Capítulo cinquenta e cinco

O sinal para o início das aulas já havia tocado três vezes e todos os alunos já se encontravam em suas devidas salas de aulas, onde os últimos professores entravam. Chiara pela primeira vez havia acordado atrasada ‒ já que passou a noite toda tentando falar com Lucca, que não respondia suas mensagens e, muito menos, atendia suas ligações ‒ e, por isso, corria pelos corredores do internato torcendo para que o professor de Francês deixasse ela entrar em sala. Se xingou mentalmente diversas vezes enquanto descia as escadas; por que ela não levantou quando Sabrina a chamou? Por que não atendeu às ligações perdidas de Nina que a ligava enquanto tomava café da manhã? Ao chegar em sua sala, deu algumas batidas à porta e Cédric a abriu sem muita demora, segurando seu livro de Francês.

— Chiara? Você está atrasada. ‒ sua expressão de surpresa foi impossível de ser evitada, visto que Castello era uma de suas alunas exemplares.

— Eu sei e peço mil desculpas por isso. Eu acabei acordando atrasada... ‒ sua voz saiu ofegante devido à corrida.

— Bom, eu... Estou surpreso que logo você tenha se atrasado. ‒ riu fraco. — Mas você sabe que regras são regras. Assim que o professor entra em sala de aula, só é permitido a entrada do aluno caso ele tenha permissão da coordenação.

— Tudo bem, eu vou lá ver se consigo pegar. ‒ mordeu os lábios e Cédric apenas concordou com a cabeça antes de fechar a porta.

Assim que se virou para ir até a coordenação, deu de cara com Nicolas que andava em passos apressados em sua direção. Seu cabelo estava completamente bagunçado, assim como seu uniforme que sequer estava correto, já que ele não usava seu blazer e sua gravata.

— Você está atrasado. ‒ Chiara cruzou os braços.

— Eu sei, ainda não me acostumei com a diferença de uma hora daqui e meus colegas de quarto não me acordaram. ‒ colocou as mãos na cintura, tentando recuperar o fôlego. — Mas e você? O que faz aqui fora?

— Bom, eu também me atrasei hoje. ‒ jogou os braços no ar, os batendo em suas coxas. — Eu não quero perder o primeiro tempo de aula, então vou ver se consigo pegar uma autorização na coordenação. ‒ começou a andar e Nico a seguiu.

— Eu vi que o Lucca foi jantar com a família dele ontem. Achei que você também fosse, já que parece que a mãe dele gosta de você. ‒ o moreno colocou as mãos nos bolsos de sua calça, andando ao lado de Chiara.

A morena de franja respirou fundo. Ela não sabia daquilo. Chiara havia passado a noite inteira tentando entrar em contato com Lucca, que sequer viu alguma notícia sua em alguma rede social ou site de fofoca; claro que, sabendo aquilo agora por terceiros, havia ficado chateada. Afinal, Lucca era seu namorado e ele deveria avisá-la sobre aquele tipo de coisa para que ela não ficasse preocupada.

— Era... Um programa em família. Eu não quis atrapalhar. ‒ deu de ombros e apressou os passos. Agora que sabia onde Giordano estava para não respondê-la, havia ficado frustrada demais para conversar e não queria que Nico percebesse.

— Você não sabia, não é? ‒ o maior correu para alcançá-la novamente.

— Claro que eu sabia. Deixa de ser inconveniente. ‒ franziu o cenho. — Por que vocês novatos são sempre um problema? ‒ indagou irritada, porém, antes que entrasse na coordenação, Nicolas se colocou em sua frente.

— Olha Chiara, eu sinto muito por isso. ‒ a encarou fixamente nos olhos. — Se eu soubesse que você não sabia, nem tinha falado nada. Eu não quero que pense que só estou aqui pra causar confusão porque não estou. É sério.

— Olha Nico, eu não estou irritada com você, apenas descontei em você. Desculpa. ‒ suspirou cansada. — Ultimamente eu ando com muita coisa na cabeça e, ter problemas com o Lucca novamente, era a última coisa que eu queria.

— Eu entendo. Mas saiba que eu estou aqui caso precise desabafar ou esfriar a cabeça. ‒ abriu um sorriso sincero e Chiara fez o mesmo antes que desviasse dele para entrar na coordenação. — Chiara, eu... Eu não queria te colocar mais dúvidas mas por que o Lucca não te disse que jantaria com os pais ontem? Não é algo que dê para esconder sendo o centro das atenções e nem é uma informação gigante para se omitir da namorada.

— Não sei Nicolas. ‒ bufou o encarando. — Mas eu sei que, assim que ele chegar, vamos nos resolver. ‒ sorriu de canto antes de se virar para falar com a coordenadora que estava em sua mesa.

Durante o intervalo das aulas, Dylan, Mia e Sabrina estavam sentados em frente a piscina lanchando enquanto conversavam. Sabrina nem queria estar ali com o casal, porém Nina havia sumido com Martina assim que o sinal havia tocado e Chiara disse que ficaria na sala durante o intervalo; quando Dylan a viu sozinha, chamou-a para passar o intervalo com ele e, rapidamente, a morena aceitou, se arrependendo no mesmo instante assim que viu Mia chegar com um enorme sorriso no rosto na direção dos dois.

— Ah meu bebê, não se esqueça que esse final de semana vamos naquele pub com karaokê que abriu perto da sua casa! ‒ a loira se animou fazendo carinho no rosto de Lombardi, o que fez Sabrina revirar os olhos. Ela odiava afetos em público.

— Claro que eu não me esqueci, meu amorzinho. ‒ sorriu. — Eu só preciso saber sua roupa porque minha princesinha precisa de um príncipe ao lado dela e não da Fera. ‒ Mia sorriu antes de lhe dar um selinho.

— Ai gente, por favor, né. ‒ Osuna os interrompeu cruzando os braços. — Pietra, por favor, me dê uma dose de veneno. Eu prefiro morrer do que ficar mais um segundo com esse casal! ‒ choramingou e a mulher apenas riu enquanto lavava os copos na lanchonete.

— Também te amamos, Sabrina. ‒ Mia disse ainda abraçando Dylan pelo pescoço. — E adoramos quando você segura vela para nós. ‒ deu uma piscadela e Sabrina apenas mostrou o dedo do meio, fazendo com que os dois rissem.

— Ei, o que vocês estão fazendo para irritar a minha bruxinha, hein? ‒ ao olhar para cima, a garota viu Cameron que havia acabado de chegar e se apoiava na cadeira de sua namorada.

― Finalmente o Salvador da Pátria chegou! – exclamou com as mãos para o alto, fazendo os três rirem. Cameron puxou uma cadeira para se sentar ao seu lado e beijou sua bochecha, enquanto a morena fez um leve carinho em seu rosto.

― Ai Sabrina, como você é dramática. – Mia revirou os olhos sorrindo, largando o pescoço de Dylan. ― Você tem que admitir que ama a nossa companhia.

― Eu preferia ficar cega do que ficar na companhia de vocês. – cruzou os braços. ― Vocês são tão... Fofos e grudentos que fazem o meu estômago embrulhar. Eu só aceitei estar aqui porque o Dylan é o meu melhor amigo.

― Nossa, valeu pela consideração. Eu acho. – Dylan fez uma careta ao rir.

― E como foram as coisas com o seu pai ontem? – Sabrina mudou de assunto e o loiro rapidamente desfez o sorriso.

Após a discussão com Francesco, Cameron se trancou em seu quarto, deixando apenas Ludovica entrar para conversar e a empregada que apenas levou seu jantar a pedido de sua madrasta. No dia seguinte, o garoto se sentiu aliviado por seu pai ainda estar no quarto – mesmo que já passasse das nove horas – e voltou para o Internato o quanto antes.

― Não teria como terminar pior do que terminou. – De Luca suspirou pesado. ― Eu realmente acreditei na inocência do meu pai, mas ele só me mostrou que realmente ele é tudo de ruim.

― Cam, nós... Realmente sentimos muito por isso. – Mia fez uma feição triste. Ela sabia o quanto seu amigo estava sofrendo com toda aquela situação envolvendo seu pai, era um momento bastante delicado em sua vida e ela odiava vê-lo passar por aquilo tudo.

― Tá tudo bem, Mia. Eu devia esperar isso vindo dele. – deu de ombros. ― Ele quer abafar o caso vazando pra imprensa que meu irmão mais velho será pai. Se ele fizer isso, vai ser muito bom pra ele, mas pro Cláudio não. O Cláudio e a Bella estão entrando num processo de divórcio sigiloso e, se a informação da gravidez vazar, será bastante complicado pra eles.

― Cameron, eu sei que esse homem é o seu pai, mas ele é um crápula! – Sabrina sentia o ódio correr por suas veias. ― Que tipo de pai faria uma coisa dessas com o próprio filho? Digo, controlar a vida dos filhos é errado! Isso não se faz.

― Sabrina, o meu pai tem o poder. Você acha mesmo que ele liga pro que é errado ou não? – Cameron a encarou. ― Pessoas como ele não se importam com os outros, ele só liga pra ele mesmo.

― Cara, eu nem sei o que dizer. – Dylan mordeu os lábios. ― Isso tudo é uma situação bastante complicada e eu nem desejaria isso pro meu pior inimigo. Você e o seu pai... Eu realmente não esperava tudo isso.

― Depois de ontem, eu definitivamente firmei uma briga com ele. Estamos de lados diferentes e eu realmente espero acabar com ele. – o loiro contraiu a mandíbula e fechou fortemente o punho esquerdo que estava descansando em cima da mesa. Ao perceber isso, Osuna colocou sua mão em cima da do loiro, que aos poucos foi a abrindo para segurá-la. Sabrina dava a calmaria que Cameron precisava naquele momento turbulento e esse era um dos motivos deles serem o casal perfeito.

― Por que... Não mudamos de assunto? Não é uma boa você ficar remoendo isso o tempo todo. – Mia perguntou ao se ajeitar na cadeira.

― Você tem razão. Vamos mudar de assunto. – o loiro olhou para o casal a sua frente e abriu um sorriso. ― Sabe, eu estava pensando, eu preciso esfriar um pouco a cabeça. O que acham de sairmos depois das aulas?

― Você quer sair? – Sabrina rapidamente tirou sua mão de cima da de Cameron. ― Tipo... Nós e eles? – indagou incrédula.

― É. Por que não? – deu de ombros ao rir fraco.

― Eu concordo com o Cam. – Moretti se animou. ― O Cameron é o meu melhor amigo e o Dylan é o seu, Sabrina. E o Dylan é o meu namorado, assim como o Cameron é o seu.

― Amor, nem eu sei onde você quer chegar com isso. Poderia ir ao ponto logo, por favor? – Lombardi pediu confuso.

― O que eu quero dizer é que seria uma ótima um encontro de casais onde o casal são melhores amigos! – a loira abriu um enorme sorriso. ― Eu já até sei que roupa vou usar hoje à tarde. Vai ser muito legal!

― Sabe o que mais vai ser muito legal? – Osuna cruzou os braços. ― Enfiar esse garfo na minha garganta. – pegou o garfo que Mia usava para comer seu pedaço de torta de limão e a garota fez bico.

― Deixa de ser dramática, Sabrina. – Cameron riu pegando o garfo de sua mão. ― Vai ser uma boa eu sair com minha namorada e meus amigos. Você pode fazer isso por mim?

― Bom... As vezes precisamos fazer sacrifícios, né? – deu-se por vencida e Cameron a encheu de beijos no rosto, fazendo com que a morena o xingasse e pedisse para que ele parasse enquanto Dylan e Mia riam da cena.

Enquanto isso, do outro lado do Internato, Ashley acabava de chegar na sala dos professores para encontrar-se com Austin. Depois da última conversa que tiveram sobre oficializar as coisas, Austin andava um pouco distante da loira e ela estava começando a se perguntar o porquê daquela mudança repentina.

― Ainda bem que você está aqui sozinho. – fechou a porta atrás de si e, assim que Austin a viu, fechou os olhos e voltou a digitar em seu notebook. ― Precisamos conversar.

― Agora não, Ashley. Estou ocupado. – Austin disse sem tirar os olhos da tela a sua frente e a garota riu sem humor.

A queridinha do professor! – exclamou com a voz carregada de sarcasmo, o que fez Austin encará-la. ― Se eu sou tão especial, por que sou um segredo?

― Por que você está tocando nesse assunto de novo? Já falamos sobre isso. – o homem de olhos claros se levantou. ― Você sabe que eu posso perder o meu emprego caso saibam de nós. – retirou os óculos de grau que usava e os colocou em cima da mesa.

― Sim, que merda é essa? – franziu o cenho ao bater as mãos em suas pernas. ― Austin, eu estou cansada de ser um segredo. No começo era divertido, mas agora cansou. Você... Se arrepende? – Austin passou a ponta da língua em seus lábios e desviou o olhar para o chão. Ash ficou boquiaberta com a sua reação e riu sem humor. ― Você realmente se arrepende das coisas que compartilhamos? Eu achei que era recíproco, tudo que vivemos. Você sabe que eu nunca vou esquecer e...

― Ash, não é nada disso. Para, por favor. – o mais velho a cortou levando as mãos para a cabeça. ― Se você chegou falando tudo isso do nada é porque a única pessoa que se arrepende do que vivemos aqui é você. Você se arrepende? Me diga. – a encarou fixamente nos olhos ao se aproximar e a loira engoliu em seco, porém não demorou a se recompor.

― Olha só, eu sei que eu sou nova e por isso você deve ter incertezas sobre nós. Talvez você ache que eu não sou madura o suficiente, ou mulher suficiente pra você, mas eu quero que saiba que a minha mentalidade vai muito além da minha idade. – cruzou os braços. ― E outra, eu já tenho dezoito anos, sei muito bem o que eu faço.

― Isso nunca teve a ver com a idade. – negou com a cabeça.

― Então tem a ver com o que? Hein? – o silêncio foi a sua resposta e Farine negou com a cabeça. ― Eu sabia que isso não ia durar. Mas, sério, vai se foder Austin! Não me deixe aqui! – bateu os pés e fechou os punhos enquanto Foganoli apenas fechou os olhos. ― Ou eu vou contar a alguém sobre nós. Você não faz ideia de como eu quero esfregar na cara de todos desse colégio que eu tenho um caso com o professor gato de Matemática do último ano.

― Você não faria isso. – sua mandíbula se contraiu ao aproximar seu corpo da mais nova de forma abrupta. Ash riu com sua reação e o encarou fixamente nos olhos.

― Por que você acha que todos daqui me odeiam? – um sorriso provocativo brincou em seus lábios, o que fez Austin vacilar e desviar por um segundo seu olhar para sua boca.

― Escuta Ash, você está ficando louca sem motivo algum. Eu já te falei várias vezes sobre o motivo de termos um relacionamento em segredo, mas parece que você simplesmente se esquece. – se afastou. ― Eu realmente preciso terminar o planejamento da aula. Conversamos mais tarde, pode ser? – foi a única coisa que disse antes de voltar a se sentar e voltar a digitar.

Ashley, mesmo a contragosto, saiu da sala bufando. Ela estava frustrada por não ter conseguido ter a conversa que esperava ter quando entrou, mas sabia que teria explicações uma hora ou outra. Ao virar o corredor dos armários, acabou esbarrando com Mia que estava distraída mexendo em seu celular.

― Ai Mia! Olha por onde anda. Toda vez você esbarra comigo, que saco. – reclamou antes de ir embora. Mia nada disse, estava confusa demais para processar o que havia acabado de acontecer.

Ao olhar para onde Ash havia acabado de sair, novamente ficou com dúvidas, que só aumentaram quando Anna, a professora de Inglês, entrou na sala dos professores e deixou a porta aberta, onde a loira pôde ver Austin sentado na mesa mexendo em seu notebook. Moretti estava começando a criar teorias e precisava ir direto à fonte para pegar informações.

olha só quem lembrou a senha do wattpad e voltou? exatamente: euzinha
bom, eu peço mil desculpas por ter ficado tão ausente por aqui, mas eu tenho motivos muito bons. então, eu acabei terminando meu relacionamento (ele terminou cmg dps que eu descobri que estava sendo corna, diga-se de passagem) que já não estava sendo muito saudável. durante o meu relacionamento eu acabei ficando muito mal e piorei bastante dps do término, tendo que tomar agr antidepressivo de manhã e de noite. com tudo isso, descobri que, além da ansiedade, tbm tendo síndrome de bordeline e tô pensando em trancar minha faculdade pq estou indecisa se realmente o que quero, ao msm tempo que estou morrendo de medo de fazer isso.

enfim, eu tô tentando processar tudo que me aconteceu ainda e está acontecendo. tô bem melhor que antes, mas é isso. só quero pedir dnv desculpa pela demora e, eu sei que é bem provável que eu demore dnv a atualizar, então peço desculpas adiantadas. mas espero que tenham entendido que não faço isso por mal, é só pq eu não estou bem kk

espero que tenham gostado desse cap e até o próximo

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top