Capítulo sem revisão gente.

Karolin foi a primeira a acordar, estava nos braços de Brandon, o coração aquecido. Olhou-o dormir por alguns instantes, a noite anterior ainda vívida em sua mente, sua declaração cravada em seu corpo.

Ela estava em casa, aquecida, no lugar onde nunca deveria ter saído um dia. Beijou o peitoral dele e aconchegou-se mais perto, agora acreditava em seu amor, não que achasse que ele tinha esquecido Sarah. Mas acreditava sim, que a amava na mesma medida que ela.

Sentiu as mãos dele passarem por sua espinha, arrepiou-se levemente, levantando mais uma vez o rosto para observá-lo. Seu coração errou uma batida, as borboletas do estômago alçaram vôo, Brandon estava lindo e a olhava com devoção.
Beijou o topo de sua cabeça e sussurrou um "Eu Te Amo". Ela parecia estar vivendo um sonho, e ainda em constante medo de acordar.

- Dormiu bem? - Perguntou puxando-a novamente para aninhar-se em seu peito.

- Brandon... - ela disse cautelosa mais uma vez levantando o rosto para olhá-lo, agora afastando-se mais. - Precisamos conversar, não podemos simplesmente voltar e fingir que nada aconteceu.
Brandon sentou-se, os dedos deslizando-se por ambas as sobrancelhas. - Me diz o que tenho que fazer para tê-la de volta e vou fazer. Karolin, eu te amo. Eu sei que você vive dizendo que se ama mais que qualquer coisa mas eu te amo mais que a mim mesmo.

Ao ouvir aquelas últimas palavras a menina pegou as mãos de Brandon nas suas e olhou-o com mais veemência. - Nunca! - ela disse, recebendo um olhar ferido da outra parte. - Nunca diga isso, nunca sinta isso. Você deve ser a pessoa que mais se ama Brandon. Eu, preciso ser a pessoa que mais me ama também e por isso, se formos namorar, se for para voltar, as coisas serão diferentes daqui para frente.

Brandon assentiu, uma dor no peito, uma mescla de esperança e desespero. Nunca pensou que sentiria ou diria isso, mas por ela. Para tê-la, ele era capaz de mudar, faria qualquer coisa.

Faria, porque quando a sua vida era sua escuridão ela lhe trouxe a paz necessária, porque quando está tudo indo mal, quando ele se perdia em meio ao caminho. Bastava olhá-la nos olhos para que tudo se acalmasse para que ele estivesse em casa.

Olhou-a, tão linda e mal acreditou no egoísta que era, olhando em seus olhos ele só notava a dor, ela estava quebrada e ele tinha que ser seu band-aid. Daria apoio a ela, faria os curativos, cuidaria de cada machucado da amada porque sem ela, ele sentia o céu tudo é cinza.

Porque tudo que ele desejava era fazê-la feliz e mais nada. Talvez com o tempo ele aprendesse a se amar como ela pediu, mas no momento ela era o centro do seu universo, o ponto que o deixava dentro do eixo.

- Brandon, não fique chateado com o que vou dizer agora, está bem? - ela disse cautelosa, fechando os olhos por alguns segundos e respirando fundo antes de reiniciar a fala. - Brandon, seu ciúmes ele tem que ser controlado. Olha para mim. - notando que ele havia ficado ferido com as palavras dele, ela se aproxima sentando em seu colo e puxando o rosto dele para si, os lábios quase se tocando. - Eu te amo, eu sou sua namorada e te respeito. Você não precisa ficar desesperado porque outro cara me abraçou, me olhou ou ficou perto de mim. Isso é doentio e me assusta.
Brandon desviou do toque dela, as lagrimas descendo pelo rosto.

Pensava em que ponto o seu ciúme ultrapassou a barreira do que era saudável, em que ponto se tornou tóxico ao ponto dela se assustar.

- Karolin, eu... Não... Eu sei amor, eu sei que me respeitaria. Nunca pensei que ficaria com outro cara estando comigo. Meu medo é você se apaixonar, porra eu tenho um medo do caralho de te perder.

- Então vamos mudar essa linha de pensamento, amor. Lembra que eu te disse que você tem que se amar mais que qualquer coisa? Pensa que você merece alguém que te ame por completo. Então se eu chegar a me apaixonar por outro quer dizer que meu amor nunca foi seu. Então, vamos nos separar e você vai seguir em frente. - Brandon se mexe desconfortavelmente embaixo dela. - Eu sei que acha que eu sou sua outra metade e por muito tempo também achei mas há pouco aprendi que não existe isso. Na vida temos milhares de amores, e se não foi esse vai ser o outro porque um relacionamento deve ser saudável meu amor, deve fazer-nos felizes pois esse é o sentido de tudo. Mas do jeito que estamos não vejo um futuro, eu me sinto sufocada com seu ciúmes, estamos caminhando para um relacionamento abusivo e se for para ser a assim eu não quero.

Brandon respirou fundo, a mão passando por todo seu rosto e parando na boca, ele não ia mentir e dizer que concordava, não poderia pois o que ela enxergava como toxico ele enxergava como cuidado.
Mas entendia o posicionamento, lembrou de cada vez que disse ou perguntou se ela era dele e a resposta sempre foi que ela pertencia a si mesma. Tentaria enxergar, diminuir, se amar, Tentaria por ela, porque se ela podia, se ela conseguia se amar mais que qualquer outra coisa então ele também conseguiria.

Ela ainda poderia ser sua luz, tornar as coisas mais faceis mas ele não deveria e não poderia esquecer que ele tem que ser a própria luz para se a perdesse não caísse no fundo do poço. Ele até entendia mas entender e praticar eram duas coisas completamente diferentes.
No entanto por ela, por eles e principalmente por ele, Brandon tentaria melhorar, tentaria se amar.

- Eu vou ser bem sincero com você, minha marrentinha. - disse passsando as mãos na lateral do corpo de Karolin. - Não vai ser fácil mudar, mas quero tentar. Eu preciso da sua ajuda, preciso que me ajude enxergar quando estou exagerando, quando estou tornando-me tóxico de verdade.

- Acho que é um bom combinado. - ela respondeu selando um acordo com um beijo.

Deitaram-se novamente, ela em seu peito enquanto ele fazia carinho na costela da moça.

- Karolin?

- Huh?

- O que você fará quando tiver que se casar com Trent? - Brandon perguntou, estava imaginando a vida ao lado dela, filhos profissão. Talvez até ajudasse ela a matar demônios, mas de repente imaginou se eles realmente poderiam ter esse futuro.

- Ele nunca me obrigaria se casar e eu tive uma ótima conversa com ele e chegamos a um trato.

- Que trato?

- Acho que é algo intimo demais nosso, mas no final poderemos estar juntos, eu e você.

- Bom, se não quiser falar, não vou forçar. Promete para mim que vai evitar mentir para mim?

- Prometo, amor. Mas se formos ser sinceros de verdade tem mais uma coisa que preciso te contar. - Ela ergueu a cabeça outra vez, a fim de olhá-lo nos olhos, sentiu ele tensionando abaixo dela - Eu sou a irmã perdida da Meredith e minha missão no momento é protegê-la do assassino.

- Eu já imaginava, pensei isso quando minha mãe a confundiu com a sua quando se conheceram. - beijou sua testa. - O que acontece quando capturarmos o assassino?

- Bom, eles enviarão outro Elementar para protegê-la e eu provavelmente irei iniciar como guerreira de fato que é o que sou.

- Teremos que nos mudar?

- Teremos? Você pretende vir comigo?

- Para onde você for, te amo muito. - apertou um pouco mais o abraço.

- Não precisa, tem uma unidade aqui também.

Permaneceram deitados por horas, fazendo planos pro futuro, uma vida juntos.

Eai gente, acham que esse casal tem chance de melhora??