Capitulo 24 - Você é livre para ir.

Estamos mega próximos dos 10k, estou super feliz! Quando comecei postar Elementar nunca imaginei que chegaríamos a tanto... obrigada a todos vocês! Nem to adiantando o cap que era comemoração não, ne?

Gostaria muito que dessem play na musica da mídia pois o capitulo foi inspirado nela.

Boa leitura! Amo vocês ❤️❤️


Ao vê-la ali, os músculos de Brandon se tensionaram, o coração apertou tanto que ele achou que se partiria, sabia que Alicia não iria falar com ele senão sobre sua melhor amiga, o medo de que ela estivesse em perigo o fez apertar o passo.

Karolin era um imã de perigo, se algo de ruim estivesse acontecendo ao redor, iria diretamente até ela. Ao se aproximar da moça notou que, apesar de estar afoita, não havia desespero em seu olhar ou expressão, inconscientemente, Brandon suspirou aliviado pois, qual fosse o assunto, Karolin estava viva.

Por mais que Sarah se decepcionasse, por mais que aquele sentimento o fizesse se sentir traidor, amava-a. Não um amor passageiro, não uma aventura. Ele a amava verdadeiramente. Karolin, em 5 meses, ganhara seu coração, alma, corpo, tudo. Mer tinha razão, ele daria a vida por ela mil vezes se necessário, porque não havia martírio pior do que imaginá-la sofrendo.

Ela estava claramente nervosa, passou as mãos pelos longos cabelos e encostou-se na moto, em seu rosto, uma expressão determinada.

- Brandon, precisamos conversar. - Ela disse incisivamente, desencostando da moto e indo até o rapaz. - Olha, eu sei que você a ama, sei que também sabe disso, mas ela não. Ela acha que você nunca a amará. Ela está sofrendo e precisa de você.

- Eu... - Brandon tentou dizer que sabia disso, que estava indo naquele momento mesmo vê-la e consertar a merda que fez, mas ela o cortou erguendo a mão em sinal para que parasse de falar.

Alicia suspirou pesadamente, procurando em sua mente as palavras certas para não fazer aquela conversa desandar, sabia que Brandon era uma pessoa difícil e uma palavra mal colocada podia fazer tudo dar errado. - Brandon, eu estou indo contra minha espécie ao torcer por vocês, portanto, faça valer à pena. Sei que sabe do pacto de sangue, mas você não tem noção da força que esse ritual tem.

Todas as células do corpo de Brandon se inquietaram, saber que ela era prometida de Trent era demais para ele. Notando que ao trincar a mandíbula, a moça parou de falar, Brandon relaxou a postura e assentiu a cabeça, sinalizando para que continuasse.

- Você se lembra de que ela dizia que o instinto dela disparava perto dele? Isso, era o sangue, o sangue dele clama pelo dela e vice versa. É como se eles fossem um só esperando para se unir, entende? O sangue dele é capaz de curá-la, Brandon. - O rapaz desviou o olhar, lembrando da vez em que ela desmaiara no corredor, afirmando veementemente que Thomas era perigoso. - Vou ser bem direta com você: Ou você para de infantilidade e corre atrás dela ou vai perdê-la para sempre. Porque, depois que eles se juntarem, Brandon, depois que completarem o ritual, a única coisa que vai separá-los será a morte. Trent a ama como um louco, não está forçando nada, mas está se aproximando dela.

Brandon arrepiou-se todo. Usando outras palavras, Mer disse o mesmo para ele mais cedo. O pensamento dela nos braços de outro era sufocante, imaginou-a casando-se com outro. Era patético como ela o afetava, o quão doloroso era sequer imaginar aquilo.

- Eu já estava indo falar com ela. - Sentando-se em sua moto, colocou o capacete e levantou a viseira. - Ela ainda está na faculdade? - Alicia assentiu. - Você vai para lá? Quer carona?

- Vou, mas não precisa, tenho minha própria carona. - Ela disse enquanto abria as asas e levantava voo.

- Karolin, nós podemos conversar? - Ele perguntou, as palavras de Alicia ainda vagando em sua mente. Por mais orgulhoso que fosse, por mais conflitante que estivessem seus sentimentos naquele momento, tinha certeza de que não poderia perdê-la. - Por favor. - completou.

Karolin olhou para Trent como quem pedia autorização, o coração de Brandon apertou, sua mente gritava que era tarde demais. Não, não podia ser tarde demais!

Ele a olhou nos olhos, segurando o ímpeto de abraçá-la. Ela estava irradiava raiva, notou por sua postura rígida. Ela não quis ir muito além, parou no meio do pátio e olhou-o com desdém, os lábios apertados. Nossa! Ela ficava ainda mais linda nessa postura marrenta.

- O que você quer? - Perguntou com pressa para ir embora.

Os sentimentos de Brandon fervilhavam dentro de si, estava com um medo absurdo de perdê-la, tinha a sensação de estar ficando sem ar a cada vez que sua cabeça gritava repetindo como um mantra: Tarde demais! Tarde demais!

- Voltar. - ele disse esperançoso, por um milésimo de segundo a armadura que ela havia levantado cedeu, mas foi tão rápido que Brandon poderia ter imaginado tal coisa.

- Você quer voltar o quê, Brandon? - Karolin falou alto, atraindo os olhares dos estudantes que estavam no local. - Não foi você mesmo quem disse que éramos uma mentira? - Karolin balançava a cabeça discretamente de um lado para o outro, sentindo necessidade do movimento para extravasar a nervosismo. - Eu não quero mais ser a dúvida de alguém, Brandon. Sinto muito decepcionar seus pais.

- Não, você não está entendendo. Não tem nada a ver com meus pais. - Tentou abraçá-la, mas ela desviou de seu movimento. - Isso tem a ver com a gente, amor.

- Amor? Brandon, você um dia sequer cogitou me amar? - Ela soltou uma risada sarcástica. - Não, Brandon, seu coração ainda está ocupado pela Sarah.

- Isso não é verdade, estamos juntos a meses, você é o que tenho de mais sagrado.

- É mesmo? Então me diz que não a ama mais, olha nos meus olhos e diga que sou eu quem estou no seu coração e não ela. - Desta vez, Karolin estava levemente mais descontrolada, ver a relutância de Brandon a deixava a ponto de explodir, não se importava que a universidade toda estivesse ouvindo, ela reprimiu o sentimento, a vontade de ter aquela conversa pela semana inteira e agora queria e iria falar tudo que estava entalado dentro de si. - Você não consegue dizer Brandon, você não consegue! Eu sempre vou ser um step para você, não quero ser alguém para preencher seu vazio, Brandon.

- Você está sendo injusta comigo agora, porra! Meu relacionamento não foi como o seu, caralho! Meu namoro com ela não esfriou, ele foi interrompido, Karolin. Mas, se você, que já não amava o Lancy tem o direito de estar de luto por ele, por que eu não?

- É diferente, Brandon, eu te escolheria ele estando vivo ou morto. Ele não seria a minha opção. Eu não vou servir de back-up. Se você sente falta de sexo, pegue qualquer garota daqui, mas eu não! Eu quero e mereço ser amada, eu não sou a transa de uma noite!

- Porra, não é sexo! Você não está me escutando! Você não está me deixando falar!

Karolin tentou escapar, mas Brandon a segurou pelo braço. - Não é sexo, eu te amo! Mas, você está exigindo que eu deixe de amar Sarah quando você não deixou de amar ele.

- Não tem nem comparação, Brandon. Acabou. Eu cansei de cair e me machucar, cansei de entregar meu coração para você amassar! - Brandon tenta abraçá-la, na tentativa de segurá-la para si. Não poderia perdê-la e era só isso que sabia, não se importava de parecer patético na frente da universidade toda. - ACABOU! Eu não quero mais, Brandon. Eu te amo, mas, eu me amo mais.

- Não, me escuta. Vamos fazer isso dar certo.

- O quê?

- Se você me deixar agora, não tem volta! - Brandon disse em uma última esperança de ela parar com sua infantilidade.

- Mais uma confirmação de que não me ama. O problema é seu orgulho ferido. Você é egoísta demais para pensar em alguém além de si.

A dor avassaladora que ouvir aquilo lhe causou, era indescritível, perdeu a força até para segurá-la. Viu Eddy e Alicia em um canto, ouviu o loiro dizer que era o certo, que ela estava finalmente aceitando seu destino.

Sua vontade era matá-lo, claro que não literalmente, Brandon nunca em sua vida havia sentido uma dor tão grande, nem perder Sarah doeu tanto. Ali, caído de joelhos, escutando vagamente a voz de Meredith, ele teve a certeza de que o amor que sentia por Sarah nunca foi um terço do amor por Karolin.

Pena que é tarde demais.

Brandon e Meredith estavam próximos ao bar, como ela ainda não tinha 21 anos, só o acompanhava e, enquanto ele tomava Whisky, ela optou por uma soda.

- E o que você pretende fazer?

- Para ser bem sincero, eu não sei. - Brandon baixou o rosto e girou o copo para dissolver um pouco o gelo. - Sem ela parece, que minha vida perdeu a cor. Tudo que faço me lembra dela, Mer.

- Você não pode desistir, eu não vou deixar! - Mer disse apertando levemente as mãos de Brandon, não aguentava vê-lo assim. Queria dizê-lo que avisou, mas sabia que isso o deixaria pior do que já estava. - Reconquiste-a.

- Me diz como, Mer. Me diz e eu faço. Eu faço tudo por ela.

- Não sou eu quem tem que saber, Brandon, pensa um pouco. Você a conhece. Do que ela gosta?

Brandon pensou bem sobre isso, lembrou de cada sorriso fácil que já tirou dela, cada cuidado, cada abraço... Como sentia falta dela, queria tê-la de volta em seus braços. Ela era seu mundo, seu tudo.

- Ela gosta de ser surpreendida, gosta de demonstrações públicas...

- Cancela demonstração pública. Ela está com raiva e da ultima vez você se deu mal. Talvez... - O toque do celular fez Mer interromper a fala no meio, olhando o visor, notou que era a amiga. - Falando no diabo... - Virou o celular a fim de que Brandon visse que era Karolin quem chamava.

- Alô? - Mer atende de prontidão, encara Brandon por um segundo, a expressão mudando para apreensiva em segundos. - Certo, estamos indo para aí... Sim, ele. Okay, estamos a uns 10 minutos daí... Certo, okay.

- O que aconteceu, Mer? - ele pergunta assim que a amiga desliga o telefone, mas já estava levantando da cadeira.

- Décima quarta morte Brandon, estamos indo pra lá.

Brandon jogou duas notas no balcão e seguiu a bruxa porta afora, estavam com tanta pressa que fizeram o caminho em 7 minutos.

Chegaram no local apressados, o corpo estava mais esgotado que os outros, mas ainda sem um resto de vitalidade. De longe, o rapaz a viu Karolin. Parecia estar mais linda cada vez que a via, uma expressão dura, cansada.

Encontrava-se ao lado de Alicia, as duas estavam tocando o corpo em uma expressão concentrada, ele ficou curioso, será que Elementares eram capazes de soltar feitiços? Era uma espécie relativamente nova para ele.

Sentiu vontade de perguntá-la, talvez ele realmente tenha sido muito duro com ela quando descobriu tudo. Dissipou os pensamentos e começou andar quando Mer o chamou, era esse o feito que a marrentinha tinha para ele, o mundo parava ao redor dele por ela, amava-a tanto que doía.

- Algo novo? - A bruxa perguntou fazendo Karolin parar sua ação e olhar na direção deles.

Os olhares encontraram, o dela era ferido, estava com raiva dele. Queria poder abraçá-la, era incrível como com apenas um olhar, ele conseguia decifrá-la, saber que estava machucada demais para sequer conseguir explicar o sentimento. Tentou se aproximar, mas ela se afastou e desviou o olhar para Mer.

- Mesmo padrão, ela tem mais energia demoníaca no corpo que as outras vítimas.

Vincando as sobrancelhas, Mer questiona sobre aquilo. Essa também era uma informação nova para ele, em nenhum outro corpo eles tinham comentado sobre tal.

Limpando a garganta, Trent, que até então estivera calado, responde olhando diretamente para os bruxos presentes no beco:

- Como não queríamos que pesquisassem a fundo sobre elementares, acabamos ocultando esse fato. No entanto, todos os corpos apresentavam energia demoníaca. Acreditamos que eles estejam servindo de alimento.

- Vocês estão dizendo que, o que está matando os bruxos, nossos amigos, é um demônio? - Meredith disse exasperada.

- Em momento algum dissemos isso, - responde Eddy seco, Brandon já o tinha notado mais afastado. Perguntava-se se o fato de Alicia ajudá-lo os fizeram brigar. - Na realidade, sabemos a espécie. O fato é que o demônio que têm se alimentado das criaturas é um Parebant e estes só podem vir para a Terra quando invocados por bruxos de magia negra.

O baque foi certeiro, Meredith arfou e Brandon limitou-se a descruzar os braços. De todas as possibilidades a que eles menos davam "moral" era a de ser um bruxo, que tipo de doente mataria a própria espécie?

- Algum outro vestígio? Talpá? Qualquer coisa?

- Podemos falar disso em casa? Eu não sei por que vocês insistem em ficar conversando na cena do crime. Se a polícia mundana chega e estamos aqui, vamos ter que apagar memória e sabem que isso deixa lacunas. - Alicia disse.

Karolin desviou os olhos para o chão envergonhada por ter apagado a memória do amado não uma, mas duas vezes.

- Certo, Alicia tem razão. Vamos! - Trent diz já virando-se em direção à saída.

Vendo Karolin indo embora também, Brandon apressou-se em pará-la, segurando-a pelo braço.

- Você pode ir comigo? Por favor, eu quero conversar.

- Eu não tenho nada para falar com você.

- Karolin, estou te pedindo Por favor, por tudo o que vivemos juntos.

Karolin responde pegando o capacete nas mãos dele e colocando na cabeça.

Eles estavam próximos do local onde deram o primeiro beijo.

- Então, me diz Brandon, o que quer tanto me falar? - ela diz exasperada.

- Voltar, eu quero voltar. Você sabe disso.

- O que aconteceu com o seu discurso? Não foi você quem disse que não teria mais volta? Então, por que insiste? Você é livre para ir, Brandon.

- Karolin, não. Pelo-amor-de-Deus!!!

- O que, Brandon, pelo amor de Deus o quê? - Ela diz em um tom cortante.

- Eu te amo. Olha pra mim, Eu. Te. Amo! - O tom era de súplica.

- Não, eu não vou aceitar migalhas. Se for pra me dar migalhas de amor, então prefiro nem tentar. - Diz virando o rosto, a dor no peito não deixando ela encará-lo.

- Eu não posso, Karolin, eu não sou capaz, eu estou desesperado. Sou viciado em você. Eu sinto tanto sua falta. Tanto... - diz tentando tocá-la, porém, mais uma vez ela se afasta.

- Mas eu não! Eu não te quero mais Brandon. Eu cansei de me machucar. Eu me amo mais que qualquer coisa.

- Não diz isso, pelo amor de Deus! Porra! É mentira! Eu não aceito.

- Que pena, você não tem opção. Era só isso? - Ela diz tentando sair, mas Brandon a segura.

- Não! Me olha nos olhos. Olha nos meus olhos e diz que tudo que passamos juntos não importa pra você! Fala para mim que não me ama olhando nos meus olhos!

- Eu não te... - Incapaz de ouvir aquilo, aquelas palavras, Brandon a toma nos braços e beija, o coração disparado, sentira tanta falta daquele beijo...


Sigam a autora nas redes sociais:

📱https://www.instagram.com/escritora.caroline/

📸 https://www.instagram.com/caarooldutra/

🔗 https://www.facebook.com/garota51

🎥 https://www.youtube.com/channel/UCUkrKb9ENCj-f5uBzwpFqGg?view_as=subscriber

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top