Capítulo cinquenta e três
— Então quer dizer que a boneca é líder de torcida? – Nicolas perguntou ao apoiar seu corpo no armário, fazendo com que Chiara se assustasse ao fechar a porta do seu armário.
— Ai que susto! – fechou os olhos e o garoto riu. — Eu não sou líder de torcida, faço parte do grupo de dança. São duas coisas completamente diferentes. – abraçou os cadernos em seu peito e começou a andar, sendo seguida pelo garoto.
— Seja o que for, você dança muito bem. Eu estava prestando atenção ontem antes do seu namoradinho querer arrumar briga comigo... – murmurou ao encolher os ombros, enfiando as mãos nos bolsos de sua calça. Chiara suspirou e parou de andar, olhando para Nicolas que estava atrás dela.
— Olha só Nicolas, você é um garoto legal, não me leva a mal, mas, esse mal-entendido que você tem com o Lucca só cabe a vocês dois. Eu não tenho e nem quero ter nada a ver com isso. – balançou a cabeça em negação. — Então, se quiser falar comigo, não cite o nome do Lucca, por favor.
— Tudo bem, você tem toda razão. – levantou as mãos em rendição e deu um passo para frente. — Eu fui um babaca agora, mas eu te prometo que não sou assim. Se você me der uma chance, eu...
— Nicco, calma. – Castello riu antes de ajeitar sua franja. — Eu não disse que não iria mais falar com você. Eu só não quero que você fale do Lucca pra mim.
— E você tem toda razão. – sorriu ao assentir com a cabeça. Os dois se encararam em silêncio por alguns minutos de forma constrangedora.
Nicolas conseguia se sentir hipnotizado pelo par de olhos azuis de Chiara; para ele, era difícil não encará-la diretamente nos olhos. Já Chiara sentia algo estranho perto do garoto. Ela não sabia explicar exatamente o que era, mas sua presença lhe causava um certo nervosismo e timidez.
― Hã... Os meninos querem me levar esse final de semana no Coppola's pra me enturmar com o pessoal. Você não quer ir também? – passou a destra em sua nuca e riu de forma tímida.
― Eu não posso, já fiquei de sair com o Lucca. Mas eu posso ir quando vocês marcarem de novo. – sorriu timidamente. ― Er... Eu preciso ir. A Martina e a Mia estão me esperando porque precisamos falar com a Anna antes da aula começar. Nos vemos na aula. – acenou de forma desajeitada e andou em passos apressados pelo corredor.
― Não acredito nisso! – Fiona riu batendo palmas logo atrás de Fontana. ― Você estava mesmo dando em cima da Chiara? – cruzou os braços e Nicolas revirou os olhos, antes de olhar para a gravata que a loira usava como uma bandana amarrada no pescoço.
― Dando em cima de quem? – suspirou cansado. ― Flor, diferente de você, eu quero ter amigos aqui. Eu não estava dando em cima da Chiara, até porque ela namora.
― Sim. Ela namora o seu inimigo. – passou a língua entre seus dentes. ― Dar em cima dela pra atingir o Lucca seria um ótimo plano.
― Eu não sou o vilão aqui, Fiona. – riu fraco. ― A Chiara não tem nada a ver com a nossa rixa, prefiro deixá-la fora disso. A garota realmente é um doce e eu quero ser amigo dela.
― Só amizade? – a garota arqueou uma de suas sobrancelhas. ― Você só vai perder seu tempo.
― Nossa, você tá falando tanto de relacionamento... Por acaso quer ficar comigo e não está sabendo pedir? – indagou num tom provocativo e Fiona riu ao desviar o olhar.
― Não, não é isso. Eu namoro e estou muito bem assim. – sorriu sem mostrar os dentes e olhou brevemente para o uniforme impecável de Nicolas, logo voltando a olhar para seu rosto.
― Aquele ruivo? E você gosta dele de verdade, ou ele é mais um dos seus mascotes? – Vitale fez uma feição como se limpasse algo de seus dentes antes de rir fraco.
― É claro que eu gosto. Ele me trata como a verdadeira princesa que eu sou. – Nicolas assentiu com uma expressão de deboche.
― Ou seja, é mais um dos seus mascotes. Você não muda, continua a mesma de antes. – Fiona deu de ombros.
― Você não reclamou nos dois meses que estivemos juntos.
― É porque estávamos em Londres. Quando você enchia o saco eu achava mais interessante prestar atenção nos guias turísticos ao nosso redor do que em você. – sorriu sem mostrar os dentes colocando as mãos para trás, o que fez Fiona travar a mandíbula ao respirar fundo.
― Vai se foder, Nicco. – foi a única coisa que disse antes de sair batendo os pés, fazendo com que Nicolas risse.
Durante o intervalo das aulas, Ivy decidiu chamar as meninas para praticarem a nova coreografia e, por isso, Chiara e Lucca não ficaram juntos. Noah o chamou para jogar sinuca com os meninos e Giordano aceitou, porém sua cabeça estava nas nuvens. Ele estava tão acostumado a passar os intervalos com sua namorada que, sem ela ali, ele se sentia perdido.
― Cara, não tá dando. – Noah cutucou o braço de Lucca com seu taco para chamar sua atenção. ― Você tem noção que estamos perdendo do Basile e do Diego porque você não tá prestando atenção? – o garoto de uniforme amarrotado parecia inconformado e irritado. ― Do Basile e do Diego!
― Foi mal cara. – Giordano se desculpou, porém Fiore apenas balançou a cabeça em negação.
― Podem colocando os dez euros aí. – Basile ajeitou o colarinho de sua camiseta que estava pra cima. ― Já vai ser o dinheiro pro nosso final de semana. – comemorou com Diego.
Noah pegou sua carteira no bolso de sua calça ainda xingando por ter perdido mais uma partida para os dois colegas. Ainda avoado, Lucca também resolveu pegar sua carteira quando escutou gritos histéricos de garotas pelo salão e várias pessoas olharam para a entrada, na intenção de ver o que estava acontecendo.
Ao ver quem era, revirou os olhos e colocou as mãos na cintura. Fede cumprimentava as pessoas ao seu redor com um enorme sorriso no rosto; o mais velho usava uma camisa de cetim azul-marinho, uma calça social bege com um cinto de couro da Chanel e um mocassim preto – Lucca tinha certeza que sua mãe havia escolhido seu outfit, caso contrário, seu pai estaria usando um conjunto da Nike.
― Filho! Finalmente te encontrei. – Fede tirou seus óculos escuros assim que viu seu filho. ― Onde está a Kiki?
― Não te interessa. – Lucca cruzou os braços. Apesar de chamar sua namorada por aquele apelido, ele não gostava que Fede a chamasse daquele jeito. Ele sentia que, vindo dele, o apelido soava de forma debochada e irônica. ― O que veio fazer aqui? Fingir ser o pai do ano e fazer sua visita anual de sempre? – seu tom de voz era baixo.
Apesar de ter tirado toda a sujeira debaixo do tapete e ter descoberto que sua família não era exatamente aquilo que ele pensava, Lucca não queria expor aqueles problemas ao público. Antes ele queria poupar sua mãe de ataques desnecessários, mas agora, ele só queria se poupar de comentários maldosos e desgastantes.
― Dessa vez não. – o mais velho tinha um enorme sorriso no rosto, porém que logo foi desfeito. ― Nós temos... Uma reunião de família.
― Reunião de família? É sério isso? – o moreno riu sem humor e se virou para voltar a jogar, mesmo que Basile, Diego e Noah não estivessem mais confortáveis para jogar na presença de seu pai.
― Filhote, é sério. Precisamos ir pra casa. – ao escutar aquele apelido, Lucca gelou e voltou a olhar para Fede. Fazia tempo que ele não o chamava por aquele apelido e, se o estava chamando daquele modo, era porque a coisa era séria. ― Agora. – o garoto de olhos azuis apenas respirou fundo antes de deixar o seu taco em cima da mesa de sinuca e seguir seu pai.
Enquanto isso, Ash e Austin aproveitavam o tempo livre que tinham para se ver às escondidas. Ashley havia encontrado uma parte abandonada do internato e decidiu que ali seria o local perfeito de encontro com Austin, que logo concordou, visto que seria melhor se encontrar num lugar abandonado da escola do que na sala dos professores com enormes chances de serem pegos.
― Eu estive pensando em algo pra fazermos esse final de semana. – a loira disse ao apoiar sua cabeça no ombro do mais velho.
― Diga. – Austin beijou as costas da destra de Farine, logo a apertando fortemente.
― Um jantar na minha casa. Já faz um tempinho que estamos juntos e eu queria fazer um jantar pra você conhecer meu pai. – ao escutar aquilo, o homem engoliu em seco e soltou a mão da mais nova, a deixando confusa.
― Ashley, eu não sei se é uma boa ideia. – mordeu o lábio de forma apreensiva e continuou a falar. ― O Luigi está marcando uma reunião de pais e pegaria mal se eu conhecesse seu pai como o seu namorado e depois como... Seu professor.
― Tenho certeza que ele não ligaria. – riu sem humor. Ash sabia que, quando seu pai descobrisse que seu namorado era seu professor de Matemática, faria piadas ácidas sobre entender o bom rendimento na matéria. Típico de um Farine.
― De qualquer jeito, combinamos de tornar público nosso relacionamento quando você se formasse. Prefiro que permaneça assim.
― Então vamos permanecer em segredo por um bom tempo. – Ash cruzou os braços. ― Do jeito que minhas notas estão, é capaz que eu acabe repetindo. – riu sem humor e Austin franziu o cenho.
― Como assim? Suas notas estão ótimas comigo e, pelo que o Dante fala da sua turma, todos tem notas impecáveis.
― Bom, se só houvessem Ética e Matemática eu estaria tranquila, mas tenho outras matérias também. – fez bico ao encará-lo.
― Meu amor, por que você não me pede ajuda? Eu estou com você e me preocupo com o seu desempenho escolar. – fez um carinho na bochecha de Farine.
― Porque, quando eu estou com você, eu quero aproveitar o máximo e não ficar falando sobre a escola. – revirou os olhos.
― Você tem um ponto, mas isso não significa que eu não vá te ajudar. – Austin olhou fixamente nos olhos da garota que sorriu antes de beijá-lo.
O ato foi interrompido pelo sinal indicando que o final do intervalo havia acabado. Mesmo a contragosto os dois se levantaram e, como de costume, Austin foi o primeiro a ir embora para não criar suspeitas. Depois de cinco minutos, Ash também saiu do esconderijo mas assustou-se ao dar de cara com Mia que esperava na entrada por Dylan.
― O que você faz aqui? – Moretti bloqueou seu celular para olhar a loira que parecia desconfiada.
― Eu... Estou esperando o Dylan. – franziu o cenho e apontou para a lanchonete, onde o moreno terminava de tomar seu suco enquanto pagava seu lanche. ― De onde você surgiu, hein? Não te vi passando por aqui.
― Não é da sua conta. – Ash cruzou os braços e Mia a encarou de cima a baixo. ― Agora sai da minha frente porque eu quero passar. – Moretti apenas deu passagem sem dizer mais nada e Ash passou, logo indo embora.
Ao olhar novamente em direção à lanchonete, viu Austin comprando um café e logo estranhou. Assim como Ashley, ele também não estava ali e Mia não estava tão avoada assim ao ponto de não prestar atenção em uma coisa tão simples como aquela.
― Vamos minha marquesa? O professor de Biologia não gosta de atrasos. – foi tirada de seus devaneios por Dylan, que havia se aproximado e estava com sua destra esticada para que ela segurasse. Um pouco confusa, Mia segurou a mão do seu namorado e deixou que ele a guiasse até a sala de aula, não sem antes dar uma última conferida do lugar onde Ash havia aparecido.
Depois das aulas, como combinado, Matteo havia se encontrado com Fiona para saber qual seria sua programação planejada para o fim de semana. No começo ele até gostava da organização da loira, sempre bem planejada e sem um furo sequer, porém agora ele sentia que aquilo tudo era uma grande armação. Tipo, que casal tinha sua vida toda planejada nos mínimos detalhes? Hora e dia certo para serem "flagrados" com roupa básica comprando uma pizza, o momento exato de segurar as mãos e trocarem carícias em público... Nada daquilo fazia mais sentido para ele.
Petrini achava aquilo tudo tão bobo, se sentia uma marionete nas mãos de Vitale e ele odiava aquilo. Um relacionamento deveria ser ingênuo e puro, e ele não sentia que seu namoro era assim. Na verdade, Matteo começava a achar que seu relacionamento era por pura conveniência e ele estava farto daquilo.
― E amanhã vamos sair com a minha mãe depois da aula. Ela marcou um horário pra nós naquele spa perto de casa. – Fiona cruzou as pernas ao terminar de digitar no seu bloco de notas seu planejamento com Matteo. ― Vou te mandar a lista da semana pelo Airdrop.
― Fiona, podemos fazer algo fora dessa lista pelo menos uma vez? Por que seguir um roteiro estúpido? Um namoro não funciona assim. – o ruivo bateu as mãos em suas coxas de forma impaciente. ― Não posso te beijar sem que você tenha separado um horário, te abraçar, conversar...
― Meu amor, você sabe como é namorar uma influencer. Eu já te expliquei. – a loira revirou os olhos.
― A Mia também é uma "influencer" e não trata o Dylan dessa forma. Eu pareço mais o seu mascote do que seu namorado.
― Matt, o que temos é... Diferente. A Mia e o Dylan se amam, nós apenas... Gostamos um do outro. – deu de ombros.
― Você acha que nosso namoro é um jogo de interesses? Eu te amo de verdade, Fiona. – o garoto franziu o cenho e Fiona riu.
― Você... Acha que eu estou apaixonada? Matteo, já conversamos sobre isso. Eu sou Fiona Vitale. – o encarou fixamente nos olhos. ― Não me apaixono por ninguém. – sorriu sem mostrar os dentes e Petrini trincou a mandíbula.
― Então de fato você acha que isso é um jogo? – disse ao rir fraco, deixando a loira de olhos azuis confusa. ― Você tá perdida nesse jogo, Fiona. Eu parei de ser inocente, já saquei a sua faz tempo. – levantou-se. ― Vamos ver até quando você vai continuar achando que é a rainha do mundo. 'Cê tá perdida nesse joguinho estúpido e sabe que, sem mim, você não é nada.
― Você quer mesmo inverter os papéis? Matteo, eu que te dei fama, por favor.
― Sim, você me deu popularidade. Mas como vai ser se eu resolver terminar com você e expor que nosso namoro era uma farsa? Será que você vai continuar no topo? – arqueou uma de suas sobrancelhas e Vitale engoliu em seco. ― Foi o que eu pensei. Vai lá, manda sua listinha por Airdrop, eu tô indo.
― Pra onde você vai? – Fiona tentou se levantar para impedi-lo de ir embora, porém foi tarde demais.
― Eu tenho um livro pra entregar e amigos pra recuperar. Com licença. – foi a única coisa que o ruivo disse antes de sair do dormitório, deixando a garota sozinha.
Naquele mesmo tempo, Cameron descia as escadas para ir até a sala de tevê. Sabrina estava lá com seus amigos e eles haviam combinado de assistir A Hora do Pesadelo antes do jantar juntos, entretanto, antes que o loiro pudesse virar o corredor, viu Ludovica com seus seguranças e rapidamente correu em sua direção.
― Ludo! O que faz aqui? Aconteceu algo? – De Luca a encheu de perguntas assim que a abraçou.
― O seu pai voltou pra casa. E ele quer te ver. – foi direta em sua resposta, fazendo com que o loiro desse um passo para trás baqueado ao escutar aquilo.
aaa gente, mil perdões pela enorme demora. esse cap tava nos rascunhos faz tempo, mas eu só pude finalizar e postar hoje. ultimamente minha vida anda uma bagunça. comecei a faculdade, o curso do jovem aprendiz, conheci uma pessoa nova... enfim, muitas coisas que me tiraram todo o tempo, por isso peço desculpas pela demora.
não consegui encontrar uma forma boa de terminar esse cap, sinto que não tá saindo nada bom, mas eu prometo melhorar nos próximos caps. prometo de dedinho organizar melhor o meu tempo e voltar como era antes, beijinhos e até o próximo cap.
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