▫️Capítulo 38▫️
LUNNA CORBERTT
"Eu não podia estar perdendo o Nick! Não agora, depois de tudo que havíamos passado e ele ter acabado com a cara do seu inimigo no ringue. Ele não podia me deixar."
Logo, após o Nick ter apagado na luta, ainda sendo sustentado pelos meus braços, o Paulo imediatamente havia chegado ao meu lado e me ajudado a carregá-lo, para juntamente, levarmos ele até o hospital. A Brisa no mesmo instante também havia vindo no seu encalço. Ela se desesperou e começou a chamar por ele, do mesmo jeito que ela sempre fazia; como se estivesse reclamando do seu comportamento. Porém, eu sabia que era o seu jeito único, de demostrar preocupação.
- Nick!!!! Acorde agora mesmo! Não ouse nos deixar agora, está me ouvindo? Eu ainda tenho muitas coisas para reclamar com você. - Ela esbraveja, mas com os olhos cheios de lágrimas.
O John também estava junto. Contudo, na hora de levar o Nick para o hospital, eu fui no carro com o Paulo e a Brisa, juntamente com o Jonh, nos seguindo logo atrás no carro dele. Eu sabia o tanto de perguntas que ela tinha para fazer naquele instante, mas a vida do Nick, estava em primeiro lugar naquele momento. Logo, aquele tempo afastada no carro do Paulo, me permitia ser eu mesmo com Nick, sem inibições ou controle.
- Nick, por favor. Não me deixe... - Eu alisava o seu rosto inchado e colocava gelo, sobre os seus olhos e boca, enquanto ele permanecia desacordado nos meus braços, no banco de trás.
Vez ou outra, o Paulo nos olhava pelo retrovisor e dirigia rapidamente pelas rodovias. Ele havia me contado sobre o mestre deles e o que o mesmo, também havia sofrido na mão daquele outro cara, com o qual o Nick havia lutado. Esse homem era desumano. Ele não merecia ter só apanhado, mas também ser julgado e preso, por tudo que fez. Como perseguições, acusações, ameaças, torturas, sequestros e agressões físicas e mentais. O que ele sofreu, ainda foi pouco por tudo o que causou. Nunca fui uma pessoa muito vingativa ou que gostasse de crueldades, mas com certeza, esse cara merecia algo pior.
Quem era ele, para decidir o futuro de alguém?
E agora, aqui estava o Nick, desacordado e sem reação alguma, aos estímulos que fazíamos. Logo, com o coração na mão, eu fui durante todo o trajeto fazendo uma prece e pedindo para que Deus, o protegesse e não permitisse que ele morresse agora. Eu precisava dele e toda a sua família também. O Nick já havia se redimido e estava tentando uma vida nova, depois de todas aquelas lutas clandestinas. E nós dois, só estávamos começando a nos relacionar agora, aquele não podia ser o nosso fim.
Logo, assim que chegamos no hospital, chamamos o maqueiro e rapidamente, ele foi posto em uma maca e levado para uma sala vermelha. Vi uma enfermeira verificar os seus sinais vitais e gritar, chamando por um médico. O Nick parecia estar tendo algum tipo de parada cardiorrespiratória, após terem verificado que as suas costelas haviam sido quebradas. O desespero parece querer toma conta de mim e sem nem ter o controle, os meus joelhos enfraquecem e por pouco, eu não caio no chão. No mais, o resto vira tudo um borrão e eu não sei mais o que havia acontecido comigo ou com o Nick dali em diante.
Dessa forma, assim que acordo, alguns minutos depois, eu vejo o Paulo me estender um copo de água e me pedir para inclinar o corpo um pouco para frente, para bebe-lo devagar. Assim, eu o faço e tomo o copo a minha frente, porém, eu logo noto que a minha amiga, a Brisa, estava com os olhos totalmente perdidos e sem focos, enquanto o John, acariciava as suas costas e tentava lhe acalmar.
- O que aconteceu? - A minha voz sai em um tom de sussurro e o meu coração, erra até uma batida, só na expectativa de saber que eu não vou gostar em nada, do que eu vou ouvir após a minha pergunta.
O Paulo olha para mim, meio que cabisbaixo e com o mesmo pesar nos olhos, no qual eu havia encontrado nos da minha amiga e me fitar, antes de dizer que o Nick havia acabado de ter uma parada cardíaca e sido reanimado bem ali na nossa frente, antes de ser levado as presas para dentro de uma sala de cirurgia.
Tudo parecia estar girando em câmera lenta. Isso não podia estar acontecendo. Me sinto em fragalhos e pouco a pouco, fleches de momentos ao seu lado, são passados na minha frente. Minutos, horas, sorrisos, olhares, sons, gemidos, carinhos, tudo parecem se mistura e nada daquilo, mais fazia sentido para mim.
A noite cai e nenhuma informação ainda nos foi nos dada. Permanecemos em silêncio e mais ninguém, queria dar vozes ao que se passava nas nossas cabeças. Cada um estava no seu mundinho e pedindo para que nada daquilo estivesse acontecendo. E como o único sã de todos nós era o John, ele mesmo quem se prontificou em ver todas as papeladas e entrar em contato com os Donivans, para relatar sobre o real ocorrido com o filho.
Assim, como todos nós estávamos abalados, os pais da Brisa, no momento em que chegaram, nem se questionaram querendo saber o motivo de eu estar por ali, no meio de todo esse ocorrido, após tanto tempo longe deles. Estávamos tão preocupados e focados na saúde no Nick, que nada mais daquilo ao nosso redor, importava, além do seu bem estar.
Logo, após umas 3 ou 4 horas de cirurgia, alguém finalmente havia aparecido no corredor e se prontificar em falar conosco. Todos nós nos aproximamos quase que de imediato e aguardávamos ansiosamente, por uma resposta ou um laudo médico, para nos dizer como o Nick realmente estava.
- Vocês são os parentes e amigos, do paciente Nick Donivan, correto? - O médico a nossa frente questiona e os pais da Brisa afirmam, quase que eles tendo um piripaque ali mesmo. - Pois bem, a cirurgia foi bem complicada. Ele ainda parou mais umas duas vezes. Drenamos o seu pulmão e fechamos a ruptura que havia sido feito pelas suas costelas quebradas. Estabilizamos o seu quadro, mas ele ainda precisou entrar em um coma induzido, para evitarmos complicações futuras e ajudarmos na sua recuperação pós traumática. E só aos poucos, que iremos tirar a sua sedação, para vermos como ele irá reagir sem os aparelhos. No mais, ele está estável. - Ela conclui o seu relato e depois, só complementa. - Visitantes, só um por vez. Ele ainda está na UTI, sendo monitorado e avaliado pela equipe de enfermagem.
A médica nos orienta e os pais do Nick, são os primeiros a ir vê-lo. Depois, a Brisa, eu e o Paulo. O John disse que iria esperar na recepção. A minha amiga estava tão pálida, que nem parecia ela, mesmo sendo tão branca, como uma nuvem de algodão.
Saber que quase havia perdido o irmão; não uma, mais duas há três vezes em um dia, era para deixar qualquer um instável. Eu, mesmo tendo acompanhado toda a sua vida e família de longe, sabia o quanto eles se amavam e eram unidos, independente de qualquer coisa. O Nick era praticamente como um pai para Brisa. Ele era o seu escudo, seu protetor, seu exemplo de vida e a sua ancora. Saber que ele havia ficado entre a vida e a morte, e ainda sim, estando correndo um certo risco de vida naquela UTI, era de ser tirado o seu chão. E era exatamente assim, que eu me sentia.
Eu havia passado por tudo isso e acompanhado de perto, tanto a preocupação do Nick, aos seus treinos incansáveis, a sua dedicação para comigo, a perturbação com as ameaças, o cuidado com as minhas necessidades e as palavras perdidas, escondidas em pedaço de papel que ele nem sabia que eu iria desvendar. Eu estive presente em quase tudo e agora eu me sentia uma inútil, por não ter percebido nada antes e ter feito algo, impedindo que ele tivesse chegado na situação que está hoje.
- Eu tinha que ter feito algo. - Eu sussurro mais para mim mesmo e sinto toda a culpa, se recair sobre mim. O meu olhar estava perdido e via todo aquele caos, que havia se instalado na família Donivan. - Se eu tivesse prestado atenção...
Desvaneio sozinha com os meus próprios pensamentos e nem vejo, quando o Paulo se aproxima de mim e de forma apaziguadora, tenta me acalmar, ao percebe o meu estado.
- Ei! Não se cubra de culpa, Lunna. - Ele aperta o meu ombro e rapidamente as minhas lágrimas caem do meu rosto. - Você sabe como o Nick era cabeça dura. Ele não iria ceder tão facilmente para as ameaças e deixar essa luta de lado. - Ele senta do meu lado e o vejo tão perdido, quanto eu. - Eu juro que eu também tentei tirar isso da cabeça dele. Disse o quanto aquilo era errado e que ele já havia saído há muito tempo daquelas lutas, para voltar agora, do nada. Sabia que seria um suicídio. - Ele mexe no cabelo de forma impaciente e continua. - Eu não queria o apoiar nisso, mas sabia que de um jeito ou de outro, ele iria participar. Eu não queria que ele tivesse ido lutar, mas de todo mal, era melhor que ele tivesse alguém em quem pudesse confiar e que estivesse presente, para lhe ajudar. Eu tenho mais culpa nisso, do que qualquer um.
Ele diz com os olhos cheios de água e vejo, o quanto ele estava se sentido mal com tudo aquilo e queria trazer toda a culpa para si.
- Nada disso, Paulo... Ninguém aqui, queria que isso tudo estivesse acontecendo. E se tem alguém culpado nessa história toda, é aquele cara, no qual o havia ameaçado e proposto essa luta. - Fungo o nariz, tendo pela primeira vez, o senso de acusar o principal culpado daquilo tudo.
Ele me olha sério e com o cenho franzido, como se estivesse tendo algum vislumbre ou ideia de alguma coisa, ele paralisa e reflete sobre algo que eu havia dito. E sem entender nada, ele se levanta.
- É isso!!! - Ele solta todo o ar do pulmão e o puxa novamente como se com ele, viesse toda a força e vitalidade, para dizer o que iria fazer de agora em diante. - Ele é o culpado, Lunna. Se o Nick está do jeito que está agora, é culpa dele. - Ele sorri de um canto ao outro, mas de uma forma sarcástica e pejorativa. - O nosso mestre passou pelo o que passou, e foi por culpa desse idiota, que o aprisionou e o torturou, a base de vingança e punição. Ele quem deveria estar sofrendo as consequências; não, o Nick. - Ele se exalta e vejo o brilho de determinação nele. - Eu vou acha-lo. Você vai ver, Lunna! Ele vai ser preso e julgado pelo que fez. Eu tenho certeza que o mestre Jean, vai denunciar contra ele. E se não, eu mesmo o denunciarei e o caçarei. - Ele crispa a voz e tenho medo do que mais ele quis dizer por trás disso.
- Eu sei que vai, Paulo. Mas tenha cuidado... Você é único amigo que eu vi o Nick manter a amizade. - Digo com as minhas mais sinceras palavras. - Ele não vai querer saber que mais alguém que ele ama e considera, tenha se machucado por conta dele. - Toco nos seus braços e o mesmo capta o melhor e entende as minhas palavras.
- Pode deixar. Não vou fazer nada imprudente, que possa o perturbar ou o deixar preocupado com mais alguém. - Ele sorri genuinamente para mim e sei que nele, eu havia ganhado mais um amigo de confiança na minha rede de apoio.
Ficamos calados por um tempo, até que chega a minha vez de ir ver o Nick e eu assinto para a Brisa, vendo-a caminha na minha direção e me abraçar. Ela havia acabado de voltar do seu encontro com ele e estava caindo do choro.
- Ai amiga!! Ele está tão debilitado, eu nunca o vi daquele jeito... - Ela começa a chorar novamente e naquele momento, não havia raiva ou ressentimento, por tudo aquilo que eu a havia ocultado entre mim e o Nick. Ali, só havia duas amigas, que se conheciam desde a infância e que estavam passando pela mesma dor juntas, sem trazermos os grandes problemas de fora, para a atual situação.
- Não fica assim amiga, sabemos o quanto o Nick é forte... Ele vai sair dessa. Sabemos disso. - Enxugamos juntas as lágrimas uma da outra e ela me abraça novamente, afirmando que acreditava piamente nas minhas palavras. Precisávamos acreditar nisso.
Logo, eu me despeço dela e parto rumo as duas portas que me levariam até o Nick. Que Deus me ajudasse e eu não desmaiasse no meio do caminho. Eu precisava ser forte agora; pelo Nick; por nós.
Assim, eu adentro na Uti e busco rapidamente pelo o seu leito, ao perguntar a uma das enfermeiras. E no instante em que eu o vejo, sinto o meu coração ser esmagado e empurrado goela a baixo.
Ali estava o meu amor, o homem que sempre esteve presente nos meus pensamentos e nos meus sonhos mais loucos da vida. Nunca pensei que um dia pudéssemos ter ficado ou que ele tivesse me notado, em algum determinado momento; mas quando finalmente, havíamos conseguido ficar juntos, agora estávamos ali, naquela situação.
Ao lhe encarar, eu via um monte de tubos, fios, conectores e um monitor bipando, registrando os seus sinais vitais e principalmente, constatando que ele estava vivo. O seu rosto estava inchado e com várias bandagens, cobrindo os ferimentos e os protegendo, de algum risco de infecção. Assim, arrumando forças aonde eu pensei que nem tinha mais, eu me encaminhei até ele e segurei as suas mãos, que ainda estavam feridas e ensanguentadas.
- Oi, Nick... sou eu de novo por aqui. Insistindo em me fazer presente na sua vida. -Fungo um pouco o nariz, tentando manter o controle da minha voz. - Você se saiu muito, sabia? Lutou bravamente no ringue e aqui no hospital. Sei que você também vai sair dessa rapidamente. Você é um cara bem difícil de derrubar, sabia...? - Sorrio, tentando descontrair um pouco e ser mais otimista no momento. - Você me defendeu e protegeu muito bem a sua família, não precisa mais se preocupar. - Aliso a sua mão e sinto a frieza, que aquele lugar trazia. - Ver se procura descansar e se recuperar logo, está bem? - Tento esquentar as suas extremidades e trazer o calor necessário para elas.
Nenhum som é emitido dele, além das máquinas que o circulavam e se conectavam ao seu corpo. Sinto falta da sua voz e da sua expressão irritante, quando franzia o cenho para mim e tentar me decifrar com um olhar. Queria que ele se levantasse dali e implicasse comigo, querendo saber o motivo de eu estar chorando e se lamentando pelo seu estado crítico de saúde. Porém, eu sabia que aquilo não iria acontecer tão rápido, como eu bem esperava que acontecesse.
Assim, diante do seu leito, eu fiz a promessa de que iria vir todos os dias, dali em diante, até ele acordar e se recuperar totalmente, para poder ir para casa. Poderia ser amanhã ou daqui a uma semana; eu não sei, mas eu não iria desistir dele, até que ele pudesse se ver livre daquela cama e me olhasse diretamente nos olhos.
▫️▫️▫️▫️
😥🥺🤕❤️🩹
Será que o nosso Nick vai melhorar?
Ou ele só está dando a chance, para todos ainda se unirem..
Pobre Lunna...
A bichinha está com os zoi tudo cheio d'água.🥹🫂
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top