˖°📷 ⋆。⼺˚꩜ .𝟬𝟬𝟮 𖥔 ݁ ˖ִ ࣪ 🫧₊ ৎ୭ ⊹˚

Oii, Leitores!!! Como estão?
Eu e o Minnie voltamos com mais um capítulo de ELA É O CARA!? , não vou mentir que demoramos mais do que o previsto, mas infelizmente, temos motivos. Para quem não sabe, Minnie ainda está na escola, e eu comecei a faculdade, então os capítulos daqui em diante podem demorar um pouco para serem postado, ainda mais nós que estamos tentando escrever capítulos grandes. Tenham paciência com nós duas, sim?

Para que possam aproveitar um pouquinho mais da fic, leiam ela ouvindo as músicas da playlist que criamos! Ela estará no comentário marcado aqui! Vocês terão uma experiência. Boa leitura!

-ˋˏ✄— 𝟬𝟬𝟮 ⋆ 𝗕𝗲𝗹𝗼 𝘀𝗼𝗿𝗿𝗶𝘀𝗼. 。゚☁︎。 —————————

— Bang Chan… — Minho repetiu, depois mostrando um sorriso. — É um nome legal.

— Ah! — ele riu, assentindo. — Obrigado.

Minho o encarou por um momento. Certo, talvez por segundos até demais, sem saber o que falar. Bang Chan pigarreou.

— Então! — Minho disse de repente. — Estuda há muito tempo? A‐aqui, no caso… Tipo…

O garoto, que aparentemente parecia ser mais velho, soltou uma gargalhada gostosa. Lee o olhou confuso. Minji já conhecia ele e as coisas saíram de seus planos?

— Estudo aqui há três anos.

— Devo imaginar que já está encerrando, então. São quantos períodos? Uns oito? — indagou retoricamente. — Talvez dez?

— São oito no total, mas não falta muito! — Sorriu.

— Ah… — Minho disse, pigarreando. — Sei…

— E você? Bom, acho que já cheguei a te ver…

— Hã? Er… Hm, quer dizer, claro! Claro que já me viu… Eu… — Hesitou, se achando um idiota. — Eu também já… te vi.

— Sério? — o Bang mostrou interesse, ainda com um genuíno sorriso no rosto.

Ele parece ser bem risonho, né? Minho pensou, quase achando preocupante e se perguntando se não era algum tipo de deboche. No momento, qualquer sinal era motivo de vergonha e uma paranoia diferente.

— É‐é claro! — Minho alimentou a mentira. — Algumas vezes. Poucas! Pouquíssimas. Sabe… Er… Hm… Trabalho. Muito. Enfim — pigarreou —, estou aqui há um ano e meio, só.

— Entendo — Bang Chan parecia achar engraçado sua maneira de falar. Claro que achava. Minho estava parecendo um esquisitão.

Minho, lembra do teatro! Pensou consigo mesmo, respirando fundo.

— Então… Er… Que bom te conhecer — disse, tentando minimamente não parecer suspeito.

— Eu que lhe diga. — O Bang deu um sorriso mínimo para “a coreana”. Minho sorriu de volta e logo se curvou.

— Bom, preciso ir, foi bom te ver, Chan. — O Lee se virou, ameaçando caminhar.

— Não sei se seria meio conveniente da minha parte, mas… Está livre agora?

— Hm? — Lee virou o rosto, o olhando de lado.

— Suas aulas são à tarde, acredito que estaria livre por agora. — Ele comentou, tímido.

— Como você sabe que eu estudo de tarde? — Minho franziu o cenho e o olhou torto, vendo Chan coçar a nuca.

— Já vi você passando com as suas amigas pelos corredores depois do intervalo. Na verdade, é meio difícil não ver você pela faculdade.

— Ah… — Agora quem coçava a nuca era o coreano. — É… faz sentido! Bom… eu estava indo para o meu dormitório, na verdade, preciso falar com a minha …. er… colega de quarto, haha! — forçou um riso.

— Certo… Você aceita uma companhia?

O Lee parou para pensar um pouco, mas, levando em consideração de que ele não conhecia nada daquele bloco, não parecia ser uma péssima ideia.

Minho concordou com a cabeça e o Bang rapidamente andou em sua direção. Foram conversando um pouco sobre o quanto eles gostavam dos cursos que estavam fazendo, e Bang Chan falou um pouco sobre como funcionava o processo criativo nas criações das músicas e Minho aproveitou a oportunidade para contar o estilo de dança que ele mais se identificava e o qual ele mais gostava de praticar. Mesmo que ele não fizesse aulas de dança como sua irmã, ele já havia estudado sobre o assunto por puro entretenimento, então conhecia bem a área.

Por mais que o assunto estivesse muito bom e estivessem confortáveis com o tal, estava na hora de cada um seguir seu caminho. Minho finalmente entrou em seu dormitório com sua mochila e Bang Chan foi para o sentido oposto. Com a chave-passe em mãos, o coreano o colocou sob o sensor, que destravou no segundo seguinte. Empurrou a porta e adentrou no dormitório, analisando uma sala estilo “cozinha americana”. Ela era bem organizada e o cheiro de limpeza rapidamente foi inspirado pelas narinas do Lee.

Ele deixou seus sapatos próximos da porta e explorou o pequeno espaço, procurando pela sua tal colega de dormitório. Graças às Minji, Minho sabia que a tal colega era uma das amigas próximas de Minji, uma tal de Seol Yoona, ou também apelidada por Minji, Sullyoon, portanto, teria que tomar muito cuidado para que ela não o reconhecesse, afinal, eram boas amigas, não? Era fácil de descobrir seu disfarce, então ele sabia que aquela ideia maluca ainda o botaria em perigo.

Se deparou com a garota, que estava sentada se maquiando na escrivaninha enquanto ouvia algumas músicas em seu telefone.

— “You don’t even know my name, do you? You don't even know my name, do you? 누구보다도” — Cantarolou a garota enquanto desenhava um dos lados de seu olho com o delineado. — Até que você voltou cedo.

— Como? — Lee perguntou confuso, colocando sua mochila em um cantinho do lado da cama.

— Você me disse que estava cansada dessa merda toda e que iria atrás do seu sonho. Não estou surpresa que tudo durou somente uma semana. O que aconteceu? Sua mãe descobriu sua ideia maluca de ir pro Japão? — Minho rapidamente virou seu rosto para a garota. Minji tinha contado para ela sobre seus planos de ir para o Japão? O que deveria dizer sobre? Deveria mentir como estava fazendo com todos ou se abrir com aquela garota totalmente estranha?

— Mamãe….. er… — Pigarreou, se sentando na ponta da cama. — Mamãe ouviu sobre a minha fuga enquanto eu conversava com Minho e… e me mandou de volta pra cá.

— Quando se planeja algo que não quer que ninguém saiba, deveria manter o mais escondido possível, Min… — Sullyoon o encarou pelo espelho. — Se tinha planos de ir para o Japão, deveria ter sido mais cuidadosa.

— É… eu… sei… Tomarei cuidado nas próximas tentativas. — Riu baixo, ajeitando o cabelo atrás da orelha.

— Lee Minji… — A garota se levantou do banco, indo em direção do garoto. Minho estava a pouco de entrar em desespero. Merda! Havia sido descoberto? — O que aconteceu com a sua voz? Ela tá…. diferente?

— Gripe… Eu tomei friagem e…. gripei…. — Engoliu a seco, vendo a garota o olhar torto. Seu coração estava disparado, ele sentia que teria um ataque cardíaco a qualquer momento.

— Ah, tá… Tomou remédio? Devo ter na minha bolsa se precisar. — Ela sorriu, desviando seu caminho para o banheiro.

Quando viu a garota entrar no banheiro, o Lee pôde respirar fundo. Pelo pior já tinha passado, só faltava o restante de pessoas para que ele mentisse durante um período incerto. Minji precisava voltar logo, ela não iria tão afundo no Japão.

Ou iria?

Merda, a aula, se lembrou rapidamente.

— Eu já tomei, sim! — ele afirmou alto o suficiente para a outra escutar do banheiro. — Inclusive, acho que preciso buscar umas coisas agora.

— Buscar? — Sullyoon indagou. — Mas…

Minho fechou a porta atrás de si antes mesmo que a mesma pudesse falar. Agarrou a sua bolsa nas mãos e saiu correndo pelos corredores. Ele olhou o horário pelo telefone e bufou.

— Tudo bem, é só dizer que perdi a hora — suspirou. — Se é que ele vai aceitar.

Minho correu até o bloco das suas aulas de teatro, passando por alguns alunos pelo campus e pelos corredores até chegar no banheiro e entrar em uma das cabines, onde tirou todas as roupas da Minji e jogou‐as na bolsa, com pressa. Arrumou‐se rapidamente. Observou se não tinha ninguém ali antes de sair e correu até a sua sala. Todos da turma estavam reunidos e, num segundo, seus olhares estavam sobre o garoto. Minho engoliu a seco e viu o seu professor na frente da sala, cruzando os braços.

— Bom dia, Lee Minho. Alguma notícia nova sobre seu atraso?

— Er… — balbuciou. — Então, professor, eu meio que perdi o horário…

— É claro que perdeu. Vamos, sente‐se que eu vou explicar a sua atividade.

— M‐minha?

— Como chegou atrasado, você foi o único que sobrou entre os grupos.

— Senhor… — Seungmin interveio do meio da sala. — O nosso…

— Ele vai fazer um individual. Sente‐se, sr. Lee.

Minho suspirou e sentou‐se ao lado de Seungmin, que não esperou nem mais cinco minutos antes de começar o assunto que o Lee tinha certeza que coçava a sua língua a manhã toda. Com Lia e Minju não foi diferente.

— Então, como foi?! — Seungmin sussurrou, tentando disfarçar enquanto escrevia algo em seu caderno.

— Péssimo, mal cheguei lá e trombei com um cara. Qual é da minha sorte? — Minho questionou, bufando, abrindo seu estojo e pegando uma caneta. — Ele parecia gentil, até, e fofo…. Conversei com a tal colega de quarto da Minji e, como esperado, ela abriu o bico com a tal Sullyoon.

— O que ela comentou com a Sullyoon?

— Ela falou pra Sullyoon que iria para o Japão. Sullyoon de fato é uma garota esperta. Ela perguntou da minha voz. Preciso tomar cuidado com ela. — O Lee suspirou e abriu o caderno, anotando algumas coisas do quadro.

— Ela pode ser um problema pra gente. — Seungmin massageou sua própria pálpebra, tentando pensar em algo que pudesse ser útil.

— Calculando meu tempo, as coisas vão ser puxadas pra mim. Tenho cinesiologia às uma da tarde. Levando em consideração que saio às nove e pouco, acredito que tenho um tempinho.

— Posso pegar seu almoço enquanto você se arruma. Precisa da ajuda das meninas? — Seungmin entregou um papel com a anotação que havia feito do tempo que ficou fora.

— Não, preciso aprender a me arrumar sozinho, nem sempre elas estarão presentes. — O Kim assentiu com a resposta dele. — Nunca me troquei tão rápido como nesses dez minutos antes de vir pra sala.

Seungmin gargalhou baixo, vendo o professor levar o olhar para eles.

— O assunto está bom, Kim Seungmin e Lee Minho? — Perguntou o professor, cruzando os braços. — Querem compartilhar com a sala um assunto tão interessante? Para não estarem fazendo o trabalho, devem ter terminado.

— Perdão… — Os dois murmuraram juntos, voltando a atenção para o trabalho.

Minho nunca pensou que fosse odiar cursar artes cênicas como nos últimos tempos, e as coisas começaram a piorar depois que descobriu que o teatro não era só atuar, mas ia muito além disso. Pensou que nunca iria precisar fazer um trabalho manuscrito sobre o que é teatro e qual a importância dela nos dias atuais, ou até mesmo o que era uma atuação e quais níveis dela existia. Para Minho, aquilo era tão brega e desnecessário. Não poderia ser só aulas de atuação e boa?

(…)

Para a sorte de Lee, naquele dia, o horário estava passando rápido, e poderia finalmente se livrar daquela chatice e finalmente ir para o tão esperado horário de sua vida: as aulas de dança, algo que ele sempre gostou e quis fazer. Quando foi anunciado que as aulas haviam acabado, Minho guardou rapidamente o material e despediu de forma rápida dos amigos, correndo até o banheiro mais próximo e se trocou. Seungmin, sabendo da dificuldade que poderia ser Minho vestido de mulher saindo de um banheiro masculino, pediu para seus amigos adiantarem em relação à comida.

Seungmin ficou analisando toda a trajetória da mudança de gênero de Minho, e não perdeu a oportunidade de rir dele e falar o quão ridiculamente interessante e engraçado era. Não só tirou boas expressões de Minho, mas também foi levemente agredido pelo amigo. Com os truques de Seonghwa, Minho conseguiu afinar o rosto, deixando‐o semelhante com uma garota.

— Não tá esquecendo de nada? — Seungmin comentou, encostado em lateral na pia, vendo o amigo arrumando os fios da peruca. Minho o olhou perdido, tentando lembrar do que ele falava. — O piercing… Você esqueceu de tirar o piercing da sobrancelha e da boca.

— Sério isso? — Choramingou Minho, revirando os olhos em seguida. — Por que Minji tem que ser tão chata e não ter sequer um piercing?

Seungmin deu de ombros, vendo o amigo bufar novamente e começar a rosquear a bolinha do piercing da sobrancelha, tirando‐os a contragosto.

— Vai tirar o da língua e da orelha também? — quis saber.

Minho negou com a cabeça enquanto tirava o piercing da boca.

— O da língua ninguém vai perceber, a não ser que eu beije alguém ou coloque a língua de fora. A da orelha o cabelo cobre.

— Beijaria alguma boca nesse meio tempo, Lee Minho? — Seungmin o olhou com malícia, rindo baixo.

— Nunca diga nunca. — o mesmo sorriu de volta, guardando os piercings em um pequeno saco plástico próprio para objetos pequenos, depois guardando-o na bolsa. — Vamos? Deu nossa hora.

Nem deu tempo de Seungmin concordar com a cabeça e ouviram vozes de pessoas entrando. Sem tempo para Minho entrar em uma cabine, o Kim o puxou pela cintura, prensando‐o contra a parede mais próxima. Puxou seu rosto como se tivesse beijando‐o, vendo os garotos que tinham acabado de entrar pararem o assunto.

— Ei, banheiro não é lugar de ficar se pegando, seus estranhos! — Um dos meninos falou em bom tom.

Seungmin se afastou do rosto do amigo, como se aquilo o tivesse assustado. Minho abaixou o olhar, fazendo com que os cabelos cobrissem o próprio rosto.

— Perdão aí, mano. — Seungmin pegou a mão do Lee e o puxou para fora do banheiro.

— Aquele cara não era gay? — O outro garoto questionou, confuso, assim que viu Seungmin e a suposta “garota” sair.

— Vai entender, esses mano aí é tudo estranho. Uma hora é viado, outra hora quer falar que gosta de garota. Tudo esquisito! — Deu de ombro, indo em direção ao mictório.

(…)

— Ai, mas que droga de sapatos! — Minho reclamou, mancando um pouco no caminho para a saída.

Seungmin gargalhou.

— Relaxa, talvez você se acostume melhor depois.

— Eu vou é jogá‐los no mato.

— Para alguém que acabou de comer uma refeição deliciosa, você está bem ranzinza — Seungmin comentou, pondo um dos braços ao redor da sua cintura.

— Delicioso? — Minho bufou. — Droga, eu odeio cenoura. Meu dia tem como piorar?

— Hm, talvez sim — Minho o encarou. — Quer dizer, claro que não, amiguinho!

— Tá, esquece. É melhor você ir embora agora. Se alguém me ver aqui, eu tô ferrado.

— Vão pensar que é a Minji, oras!

— Só se for a da Shopee. Se liga, Seungmin, alguém pode estranhar nós estarmos próximos assim.

— Estivemos bem mais próximos mais cedo — Seungmin provocou, rindo.

— Cala a boca! Você foi um sem‐noção. Se me tocar de novo, eu te mato.

— Ei, foi pela sua segurança, seu ingrato!

Minho rangeu, irritado.

— Esses sapatos estão me apertando…

— Vai logo para o seu dormitório e tira eles — Seungmin disse. — Depois a gente se vê de novo. A aula de dança vai começar em uma hora, não vai?

— Merda, ainda tem isso — ele suspirou. — Tchau, Seungmin.

— Bye bye, Minji!

Minho apressou o passo. Os seus pés doíam um pouco com o salto. Era estranho para um caralho. Fingir ter o estilo de piranha da Minji era um saco. Ele ainda estava morrendo de fome, ainda por cima. A comida de antes havia sido horrível.  Por isso, andou ainda mais rápido para poder chegar a tempo no refeitório da FAPK. Esperava que a comida fosse melhor.

Ele torceu que ninguém tivesse visto-o com Seungmin. Seria um saco ter que explicar toda aquela intimidade com o amigo do “seu irmão”, mas talvez Minho estivesse sendo paranoico demais. Ele entrou na FAPK e passou rapidamente pelos corredores.

Hm… A tal Sullyoon não está aqui…

— Ei, garota! — sentiu alguém lhe agarrar pelo pescoço, quase enforcando‐o. — Nossa, Minji, você está bem altinha, né?

— Sullyoon…? — ele suspirou, forçando um sorriso e uma voz ridiculamente “feminina’’. Ela deixou o braço envolta do pescoço dele.

— Claro, né? — ela disse. — Não me reconhece mais depois de ficar uma semana fora?

— A-ah, mas é claro que não! — ele forçou rir.

— Tá bom, mas e a sua sumida de repente? Você está bem estranha…

— Que nada! — Minho disse.

— Já disse que cresceu?

Minho engoliu a seco.

— D-deve ser somente coisa da sua cabeça, Sully — disse. — Ah, e o almoço?

— Parece que é arroz e kimchi. Estava indo para lá agora mesmo. A aula vai começar daqui a pouco, mas eu tava fazendo a porcaria do trabalho. — Ela revirou os olhos. — Ainda não comeu?

Minho negou com a cabeça, mentindo. Por outro lado, ainda estava com fome mesmo.

— Que ótimo, então! — Ela começou a puxá-lo para a frente. — Quase achei que você tinha me abandonado e ido para outro lugar comer ou sei lá.

— Jamais — ele balançou a cabeça, tentando ser convincente.

— Bom, vamos que feche — ela disse.

Sullyoon o guiou pelo caminho, o que só fez Minho se lembrar de que teria muito bem se perdido naquele lugar, pois meio que não sabia onde ficava a droga do refeitório – ele era meio burrinho mesmo.

Eles entraram no local, passando uma porta dupla que lembrava Minho daquelas portas de refeitório de cadeia em filmes.

Minho tinha que parar de ver filmes de presidiários.

Não havia tantas pessoas assim no momento, visto que passava um pouco da uma da tarde. Sulyoon indicou uma das mesas, uma um pouco mais distante do restante das pessoas, depois que pegaram suas bandejas e pegaram um pouco de comida – talvez ela e Minji fossem do tipo “emo solitária” –, mas Minho não disse nada. Como a garota havia dito, realmente era arroz com kimchi, mas também havia alguns acompanhamentos que Minho gostava e um mini pudim de sobremesa, na qual ele simplesmente pegou com o maior prazer. Ele amava pudim. Não podia dizer se o pudim daquele lugar seria o melhor de todos, mas achou melhor descobrir depois. Por sorte, a sua irmã não tinha nada contra o doce, então poderia comer à vontade.

— Até que está bom — Sullyoon disse. — Tem vezes que a comida desse lugar é horrível.

— Pode crer — Minho confirmou.

— Ui, o Chan tá mais bonito que o normal ou é impressão minha? — a mesma disse de repente.

— O quê? — Minho franziu a testa, confuso.

Sullyoon sorriu e apontou por cima dos ombros dele. Minho se viu na obrigação de se virar para trás, onde acabou enxergando Bang Chan do outro lado do refeitório. Ele estava pegando a sua bandeja de comida junto com um cara que Minho não – claro que não! – conhecia. O Bang conversava com ele com um enorme sorriso no rosto, o que só fez Minho perceber que ele, de fato, amava sorrir para todo mundo. Ele seguiu com o outro cara para uma mesa mais próxima do centro do local, onde cumprimentou outros gatotos, que Minho supôs serem os seus amigos ou colegas de música. Ele parecia meio radiante.

Minho deveria se achar um psicopata por encarar alguém por tanto tempo, mas nos primeiros segundos nem havia notado. Só se deu conta quando viu que os olhos de Bang Chan finalmente – que finalmente, o quê?! – encontraram os seus. O Lee se sentiu zonzo por alguns segundos. Bang Chan lhe encarou por um momento, e quase como se tivesse estranhado tal ato. As pessoas ao redor dele estranharam e procuraram achar onde o Bang estava olhando. Então ele apenas sorriu na sua direção.

Minho piscou, desacreditado, por algum motivo, sentiu as bochechas esquentarem. Os amigos dele ficaram surpresos. O Lee apenas virou-se de volta para o seu lugar, sem nem retribuir o sorriso, envergonhado.

— Espera, você fala com ele?! — Sullyoon indagou, surpresa com a cena. — Desde quando?

— Q-quê?! — Minho disse. — Não! Q-quer dizer, a gente só se esbarrou hoje de manhã…

— Meu Deus, você esbarrou nele? E viraram amigos?

— Er… N-não, por quê? Q-quer dizer… Mais ou menos — ele gaguejou. Sullyoon lhe encarou com a testa franzida. — Não entendo o porquê desse alvoroço.

— Oi? Minji, ele é o famosinho das aulas de música, lembra?

Minho a encarou, sem expressão, com certeza não entendendo absolutamente nada do que a garota estava falando.

— A gente não vê muitos eles por aqui porque ficam a maior parte do tempo em seus grupinhos ou dentro do estúdio escrevendo e gravando músicas, mas todo mundo admira eles, sabe, principalmente o Bang Chan — ela explicou. — Como você não lembra dele, amiga? Já vimos eles algumas vezes e eu até te falei que acho ele um gatinho… — Ela pigarreou. — Tá, tudo bem que você não é uma das que mais me dá moral quando falo de caras bonitos, “diferentona”. — Zombou. — Mas todos conhecem ele. Ele é o tipo de cara que todos querem ser amigos. Sabe, ele é todo sorridente e se dá bem com todo mundo e essas coisas. Inclusive, sempre está no estúdio compondo algumas músicas para suas apresentações. Lembra daquele dia em que eles se reuniram no campus, igual um show, para ganhar pontos na matéria?

— Hmm… — Minho riu soprado. — Claro que lembro… Agora estou me recordando, acredita? — Mentiu.

Sullyoon riu, encarando-o meio estranho.

Eu preciso logo colocar minhas aulas de teatro em prática, pensou, engolindo a seco.

— Você tá, realmente, meio estranha…

— Ah, claro que não! — Ele afirmou. — É melhor irmos agora. A aula vai já começar.

— Er… — Sullyoon encarou-o sobre o ombro. — Minji.

— O que foi?

— Oi, Minji! — Bang Chan cumprimentou-o, acenando com as mãos para os dois. — E Sullyoon…? — Estreitou os olhos. — Certo?

Minho arregalou os olhos, chocado.

— Ah… — Ela forçou um sorriso. — Sim. Não sabia que estava famosa no curso de música.

O Bang riu e depois olhou para Minho, que quase sentiu que poderia cair para trás. Bang Chan realmente havia vindo do outro lado do refeitório só para lhe dar um oi? E todos os seus amigos estavam olhando.

— Eu só vim para dar oi — o mesmo disse.

Ah, jura? Minho pensou, suspirando.

— E… — Bang Chan continuou, pigarreando. — Eu e meus amigos vamos estar gravando algumas músicas hoje que eu e Jisung, meu colega ali, criamos. — Ele apontou para um carinha de olhos estreitos e bonitos, um dos que já estavam sentados antes do Bang chegar lá, que acenou da mesa onde eles estavam de um modo gentil. — Talvez você pudesse ir…

— A‐ah! — Minho riu, nervoso. — B‐bom… Sullyoon também pode comparecer?

— Claro! — ele afirmou, olhando para a mesma. — Acredito que seja depois da aula de vocês, umas nove horas da noite…

O mesmo mexia nas próprias mãos, alisando os dedos com uma delas, como se estivesse um pouco nervoso e também – quem sabe – meio ansioso pela resposta. Minho admitiu que quase se sentiu um pouco comovido. Ele olhou para a garota da sua frente, esperando a resposta.

— Sorry, meninos, mas vou estar ocupada nesse horário — Sullyoon disse. — Eu vou sair com um garoto hoje. — Ela olhou para Minho, fingindo estar mal.

Bang Chan encarou o Lee, que engoliu a seco.

— B‐bom… — Gaguejou. — É, talvez eu apareça lá, sim. — Sorriu do jeito mais gentil que  conseguiu.

— Que bom! — o Bang sorriu de orelha a orelha. De fato, ele tinha um belo sorriso. — Vejo você à noite então, Minji.

— Claro… — Minho sorriu e ele se despediu rapidamente.

O Lee pôde notar muito bem os cochichos que estavam ao seu redor. Ele ficou encolhido observando Bang Chan voltar para a mesa com os seus amigos, voltando ao lado do seu companheiro de antes, que sorriu tão grandiosamente quanto ele, passando o braço pelo pescoço do mesmo. O tal Jisung e o restante de seus amigos também sorriram, começando a conversar entre si novamente.

— Você vai estar mesmo ocupada hoje? — Minho voltou‐se para Sullyoon.

— Ah, sim, muito — a mesma deu de ombros e sorriu de um jeito malicioso. — Espero que vocês dois se divirtam.

Minho notou uma coisa nos olhos da garota, e sabia que não era muito bem uma intenção muito pura. O que diabos ela achava que ele e Bang Chan poderiam fazer num estúdio chato vendo alguém que ele nem conhecia cantar?

21h14, esse era o horário que Seungmin circulava dentro dos blocos da faculdade. Ele sabia que Minho saía às nove da última aula da noite, e como foi combinado por si mesmo e seus amigos, ele iria sair com seus amigos por volta das nove e meia, o tempo necessário de Minho tomar um banho e se arrumar.

Bom, as coisas estariam em seu lugar se Minho tivesse citado qual era seu dormitório ou como ao menos chegava lá.

— Argh… Minho sempre sendo um tapado! Como vou saber qual é o quarto dele? — O Kim murmurou, revirando os olhos, perdido pelo grande corredor dos dormitórios femininos.

— Perdido? — Seungmin no mesmo segundo levou um susto, levando a mão até o peito e respirando fundo. Quem era aquele cara? — Perdão, não queria te assustar, eu apenas vi que você estava olhando de um lado para o outro. Acreditei que estivesse perdido.

— Ah, um pouco… Eu sou de outro bloco, não conheço muito esses lados. — Confessou, ficando um pouco envergonhado, o garoto à sua frente era muito bonito. Ao mesmo tempo que passava um ar doce e fofo, o corpo dizia outra coisa. Ele com certeza malhava.

— E o que um garoto de outro bloco estaria fazendo justamente no corredor feminino? Sua namorada é da FAPK? — O garoto encostou-se na parede com os braços cruzados, um sorrisinho mínimo surgiu no rosto dele.

— Namorada? Fala sério?! Eu tenho cara de que fica com garotas? — Kim falou num tom indignado, também cruzando os braços.

— Hm… Me diga você, Gracinha!

— Sou gay… Eu apenas vim atrás da minha amiga, mas a querida esqueceu de me falar o número do dormitório dela. — Respirou fundo. Minho era tão irresponsável.

— Ah, sim, entendi. Como é o nome dela? Vai que eu conheço. — Se afastou da parede, indo na direção do garoto que era um pouco maior que si. — A propósito, sou Yang Jeongin, mas pode me chamar de Jeongin apenas.

— Kim Seungmin. — Apertou a mão do garoto, corando ao ver o olhar afiado de Yang sobre ele, Jeongin nem disfarçada no sentido mostrar interesse. — Minha amiga se chama Minji, ela faz Dança.

— Ah, a Minji. Como não conhece-lá? Minji é a popularzinha do bloco inteiro. Ela e as amigas delas são a tentação, o tanto de homens as querem. — Jeongin revira os olhos. Ele não ia muito com a cara daquele grupinho.

— Você parece não gostar dela. — Kim riu, se afastando um pouco do garoto.

— Da Minji? Não tenho nada contra ela pra ser real, mas o grupo dela é bem… Problemático. — Yang pigarreou, voltando a encostar na parede, com um semblante mais frio, ele realmente não mostrava gostar daquele grupo. — O quarto da Minji é literalmente o último do corredor, do lado direito.

— Ah, certo então… — Coçou a nuca, meio constrangido. — Bom, eu estou indo então, foi um prazer te conhecer!

— O prazer foi meu, Seungmin. — Seungmin sorriu pequeno e se virou, seguindo seu caminho pensativo. O quão cruel aquelas patricinhas deveriam ser para Jeongin não ir com a cara delas?

Será que ele já foi apaixonado por uma delas e elas rejeitaram ele? Pensou, logo negando com a cabeça. Por que ele queria saber sobre o motivo de Jeongin não gostar do grupo?

Ele teria se prendido em muitos pensamentos se algo não tivesse lhe chamado a atenção, era um papel grudado na parede. No papel apresentava que FAPK se juntaria a FAC para fazer uma apresentação no final do período, para ser mais específico, uma peça musical, onde quem gostasse de participar deveria dar seu nome.

— Interessado? — Kim olhou na direção de Jeongin, que ainda estava parado no mesmo lugar.

— Achei que tivesse ido embora.

— Eu ia, mas a visão de você estava mais interessante e… Também se você se perdesse, você me teria para lhe ajudar. — Sorriu perverso, vendo Seungmin rir baixo, virando seu corpo na direção que Jeongin estava.

— Deveria me sentir honrado por isso, então? — Yang assentiu com a cabeça lentamente, tirando um sorriso do rosto de Kim. — Essa peça… Não haviam avisado na FAC.

— Eles colocaram esse papel hoje, provavelmente vão passar falando sobre nesta semana. Você vai participar?

— Acho que sim… — Seungmin voltou a olhar o papel. — Acho que seria uma ótima oportunidade.

— Faz Artes Cênicas? — Kim assentiu. — Faço Design Gráfico, vou ajudar com a produção da peça, seria legal te ter como parte do elenco.

— Que legal, você deve desenhar bem, então. — Yang sorriu. — Me mostre um dia, caso nos vejamos mais vezes.

— Talvez eu perca algo na FAC e precise dar uns pulos lá. — Jeongin confessou. Seungmin tentou disfarçar, mas ficou difícil evitar corar. Yang riu achando fofo a cena à sua frente. — Bom, preciso ir. Te vejo por aí, Seungmin.

Jeongin suspirou e se virou, caminhando ao contrário de onde Seungmin estava.

— Jeongin! Espere! — Seungmin o chamou em um tom um pouco mais alto.

— Sim? — Jeongin apenas virou seu rosto.

— E você… Você é gay? — Perguntou envergonhado.

— Pode ter certeza de uma coisa, eu tenho preferências em homens. — E voltou a caminhar, deixando um Seungmin atordoado para trás.

Tentando voltar para a realidade, Seungmin voltou a caminhar em direção ao dormitório de Minho, afinal, esse era o seu foco desde o começo. Pensar em Yang só fazia sua bochecha esquentar cada vez mais. Como aquele cara poderia ser tão sexy e fofo ao mesmo tempo?

Nem ele mesmo sabia o motivo, mas de algo ele tinha certeza.

Ele voltaria mais vezes para a FAPK, somente para ver aquela tentação em formato de homem.

Minho sabia que poderia estar sendo meio babaca, mas talvez de fato não fosse uma boa ideia se encontrar com Bang Chan. Não sabia nem suas intenções com aquele "encontrinho" repentino. Claro, não era como se ele aparentasse ser um serial killer ou alguma coisa do tipo, só era um pouco estranho. Minho ficou pensativo desde aquela hora no refeitório e se perguntou por que e como o Bang conseguia ser tão...

Ai, esquece isso, ele bufou, balançando a cabeça.

Ele pensou em passar na casa de Seungmin, já que Sullyoon não estava lá. Minho não estava muito a fim de passar a noite inteira num dormitório desconhecido sem nada para fazer, ainda mais cheio de coisas de garotas. Planejou contar pessoalmente a Seungmin sobre Bang Chan e aquela nova interação. Achou que ele fosse dizer para ter cuidado com ele, talvez com um pouquinho de dó do coitado, pois Minho estava lhe dando um bolo naquele exato momento. O Bang deveria estar esperando-o no estúdio com o seu amigo. O Lee até iria, na verdade, mas pensou em como seria se sua irmã voltasse e de repente estivesse "amiga" de um carinha da música.

Por um lado, a música tinha uma forte ligação com a dança, certo? Minho adorava pensar em coreografias para as músicas que costumava ouvir, por mais que muitas delas já tivessem a sua própria. Ele também passava um tempo assistindo covers de algumas danças no Youtube quando tinha um tempo livre. Pensando nisso, ele até esqueceu de Bang Chan. Havia tido a tarde inteira estudando sobre os movimentos humanos. Não poderia dizer que adorou ficar algumas horas sentado em vez de aprender logo na prática, mas seria mentira dizer que não sentiu entusiasmo em pensar que estava realizando um sonho, mesmo que escondido, e mesmo não sendo quem ele queria ser – ele mesmo.

Minho estava um pouco cansado, pois ficou o dia inteiro tendo aulas, e foi tomar um banho para se encontrar com Seungmin. Para seu alívio, pôde tirar as roupas de patricinha piranhuda de Minji. Ele não entendia como alguém conseguia usar aqueles trecos. Minho ainda ia dar um jeito de diminuir um pouco aquilo tudo. Ele pegou uma de suas roupas escondidas na sua mala e vestiu rapidamente – era uma calça baggy e um suéter grande.

Como já era noite, não teria praticamente ninguém no prédio rondando o local. Só teria que ter um cuidado em não esbarrar em algum guarda muitíssimo desconfiado, mas não deveria ser novidade ter algum garoto indo passear por ali. O quarto dos homens era logo no andar de cima.

Minho, então, já preparado depois de passar um pouquinho de perfume – era muito bom, tá? –, pegou a sua chave-passe e colocou no bolso antes que esquecesse, depois foi andando até a porta. Abriu-a rapidamente para se retirar, mas parou quando viu uma silhueta masculina na sua frente.

— Min... Ji...?

© Nycksbffjf & Bixa_feia_iludida • 2025

⫘⫘⫘ 𝗣𝗲𝗿𝘀𝗼𝗻𝗮𝗴𝗲𝗻𝘀 𝗗𝗲𝘀𝗯𝗹𝗼𝗾𝘂𝗲𝗮𝗱𝗼𝘀 ⫘⫘⫘

𝗦𝗲𝗼𝗹 𝗬𝗼𝗼𝗻𝗮

⤿ Seol Yoona, mais conhecida como Sullyoon é uma das populares da universidade, por conta do grupo que participa, o Beauty Girls.

⤿ Sullyoon tem seus 20 anos e faz faculdade de Música dentro da FAPK (Faculdade Artes Performáticas K-Pop).

⤿ Sullyoon de começo era mimada e amava provocar algumas pessoas de sua faculdade, mas percebeu que isso não é tão legal assim.

⤿ Sullyoon dentre as garotas do B.G (Beauty Girls), era mais apegada à Lee Minji, elas são melhores amigas. Por isso, optaram por pedir ao diretor para dividirem o dormitório.

⤿ Sullyoon desde que viu Christopher pela faculdade, criou sentimentos por ele.

⤿ Sexualidade: Bissexual

𓂃★ ⸝⸝ ° ──────────── ✦ ⁺.

𝗬𝗮𝗻𝗴 𝗝𝗲𝗼𝗻𝗴𝗶𝗻

⤿ Yang Jeongin tem seus 19 anos e faz faculdade de Design Gráfico dentro da FAPK.

⤿ Em uma das aulas mistas, Jeongin conheceu Christopher e logo amigaram, hoje sendo melhores amigos.

⤿ Jeongin é carismático e fofo, mas quando quer, sabe usar sua dupla personalidade.

⤿ Sexualidade: Bissexual

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