Capítulo onze
Finalmente a Sexta-feira havia chegado e, como todos estavam animados para irem embora daquele internato e curtir o fim de semana, o tempo passou voando. Já eram quase quatro da tarde quando o sinal tocou indicando o final do último tempo e, como de costume, todos levantaram-se rapidamente e saíram correndo da sala de aula.
— É... Sabrina. – Mia chamou a garota que terminava de arrumar seu material.
— O que você quer? Alguma dica de como aturar a sua amiguinha Ashley? – Sabrina riu pegando seus cadernos e seu estojo.
— Não, não é isso. – a loira revirou os olhos. — Bom, eu não sei se a professora Lucia falou com você mas... Depois da semana que vem teremos uma festa de volta às aulas para os alunos que fazem atividades extracurriculares aqui na escola.
— E o que eu tenho a ver com isso? – Sabrina, confusa, arqueou uma de suas sobrancelhas.
— Sua mãezinha realmente não te deu educação, não é mesmo? – Mia fez cara feia e a garota de cabelo colorido revirou os olhos.
— Você vai logo ir ao ponto, ou não, boneca? – a loira revirou os olhos e suspirou profundamente.
— Enfim. Nessa festa virão alguns organizadores do campeonato de dança e as pessoas que representam o time de dança deverão se apresentar no dia.
— Ah! Boa sorte. Seria um prazer te ver dançando com suas fiéis seguidoras, mas eu, provavelmente, farei algo melhor do que ir a essa festinha estúpida. – Sabrina ameaçou sair dali, porém Mia a impediu.
— Você e eu representamos o time Sabrina.
— Como é? – finalmente Sabrina parou para prestar atenção no que Moretti dizia. — Isso é brincadeira, né? Cadê as câmeras? Ou melhor, cadê o idiota do Cameron? – colocou suas coisas novamente em cima da mesa e começou a andar pela sala, olhando em cada canto das paredes indícios de alguma câmera escondida.
— Eu queria muito que fosse brincadeira, mas não é. A professora pediu que criássemos uma coreografia para o dia, então... Estou aqui te avisando. – Sabrina parou de andar pela sala e encarou Mia de cima em baixo logo cruzando os braços.
Era evidente que, assim como ela, Mia não estava nenhum pouco a fim de dançar com ela. A única vez que elas concordavam em algo e, aquilo era raro.
— Tá legal. Podemos começar a ensaiar amanhã, o que acha? – Osuna se deu por vencida. — Quanto mais rápido criarmos essa maldita coreografia, mais rápido podemos agir normalmente como se nos odiássemos então... O que acha de amanhã depois do almoço na minha casa?
— É sério isso? – Mia riu desacreditada. Ela não achava que Sabrina fosse ceder tão fácil assim.
— Sim. Ou você tem uma ideia melhor? Porque, sem chances, eu não vou dançar uma dança criada somente por você. – Mia tentou segurar, mas acabou deixando uma risada escapar de sua boca o que fez Sabrina sorrir.
— Tudo bem, Wandinha, me passe o seu endereço depois. Só não pense que eu vou dançar vulgarmente que nem sua mãe te ensinou, viu? – Mia disse antes de sair da sala e Sabrina apenas fez um movimento com sua mão, imitando um fantoche.
Enquanto isso, no corredor dos armários, Lucca gabava-se da noite que teve com Chiara para Cameron e Noah; ele não podia deixar quieto o fato de ter conseguido fazer a pequena Chiara se colocar em risco apenas para ir a piscina com ele.
— Mas foi por pouco. Mais um pouco e eu tinha finalmente ganhado a aposta. – Lucca finalizou sua história, aproximando seu corpo do de Cameron que fechava a porta do seu armário.
— E vocês só nadaram? Não fizeram nada mais? – Noah perguntou olhando para seu amigo e Lucca umedeceu seus lábios com a ponta de sua língua.
— Bom... Na verdade, eu não ia contar a vocês mas... – cruzou os braços sorrindo. — Ela deixou eu tocá-la... Se é que me entendem. – olhou maldoso para seus amigos que estavam boquiabertos com a revelação.
— Como é? A Chiara? Aquela menina quieta e tímida da nossa sala? – Noah se exaltou em suas perguntas e Cameron deu um tapa em sua cabeça para que ele abaixasse o tom.
— Fala mais baixo, seu idiota. – o loiro se pronunciou. — Olha só Lucca, eu sei que sou tão 'cuzão quanto você, mas acho que não deveria ficar falando essas coisas por aí.
— Ué, eu só estou contando a vocês. Eu sou um Deus para essas puritanas. – o menino riu.
Tá legal, isso não havia acontecido. Mas ele tinha que aumentar a história para que sua fama de pegador não caísse por terra; se ele contasse que Chiara nem havia o dado atenção direito, ele seria motivo de piada para seus amigos e ele não queria que isso acontecesse.
— Tá cara, que seja mas... Olha, eu acho que você deveria deixar essa garota em paz. – Cameron apoiou-se no armário e cruzou os braços.
— O que? E perder a minha grana? Nem pensar! – Giordano negou bastante exaltado. — O que deu em você, hein? Por acaso você já sabe que vai perder e por isso está dando pra trás? – riu sem humor.
— Não Lucca, não é isso. – Cameron o encarou com uma careta. — É que, sei lá, cara. A Chiara não é o tipo de garota a ser usada pras nossas apostas. Só isso. – deu de ombros.
— Qual foi Cameron, o que tá acontecendo? – Noah perguntou confuso.
— É que... Eu não quero mais participar dessa aposta idiota. – olhou para baixo e Lucca riu.
— Do que você tá falando Cameron? Você nunca desistiu de uma aposta assim.
— Eu sei é que, a Sabrina me irrita e eu não suporto ficar ao lado dela. Não vou conseguir seguir com essa aposta. Se quiser eu te dou os vinte mil, mas eu 'to fora.
— Cameron, espera aí. – Lucca segurou no braço do garoto antes que ele pudesse sair dali. — Olha só, esquece a grana, tá legal? Vamos mudar nossa aposta. Depois de ontem eu me liguei que vai ser fácil demais ficar com a Chiara, então vamos mudar tudo.
— Mudar como?
— Sabe aquela minha amiga sueca? A Greta?
— A modelo gostosa ruiva? – o loiro arqueou uma de suas sobrancelhas.
— Ela mesma. Eu fiquei sabendo que ela vai participar de um desfile aqui na Itália no final do mês e eu posso desenrolar ela pra você, já que você queria ficar com ela quando a viu da primeira vez.
— Caralho! É sério isso mesmo? Lucca, eu não acredito! – Cameron exclamou animado.
— Desenrolo, com uma condição. Eu aposto uma ficada com a Greta se você conseguir deixar a Sabrina caidinha por você, até o final do mês.
— Ah claro! Vindo de Lucca Giordano, nada vem sem segundas intenções. – De Luca cruzou os braços e revirou os olhos. — E se eu perder?
— Simples. Eu quero aquela sua coleção do Cage the Elephant. – Lucca deu de ombros. — Então? O que me diz?
— Tudo bem. Eu topo. – Cameron finalmente rendeu-se e Lucca sorriu vitorioso. — E quanto a Chiara? Vai deixar ela em paz?
— Ela não vale mais grana nenhuma mas não é de se jogar fora. Eu vou ficar com ela e, depois, vou ser gentil e dispensá-la. – o garoto de olhos claros sorriu.
— Caramba! Essa aposta vai ser interessante. – foi a única coisa que Noah disse enquanto ria.
Finalmente a hora da saída havia chegado e todos os alunos começaram a ir embora com seus devidos pais, ou motoristas. Mia havia sido uma das primeiras a ir embora e, agora, acabava de chegar em sua casa. Ela estava exausta por aquela semana; em apenas cinco dias, muitas coisas aconteceram e ela só queria descansar um pouco.
— Mia? Chegou cedo. – a loira olhou para o sofá de sua sala e viu seu pai assistindo tevê.
— Papai? Eu não sabia que estaria em casa. Pensei que ainda estava na Suíça... – sentou-se um pouco receosa ao lado de seu pai.
— Bom, eu havia ficado preso lá mas consegui voltar a tempo para passar um pouco o fim de semana com a minha filha. – Domenico sorriu enquanto abraçava de lado a menina. — Me conte, como foi sua primeira semana?
— Foi... Boa. – sorriu. — Eu tenho tantas coisas para te contar papai, o senhor não tem noção! – animou-se ao finalmente se dar conta que seu pai estava ali, ao seu lado e que ele parecia querer saber de suas histórias.
Claro, ela não mencionaria o fato de ter começado uma guerra de comida na cantina, sobre ter uma rixa com uma nova colega de sala e, muito menos sobre não ter usado o vestido que seu pai havia comprado justamente para que ela usasse na festa de boas vindas porque sua turma havia ficado de castigo. Mas ela queria contar sobre como havia sido sua semana e algumas novidades de suas amigas; Mia queria um momento pai e filha, já que era raro ela ter momentos como aqueles.
— Hum, legal. Poderia contar mais tarde minha filha? – seu pai perguntou enquanto lia a mensagem que havia acabado de receber em seu celular. — Agora eu preciso entrar numa reunião sobre a venda de alguns terrenos. Durante o jantar nós conversamos sobre como foi ficar acima daquela gente e como foi ser a melhor de todas, como sempre. Te amo. – fez carinho na cabeça da garota enquanto se levantava e não demorou muito para que saísse da sala.
Mia olhou para o documentário que passava na tevê e bufou, apoiando suas costas no sofá. Por que ela ainda tinha esperanças de que seu pai realmente ligava para ela ainda?
— Ai meninas, já me acostumei a dormir com vocês naquele dormitório essa semana. Vou sentir falta de vocês. – Sabrina fez bico enquanto descia as escadas com Chiara e Nina.
— Nós também vamos sentir Sabrina. É uma pena que você não possa dormir lá em casa como a Chiara. – Nina disse enquanto dava um abraço em trio.
— Eu também acho, mas eu preciso ensaiar com a Mia. Eu sei que vou ter um surto antes de amanhã, mas sou uma pessoa comprometida com os meus afazeres. – fez uma careta e as duas riram.
— Temos que ir Bina, o meu motorista chegou. Por favor, não seja presa amanhã por homicídio e conte as novidades. – Nina riu enquanto olhava para seu celular a mensagem de seu chofer.
— Tchau meninas, até Segunda. – Osuna se despediu de suas amigas e as duas foram de mãos dadas rindo, até a entrada do colégio.
Sabrina colocou sua mochila no degrau da escada e sentou-se no degrau logo acima, olhando para a hora em seu relógio de pulso. O assistente de sua mãe, Filippo, havia ficado de buscá-la, mas, como sempre, ele estava atrasado.
— Sabrina! Finalmente te encontrei, que bom que ainda está aqui. – a garota olhou para o lado e revirou os olhos assim que viu ser Cameron.
— O que é bom pra você, é uma pena pra mim. O que você quer hein? – se levantou enquanto cruzava os braços.
— Eu vim saber se você está livre amanhã. Precisamos fazer o trabalho de História... – passou a mão em sua nuca.
— Ah, deixa eu ver na minha agenda se eu tenho um horário disponível pra você. – pegou o celular que estava guardado no bolso traseiro de sua calça e o desbloqueou, indo para sua agenda. — Olha! Como você é sortudo loirinho! – olhou sorridente para Cameron que sorriu. — Eu tenho um horário disponível em 2050. Então, nesse dia e nessa mesma hora, você me manda mensagem, pode ser? – continuou sorrindo, mas, ao ver que era deboche, o loiro desfez seu sorriso.
— Eu 'to falando sério Sabrina. Quero dar uma trégua pra, pelo menos, fazermos o trabalho. Ele não vai ser fazer sozinho, né?
— Não, não vai. Mas eu não me importo de fazer tudo sozinha e te dar os créditos só pra não ter que ficar um segundo perto de você. – o encarou com desdém.
— Qual é, eu estou pedindo trégua. – negou com a cabeça fazendo uma careta. — Você é daquelas que gosta de se fazer de difícil, não é? – sorriu provocativo.
— Não. Eu sou do tipo que não quer nada com você mesmo. Passar bem. – pegou sua mochila e saiu do local, esbarrando no braço do garoto.
Aquela aposta seria difícil, mas, por uma boca sueca, Cameron faria do possível ao impossível. O que ele podia fazer se ele sempre gostou de brincar com fogo?
gente como assim?? no cap anterior eu estava agradecendo aos 1k e agora eu estou aqui agradecendo aos 2k???
passou muito rápido, mds! e eu to muito feliz com essa conquista, de verdade, vcs são demais! muito obg por acompanharem elite, de coração, eu amo muito vcs <33
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top