Capitulo 29 - Eu não acredito que é você
Querido leitor fantasma, favor saia do anonimato e me conta nesse capitulo se vocês esparavam que esse fosse o assassino.
Por favor.
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Karolin estava sentada na sorveteria, o pé batucava no chão freneticamente. O nervosismo tomando conta dela, as milhares de reações que a irmã poderia ter a atormentava. Será que ficaria com raiva dela? Aceitaria na boa? Não sabia, tudo o que sabia era que ali, naquela velha sorveteria e tomando seu sorvete de pistache, ela contaria que eram irmãs.
Karolin sentiu as mãos do namorado apertar as mãos dela, dando-lhe conforto. Olhou pela porta, vindo da pracinha estavam Mer e Ellen. Karolin segurava importantes segredos consigo, e além do medo da reação da bruxa ela sentia o peso da omissão.
Mais cedo, quando o companheiro perguntou-lhe o motivo de revelar isso agora, não conseguiu dizer a verdade. Não conseguiu dizer que estava saindo do disfarce, não conseguiu dizer que alguém protegeria a irmã em seu lugar, não foi capaz de dizer que ela voltaria.
A verdade é que ela estava com medo, aterrorizada com a ideia de que isso a fizesse perder o amor dele. Respeitaria caso ele quisesse voltar com Sarah, mas não podia negar que até a ideia disso acontecendo a destroçava internamente.
— Você é péssima em disfarçar emoções. O que essa cabecinha sonhadora está pensando que está te deixando triste? - perguntou o namorado, aproximando as cadeiras para ficar abraçado à namorada. — Eu já te disse para parar de encanar, a Mer te adora e ela mesma já disse várias vezes que tem uma conexão inexplicável com você.
Karolin olhou o rapaz e deu um meio sorriso, ponderando se fazia a pergunta que estava atormentando sua mente naquele instante.
— Você superou mesmo a Sarah? — perguntou sendo vencida pela ansiedade.
Brandon a observou, olhou em seus olhos e fez um carinho em sua bochecha.
— Já disse que sim, eu te amo. — disse, depositando um beijo delicado nos lábios da guerreira.
— Eu digo, se de repente ela aparecesse na sua frente. Você continuaria comigo? Não ficaria balançado?
— Karolin que tipo de…
— Olha só, se não é meu casal 20. — disse Mer abraçando cada um, logo que se aproximou.
— Oi, Mer. — a Elementar disse, as mãos esfregando levemente as pernas.
— Hum, esse foi um “Oi” definitivamente sério. Devo me sentar?
— Eu acho uma boa — Brandon respondeu, apertando a mão da namorada por debaixo da mesa.
Karolin terminou o sorvete rapidamente, rápido demais, isso arrancou leves risadas dos três sentados à mesa.
— Olha, vou direto ao assunto. — Respirou fundo. — Você é minha irmã.
A frase saiu rápida, típica da menina quando nervosa daquela forma, olhou atentamente para a bruxa à sua frente. A expressão de Meredith estava estranhamente calma.
Karolin vincou as sobrancelhas, achando anormal a irmã estar tão neutra após uma revelação bombástica daquelas, será que estava em choque ou algo assim?
— Hmm? Mer?
— Ela já sabia. — Brandon disse, dessa vez foi sua vez de vincar as sobrancelhas. Encarou-o, já Mer olhava fixamente para Karolin. — Como e quando descobriu?
— Não foi algo assim tão complicado. Primeiro, eu tinha uma conexão inexplicável com ela, quase como se meu corpo fosse atraído pelo dela. No começo até achei que eu estivesse vendo-a como uma possível crush, mas depois analisei bem tudo e percebi que a atração sexual era menor que zero.
Mer ganhou um olhar feio da namorada ao seu lado, e percebeu a irmã engolir em seco. Brandon só assentiu, ela sabia que ele entenderia tudo que ela dissesse antes das outras. Bastava um olhar para ele saber o que ela estava pensando.
— E então, minha avó ficou toda interessada na Karolin. Um dia eu até a vi admirando ela de longe. Não muito tempo depois disso, eu escutei as anciãs falando da Filha de Gabriela e Doug, de como ela era a réplica da mãe. Foi aí que estranhei, eu sou praticamente a cópia feminina do meu pai.
— Foi por isso que você pediu os álbuns para minha mãe? — Ellen perguntou, lembrando do dia que precisaram roubá-los depois da negativa ao pedido.
Mer assentiu. — Eu encontrei uma foto da minha mãe abraçada com meu pai. Essa. — Disse Mer, após entregar a foto que guardara na bolsa. — Vocês são idênticas. Então, eu liguei os fatos. A neta perdida, a emoção da minha avó. Você ser uma Elementar. Tudo fez sentido para mim.
— E você não ficou chateada? Por eu nunca ter te contado?
Mer balançou a cabeça. — Não, eu entendi. Sabia que estava aqui por um motivo e que por esse motivo não podia me contar. Fico feliz em finalmente poder te chamar de irmã sem medo.
Ambas sorriram, na conexão única que só elas tinham e naquele mesmo dia, naquela mesma noite jantaram em família. Karolin finalmente conheceu sua casa, sua avó. A vida que lhe foi tirada.
***
Karolin sentiu o peso das correntes em seus pulsos antes mesmo de abrir os olhos, internamente ela ficou apreensiva, como em um déjàvu, abriu os olhos e apesar de estar ali, sentindo o peso das correntes e a dor nas costelas por ter sido esfaqueada por ele, Eniminangel, ela sabia que era uma ilusão.
Como em um sonho que você tem consciência de que é um sonho mas que não consegue fazer nada para sair dele.
O Diabo sorriu, diabolicamente.
— Já estava na hora de acordar, minha princesinha. Devo confessar que você está mais forte. Já aceitou as trevas, linda? — ele disse acariciando sua bochecha, gesto ao qual a menina desviou.
— Eu sou luz, eu sou o Exército de Deus e ele me governa — ela repetiu o mantra, o mesmo que diria no dia seguinte, na cerimônia de nomeação.
A Malvadeza riu.
— Você vai mesmo submeter-se a ele? Você tem o poder de governar a si mesma. Ser livre.
— Como você?
— Você acha mesmo que sou inútil? Que por estar exilado aqui, eu nada posso fazer? Ah, criança, você me subestima. Mostrei-lhe o meu poder e verás que sem mim nada existe.
— Karolin? - ouviu a voz de Brandon despertando-a. Abriu os olhos, piscando levemente para se acostumar com a claridade que advinha da janela do quarto.
Sentou-se, olhou para a escrivaninha e o grimório na mesma, lembrando que dormira na casa de Brandon noite passada e constatando que mais uma vez ele passou a madrugada toda estudando.
— Ansiosa? Grande dia… — O loiro encaminhou-se até ela e beijou a cabeça da garota, notando sua expressão perdida. — Teve um pesadelo?
— Hmm, mais ou menos isso. — respondeu, levantando da cama. Ela tinha certeza que aquilo não era sonho, que Eniminangel dera um jeito de comunicar-se com ela, mas não queria incomodá-lo com aquilo. Respirou fundo e abriu um sorriso falso. — Grande dia… Vamos?
Arrumaram-se e dirigiram-se até a casa de Meredith para que fossem todos juntos ao instituto, mas a irmã não se encontrava. Eles assentiram e via mensagem, Karolin encaminhou o endereço exato do instituto para a irmã.
Foram de carro, Karolin e Brandon na frente enquanto uma Ellen preocupada com a namorada ia emburrada atrás.
— Você quer relaxar? Ela deve estar treinando algum feitiço por aí, você sabe como ela é. — Brandon disse, rindo da preocupação da irmã e recebendo um olhar desaprovador da namorada por ter desviado rapidamente a atenção da estrada.
— Como eu vou ficar calma? Se nós acertamos bem os padrões em três dias é a vez de um Dominador de Fogo morrer. — respondeu em meio a um bufar.
Karolin paralisou na hora, não havia pensado nisso, não notara que o tempo passara tão rápido, tentou ligar para a irmã. Caixa Postal.
— Chegamos. Ei, dá para vocês duas ralaxarem? A Mer sabe se cuidar. — Brandon proferiu, saltando do carro para uma alcançar uma namorada nervosa do outro lado.
— Vocês estão atrasados, proferiu Raze da porta do instituto. A cerimônia começa em 10 minutos, Karolin vai trocar de roupa. — Aproximou-se da cunhada e olhou ao redor dela — Trent não está com você?
Karolin preocupou-se, tentou alcançá-lo pelo Pacto de Sangue, nada. Um arrepio tomou conta de seu corpo, com medo do que aquilo poderia significar.
— Raze, eu não sinto… — ela tentou dizer mas não pôde concluir já que Raze puxou-a para dentro e a interrompeu.
— Esquece, ele deve estar resolvendo alguma ocorrência urgente. Seu primo está aqui, ele pode conduzir a cerimônia.
***
Meredith acordou, a cabeça latejando e o corpo doendo. Observou o local onde se encontrava, sujo, fedido e frio. O cheiro de chorume como se tivesse em um lixão, a ânsia de vômito tomou conta de sua garganta. vasculhou com os olhos, para de ver de onde vinha o cheiro.
Surpreendentemente encontrou o arcanjo, acorrentado. Eles estavam na mesma cela mas enquanto ela só tinha os braços em algemas, o Elementar estava preso com os pés e mãos acorrentados.
— É um corpo. O cheiro... Ele está tentando ressuscitar alguém.
— Como… como vim parar aqui? Como você veio parar aqui? Como ainda não saiu daqui?
— Alguma coisa está bloqueando meus poderes. Eu não sei como ele te sequestrou, só vi ele te deixando. Eu caí em uma armadilha, achei que Karolin estivesse em apuros, o corpo.. ele…
— Ah, a bruxinha acordou — ouviu uma voz aproximar-se da cela e desviou o olhar de Trent para o homem à sua frente, finalmente iria ver a cara de quem matara seus amigos, quem estava prestes a matá-la.
Mas nada, absolutamente nada, a preparou para o que encontrara quando olhou nos olhos daquele homem, olhos tão familiares…
— Papai? — Meredith perguntou, reconhecendo o homem que só viu em fotos por toda a vida.
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CONTA PRA ESSA ESCRITORA ANSIOSA SE VOCÊS IMAGINARAM, SE SEQUER PASSOU PELA CABEÇA DE VOCÊS UM DIA QUE FOSSE ELE?
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