3º CAPÍTULO
Dirigimos-nos para um outro escritório que eu também nunca tinha visto. Este era muito mais pequeno que o outro.
- Ely... Descobriste? - perguntou o meu tio.
- Sim tio, eu vi tudo...
- Bem... Antes de mais não quero que penses que sou simplesmente um homem que anda por aí a matar gente para ganhar dinheiro.
- Então o que és? Diz-me, tio, afinal, quem és tu, a tia e a Kylie?
- Não penses assim querida, a tua prima antes também não sabia de nada tal como tu.
- Antes também não sabia? Então isso quer dizer que ela já sabe?
- É uma grande história Ely.
- Eu tenho tempo.
Fiquei naquele pequeno escritório a ouvir a explicação do meu tio sobre todas aquelas estranhas novidades.
A maior parte da família da parte da minha mãe fazia parte de uma agência de assassinos profissionais. De geração em geração treinavam os seus descendentes para ser tornarem em profissionais. A minha mãe sempre soubera do seu "lado negro" da família, mas nunca quis fazer parte, por isso mesmo decidiu mudar-se para Inglaterra. Em Inglaterra a minha mãe decidiu afastar-se um pouco da sua família, no que deu em encontrar o meu pai que, em apenas 1 ano, casaram e tiveram uma filha, eu. Naqueles 9 meses em que eu ainda era um feto, a minha mãe começou a reencontrar-se com os meus tios, e daí voltou a criar se uma nova ligação entre a nossa família. Mas a minha mãe nunca quis ser uma assassina como muitos da sua família, por isso decidiu ficar em Inglaterra. Como a próxima descendente era a minha prima, à cerca de 6 meses, os meus tios tinham lhe contado toda a história da família Scott e perguntado se ela queria começar com os treinos. A minha prima, até hoje, ainda não tinha feito a sua decisão.
- Mas... como? - perguntei, incrédula com toda a informação que o meu tio me tinha fornecido.
- O ramo do assassinato já está na família Scott à longos anos. Eu conheci a tua tia e acabei por me juntar ao grupo de assassinos da família Scott.
- Mas... Mas porquê matar?
- Querida, por favor, não penses que nós somos monstros porque matamos pessoas. Não reparaste que eu todos aqueles casos as pessoas que nos matamos eram "más?" Nós apenas mata-mos gente má, traficantes, pedófilos, ladroes profissionais,...
- E se a Kylie não quiser se juntar? O ramo de assassinato vai acabar por aqui?
- Infelizmente, sim. Como a tua avó apenas teve duas filhas, a tua mãe e a tua tia, as únicas descendentes que ainda temos são vocês as duas.
- Eu?!
- Claro, não és Scott de nome, mas és de sangue. E, por falar nisso, eu fiquei admirado da maneira como à bocado conseguiste escapar da sala de pesquisa. Como conseguiste pensar naquilo tão depressa?
- Apenas olhei em volta.
- Como assim?
- Havia uma corda, umas chaves e uma janela aberta. Como a janela era alta demais para eu conseguir chegar até ela, decidi então distrair-te com algum barulho e tentar trepar até a janela com a ajuda da corda.
- E conseguiste pensar nisso em menos de 15 segundos?
- Sim, foi fácil até.
-x-
O dia passou e eu, a cada 5 minutos, criava novas perguntas na minha cabeça: "Porque será que a minha mãe decidiu não se juntar à família? Porque será que eu nunca pude saber do lado negro da família Scott?" E, a pergunta que eu mais me questionava "Como será ser uma assassina?"
-x-
Eram agora oito da noite, hora do jantar. Sentamos-nos à mesa e um silêncio estranho pairava no ar.
- Bem... Ky e Ely... Nos tivemos a pensar e queremos fazer-vos uma proposta.
- Que proposta? - perguntamos as duas em coro.
- Gostariam de começar o treino de assassina no próximo fim de semana?
Ouvir aquelas palavras foi quase como levar um tiro (irónico, não é?).
- Nós as duas? Assassinas? - perguntou a Kylie, estranhamente espantanda.
- Sim querida, nós estivemos a pensar e já que vocês as duas já sabem de tudo, podiam ir este verão para um treino intensivo onde toda a nossa família se "transformou". - respondeu a minha tia, tirando a massa do tacho.
Toda aquela informação eram demasiado para mim. Ouvir a minha humilde tia a dizer para irmos para um treino intensivo para assassinos enquanto segurava na colher da massa era ainda muito novo para mim. Mas algo me dizia para aceitar, e assim o fiz. E foi aí que tudo começou, foi aí que a minha carreira começou, foi aí que a minha paixão por matar começou.
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