preocupada. Depois das aulas eu vou direto para aí. Eu vou falar com o Lucca e com a Mia. Eles vão entender.
— Chiara, não precisa. A sua mãe não vai gostar e...
— Eu preciso desligar. Estou perdendo um tempo de aula. – não esperou seu pai dizer mais nada, apenas encerrou a ligação e saiu da recepção.
Passar vinte minutos num carro somente com Francesco, para Cameron foi a coisa mais torturante do mundo. A única coisa que o seu pai sabia falar era sobre como daqui há alguns meses seria a vida de Cameron, suas futuras responsabilidades, campanhas etc. O loiro queria muito encerrar aquela conversa de alguma forma, ou até mesmo ter algum amigo para conversar, mas todos eles estavam na aula.
Assim que chegaram ao hotel, foram direto para o restaurante que estava reservado apenas para os De Luca. A mesa já estava pronta e seus irmãos já estavam todos em seus devidos lugares. A cadeira de frente da entrada estava vazia, já que seria o lugar de Francesco. Do lado direito estava Ludovica, ao lado do lugar onde Cameron sentaria e Valentino logo ao lado. Já no lado esquerdo, estavam Vito, Bella e Claudio.
— Ah! Eles chegaram! – Valentino exclamou assim que os viu entrar e logo se levantou para abraçar seu irmão caçula. — 'Tava com saudades, maninho.
— Por favor... – Cameron riu fraco. — Nos vimos no Ano-novo.
— Mas é que parece que já faz tanto tempo. – sorriu bagunçando o cabelo do garoto. — E outra, você passa tanto tempo naquele internato que nem nos vemos.
— É meu último ano, né. – o garoto de olhos claros sorriu. — É muita pressão.
— Quando o pai avisou que o jantar seria mais cedo, tivemos que nos arrumar às pressas. Espero que o seu compromisso seja importante, Cam. – Vito riu antes de dar um gole em sua água.
— Foi mal. Eu também fui pego de surpresa. – Cameron riu fraco ao se sentar em sua cadeira.
— Conta outra. O preferido do papai praticamente escolheu o horário do jantar. Nós nem pudemos opinar. – Claudio olhou para o seu irmão seriamente.
— Amor, por favor... – Bella segurou no braço do loiro, que apenas olhou para o seu braço que era segurado pela sua esposa e fechou os olhos, respirando profundamente. — Perdão. Ultimamente o trabalho está me ocupando tempo demais e eu estou estressado. A sua festa veio em boa hora, irmãozinho. – sorriu olhando para Cameron que sorriu de canto.
— Bom, aproveitando nossos raros momentos em família, por que vocês não me contam as novidades? – Francesco chamou a atenção dos quatro e Vito riu.
— Pai, não somos mais crianças.
— Além do Cam, é claro. – Valentino disse e todos riram.
— Cameron, comece por você. – Francesco deu as ordens antes de dar um gole em seu vinho.
— Bom, eu... – o loiro olhou para seus irmãos, Bella, Ludovica e parou em seu pai. Ele queria muito contar que havia tocado guitarra no Fazzano's e todos adoraram; queria desabafar que a garota que ele amava estava com outro, mas ele não podia. — Não tenho nada de novo pra contar. – riu. — Eu só estou ansioso para o meu aniversário amanhã. – olhou para a mesa e desfez o sorriso, brincando com os talheres.
— Eu... Conheci uma garota na faculdade. – Valentino quebrou o clima constrangedor que havia se formado ali. Afinal, ele sabia que Cameron não gostava de comemorar seu aniversário e só fazia aquilo por pressão de seu pai. — Acho que estou gostando dela.
— Outra? – Vito riu. — Todo semestre você diz o mesmo.
— Os De Luca nunca gostam de ninguém de fato. – Claudio riu sem humor e Cameron o encarou. Seu irmão mais velho não olhava para ninguém, mas sim brincava com a sua bebida enquanto Bella parecia desconfortável com a fala de seu marido.
— Bom... Graças ao papai estou participando das reuniões na câmara. Acho que em breve terei que me mudar pra cá novamente. – Vito disse após pigarrear.
— Sério? Eu gosto da casa em Toronto. – Cameron olhou para o seu irmão que sorriu.
— Eu também gosto. Mas é o trabalho dos De Luca e eu preciso seguir o negócio da família. – olhou para Francesco que apenas assentia com a cabeça, mas logo voltou a olhar para o caçula. — Talvez ela se torne mais uma casa de férias. Eu não sei se tenho coragem de vendê-la. – sorriu e Cameron fez o mesmo.
— Nós temos notícias mais interessantes. – Claudio limpou o canto da boca com o guardanapo e a morena ao seu lado sorriu. — Queríamos contar antes da festa do Cameron, então... Aqui vai. – olhou para Bella e ela olhou para todos bastante animada.
— O Claudio e eu seremos papais! – foi naquela hora que todos ficaram boquiabertos com a notícia e bastante surpresos.
Bella era uma modelo que Francesco havia apresentado para o seu filho mais velho, a fim de que ela o ajudasse na campanha que ele concorria. Acabou que eles começaram a ter um relacionamento e se casaram em menos de quatro meses. Eles sequer tinham um ano de casados e, o fato dela já estar grávida, era uma surpresa e tanto
— Eu serei avô? – Francesco olhou para os dois que assentiram com um enorme sorriso no rosto. — Isso merece uma comemoração! – levantou-se com sua taça de vinho na mão. — Vamos todos brindar a vinda de mais um De Luca em nossa família! Um brinde ao Claudio e a Bella! – estendeu sua taça no centro da mesa.
— Um brinde! – todos se levantaram e estenderam suas taças na direção de Francesco e beberam suas bebidas.
Cameron ao dar um gole em sua água, olhou para Claudio que havia o encarado de volta. O sorriso em seu rosto se desfez e, apenas com um olhar, Cameron soube que ele não estava nada feliz com aquela história.
O jantar seguiu de forma calma e tranquila. Vez ou outra, Francesco puxava assuntos para que seus filhos se enturmassem e não ficasse um completo silêncio, porém eram apenas assuntos relacionados a política e Cameron não gostava de falar sobre aquilo. Seus irmãos até tentavam amenizar um pouco a situação, mas nenhum conseguia manter por muito tempo o desvio de assunto.
Assim que o jantar acabou, Francesco foi atender uma ligação importante, Bella resolveu ir até a cobertura onde estavam hospedados, Ludovica resolveu tomar um ar e os meninos foram para o bar que havia no topo do hotel.
— E então? Vai nos dizer o porquê do olho roxo e do nariz ferrado? – Vito perguntou ao acender um maço de cigarro.
— Ontem a minha turma decidiu ir depois da aula numa boate. Tem... Uma garota que eu gosto e ela tá ficando com outro. Nós nos desentendemos e acabamos brigando. – olhou para a vista que tinha dos prédios e dos carros. — Mas eu não fui o único que também apanhei, o idiota também tá machucado. – olhou novamente para os seus irmãos e esticou a mão para que Vito dividisse o cigarro com ele.
— Você tá gostando de uma garota? – Valentino riu surpreso. — Quem é?
— Sabrina. – deu um trago e soltou a fumaça de sua boca. — Sabrina Osuna.
— Ei, eu já ouvi falar da mãe dela. – Claudio pegou o cigarro de Cameron para fumar também. — A mãe dela é aquela cantora, Maite Osuna, né? Ela é bonita.
— Filha de uma cantora... O pai não gostaria que você estivesse com ela. – foi a vez de Valentino dar uma tragada no cigarro. — 'Cê sabe muito bem.
— Ele também não gosta que eu toque e cante, mas eu ainda faço isso. Ele não precisa saber de tudo na minha vida.
— Eu achava o mesmo que você. Mas agora eu tenho quase quarenta e oito anos e estou casado com uma mulher que sequer amo. Parece que estou mais perto de ser o papai do que eu pensava. – Claudio desabafou.
— Eu achei que você estava realmente gostando dela, cara. O papai não mandou você se casar com a Bella e você se casou. – Vito cruzou os braços. — Ele realmente ficou surpreso com a notícia da gravidez.
— O papai me apresentou a Bella pra fazer uma jogada de marketing. Eu me casei com ela pra ter mais chances na campanha e consegui ganhar. – Claudio deu uma tragada em seu cigarro. — Só que... Eu percebi que o meu casamento era igual aos do papai. Vazio e eu não quero isso. Ela estar grávida também me pegou de surpresa.
— Mas você é assim porque sempre deixou o papai mandar na sua vida. – Cameron olhou para o seu irmão. — Se mudar para Manchester e ficar longe dele foi a melhor coisa que você fez em toda a sua vida. Aliás, Vito, eu acho que você deveria ficar em Toronto longe do papai também. – olhou para o loiro que estava a sua frente.
— Eu também queria ficar em Toronto, Cam. Mas o papai me quer aqui com ele e eu preciso estar.
— E eu deixei o papai mandar na minha vida para sobreviver. – Claudio olhou fixamente nos olhos do caçula. — Diferente de você, eu não tive uma mãe que se importava comigo. Quando eu apanhava não tinha ninguém pra me proteger e eu obedecia pra não sofrer na mão do Francesco. Você acha mesmo que eu queria ser político? Cameron, você não é o filhinho rebelde. A única diferença é que entre nós é que a Cara te amava de verdade e cuidava de você. – Cameron contraiu a mandíbula e desviou o olhar.
Ele sabia que seus irmãos só obedeciam seu pai porque tinham medo de se impor, assim como ele. Mas, parando para pensar, ele foi o único que, mesmo contra a vontade do pai, teve uma mãe presente. Seus irmãos nunca tiveram e ele até entendia o porquê às vezes eles comentavam sobre sua mãe. Cara não foi só uma ótima mãe, ela também foi a madrasta que seus irmãos amaram ter.
— E você também é o preferido do papai, Cam. – Valentino limpou a garganta. — Por ser o mais novo, ele coloca uma expectativa maior em você sobre a política. Ele sabe que se ele mandar, nós vamos obedecer, já você... É uma caixinha de surpresas. Assim como ele.
— Eu não quero ser igual ao papai... – o garoto de olhos azuis negou com a cabeça e Vito o abraçou de lado.
— Maninho, então faça o que não fizemos. Se imponha. – Vito disse. — Faça isso antes que você termine num casamento sem amor, num trabalho merda e morando o mais longe possível do seu pai que é um lixo.
— Pelo menos somos ricos. – Valentino disse e todos riram.
— Eu... Acho que vou me separar da Bella. – Claudio disse assim que as risadas cessaram.
— Que? O papai não vai gostar disso. A garota tá grávida, o que vão dizer? – Cameron indagou.
— Já íamos nos separar antes da gravidez. As coisas não estão indo muito bem, brigamos o tempo todo. – o loiro de olhos cor avelã deu de ombros. — Eu só vou esperar o bebê nascer e vou pedir o divórcio. Um divórcio com uma criança no meio gera polêmica. O papai gosta de polêmicas.
— Posso atrapalhar o momento em família? – os quatro olharam para a entrada e sorriram ao ver Ludovica se aproximar deles.
— Ludo! Se você não fosse casada com o meu pai, eu te pediria em namoro, sabia? – Valentino perguntou assim que a abraçou e a menor riu.
— Obrigada Valentino, mas eu gosto de caras mais velhos. E, quando eu digo mais velhos, eles precisam ter mais do que dois meses de diferença do que eu. – olhou fixamente nos olhos do loiro e ele sorriu timidamente.
— E então Ludo, aconteceu algo? – Cameron perguntou sentindo-se estranho ao ver seu irmão dando em cima de Ludovica. Afinal, ela também era madrasta dele.
— Não, eu quis apenas ficar com vocês. A Bella está na cobertura fazendo algo desinteressante e o pai de vocês está por aí, falando como quer o espaço para a sua festa. – revirou os olhos.
— Ah, aproveitando que a Ludo está aqui, temos uma surpresa pra você maninho. – Claudio sorriu. — Se prepare para o melhor presente que você poderia ter em toda a sua vida.
— Terá um pequeno atraso, mas você vai gostar mesmo assim. – Vito deu uma última tragada em seu cigarro antes de entregá-lo para Ludovica.
Cameron não teve tempo para perguntar o que era, já que havia recebido uma mensagem de Dylan dizendo que o esperava na entrada do hotel para eles voltarem ao Elite. O loiro se despediu de seus irmãos e de Ludovica, e não demorou para ir embora.
— Ah não. – o garoto revirou os olhos assim que viu quem estava ao lado de Dylan. — O que você está fazendo aqui? – foi com tudo para cima de Jackson, que fez o mesmo, porém Lombardi se colocou entre os dois.
— Por quê? O hotel é seu por acaso? – tentou empurrar o garoto, mas Dylan não deixou.
— Pior que é. – Dylan olhou para o chinês e ele apenas revirou os olhos ao dar um passo para trás. — Olha, o Jackson nem sabia que eu viria te buscar. A Mia pediu que eu não viesse sozinho. Vocês podem só, por favor, entrar no carro e não brigarem?
— Eu não quero ficar do lado dele. – Cameron cruzou os braços.
— Muito menos eu. – Jackson fez o mesmo e Dylan cobriu o rosto com as mãos.
— Eu fico no meio! – exclamou já estressado. — Só podem, por favor, entrarem no carro? – os dois se encararam como crianças birrentas, porém nada mais disseram. Jackson abriu a porta do táxi e entrou, onde Dylan fez o mesmo e Cameron foi o último.
A hora do show de talentos já havia começado e todos os alunos estavam animados para aquele momento. Lucia já havia dado início ao show e a primeira apresentação seria feita. Como prometido, o grupo de Ash abriria o palco para que o grupo de Mia se apresentasse, por isso, elas já estavam posicionadas em seus devidos lugares.
As cinco garotas usavam conjuntos brilhantes, onde cada uma tinha sua cor. Fiona estava no centro, usando um conjunto rosa e Ash estava ao seu lado direito com um conjunto roxo e um megahair para fazer o seu rabo de cavalo. Quando a música deu início e as luzes focaram no palco, Mia e Sabrina que eram as primeiras ao lado do palco se entreolharam e sorriram.
A dança não estava ruim, porém eram as mesmas coisas. Ash dizia tanto das coreografias de Mia, que sequer havia conseguido criar uma melhor. Já Fiona dava tudo de si em cima do palco, imaginando como Dylan estaria ao vê-la dançar. Porém, diferente do que ela pensava, Dylan nem prestava atenção; ele estava ocupado demais pegando ponche para beber e caçando algo para comer na mesa de frios.
Assim que a apresentação acabou, todos aplaudiram e as meninas sorriram para o público. O grupo de Mia já estava atrás das cortinas esperando que elas saíssem para entrar, quando Ash e Fiona pararam bem na frente de Mia e Sabrina.
— Você escutou os aplausos? As pessoas gostaram de nós. – Ash disse com um sorriso debochado nos lábios.
— Infelizmente nem todos tem bom gosto. – Sabrina cruzou os braços.
— Vejo que tem uma pessoa faltando no grupinho de vocês. Vamos ver se vão gostar de vocês mesmo com esse desfalque. – Fiona disse antes de sair dando um esbarrão no ombro de Mia. A loira fechou os olhos e respirou fundo antes que fizesse algo de que se arrependeria depois enquanto Sabrina fazia massagem em seus ombros, pedindo para que ela se acalmasse.
Lucia finalmente chamou o grupo de Mia para se apresentar e, com isso, todos aplaudiram. Dylan, que antes comia tudo o que via na mesa de frios, começou a bater palma de boca cheia mesmo que segurasse um prato e um copo cheio de ponche e Lucca gritou pelas meninas.
A música começou e Sabrina começou a dançar. A luz estava focada apenas nela e as outras meninas estavam logo atrás, apenas esperando o momento delas. Quando a luz focou nelas, todos foram ao delírio e Fiona e Ash se sentiram enojadas com aquilo. A roupa para a apresentação foi escolha de Sabrina e todas — com exceção de Mia, já que Sabrina havia decidido — usavam uma calça com estampa militar e um top preto. Mia era a única que usava saia porque Sabrina queria que ela mantivesse a postura de princesinha que ela tinha de Moretti.
Diferente da dança de Ash, todas tiveram destaque e, para substituir Chiara, Martina e Ivy intercalaram quem dançava as partes de Castello. Mesmo que Cameron gritasse o nome de Mia, ele estava mais focado em Sabrina. Não poder dar apoio a ela era torturante para ele e De Luca já não sabia mais o que fazer.
A dança acabou e os aplausos foram maiores dos que da primeira apresentação, o que fez Ash revirar os olhos e sair do local batendo pé. Mia conseguiu ver Fiona que estava de cara feia e mandou beijo em sua direção, o que a fez mostrar a língua.
Lucia agradeceu pela participação das meninas e elas saíram de cima do palco, dando início de fato ao show de talentos. O primeiro a se apresentar foi Basile e Diego num pequeno show de stand up e, enquanto as meninas foram se trocar para a festa, Ivy ficou, pois ela seria a próxima a se apresentar com Chiara.
A pequena apresentação de Basile e Diego estava chegando ao fim e o frio na barriga de Ivy só aumentava mais e mais. Atrás de si a cortina se abriu e a morena olhou rapidamente, na esperança de ser Chiara, porém era apenas Jin e Lucca.
— Eu sinto muito Ivy. Eu liguei pra Chiara, mas ela não atende. – Lucca abriu os braços. — Consegui falar com o pai dela e ele me disse que ela não pretende voltar hoje. Ela... Quer ficar com a mãe dela no hospital.
— Eu espero que a mãe dela esteja bem, mas... O que eu faço agora? – Ivy entrou em desespero. — Eu não posso me apresentar sozinha na frente daquele monte de gente!
— Mas você também não pode deixar de se apresentar. Isso é importante pra você. Ivy, você ensaiou bastante pra isso. – Jin se aproximou dela.
— Mas eu não posso fazer isso sozinha... – olhou fixamente nos olhos do garoto e ele suspirou.
— Olha, eu... Vi os seus ensaios. Se quiser eu posso dançar com você.
— Dançar comigo? – a morena riu. — Jin, você nem sabe dançar. Eu não quero te fazer passar vergonha na frente da escola inteira. – negou com a cabeça.
— Eu não vou passar vergonha. Eu vou dançar com você. – antes que Ivy pudesse dizer algo, ela pôde escutar as palmas que indicavam que o stand up de Basile havia chegado ao fim.
Lucia chamou o seu nome e o de Chiara e novamente ela olhou para Jin. Após um suspiro profundo, ela murmurou um "vamos" e os dois subiram no palco, fazendo com que o público estranhasse e alguns até achassem engraçado o fato de Jin estar ali e não Chiara.
A música começou e Ivy começou a dançar olhando para um ponto fixo, para não ter que olhar para os outros alunos e travar na hora. Ao olhar para o lado e ver Jin dançando, foi inevitável ela ficar de boca aberta. Ele a encarou e sorriu sem parar de dançar um minuto. Jin realmente sabia a coreografia e, além de saber, dançava muito bem.
Mesmo que a maioria aplaudia e os amigos de Jin gritavam seu nome junto com algum elogio do tipo: "Lindo", ou "gostoso", alguns riam da forma afeminada que Park dançava, porém ele não procurava não focar naquilo. Afinal, ele estava ali para ajudar Ivy e comentários bobos não o abalariam.
Ao finalizar a dança, os aplausos e assobios foram a única coisa que os dois puderam escutar. Ivy pulou nos braços de Jin e ele a abraçou fortemente. Ela estava eufórica e feliz por Jin ter ajudado.
— Você conseguiu! Parabéns! – ele exclamou em meio aos aplausos. Ivy nada disse, apenas o puxou pela nuca e o beijou, fazendo que os alunos gritassem e fossem à loucura.
— Muito bem, muito bem. – Lucia se colocou na frente dos dois enquanto Dylan e Lucca os tiravam dali de cima, dando tapinhas na cabeça e costas do garoto que estava vermelho de vergonha. — Deixando a dança um pouco de lado, vamos receber agora Cameron De Luca com uma canção! – todos aplaudiram enquanto o loiro subia ao palco.
O piano já estava posicionado no lugar e ele respirou fundo antes de começar a tocar. A música era um cover da música Without me – Halsey e Sabrina logo percebeu que era uma indireta para ela. Mesmo que ela houvesse sido magoada, Cameron cantava com tanta paixão que ela quase se esqueceu do que ele havia feito.
— Eu... Vou já indo pra trás do palco. – Sabrina retirou as mãos de Jackson de sua cintura e, sem esperar que ele dissesse algo, saiu de perto dele.
A música acabou e todos aplaudiram, porém Cameron não ficou para agradecer. Apenas saiu do palco sem olhar para trás e acabou dando de cara com Sabrina.
— Se só souberem a sua versão da história, você acaba sendo o mocinho dela. – a garota disse ao cruzar os braços.
— Morra sendo o herói, ou viva o suficiente para se tornar o vilão. – sorriu brincalhão. — É o que dizem, não é?
— Eu... – Sabrina ia retrucar, quando escutou Lucia a chamar no palco e Cameron fez uma expressão confusa. — Eu também vou cantar. Espero que fique para ver. – sorriu de canto antes de subir no palco. — Ah, fico feliz que tenha cantado. Esse é o seu sonho, deve seguir com ele.
O loiro sorriu de canto antes que ela fechasse a cortina e saiu dos bastidores, voltando para a plateia. Mesmo que Sabrina estivesse magoada, ela tinha que dizer que estava orgulhosa por Cameron estar fazendo o que gosta. Afinal, quando na vida ela imaginaria que o veria tocando e cantando na frente de todos os alunos do Elite?
— Boa noite pessoal, espero que estejam gostando da festa. – Sabrina começou a falar assim que se aproximou do microfone e todos gritaram. — Essa... Música que eu vou cantar não foi escrita por mim. Mas ela descreve o que eu estou sentindo agora, então... Espero que gostem. – sorriu timidamente antes de começar a tocar.
A voz de Sabrina era angelical e, por mais que Cameron já houvesse a escutado cantar na noite anterior, ela cantava com mais paixão e... Dor. O cover era de Part of Me – Katy Perry e, pela letra, ele sabia que era uma indireta para ele.
Cameron se sentia culpado por aquilo e, ao ver uma lágrima descer pelo rosto da garota, ele não aguentou ficar mais ali. A noite havia acabado para ele e, Sabrina ao conseguir vê-lo sair do pátio, sentiu uma enorme pontada em seu coração. A quem ela queria enganar? Osuna amava Cameron.
ih gente, eu tô muito festeira né, três caps seguidos de festas kk
mas o motivo é que, além de fazer parte do enredo, é a semana do meu aniversário (como eu sei que n]ao vou postar cap na sexta, se quiserem me dar parabéns aqui, agradeço kkkk), então fiquei bem inspirada
espero que tenham gostado do cap focado no cam e até o próximo cap
dança do grupo da ash:
https://youtu.be/2Ef1p4xNyzs
dança do grupo da mia:
https://youtu.be/vta5iEgkY4w
dança da ivy e do jin:
https://youtu.be/ZEJ-vPndVHY
cover inspirado para a apresentação do cameron:
https://youtu.be/8Bgp7Hfkaa0
cover inspirado para a apresentação da sabrina:
https://youtu.be/dT1o9yJ6lrc
aa as pessoas no gif do começo do cap são os irmãos do cameron e eles são representados pelos: chad michael murray (claudio), matt czuchry (vito) e lucas till (valentino)
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