Voo Mortal: Ameaça Alada
Ao amanhecer, o cenário da colônia estava marcado pelos sinais de uma noite intensa e aterrorizante. A escuridão havia sido varrida, mas o peso da exaustão e do medo ainda pairava no ar. Kara Zor-El, com seu olhar firme e decidido, virou-se para os soldados, todos exaustos, mas com uma determinação visível em seus olhos.
"Parabéns a todos " disse Kara, sua voz carregada de gratidão e respeito. "Vocês mostraram uma coragem e uma dedicação admirável esta noite."
Os soldados, mesmo feridos e cansados, sentiram um impulso de alívio ao ouvir as palavras de Kara. A noite de terror, cheia de ataques de pequenos carnívoros e a ameaça constante dos velociraptores, havia exigido o máximo de cada um deles. Kara direcionou os feridos para a clínica de atendimento, assegurando que recebessem o cuidado necessário.
"Vão para a clínica e se cuidem. O dia ainda será difícil, e precisaremos de todos vocês em plena forma" orientou ela, com um olhar preocupado, mas firme.
Os que não estavam feridos foram instruídos a manterem-se em seus postos e a continuar a vigiar. Kara observou o horizonte, onde ainda havia manchas de sangue, vestígios das batalhas travadas durante a noite. O sangue não era apenas um lembrete brutal dos perigos enfrentados, mas também da necessidade de continuar lutando pela sobrevivência.
Kara então se dirigiu ao local onde Daniel estava trabalhando incansavelmente para restaurar a energia da colônia. Daniel, ao lado de sua equipe, estava lidando com os complexos problemas causados pelo impacto do meteorito. A máquina estava ainda parada, e a energia continuava ausente.
"Daniel, como está o andamento?" Kara perguntou, aproximando-se com um semblante tenso.
Daniel levantou a cabeça e, com uma expressão preocupada, explicou:
"Estamos tentando descobrir a causa do problema. O impulso magnético parece ter causado um curto-circuito nos sistemas principais. Estamos verificando todos os componentes, mas está levando mais tempo do que esperávamos."
Kara assentiu, compreendendo a complexidade da situação. Ela sabia que não havia muito que pudesse fazer além de confiar na competência de Daniel e sua equipe.
"Continue o bom trabalho. Precisamos da energia de volta o mais rápido possível."
Enquanto isso, um dos colonos foi designado para levar água e comida aos soldados que ainda estavam de guarda. Kara fez questão de instruí-lo:
"Leve isso aos nossos guardas, mas lembre-se de que todos devem retornar às suas casas logo. A segurança de todos é a prioridade."
+++++
O amanhecer revelou um novo dia de desafios, mas Kara estava pronta para enfrentá-los, com a mesma bravura e determinação que havia demonstrado durante a noite. O futuro da colônia dependia de sua liderança, e ela estava disposta a fazer o que fosse necessário para garantir a sobrevivência e a prosperidade daquele novo lar.
Enquanto o sol começava a iluminar o horizonte, lançando uma luz tênue sobre a colônia, Kara Zor-El realizava uma última ronda pela cerca. A energia ainda não havia sido restaurada, e o silêncio ao redor da colônia parecia mais opressor do que nunca, apenas interrompido pelo som esporádico dos colonos e trabalhadores.
Durante sua patrulha, Kara avistou algo que imediatamente fez seu coração acelerar: uma garotinha, de cerca de seis anos, estava vagando sozinha pelo território da colônia. O rosto de Kara se contorceu de preocupação e frustração ao ver a criança em uma área tão perigosa.
Com passos rápidos e decididos, Kara se aproximou da garotinha e se agachou para sua altura, tentando manter a calma apesar da crescente ansiedade.
"Ei, querida, o que você está fazendo aqui fora?" sua voz era suave, mas firme, cheia de uma autoridade que deixava claro o perigo da situação.
Antes que a garotinha pudesse responder, um som ensurdecedor cortou o ar. Kara ergueu os olhos e viu uma enorme ave pré-histórica, um Quetzalcoatlus, avançando em sua direção. Nunca antes aves pré-historica haviam se aproximado da colônia; as cercas, que emanavam energia, criavam um pequeno campo de força que impedia que qualquer pássaro se aproximasse. No entanto, o impacto do meteorito havia causado um curto-circuito que danificou a cerca, permitindo que o enorme Quetzalcoatlus se aproximasse.
O grito de alerta de Kara foi abafado pelo rugido estrondoso da ave. Sem hesitar, ela agarrou a garotinha com firmeza e começou a correr entre as casas, buscando abrigo. A adrenalina percorria suas veias, seu coração batendo rápido enquanto o pássaro avançava, suas enormes garras e bico afiadas prontos para atacar.
Kara procurou um local seguro e, ao avistar um pequeno abrigo ao lado de uma das casas, correu em direção a ele, protegendo a garotinha contra seu peito.
"Fique quieta e não se mexa!" ordenou Kara com urgência. O Quetzalcoatlus estava cada vez mais próximo, suas asas cortando o ar com força, criando uma corrente de vento que fazia os objetos ao redor balançarem.
Só para vocês terem uma ideia do tamanho
Kara respirou fundo, tentando manter a calma. Com um movimento ágil, ela pegou uma arma e a preparou. A garotinha, assustada, segurava a mão de Kara, suas lágrimas misturando-se com a sujeira do rosto.
O Quetzalcoatlus estava agora sobre o abrigo, suas garras alcançando a abertura por onde Kara e a garotinha estavam escondidas. Kara respirou fundo novamente, ajustando o alvo. Com um disparo rápido e preciso, ela acertou a ave, que se agitou antes de começar a descer, atordoada.
Kara não perdeu tempo. Pegou a garotinha nos braços e correu de volta para uma área segura, onde um grupo de colonos e militares começava a se reunir. O coração de Kara estava acelerado, a respiração pesada, mas ela manteve o foco, garantindo que a garotinha estivesse a salvo.
Quando finalmente chegaram ao local seguro, Kara se virou para os colonos ao redor.
"Alguém sabe quem deixou essa criança vagando por aí?" sua voz, embora carregada de cansaço, era firme e cheia de autoridade. "Precisamos garantir que isso não aconteça novamente."
Enquanto os colonos se organizavam para cuidar da garotinha e garantir que ela fosse levada de volta para seus pais, Kara permaneceu alerta, observando a área ao redor. A noite tinha deixado marcas visíveis, mas também tinha revelado a resiliência da colônia e a determinação de seus líderes.
Kara sabia que a segurança da colônia era prioridade, e estava disposta a enfrentar qualquer desafio que surgisse. A noite ainda estava longe de terminar, e o trabalho estava longe de acabar.
A tranquilidade temporária do amanhecer foi subitamente destruída pelo som de um ataque aéreo. Não era apenas um único Quetzalcoatlus que havia invadido a colônia - era um bando Inteiro deles, vindo em massa, suas sombras sinistras cobrindo o chão enquanto avançaram como um pesadelo alado.
Kara Zor-el agiu instantâneamente. Seu grito ecoou pela colônia, carregado de urgência e comando:
"Todos, saiamdas cercas agora! Refugiem-se no centro de operações!
O pânico tomou conta dos soldados e colonos. Os passos apressados e desesperados soaram em todas as direções enquanto corriam, tropeçando e caindo em sua tentativa desesperada de escapar. As aves estavam cada vez mais próximas, seus gritos aterrorizantes misturando-se ao caos. As garras afiadas das criaturas já começavam a arranhar alguns dos soldados.
Um dos militares, em particular, foi agarrado por uma das aves, que o levantou do chão, suas garras penetrando profundamente na carne do soldado. Os gritos de dor ecoavam enquanto ele lutava em vão para se soltar.
Kara, sem hesitar, pegou sua arma e disparou na ave, mas o tiro apenas a assustou, como se a criatura tivesse algum tipo de proteção natural. O Quetzalcoatlus soltou o soldado, que caiu no chão com um baque surdo, antes de se levantar e correr, mancando, em direção ao centro de operações.
Pedro Gonçalves, que ainda mancava devido ao ferimento na perna, estava lutando para acompanhar os outros. Apesar de sua dor e cansaço, ele havia sido uma ajuda inestimável durante a noite, e Kara, ao perceber sua ausência, voltou atrás para encontra-lo.
Quando ela o avistou, eles estavam longe do centro de operações e em grave perigo. Uma das aves os viu e começou a avançar. Kara olhou para Pedro, a urgência em sua voz clara:
"Corre, Pedro! Vai agora!"
Pedro, sabendo que não poderia fugir rápido o suficiente, tentou apressar o passo, mas suas forças estavam quase esgotadas. Kara, por outro lado, ficou para trás, enfrentando a ave que agora a encarava com olhos cheios de instinto predatório.
O tempo parecia desacelerar enquanto Kara e a ave se estudavam, cada um esperando o movimento do outro. Quando a criatura atacou, Kara estava pronta. Com um movimento rápido, ela sacou uma faca e a cravou na garganta da ave pré histórica, que soltou um grito agudo de dor. Mas não antes que a criatura conseguisse arranhar o rosto de Kara com suas garras afiadas.
Sangue escorria pelo rosto de Kara, mas ela não vacilou. A ave, com um último estertor, caiu morta aos seus pés.
Sem perder tempo, Kara correu em direção ao centro de operações, seus passos rápidos e decididos apesar da dor que latejava em seu rosto. Quando chegou, viu Pedro entrando no abrigo com dificuldade, mas em segurança.
As aves, entretanto, não desistiram. Eram inteligentes, e pareciam ter percebido que todos estavam indo para o mesmo lugar. Kara teve que se esconder, encontrando um espaço minúsculo quase claustrofóbico, onde se espremeu para escapar da atenção das criaturas.
Ela ficou ali, o coração batendo rápido enquanto observava as aves pousarem uma por uma na cerca. Era uma visão assustadora, as enormes criaturas agindo com uma coordenação aterradora, como se tivessem um plano próprio. Elas pareciam estar esperando, calculando, e Kara sabia que a batalha ainda estava longe de acabar.
A Sombra das Aves
Escondida naquele pequeno espaço, Kara lutava para manter a calma, mas seu pensamento era dominado por uma única pessoa: Lena. O medo a golpeava como uma faca afiada enquanto desejava desesperadamente que sua amada não tivesse saído de casa e que estivesse segura. A lembrança do sorriso de Lena, de seu toque, era o que a mantinha focada, mesmo em meio ao caos.
Enquanto isso, nas casas onde as famílias estavam refugiadas, o pavor tomava conta. A tensão no ar era palpável, e todos sabiam que qualquer movimento em falso poderia atrair a atenção das criaturas perigosas lá fora. Na casa onde estavam Lena, Sam, Ruby, Eliza, Jeremayah, Caitlin, Felicity e Barry, o medo era ainda mais intenso. Barry, o ecólogo, reconhecia as criaturas do lado de fora. Ele sabia que os Quetzalcoatlus eram perigosos, seus enormes garras capazes de destroçar qualquer coisa em seu caminho.
"Isso é ruim, muito ruim" murmurou Barry, sua voz trêmula, enquanto olhava pela janela. "Essas aves pré-historica são extremamente territoriais e não vão embora tão cedo.
Sam tentava acalmar Ruby, que estava inquieta. A pequena garota, curiosa apesar do medo, aproximou-se da porta para espiar pela fresta. Mas assim que colocou o olho na abertura, deparou-se com o grande e feroz olho de uma das aves, que a encarava fixamente do lado de fora. Ruby soltou um grito agudo, recuando em pânico.
O grito de Ruby teve um efeito imediato. As aves do lado de fora começaram a se agitar, seus movimentos se tornando frenéticos, como se tivessem identificado uma presa. Elas começaram a se aglomerar em volta da casa, seus bicos batendo contra as paredes, testando a resistência do abrigo.
"Não, não, não..." sussurrou Felicity, tentando manter a calma enquanto via as criaturas se aproximarem cada vez mais.
Lena sentiu o coração disparar ao ver a expressão de pânico nos rostos de todos, especialmente em Ruby, que estava visivelmente assustada. Mas ela sabia que precisava manter a compostura para todos.
"Tudo bem, Ruby, estamos seguros aqui " disse Lena, tentando soar mais confiante do que se sentia. "Esta casa foi construída para suportar ataques como este. Elas não vão conseguir entrar."
Jeremayah, concordou com um aceno. "As paredes são reforçadas, e as janelas e portas têm uma vedação especial. Elas podem tentar, mas não vão conseguir atravessar."
Mesmo com as palavras de conforto, o medo estava no ar. As batidas e arranhões do lado de fora eram ensurdecedores, e todos estavam tensos, esperando que as aves desistissem e fossem embora. A cada batida, Lena pensava em Kara, rezando para que ela estivesse segura, ao mesmo tempo em que desejava encontrar uma maneira de ajudar sua amada e os outros soldados lá fora.
Mas o instinto de sobrevivência era forte. Eles sabiam que sair da casa seria um erro fatal. Então, todos se seguravam, esperando que o tormento passasse. Ruby, ainda tremendo, se aninhou nos braços de Sam, enquanto Eliza e Caitlin trocavam olhares preocupados, Felicity tentava manter o foco em algo, qualquer coisa que a distraísse do terror do lado de fora, e Barry olhava pela janela, tentando calcular se as aves eventualmente se dispersariam ou se eles teriam que resistir por muito mais tempo.
O terror parecia interminável, mas havia uma leve esperança na mente de todos , a esperança de que Kara e os outros pudessem, de alguma forma, salvá-los. Lena segurou a mão de Ruby, oferecendo conforto enquanto dentro de si, orava para que Kara, onde quer que estivesse, também estivesse segura.
Kara observava com atenção os movimentos dos Quetzalcoatlus enquanto eles se aproximavam de uma casa em particular. Seu coração quase parou ao reconhecer a casa onde Lena e os outros estavam refugiados. Um pavor profundo tomou conta de seu peito. Ela sabia que tinha que agir rápido. Quando ouviu o grito de Ruby, o desespero a golpeou como um raio, acelerando suas ações.
Apesar da dor pulsante em seu rosto, resultado do ferimento da luta anterior, Kara se forçou a ignorar o desconforto. Ela tinha que salvar Lena, Ruby e todos os outros que estavam lá. Ela saiu rapidamente de seu esconderijo, respirando fundo para controlar o medo que a tentava dominar. Seus olhos focaram na figura de Lena na janela. Quando suas olhares se encontraram, Lena levou a mão à boca para abafar o grito de pânico e preocupação que ameaçava escapar.
Kara fez um sinal discreto com a mão, uma combinação de gestos que só Lena entenderia. Era uma instrução simples, mas crucial. Lena, compreendendo imediatamente, assentiu e começou a preparar todos para a corrida até o centro de operações.
Kara não podia perder tempo. Ela sabia que precisava afastar as aves da casa, então levantou sua arma e disparou várias balas para o alto, o som ecoando pelo ar da colônia. As aves, atraídas pelo barulho, voltaram sua atenção para ela, seus olhos predadores focando na nova ameaça. Kara viu o olhar de predadores famintos se fixar nela, e soube que tinha conseguido.
Sem hesitar, ela começou a correr, sentindo o peso das criaturas atrás de si. Seu corpo movia-se com a adrenalina pura, cada músculo preparado para o desafio. Os Quetzalcoatlus estavam a apenas alguns metros de distância, seus passos pesados sacudindo o solo, e ela sabia que qualquer erro poderia ser fatal.
Kara correu até a torre de vigia central, a única estrutura alta o suficiente que poderia oferecer alguma proteção imediata. Ela se jogou para a base da torre, suas mãos rapidamente encontrando a alavanca de abertura. Com um puxão, ela conseguiu abrir a porta e entrou rapidamente, fechando-a atrás de si com um estalo que soou como música para seus ouvidos.
Lá dentro, ela se permitiu um momento de alívio ao ver que as aves haviam mudado de direção, voltando sua atenção para os tiros que ela disparara. Mas seu alívio se transformou em pura satisfação quando olhou pela janela da torre e viu Lena, Ruby, e os outros finalmente entrando no centro de operações, seguros.
Kara encostou-se na parede da torre, respirando com dificuldade enquanto seus sentidos voltavam ao normal. Ela havia conseguido. Todos estavam a salvo, pelo menos por enquanto. Mas ela sabia que a luta estava longe de terminar. O perigo ainda espreitava lá fora, e ela teria que estar pronta para o que viesse a seguir.
Mas por agora, apenas por um momento, ela permitiu-se fechar os olhos e sentir a gratidão por ter conseguido proteger aqueles que mais amava.
++++++
Dentro do centro de operações, Lena estava completamente à beira do desespero, seu coração batendo descompassado enquanto aguardava qualquer sinal de Kara. Ela havia seguido as instruções de Kara à risca, guiando todos os presentes até o centro de operações com o máximo de cuidado possível. Mas agora, com todos em segurança, a incerteza sobre o destino de Kara a corroía. Cada segundo parecia uma eternidade, e a ausência de notícias só aumentava sua ansiedade.
Em outra parte da colônia, Daniel e sua equipe lutavam contra o tempo para restaurar a energia. Estavam conscientes do perigo crescente, especialmente agora que os Quetzalcoatlus haviam expandido sua caçada. O som de disparos ecoou pela colônia quando os militares presentes tentaram repelir as criaturas, mas as balas pareciam ineficazes contra a proteção natural das aves. No entanto, os disparos conseguiram o objetivo de retardar o avanço das criaturas, permitindo que todos na equipe de Daniel se abrigassem na casa de máquinas, a única estrutura segura naquele momento, reforçada contra qualquer ameaça externa.
Enquanto se protegiam, a equipe de Daniel não teve escolha a não ser voltar sua atenção para a restauração da energia, conscientes de que a segurança de toda a colônia dependia do sucesso deles agora mais do que nunca. Cada segundo perdido podia significar mais vidas em perigo.
De volta ao centro de operações, Lena sentiu um alívio esmagador quando a porta se abriu e Kara entrou, visivelmente exausta, mas viva. Lena não hesitou nem por um segundo; correu até Kara e a envolveu em um abraço apertado, como se precisasse sentir que ela realmente estava ali, a salvo. Ao tocar o rosto ferido de Kara, a preocupação a dominou, mas Kara, com sua determinação habitual, assegurou-a rapidamente de que estava bem.
Ainda respirando com dificuldade, Kara soltou Lena e olhou ao redor para o grupo reunido, sua mente já se concentrando na próxima etapa. A situação era crítica, e eles precisavam estar mais unidos do que nunca. Sem perder tempo, ela chamou todos para se reunir na sala de reuniões, onde discutiriam o plano de ação para enfrentar a crise que se desenrolava. Kara sabia que o dia ainda seria longo e que precisaria de cada pessoa ali, tanto para proteger a colônia quanto para restaurar a ordem e a segurança que todos desejavam desesperadamente.
Assim que todos estavam reunidos na sala de reuniões, o ambiente estava carregado de tensão e expectativa. Kara se virou imediatamente para Barry, o ecólogo, que ainda parecia abalado com os eventos recentes. Ela não perdeu tempo, indo direto ao ponto:
"Barry, essas aves... Por que nossas balas não estão funcionando? O que estamos enfrentando exatamente?"
Barry respirou fundo, tentando organizar seus pensamentos antes de responder. "Essas aves são Quetzalcoatlus, um pterossauro gigante do Cretáceo. Eles têm uma envergadura impressionante e uma estrutura óssea robusta. A pele deles é composta por uma camada espessa de queratina e tecido denso, o que proporciona uma resistência natural contra os projéteis convencionais. Esse é o motivo pelo qual nossas balas têm dificuldade em penetrar."
Kara franziu a testa, processando a informação enquanto Barry continuava. "Além disso, eles têm um bico afiado e garras que podem perfurar e rasgar. Normalmente, esses pterossauros evitariam áreas como a nossa colônia porque as cercas emitem uma radiação fraca e constante que eles percebem e evitam. Mas, com a energia desligada, essa barreira está inativa, deixando-nos vulneráveis."
Kara assentiu, absorvendo cada detalhe. "Entendi, mas... todo ser vivo tem um ponto fraco. Onde devemos atacar para detê-las de vez?"
Barry hesitou por um momento, claramente pensando em uma resposta que pudesse fazer a diferença. "O ponto mais vulnerável delas é a base do pescoço, onde o pescoço se une ao corpo. É uma área menos protegida devido à ausência de camadas espessas de queratina e ossos. Um ataque concentrado nessa região pode causar danos críticos. Se conseguirmos acertá-las com força suficiente ali, podemos derrubá-las."
Kara apertou os lábios, já formulando um novo plano de ação em sua mente. Ela sabia que precisaria de precisão e rapidez se quisesse neutralizar essa ameaça de uma vez por todas. "Bom trabalho, Barry. Agora sabemos onde atacar. Vamos usar isso a nosso favor."
Ela então se virou para o resto da equipe, seus olhos brilhando com determinação. "Vamos nos preparar. Se essas aves continuarem a atacar, agora sabemos como enfrentá-las. Precisamos restaurar a energia, mas enquanto isso, não vamos deixar que essas criaturas nos dominem."
Kara deu suas ordens com a mesma firmeza que vinha demonstrando desde o início da crise. Ela dividiu as equipes, designando os melhores atiradores para focar nos pontos vulneráveis dos Quetzalcoatlus, enquanto outros continuavam a proteger as famílias e auxiliar na restauração da energia. O sol subia alto no céu, mas a batalha estava longe de ser vencida. As aves eram incansáveis, atacando em ondas, testando os limites da resistência dos colonos.
A tarde foi marcada por uma série de confrontos brutais. Os soldados, já exaustos da noite anterior, lutavam com todas as suas forças, mas a pressão era imensa. Garras afiadas rasgavam o ar e corpos suavam enquanto cada um dos militares dava o melhor de si para manter as criaturas afastadas das cercas e das construções.
Kara estava no meio da batalha, liderando seus homens e mulheres com a coragem de uma verdadeira comandante. Ela não recuava, mesmo quando o cansaço e a dor de seus ferimentos ameaçavam dominá-la. Cada vez que uma ave se aproximava demais, Kara estava lá, pronta para enfrentá-la. O som ensurdecedor das balas, os gritos de alerta e o constante bater de asas faziam o tempo parecer mais lento, como se o dia se arrastasse por horas intermináveis.
Finalmente, no final da tarde, quando o sol começava a se esconder no horizonte, o som familiar de máquinas voltando à vida encheu o ar. A energia havia sido restaurada. Um zumbido elétrico percorreu as cercas, liberando uma onda de radiação que as aves imediatamente sentiram. As que ainda estavam na cerca começaram a se contorcer e cair, vítimas da corrente elétrica que agora as atingia com força total. Outras, percebendo o perigo, alçaram voo e se afastaram rapidamente, desistindo do ataque.
Os sobreviventes dentro da colônia observavam com uma mistura de alívio e exaustão. Os soldados, cobertos de suor e sangue, se permitiram finalmente respirar mais fundo. Kara, ainda com o olhar vigilante, observou as últimas aves desaparecerem no céu escurecido. Seu corpo estava exausto, mas sua mente ainda estava afiada, sabendo que não poderiam baixar a guarda.
Ela se virou para sua equipe, com um misto de orgulho e cansaço nos olhos. "Hoje, enfrentamos um dos maiores desafios que essa colônia já viu. E nós vencemos. Cada um de vocês lutou com coragem, com determinação. Vocês protegeram nossas famílias, nosso lar, e eu não poderia estar mais orgulhosa."
Havia uma pausa enquanto seus soldados, mesmo exaustos, sentiam o peso das palavras de Kara. Ela continuou, sua voz agora mais suave, mas ainda carregada de autoridade. "Este é apenas mais um dia no Cretáceo. Sabemos que não será o último, mas hoje, vencemos. Agora, descansem, cuidem de seus ferimentos, porque amanhã, estaremos prontos para enfrentar o que vier."
O grupo dispersou-se lentamente, alguns ajudando os feridos a se dirigirem à clínica, outros retornando às suas casas para finalmente descansar. O sol desapareceu completamente, e a colônia voltou a ficar em silêncio, mas um silêncio mais calmo, onde a ameaça fora temporariamente afastada.
Kara, no entanto, não relaxou até ter certeza de que todos estavam seguros. Ao final, enquanto ela olhava para a cerca eletrificada, sentiu uma mão suave em seu ombro. Lena estava ali, ao seu lado, os olhos cheios de preocupação e amor. Sem palavras, Lena a abraçou, e naquele momento, toda a tensão e dor pareciam se dissipar.
Eles haviam sobrevivido mais um dia no Cretáceo, e, por mais que o futuro fosse incerto, Kara sabia que, juntos, poderiam enfrentar qualquer coisa.
Continua...
Que capítulo em caros Leitores! A era dos dinossauros é hostil pessoal.
Todos os dinossauros que cito aqui na história já existiram, mas lembre-se é uma história fictícia.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top