Capitulo 30 - O mal também advém do amor

Capitulo sem revisão ortográfica.

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Meredith ofegou por alguns segundos, perguntando-se como ele não envelheceu, como ele sequer estava vivo.
Tateou os bolsos em busca da foto surrada que ha mais de mês carregava consigo, estava lá, no bolso de trás mas com as mãos presas por algemas ela não conseguia alcançar.
Era o pai, tinha certeza. Vira tantas fotos dele, tantos quadros, que guardara cada aspecto de seu rosto.
Andou um pouco para frente ao perceber que o pai não se abalara com o que disse.
— Meredith, não. Ele não sabe quem você é – Trent disse, mexendo-se um pouco, queria abraçar a menina, segurar para que não fizesse nada de errado e acabasse se machucando, mas as correntes o impedia. — Ele não sabe que teve filhos.
— Mas ele vai sentir. O sangue é um chamado, lembra? - ela disse olhando para o Arcanjo mas já dirigindo -se até as grades que a prendia na cela.
O cheiro bateu forte em suas narinas, ela de certa forma tinha acostumado-se com o odor de enxofre, mas aproximar-se de onde estava o corpo a fez voltar  a senti-lo com força.
— Ele tem mais sangue de demônio que qualquer outra coisa no corpo, fora torturado por demônios. Por 256 anos. Ele não tem mais humanidade em si.
— Humanidade? – riu Doug de onde estava, encantando uma faca. A Faca que usaria para matá-los. — O que sua espécie asquerosa sabe sobre humanidade?
Doug andou até a cela, olhou nos olhos da bruxa, mas nada sentiu além de apatia.
— Não confie neles. São máquinas, sem sentimentos. – o bruxo disse, virando-se novamente de costas e direcionando-se até o corpo, escondido na escuridão, trouxe o corpo um pouco mais para luz, delicadamente, como se fosse uma joia que poderia ser quebrada. Com um olhar apaixonado, ele retirou o manto branco que cobria-o. Mer segurou o ímpeto de vomitar, e Trent apenas olhou para o corpo que tanto se assemelhava ao de sua noiva. — Está vendo essa mulher? Essa é minha mulher, Gabriela Kreisen, uma Arcanjo, tal como este rapaz as suas costas. Obviamente está morta. — Doug agachou-se e colocou o corpo em decomposição no chão, beijando a testa de Gabriela. — Sabe como ela acabou morta? — perguntou, desta vez ergueu os olhos e olhou o arcanjo com ódio. — A própria espécie, o próprio irmão, a matou. Pelo simples pecado de amar. - disse, sem conseguir conter a raiva em suas palavras.
— Não, não foi amor que a fez morrer. — Trent falou e de imediato sentiu como se algo cortasse suas asas, a dor era tão excruciante que o fez calar-se.
Meredith olhou para a cara de sofrimento do rapaz e ponderou por segundos se corria até ele, decidindo por fim, tentar ajudar de algum forma.
Correu até o loiro e perguntou com um olhar se sentia -se bem, ao que ele apenas assentiu.
Levantou o olhar para o pai que já havia voltado a encantar a faca com a qual cortaria sua garganta, respirou fundo a fim de tomar coragem e disse:
— O que você tem feito é o que? - O som de faísca que fazia sempre que ele colocava algum feitiço novo na faca cessou e lentamente o rapaz, tão parecido com ela, levantou os olhos para encará-la. — Faz 1 ano que eu venho perdendo amigos, bruxos, tal como você. Isso não é matar a própria espécie?
O feiticeiro grasnou, pensou em protestar, mas não conseguia. Algo naquele olhar feroz, corajoso, o fez ficar quieto. E a dominadora de fogo continuou, distraindo o bruxo pois àquela altura ela já percebera que o anjo estava finalmente conseguindo desfazer-se das amarras que o prendia:
— Ao menos, Gabriela foi morta para salvar todo um planeta. Alias, salvar sua mãe, as suas filhas. Tio Mason assassinou-a sim, mas ela morreu em sacrificio. Mas e você? Porque tem matado aqueles de sua espécie? — Meredith andou mais uma vez até as grades, olhou para o corpo da mãe no chão e novamente para o pai. — Por egoísmo, porque não sabe lidar com a dor e com a perda. Eu não sei - ela balançou a cabeça - realmente não sei como está vivo, mas você tinha uma família para voltar, um clã, filhos, mãe. Mas preferiu matar os seus e agora está prestes a matar a própria filha.

Douglas encarou a garota no mesmo instante e por mais que ela fosse realmente parecida com ele, não conseguia acreditar que tivera filhos. Com uma expressão raivosa gritou a plenos pulmões que não tinha filhos, tomado de raiva pela menina que tentava enfeitiça-lo com palavras dóceis, aproximou-se mais uma vez da cela. Era certo, iria cortar sua garganta ali e acabar com aquela palhaçada, a espada já estava encantada o suficiente para o encantamento dar certo, estava apenas reforçando-a.

Abriu com ódio a cela, para tirar a garota de lá e acabar com a graça dela, mas ao abrir libera-la das grades algo chamou sua atenção, era a voz dela, Gabriela. 

— Meredith, não. — Ele pode ouvir antes de receber um golpe, reconhecia aquilo.

Luz de purificação. 

***

Karolin encarou o primo que prostava-se fronte ao palanque - que mais parecia um altar- , por alguns segundos, era incrivelmente parecido com o pai, mas não era como ela que trazia todos os traços da mãe, Jason não era a sósia de Zack, apenas semelhante.

Observou a postura esguia do rapaz e instintivamente arrumou a sua, ele parecia confiante. Ponderou por alguns segundos ir falar com ele, na verdade, estava prestes a ir até o rapaz quando mãos fortes e morenas agarraram seu braço, com uma força e um nervosismo que a alertou. 

Subindo os olhos para a figura, foi capaz de ver Raziel. Como ela imaginou, o cunhado estava realmente nervoso.

— Precisamos de você, urgente. — ele disse já a arrastando em direção as grandes portas que dava para o centro de treinamento, a Elementar sentia-se nervosa por ele estar arrastando-a sem permissão alguma, mas controlou o impeto porque parecia ser realmente sério.

— O que está acontecendo? — Ela ouviu a voz do namorado as costas, e olhou por sob os ombros. Eles eram tão conectados que ela praticamente podia ouvir o seu olhar dizendo para ela "onde você estiver, eu estarei".  Sorriu e dirigiu-se para frente, dessa vez sem resistência, apressou-se para seguir em frente.

— Eu não posso falar aqui. - Raze respondeu, apressando o passo. 

Com a visão periférica, Karolin notou que o primo e mais dois Guerreiros dirigiam-se para a sala de Treinamento como eles.

"Raze?" 

"Nem telepaticamente." 

Foi então que ela percebeu, não era ansiedade, seu corpo estava agitado. Mais precisamente seu sangue, era como se tivessem levando choque, como se pudesse parar de circular a qualquer momento. Trent. Olhou mais uma vez na direção de brandon que trazia em seu rosto uma expressão preocupada, o coração pesou pois tudo que sabia era que não podia perder o noivo, que mesmo que tivesse que morrer, o salvaria. E aquele pensamento a fez sentir como se traisse seus sentimentos pelo Bruxo.

Atravessou as portas da sala ao mesmo tempo que o primo, cada um em uma ponta.

— Aqui podemos conversar, está encantado.

— Ele está em perigo, não está? - ela perguntou olhando diretamente nos olhos do Saints mais novo.

— É o que queremos saber de você, ele está desaparecido desde ontem. - Raze disse  e desviou o olhar para uma moça ruiva de sardas próxima a mesa de armas.

— Ele estava bem, estávamos atendendo um chamado no Saara, á pedido do Pai Celestial. Mas então ele sentiu algo, um arrepio. Algo falou na cabeça dele e ele passou o comando para mim dizendo que a noiva estava em perigo. -  a moça balançou a cabeça pouco perplexa. — Até então, tudo bem mas quando recebemos na base o  recado de que ele estava atrasado para a cerimônia de nomeação da Senhorita Kreisen, eu soube que algo estava errado. Vim o mais rápido que pude.

Brandon vincou as sobrancelhas, por mais que soubesse da gravidade da situação, não pode deixar de se surpreender com mais alguma coisa que aprendia com a espécie nova. Eles nem sequer precisavam parar para respirar ao falar, o bruxo achava aquilo minimamente fascinante, mas tentou disfarçar a expressão para não ser mal interpretado.

 — Acho que ele pode estar em perigo, quer dizer, eu sinto que ele está. — Karolin andou um pouco mais para frente, aproximando-se da ruiva, atrás dela pode ver os amigos, Eddy e Alicia. — Eu sinto como se eu fosse morrer, como se meu corpo fosse parar de bombear sangue a qualquer momento.

— Precisamos de uma equipe de busca, vou providenciar. — disse o Arcanjo de Marte que até então estava calado. — Nós...

Jason foi interrompido por um estupor na porta, ela se abriu com força e abruptamente, espantando a maioria dos Elementares que tão preocupados com o sumiço do arcanjo não estavam tão ligados a super audição.

— Meredith está desaparecida. — Ellen disse entrando ofegante no recinto, a expressão puro desespero. — já tentei de tudo Brandon, tudo. Eu... não sei onde... onde — a bruxa mal podia terminar, tanto que soluçava.

Brandon prostou-se a frente indo até a irmã para consolá-la. 

— Série de assassinatos. Bruxa e Arcanjo desaparecidos. Qual a especialidade dela? - Perguntou Jason direcionando-se, como a prima, ao centro da sala.

— Dominadora de fogo. - Sarah respondeu, Karolin e os dois bruxos que ali se encontravam a encarou. 

Brandon abria e fechava a boca, sem acrediatar no que via. Karolin sentiu o coração afundar-se mais um pouco, como era possível que esqueceram de contar para ela que Sarah estaria ali? MAs fazia sentido, afinal, depoois da nomeação Sarah iria assumir seu lugar.

A dor no coração aumentou quando ela, levando a mão a boca, percebeu o porque de sua irmã estar desaparecida. 

— É hoje, hoje é dia dele matar uma dominadora de fogo. - ela disse, de repente sentindo-se desesperada, como em uma crise de ansiedade, a impressão de que faltava-lhe ar, apesar de não precisar dele para respirar.

— Eu conheço um feitiço, de magia negra, para ressuscitar um ser sagrado. Ele deve estar matando bruxos para reunir poder para si, Trent deve servir como sacríficio. Uma vida por uma Vida

Karolin olhou para Eddy que retornava com os papeis da investigação deles.

— Talvez consigamos alguma pista de onde eles estão aqui. - o rapaz disse, dispondo tudo no chão.

Sarah que agora estava perto de Karolin e dos papeis ofegou, atraindo a atenção de todos para si.

— Eu sei onde eles estão - disse arregalando os olhos e pegando uma caneta, com a mesma ela riscou o mapa que continha os pontos de onde os outros corpos haviam sido assassinados.

O desenho formava um pentagrama, faltava um ponto para completá-lo e ali, obviamente, era onde os dois estariam. Karolin não esperou dois segundos, pegou duas facas qualquer na mesa, abriu as asas e dirigiu-se até o local onde supostamente eles estariam.

Sem se importar se teria ou não reforço, sem se importar se estava indo direto para uma armação, pois naquele momento, tudo que importava era salvar Meredith.




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