Capitulo 14 - Já são doze mortes.
- Alô? - Karolin olhou no relógio, 23h40min. Que fosse importante, se não mataria Lan.
- Duas mortes! As-fadas-acharam-dois-corpos-próximo-ao-rio-Hillston! - disse Lan do outro lado da linha, eufórico.
- Calma, respira e explica direito. Você não bebeu, né? Porque eu ouvi que você e Dean iam sair hoje e você fica alucinado com vodca.
- Karolin, eu não estou bêbado. - Lan soltou o ar com força. - Me escuta, algumas fadas da natureza acabaram de reportar dois corpos de bruxos mortos perto do rio Hillston.
- Elas viram quando os corpos foram desovados?
- Não foram simplesmente desovados. Eles morreram lá!
- Você tem certeza? Como elas sabem que eles foram mortos lá, elas viram tudo? - Karolin disse já se levantando e colocando a calça.
- Hmm, não. Elas sentem, eles morreram na terra.
- Você está aí?
- Ah, não, eu... Hum... Estou em uma festa com o Dean em Nova Orleans.
- Ah, okay. - Karolin já estava chegando na porta do quarto. - Você tem internet aí? Me manda o endereço por mensagem.
- Keh, pelo amor de Deus, você não vai lá sozinha, não é? - Silêncio - Cadê o Brandon?
Karolin olhou para cama. "Dormindo, deliciosamente, na minha cama. "
- Eu vou falar para ele ir comigo. Me manda o endereço por favor. - Foi o que ela respondeu.
- Karolin? Onde você vai? Volta para a cama. - Disse Brandon que acordara com toda aquela agitação.
- Hmm, vou te mandar. Tchau.
Droga, Lan deve ter ouvido Brandon. Que inclusive estava indo em direção à menina, prensando-a na porta.
- Vem, vamos voltar para a cama. - Disse beijando seu pescoço e apertando sua cintura com aquelas mãos deliciosamente grossas, o que enviou espasmos diretos para as partes baixas da garota.
- Eu... Brandon... Par... Ah!... Humm... - Reunindo forças, que nem sabia que tinha, Karolin se esquivou do garoto, que já massageava seu clitóris. - Não, nós não podemos.
Palavras erradas.
Brandon a olhou com um olhar magoado, como se suas palavras o tivessem despertado de um feitiço.
Ele começou a colocar suas roupas.
- Duas mortes. - Ele parou o que estava fazendo para olhá-la interrogativamente. - O Lancy acabou de ligar, ele... - Keh parou de falar quando viu o riso de frustração de Brandon.
- Sério? Você tá brincando comigo? - Ela o encarou com um olhar questionador. - Nós acabamos de transar, uma transa deliciosa. E você não pode nem esperar eu sair da cama para falar com seu ex?
- Você está me tirando? Ele me ligou, você queria que eu fizesse o quê?
- Eu queria que você tivesse o mínimo de consideração pelo homem que estava ao seu lado que, inclusive, te deu dois maravilhosos orgasmos, o mínimo era ignorar a ligação.
- Meu Deus, como você é arrogante! - Karolin balançou a cabeça e chegou mais perto de Brandon. - Sabe, fazer uma mulher gozar não é tão extraordinário, é o mínimo.
Ele a olhou com raiva e estava pronto para rebater, mas ela não lhe deu essa chance.
- Como eu estava dizendo, meu ex-namorado lindo, que também me dava orgasmos nas nossas transas, me ligou e disse que foram encontrados mais dois bruxos mortos perto do rio Hillston.
Brandon empertigou-se, sua expressão foi de raiva para preocupação em segundos.
- Como ele sabe disso? Ele disse quem são?
- Não, ele não sabe quem são, algumas fadas acharam o corpo e notificaram. Eu estava indo para lá.
- Você já ligou para Meredith? - Brandon começou a vestir-se.
- Não, eu ia ligar, mas você meio que me interrompeu.
- Vamos. - Ele disse pegando a jaqueta em cima da cama. - Eu ligo para ela no caminho.
Karolin assentiu e mandou mensagem para Alicia e Eddy, encaminhando o endereço.
Já estavam no carro quando Brandon encerrou a chamada com Meredith.
- Ela está bem, encaminhe o endereço para... - Meredith. Era o que ele ia dizer mas parou no meio da frase quando olhou para a garota ao seu lado. - Você pode por favor colocar o cinto? Eu não quero ter que enterrar outra namorada só porque ela não sabe ser prudente.
Namorada. Ele a chamou de namorada, Karolin não sabia explicar o porquê, mas aquilo causou um estardalhaço de borboletas em seu estômago. Lógico que ela sabia que aquilo era força de expressão, ele não quis realmente dizê-lo, entretanto ignorou a informação.
Passando o cinto por sobre o corpo, ela mandou o endereço pra Meredith e para o GPS do carro.
O silêncio que pairou no veículo durante o trajeto era insuportável. Karolin queria o poder de Alicia naquele momento, queria saber o que ele pensava.
Audi meam hostium caliginis.
Karolin ouviu as palavras em latim vindo de Brandon, em um sussurro. Ele estava lançando feitiço? Ela sabia que todos os feitiços eram realizados em latim.
- Eu estou bloqueando minha mente, não quero ser controlado. - Brandon explicou-se ao notar a garota ao seu lado olhando-o apreensiva.
Ela definitivamente não é Bruxa, bruxos aprendem latim instintivamente.
Ele a observou por um segundo, sentia-se culpado demais por se deixar levar pelo desejo, mas desde aquele beijo na terça feira, ele não a tirava da cabeça. Era como se uma força o arrastasse para ela. Perdeu as contas de quantas vezes sentiu vontade de beijá-la naquele jantar.
E tinha que confessar que aquele sorriso genuíno que ela deu quando a pediu em namoro... Aquilo derrubou todas as estruturas dele. Podia justificar sua atitude, dizer que era o vinho. Mas, por um motivo que não sabia explicar, ele não queria diminuir o ato, ela era maravilhosa na cama.
Traidor. Canalha.
Merda, ele não podia. Aquilo não iria mais se repetir, ele não deixaria a luxúria dominá-lo, não mais.
Como se soubesse que era o próprio diabo na pele de um anjo, Karolin sorriu, um sorriso lindo, ela era muito linda.
Chegaram. Karolin saiu em disparada e abaixou-se para tocar os corpos.
- Você está maluca? A polícia vai verificar as digitais! - Ele chegou e olhou para os corpos. - Oh! Deus! São os irmãos Campbell.
- Eu não tenho digitais. Você os conhece? Qual a habilidade deles?
- Sim, são Damon e Fenson Campbell. Fenson está na minha turma de Estudo da Matéria, é controladora de energia. Damon é ex da Sarah, controlador mental, como nós. - Karolin notou que Brandon trincou os dentes ao falar do rapaz, ele ainda a amava e aquilo causou um incômodo inexplicável na Elementar.
- Certo, parece que encontramos outro padrão, ele mata controlador de energia e controlador mental juntos.
- É, mas tem a Merlinda, que é controladora mental e foi morta junto a um controlador da terra.
- Certo. Vamos procurar o talpá. Você sente a energia deles?
- Não. Sem energia, e com a garganta cortada, como nos outros.
Alicia e Eddy aparecem atrás de Brandon.
"Energia demoníaca, muita. Definitivamente foram alimentados por demônios, mas não morreram por isso." - Karolin disse na cabeça dos dois pois queria evitar que os bruxos soubessem dessa parte, se Brandon soubesse que demônios existem, saberia que ela tinha confundido a mente dele.
Mer apareceu abraçando Brandon, a irmã dele estava com ela. Brandon disse a ela tudo que tinham encontrado ali e combinaram que eles iam reportar ao conselho, tendo que ir embora logo pois ouviram a polícia chegando.
Karolin dispensou a carona de Brandon e foi com os amigos embora, voando. Agora que havia aprendido a ficar invisível aos olhos humanos, ela que não ia perder a oportunidade de voar.
***
Karolin estava ansiosa para rever a família, os primos, tios e, mais que isso, estava ansiosa para sua semana de ronda.
Após questionar o Eddy sobre ter um prometido e ser uma guerreira, ele lhe disse que o rapaz estava certo, sobre o prometido e sobre o porquê dela estar desempenhando o papel de protetora da Mer. E também prometeu que iria fazer semanas de rondas se quisesse, como guerreira.
Esta semana iria ser sua estreia, ela iria aproveitar a folga da irmã, que seria protegida por Eddy, já que ele não comemora ação de graças.
- Eddy, eu poderei ficar nos meus tios, certo? - Karolin falou da sala, com um tom de voz um pouco elevado, já que o rapaz estava no banho. - Todos iam estranhar muito se eu ficasse no abrigo!
- Ah, claro. Seus pais aceitaram de boa você ir para a sua tia hoje? - Ele disse saindo do banheiro, secando o cabelo com a toalha. Estava com o peito nu e só de calça cinza, o que causou suspiros em Karolin, ele é lindo. - Karolin?
- Hum...?
- Você está me ouvindo?
A campainha tocou e Eddy foi atender.
- Ah, claro, sempre fui muito grudada com minha tia, eles não iriam se importar.
- A Keh est... - Brandon parou o que dizia no meio ao notar a falta de roupas de Edimundo e o cabelo bagunçado de Karolin no sofá. - Que porra está acontecendo aqui? Você tá me traindo?
- Você está maluco? - Karolin disse já empurrando Brandon para fora e batendo a porta. - Ah, oi Mer.
- Oi, gatinha selvagem.
- Sério? Você contou para ela? Tem coisas que são pessoais Brandon, nossa transa é uma delas.
- Espera.... Vocês transaram? Bom, eu estava falando do fato de que seu cabelo deu a entender que a noite rolou coisas beeeem selvagens. - Brandon rosnou.
- Eu não sou um babaca Karolin, nunca sairia falando sobre isso. Mesmo para minha melhor amiga.
- Que seja! Desculpa. - Karolin revirou os olhos. - Que cena foi essa aqui? Para começar, ele é meu irmão...
- Ah!, qual é?! Todos nós sabemos que vocês não são irmãos de verdade, e mais, de mentira ou não, eu quero respeito. Não quero que saiam falando por aí que sou corno.
- Bom, ele é meu irmão e não aconteceu nada, mas se tivesse acontecido, estamos em casa e ninguém que te conheça iria vir aqui para ver se estou te traindo.
- Nossa! Como você é engraçada! É sério! Respeito.
- Vocês são hilários. Quem olha para vocês nem sonha que é tudo falso. - Meredith disse, rindo. - Agora, eu não acho justo me privarem de detalhes. Vamos lá, eu sou louca para saber se o garanhão aqui é bom de cama como diziam na escola. Nunca fui muito amiga da Sarah.
- Ele tem uma fama? Quantas garotas você já ficou naquela escola? - Karolin olhou para Brandon de forma acusadora, que ela não soubesse mas estava fofa até.
- Tem sim, antes da Sarah enlaçar o cowboy aqui, ele era o maior galinha.
- Ah!... Não me diga. É mesmo?
- Isso é besteira, eu não era galinha. - Ele deu de ombros.
- Ah, não? Você pegou quase 2 turmas inteiras.
- Tá. Talvez eu fosse... Um pouco, mas eu não sou mais.
- Você está explicando isso para mim ou para a mocinha te encarando com horror ao seu lado? - Meredith perguntou a Brandon.
- Eu...
- Lan, oi. Como foi na festa? - Karolin interrompeu, porque ela estava com medo da resposta.
Brandon olhou para o vampiro parado no topo da escada. Ele seria muito filho da puta se a beijasse agora, na frente dele? Sabia que sim, mas, Porra! Não aguentava mais aquele olhar de desejo que ele dirigia a Karolin toda vez que a via. Ela era sua garota e não dele, "Ela não é sua garota" disse uma voz em sua cabeça. "Lancy pensa que sim", foi o que ele respondeu antes de virar Karolin em sua direção e tomá-la em um beijo possessivo. Era incrível aquela eletricidade que sentia sempre que seus lábios a tocavam, aquilo nunca acontecera com nenhuma outra garota e era a melhor sensação do mundo.
Karolin gemeu em seus lábios, Caralho! que som erótico, aquilo mandava sinais direto para seu pênis, que latejou querendo entrar em ação. Ele aprofundou o beijo, queria muito passar as pernas dela pelo seu corpo para senti-la melhor.
- Rãm, Rãm! - Meredith limpou a garganta atrás deles. - Bom, eu queria apenas saber dos detalhes, não estou a fim de ser Voyeur. Arranjem um quarto.
Brandon olhou ao redor para ver se tinha atingido seu objetivo, mas não viu Lancy em lugar algum.
- Por que você fez isso? - Karolin o empurrou.
- Passou da hora desse vampiro entender a quem você pertence.
Karolin sabia que, provavelmente, o ex estava ouvindo a conversa e por isso controlou a vontade de matar Brandon. E disse a única coisa que Lan sabia que ela diria, mesmo se o namoro fosse verdadeiro.
- Bom, eu só pertenço a mim mesma.
- Toma, desavisado. - Mer disse, rindo de seu amigo.
- O que vocês vieram fazer aqui mesmo?
- Ah, o conselho está te convocando. Sábado, 00h01min.
- Ah, ok! Vou jantar com Brandon neste dia, vou direto. Vocês não poderiam ter me mandado uma mensagem ao invés de vir até aqui?
- Falei o mesmo, mas o seu namorado aqui disse que era o tipo de notícia a se dar pessoalmente.
- Ah, certo. Bom, eu preciso terminar de arrumar as minhas coisas. Saio em uma hora.
- Ah, claro. Boa viagem.
Eles se despediram e, antes de ir, Brandon lhe deu um beijo no canto de sua boca, causando uma nuvem de borboletas em seu estômago.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top