Onde o Coração se Encontra

As últimas semanas tinham sido intensas na colônia. As pesquisas no Cretáceo estavam a todo vapor, com os cientistas dedicados ao estudo da fauna, flora, solo e clima, estabelecendo acampamentos em locais estratégicos fora das muralhas da colônia. Eles não retornavam à segurança da colônia todas as noites; em vez disso, montavam barracas no campo para maximizar o tempo de pesquisa. Junto com eles, estava Kara, liderando sua equipe de exploração e defesa externa. Ela se dedicava a treinar seus militares, garantindo que estivessem preparados para proteger os pesquisadores quando ela não pudesse estar presente.

Enquanto isso, na colônia, a atividade não parava. Um projeto especial estava em andamento: a construção da casa de Kara. Com um coração grande e generoso, Kara havia insistido que sua casa fosse a última a ser construída, afirmando que havia pessoas que precisavam mais do que ela. Contudo, os colonos, Lena, e Alex não aceitaram isso. Decidiram que Kara merecia ter sua casa construída em um dos locais mais bonitos da colônia, um gesto de gratidão por tudo que ela havia feito.

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O sol do Cretáceo banhava a colônia em tons dourados, refletindo nas estruturas que formava a colônia . No coração da colônia, um grupo de colonos estava reunido, trabalhando com afinco na construção da casa de Kara. O local escolhido era um ponto elevado, com uma vista deslumbrante para o vale que se estendia ao redor da colônia, onde um rio sinuoso cortava a paisagem, cercado por vegetação exuberante e flores silvestres que exalavam um perfume doce e fresco, misturado ao cheiro terroso do solo úmido.

Lena, com as mangas arregaçadas, estava dividindo seu tempo entre a construção da torre meteorológica e a casa de Kara. Sua concentração era admirável, mas havia momentos em que ela não conseguia evitar sorrir ao pensar na reação de Kara ao ver o que estavam preparando para ela.

"O que você acha dessa madeira, Lena?" perguntou Lionel, o pai de Lena, que estava ajudando com a estrutura da casa. Ele apontava para as vigas robustas que seriam usadas na construção.

Lena passou a mão pelas vigas, sentindo a textura da madeira sob seus dedos. Era firme, resistente, ideal para suportar as intempéries do Cretáceo. Ela assentiu, satisfeita.

"Perfeita, papai. Esta casa vai ser sólida como uma rocha" respondeu, sorrindo.

Lilian, mãe de Lena, também estava presente, ajudando a organizar os materiais e coordenar os voluntários. Ela olhou para Lena e Lionel com um olhar de carinho.

"É tão bom ver vocês trabalhando juntos, por uma causa tão especial. Kara merece isso." Lilian comentou, enquanto passava um lenço pela testa, limpando o suor causado pelo esforço físico.

Alex, que liderava a construção junto de Winn, se aproximou com um mapa detalhado da planta da casa. Sua voz era firme, mas havia um brilho de emoção em seus olhos.

"Eu fiz questão de que essa casa tivesse uma vista espetacular. É o mínimo que podemos fazer por Kara. Ela nos protege todos os dias; agora é a nossa vez de cuidar dela" disse Alex, estendendo o mapa para que Lena e Lionel pudessem ver.

O mapa mostrava uma casa espaçosa, com grandes janelas voltadas para o nascer do sol, uma varanda ampla e um pequeno jardim planejado por Lilian, onde Kara poderia cultivar plantas locais e exóticas que ela adorava estudar.

Lena, ao observar o mapa, sentiu uma onda de emoção. A ideia de construir um lar para Kara a tocava profundamente. Cada detalhe da casa refletia a essência de Kara, desde a solidez das paredes até a leveza e abertura das janelas, que permitiriam que a luz natural inundasse os cômodos.

"Ela vai adorar, Alex. Está perfeito" Lena murmurou, sua voz suave, mas carregada de sentimento. Ela mal podia esperar para ver a expressão de Kara quando finalmente visse o que todos estavam construindo para ela.

Enquanto isso, ao redor, os sons da construção preenchiam o ar: o som ritmado dos martelos, o chiado das serras cortando a madeira, o farfalhar das folhas das árvores próximas ao local da construção, que balançavam suavemente ao vento. O cheiro de madeira recém-cortada misturava-se ao aroma das flores que cresciam próximas, criando uma atmosfera que, apesar do trabalho árduo, era acolhedora e quase mágica.

Cisco, que estava encarregado de ajudar na montagem das fundações, ergueu os olhos para o céu, onde algumas nuvens esparsas passavam preguiçosamente.

"Esse lugar... é como um sonho, não é?"comentou ele, sua voz baixa e reverente. Ele olhou para Lena, que se ajoelhou ao seu lado para ajustar uma viga. "Acha que Kara sabe o quanto ela é importante para todos nós?"

Lena parou por um momento, pensando na pergunta. Ela sabia que Kara tinha um coração grande, mas também sabia que Kara raramente reconhecia o impacto que tinha sobre as pessoas ao seu redor.

"Eu acho que ela tem uma ideia, mas não como deveria" respondeu Lena, sua voz carregada de ternura. "É por isso que estamos fazendo isso. Ela sempre pensa nos outros antes de si mesma. Está na hora de retribuirmos isso."

O grupo continuou a trabalhar em silêncio por alguns momentos, cada um imerso em seus próprios pensamentos. Alex, ao ver a dedicação de todos, não pôde deixar de sentir uma profunda gratidão. Sabia que Kara merecia cada tijolo, cada viga, cada esforço que estavam colocando naquela casa.

"Vamos dar a ela um lar de verdade" Alex disse, finalmente, quebrando o silêncio com uma voz cheia de convicção. "Algo que ela nunca teve a chance de ter antes."

O trabalho prosseguiu com uma nova energia, enquanto o sol começava a descer no horizonte, tingindo o céu com tons de laranja e rosa. Lena levantou-se, observando a estrutura que estava tomando forma. Em seu coração, ela sabia que aquele lugar não seria apenas uma casa, mas um símbolo de tudo que eles estavam construindo juntos, não apenas no Cretáceo, mas também em seus corações.

Ao final do dia, enquanto a última luz do sol se esvaía e as estrelas começavam a surgir no céu limpo do Cretáceo, os colonos se reuniram para admirar o trabalho realizado. As paredes da casa estavam erguidas, e a estrutura principal já revelava o que seria o futuro lar de Kara.

Lena olhou para Alex e, sem dizer uma palavra, as duas trocaram um sorriso cúmplice. A gratidão era mútua. Não importava o que o futuro reservasse para a colônia; aquele gesto, aquela casa, representava a esperança e o amor que os uniam.

E, naquele momento, enquanto o vento suave acariciava seus rostos e o som distante da fauna do Cretáceo preenchia o silêncio da noite, todos ali sabiam que estavam construindo mais do que uma casa. Estavam construindo um lar.

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As semanas se passaram com uma intensidade que apenas o ambiente inóspito do Cretáceo poderia proporcionar. O acampamento dos pesquisadores estava em pleno funcionamento, e o ritmo das descobertas não dava sinais de desaceleração. No entanto, enquanto as noites no campo eram marcadas pelo trabalho árduo e pela vigilância constante, o coração de Lena batia em outro compasso, cheio de saudades e uma preocupação silenciosa.

Lena passava seus dias entre a construção da torre meteorológica e a supervisão da construção da casa de Kara. À medida que o trabalho avançava, ela se via sorrindo mais vezes, imaginando Kara finalmente vendo o fruto de tanto esforço. No entanto, as noites eram solitárias. Quando o sol se punha, Lena caminhava até o ponto mais alto da colônia, de onde podia ver ao longe as montanhas que cercavam o local onde Kara e sua equipe estavam acampados.

Ela se sentava em uma rocha, observando o céu repleto de estrelas, e deixava a brisa noturna tocar seu rosto. Sentia falta de Kara ao seu lado, da presença forte e reconfortante da mulher que amava.

Lena murmurava para si mesma: "Espero que ela esteja bem. Espero que ela esteja cuidando de si mesma."

O som do vento que soprava entre as árvores era suave, mas havia uma melancolia que ela não conseguia afastar completamente. O aroma da terra e das plantas ao redor parecia mais denso à noite, como se a própria natureza sentisse sua preocupação.

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Enquanto a construção da casa de Kara avançava, Lena sentia uma mistura de emoções. Havia uma alegria genuína em preparar um lugar especial para a mulher que amava, mas também um certo vazio pelas semanas que passavam sem Kara ao seu lado. Lena sabia que Kara estava realizando um trabalho essencial, protegendo os pesquisadores enquanto eles coletavam dados valiosos, mas a saudade era palpável.

Em uma dessas noites solitárias, após mais um dia de trabalho na construção, Lena sentou-se na sala da casa de Kara, onde as paredes já começavam a tomar forma, e decidiu escrever algo especial para Kara. Queria deixar uma carta para ela encontrar quando a casa estivesse pronta, algo que expressasse tudo o que estava sentindo.

Lena pegou uma folha de papel e uma caneta e começou a escrever, sua caligrafia fluindo suavemente sob a luz suave das lâmpadas.

"Querida Kara,

Em meio a toda essa construção, ao som dos martelos e ao cheiro da madeira recém-cortada, minha mente sempre volta a você. Cada tábua que colocamos, cada detalhe que ajustamos, é feito com tanto amor e cuidado, porque sei que, quando você finalmente voltar, este lugar será seu lar.

Queria que você soubesse o quanto é admirada por todos aqui. Não é apenas a líder da defesa externa ou a exploradora destemida que inspira a todos, mas também a pessoa resiliente e forte que você é, sempre se preocupando com o bem-estar de cada um de nós. Os colonos estão construindo esta casa com tanto zelo porque veem em você um símbolo de esperança e proteção, alguém que, mesmo em tempos difíceis, nunca desiste.

Esta casa, será um refúgio para você depois de dias longos e desafiadores. Eu quis que cada canto, cada detalhe, refletisse o que você representa: segurança, amor, e um futuro brilhante. Este jardim, que ainda é apenas um esboço, será um lugar onde você poderá descansar e encontrar paz. Plantarei flores que sei que você vai adorar, aquelas que trazem cor e vida ao lugar, assim como você faz por todos nós.

Espero que, quando você abrir esta porta pela primeira vez, sinta todo o carinho que foi colocado em cada parte desta construção. Esta não é apenas uma casa, é o lugar onde espero que possa construir suas memórias, onde possa sonhar
e planejar o futuro.

Com todo o meu amor e saudade,

Lena."

Lena dobrou cuidadosamente a carta, prendendo-a com um pequeno laço de fita, e a guardou em um compartimento secreto na estrutura da lareira que ficava na sala de estar da casa de Kara. Um presente para ser descoberto apenas quando Kara estivesse de volta, um lembrete de que, mesmo nos momentos em que estivessem distantes, Lena sempre estaria presente, de uma forma ou de outra.

Kara no Campo

Enquanto isso, no acampamento dos pesquisadores, Kara mantinha uma rotina rigorosa. Ela liderava as patrulhas diárias, observava a paisagem em busca de qualquer sinal de perigo e ajudava os pesquisadores a montar suas estações de trabalho. Mas, mesmo em meio a essa rotina exaustiva, seus pensamentos muitas vezes vagavam até Lena.

Havia momentos em que Kara se pegava olhando para o horizonte, onde as montanhas se encontravam com o céu, e se perguntava o que Lena estaria fazendo naquele exato momento. Ela se perguntava se Lena estava bem, se estava cansada, se sentia saudades tanto quanto ela sentia.

Em uma dessas noites, enquanto os pesquisadores se recolhiam em suas barracas, Kara se afastou do acampamento, subindo em uma colina próxima para ter uma visão mais ampla do vale abaixo. Ela se sentou no chão duro e esfregou as palmas das mãos, sentindo a terra fria e áspera sob seus dedos. O cheiro da vegetação ao seu redor era forte e terroso, misturado com o aroma distante do rio que corria ao longe.

Kara respirou fundo, permitindo que o ar fresco enchesse seus pulmões. Fechou os olhos e, por um breve momento, imaginou Lena ao seu lado, segurando sua mão, rindo com ela sobre as pequenas coisas que compartilhavam.

Kara pensava em voz alta: "Estou quase em casa, Lena. Só mais um pouco de tempo, e estarei de volta."

A Construção da Casa de Kara

Na colônia, a casa de Kara estava quase concluída. Lena, Alex e os colonos trabalhavam juntos, dia após dia, cuidando dos últimos detalhes. A estrutura estava de pé, forte e robusta, como Kara gostaria. As janelas, amplas e estratégicas, foram posicionadas de maneira a capturar a luz do sol em diferentes momentos do dia, enchendo o interior de uma luminosidade suave e acolhedora.

Alex, sempre meticulosa, inspecionava cada canto, certificando-se de que tudo estivesse perfeito.

Alex comentou com Lena, enquanto ajustavam as últimas tábuas no telhado: "Ela vai amar isso. Não posso esperar para ver a expressão no rosto dela quando ela finalmente entrar nessa casa."

Lena sorriu, imaginando aquele momento. Ela imaginou Kara abrindo a porta pela primeira vez, caminhando pelos cômodos, talvez até surpresa ao ver o jardim que Lena havia começado a plantar nos fundos. O cheiro da madeira nova misturava-se ao aroma das plantas que começavam a crescer no jardim, criando uma sensação de lar que aquecia o coração de Lena.

Os colonos também estavam animados. Eles sabiam o quanto Kara tinha feito por eles, protegendo-os desde o início, garantindo que todos estivessem seguros e que a colônia prosperasse. Essa casa era um símbolo de tudo o que Kara representava para eles: força, segurança, e um futuro promissor.

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Enquanto Kara e sua equipe estavam no campo, a colônia continuou a evoluir. Winn, o engenheiro civil, era incansável em seus esforços para transformar a colônia em um verdadeiro lar para todos.

Além da casa de Kara, que agora estava praticamente concluída, Winn supervisionou a construção de uma pequena igreja, atendendo ao pedido dos colonos que queriam um lugar para se reunir e encontrar conforto espiritual.

A Pequena Igreja

A igreja foi uma das primeiras estruturas a ser concluída, construída com o esforço conjunto dos colonos que viam nela um símbolo de fé e união. Apesar de sua simplicidade, a igreja tinha uma presença marcante. Feita de madeira local, suas paredes eram robustas, e o teto inclinava-se suavemente, permitindo que a luz do sol entrasse pelas janelas estreitas e altas.

O altar, esculpido à mão pelos artesãos da colônia, era uma obra de arte em si, representando cenas da vida cotidiana na colônia, misturadas com símbolos de esperança e fé. O cheiro de madeira polida e cera de vela permeava o ar, criando uma atmosfera de serenidade.

No exterior, um pequeno jardim foi plantado, onde as flores locais começaram a florescer, trazendo cor ao ambiente. Os bancos, simples mas confortáveis, foram dispostos de forma a criar um espaço íntimo, onde os colonos podiam se reunir para orar, meditar ou simplesmente encontrar um momento de paz.

Imagina a igreja igual a da foto

A Escola Comunitária

A escola comunitária, outro projeto importante liderado por Winn, foi pensada para ser um espaço multifuncional, capaz de acomodar não apenas as crianças da colônia, mas também servir como centro de aprendizado e desenvolvimento para adultos.

Com paredes feitas de uma combinação de madeira e pedra, a escola tinha um design que permitia a ventilação natural, mantendo o ambiente fresco e confortável. As janelas, amplas e bem posicionadas, enchiam as salas de aula com luz natural durante o dia, enquanto as lâmpadas forneciam iluminação suave para as aulas noturnas.

Cada sala de aula foi equipada com mesas e cadeiras feitas à mão, com quadros de madeira pendurados nas paredes para que os professores pudessem anotar suas lições. O cheiro de tinta fresca ainda estava presente, misturado ao aroma das plantas que cresciam nos vasos ao longo do corredor principal.

O pátio da escola era amplo, cercado por árvores e arbustos que forneciam sombra e um espaço seguro para as crianças brincarem e explorarem. Lena e Alex, juntamente com outros colonos, haviam plantado uma variedade de plantas comestíveis e flores ao redor da escola, criando um ambiente vibrante e cheio de vida.

No centro do pátio, uma grande árvore, que havia estado lá muito antes da colônia ser construída, se erguia majestosa. Seus galhos forneciam sombra natural, e ao seu redor, foram construída uma escada e espaçoso, criando um espaço onde alunos e professores podiam se reunir ao ar livre para discussões e atividades.

A escola era um reflexo do espírito da colônia: um lugar onde todos podiam aprender, crescer e se preparar para o futuro, mesmo em um ambiente tão distante e desafiador como o Cretáceo.

Imagina a escola parecida com a foto

Além dessas, as casas dos colonos também estavam sendo erguidas rapidamente. Cada nova estrutura representava mais uma família que encontrava seu lugar na colônia, um lar onde podiam se sentir seguros e começar uma nova vida. Os sons de construção eram constantes, mas não importunavam; pelo contrário, eram sinais de progresso e esperança.

Winn, exausto mas satisfeito, comentou com Alex enquanto observavam o trabalho:"Estamos construindo mais do que uma colônia. Estamos construindo um futuro. Um lugar onde todos podem encontrar paz, mesmo em meio ao desconhecido."

Alex assentiu, sentindo o peso das palavras de Winn. Ela sabia que cada tijolo, cada viga, era um passo em direção a esse futuro. E ela não poderia estar mais orgulhosa de todos que estavam tornando isso possível.

O Retorno à Colônia

Após um mês no campo, chegou o momento de Kara e os pesquisadores retornarem à colônia. As descobertas feitas durante aquele tempo eram numerosas e de grande importância. Eles haviam coletado uma grande variedade de amostras de plantas e animais, estudado os padrões climáticos locais e mapeado o terreno em detalhes. Agora, era hora de levar tudo de volta para o laboratório na colônia e começar a analisar os dados.

O dia estava quente e úmido, típico da era Cretácea, quando Kara e sua equipe de exploração retornaram à colônia. Os últimos trinta dias tinham sido intensos, repletos de descobertas e desafios. Enquanto o grupo adentrava a colônia, o som das folhas balançando ao vento e o canto distante dos pássaros pré-históricos se misturavam com as risadas e conversas dos colonos que, percebendo a chegada deles, começavam a se aproximar.

Kara sentiu um peso sair de seus ombros ao avistar a colônia. Mas foi quando seus olhos encontraram os de Lena, parada à distância com um sorriso largo e cheio de expectativa, que seu coração acelerou. Lena parecia radiante, seu cabelo preso em um coque despreocupado, com algumas mechas rebeldes soltas, e seus olhos verdes brilhando ao sol.

Sem hesitar, Lena correu na direção de Kara, atravessando o campo com passos decididos. Kara, tomada pela emoção do reencontro, largou todo o seu equipamento no chão, sem se preocupar onde caía. Ela abriu os braços, ansiosa para sentir o calor de Lena contra si.

Quando se encontraram, Lena se jogou nos braços de Kara, envolvendo o pescoço da namorada com força, enquanto Kara a segurava pela cintura, levantando-a do chão em um abraço apertado. A sensação do corpo de Lena, quente e suave, contra o seu, trouxe uma onda de conforto e alegria que Kara nem sabia que precisava tanto. Os sons ao redor, as vozes, os passos, tudo desapareceu por um momento. Kara fechou os olhos, sentindo o perfume familiar de Lena, um misto de lavanda e algo doce, que sempre a acalmava, enquanto Lena sussurrava em seu ouvido:

"Eu senti tanto a sua falta."

Kara inclinou a cabeça e encontrou os lábios de Lena em um beijo apaixonado. Foi um beijo profundo e cheio de saudade, como se o mundo ao redor não existisse. E, por um instante, realmente não existia. Apenas elas duas, conectadas por algo muito mais forte do que qualquer desafio que tivessem enfrentado.

Quando se separaram, ambas sorriram, sem precisar de palavras para expressar o quanto aquele reencontro significava. Kara, ainda com Lena nos braços, sussurrou de volta:

"Eu também senti sua falta, mais do que posso explicar."

À medida que as duas se aproximavam do resto do grupo, as risadas e conversas entre os colonos se tornavam mais evidentes. Cada membro da equipe de pesquisa foi recebido calorosamente por suas famílias e amigos. Havia abraços, risos, e uma sensação de alívio no ar. Aqueles que estavam longe finalmente estavam de volta, e todos ali sabiam o quanto era precioso cada momento juntos.

Após esses instantes emocionantes de reencontro, os colonos começaram a se dispersar aos poucos, murmurando entre si enquanto se dirigiam discretamente para outro lugar. Kara, distraída pelo reencontro, não percebeu o movimento coordenado, mas Lena, com um sorriso travesso, sabia exatamente o que estava acontecendo.

"Vamos dar uma volta?" sugeriu Lena, entrelaçando os dedos nos de Kara, puxando-a levemente. "Acho que precisamos de um tempo só para nós."

Kara assentiu, ainda encantada pelo momento do reencontro. Juntas, caminharam em silêncio por entre as árvores que cercavam a colônia, o som suave das folhas farfalhando ao vento trazendo uma sensação de paz. O cheiro fresco da vegetação e da terra úmida preenchia o ar, enquanto o calor do sol que passava entre as folhagens aquecia suas peles. Lena a conduzia por um caminho que Kara não reconhecia imediatamente, mas confiava plenamente na namorada.

Ao se aproximarem de uma clareira, Lena parou por um momento, segurando a mão de Kara um pouco mais firme. Kara notou a mudança de humor, sentindo o coração de Lena bater um pouco mais rápido através de sua palma.

"O que foi? "perguntou Kara, curiosa, notando o brilho nos olhos de Lena.

"Apenas... continue comigo" Lena respondeu com um sorriso enigmático, inclinando-se para dar um selinho suave em Kara, deixando-a com um gostinho de algo mais por vir.

Ao passarem pela última fileira de árvores, Kara viu que a clareira se abria em um espaço incrivelmente bonito. Um gramado verde e limpo estendia-se diante delas, e no meio, erguia-se uma casa recém-construída. Ela parou, surpresa, enquanto os colonos que estavam ali escondidos surgiam de seus esconderijos com sorrisos de orelha a orelha.

Casa da Kara

"Surpresa!" gritaram em uníssono, suas vozes ecoando pela clareira.

Kara ficou imóvel, completamente atônita. Ela olhou para Lena, tentando entender o que estava acontecendo. Lena sorriu, segurando a mão de Kara um pouco mais apertada, seus olhos cheios de carinho e uma pontada de emoção.

"Vai em frente" Lena disse suavemente tocando em seu ombro.

"Todas as suas respostas estão aqui, Kara" sussurrou Lena, com um brilho de mistério e emoção nos olhos. "Vá em frente, descubra."

E com isso, Kara deu mais um passo dentro da casa, pronta para desvendar o que mais aquele momento mágico lhe reservava.

Continua...

Chega de momentos ruins e triste nessa história, agora é só romance, conquistas, alegrias e alguns desafios!!

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