O Dia que a Liberdade Chegou
Três anos se passaram desde que Lena deu à luz aos gêmeos Axel e Leon, símbolos vivos de esperança e renascimento em um mundo que parecia destinado ao fim. Agora, esses pequenos exploradores estão prontos para dar seus primeiros passos em uma Terra que está renascendo junto com eles.
Axel e Leon, com seus olhos verdes brilhantes e curiosos, representam uma nova geração de seres humanos que nunca conheceram o antigo mundo e nem o mundo de 2150. Para eles, a redoma que os protegeu desde o nascimento é o único lar que conhecem, uma barreira entre a segurança do presente e o mistério do exterior. Hoje, porém, eles testemunharão algo que mudará para sempre suas vidas e as de todos ao seu redor: a retração da grande redoma.
Há meses, cientistas, engenheiros e os militares trabalharam arduamente para avaliar a possibilidade de remover a redoma que abrigava a humanidade desde os primeiros dias após o impacto. Testes foram conduzidos, o solo foi examinado, a qualidade do ar medida em cada detalhe. A decisão de remover a redoma não foi tomada levianamente, ela representa um passo monumental para todos os que sobreviveram ao impacto e para as gerações que estão por vir.
Kara, uma figura que todos admiram e confiam, está à frente dessa decisão. Ela liderou a equipe de avaliação ambiental e está confiante de que o mundo está pronto para recebê-los novamente. O ambiente se mostrou favorável: a vida vegetal e animal prospera, os níveis de radiação são seguros, e o ar... o ar é respirável. Hoje, Kara irá liderar a cerimônia de remoção da redoma, um evento que será lembrado por gerações como o momento em que a humanidade finalmente se libertou da sombra do impacto.
A Grande Remoção: A Ansiedade da Esperança
A colônia inteira se reúne ao centro da redoma, um imenso escudo de aço, polímeros de nanotecnologia e campo magnético que os protegeu dos elementos e de um mundo que se tornou, por muito tempo, inóspito. Agora, todos olham com nervosismo e expectativa, com os corações acelerados e mãos entrelaçadas, prontos para um novo começo.
Kara, com sua postura confiante e olhar decidido, sobe em um pequeno pódio montado no centro da colônia. Ao seu lado estão Lena, com Axel no colo, e Alex, segurando Leon, que olha em volta com seus olhos grandes e cheios de curiosidade. Os meninos, embora jovens demais para entenderem plenamente a magnitude do que está prestes a acontecer, sentem a eletricidade no ar. É como se o próprio planeta estivesse prendendo a respiração, esperando o momento certo para saltar.
"Hoje," Kara começa, sua voz clara e firme ecoando pelo espaço, "celebramos não apenas uma década de sobrevivência, mas também o renascimento da nossa Terra e de nós mesmos. Durante esses anos, aprendemos a sobreviver, a lutar e a nunca perder a esperança. Agora é hora de vivermos novamente, de sairmos para o mundo e nos tornarmos parte dele."
Ela faz uma pausa, olhando para cada rosto diante dela, sentindo o peso da responsabilidade e da promessa que está prestes a fazer. "A remoção da redoma marca o começo de um novo capítulo para todos nós. Não seremos mais uma colônia isolada e protegida. Seremos parte da Terra novamente. Respiraremos o mesmo ar, pisaremos no mesmo solo, e, juntos, reconstruiremos o que foi perdido."
Todos se reuniram perto da saída principal. Os gêmeos Axel e Leon, agora com três anos, estavam nos braços de Lena e Kara, curiosos e agitados. A multidão vibrava com uma mistura de nervosismo e excitação.
Lena, segurando Leon firmemente contra o peito, olhava para Kara com um sorriso terno. "Estou tão orgulhosa de você. Você liderou todos nós até este momento. E agora... vamos ver o mundo se libertando."
"Juntas, Lena. Sempre juntas."
A voz de Winn ecoou por cima do murmúrio ansioso da multidão.
"Está tudo pronto! O sistema de retração da redoma está configurado para começar em um minuto. Preparem-se!"
O coração de todos bateu mais forte ao ouvir essas palavras. A redoma começaria a abrir lentamente, revelando o céu e a terra além. As mãos se apertaram em nervosismo e antecipação. O som dos mecanismos começando a girar ressoou pelo ar, um zumbido baixo que ecoava na estrutura metálica.
Axel, curioso, esticou a mãozinha para o céu.
"Luz! Mamãe, luz!"
"Sim, meu amor. Luz." disse Kara sorrindo, com os olhos brilhando de lágrimas.
O barulho se intensificou, e uma rachadura fina de luz começou a surgir no topo da redoma, alargando-se lentamente. O primeiro sopro de ar fresco entrou, trazendo consigo o cheiro inconfundível de terra molhada e folhas frescas.
Caitlin, ao lado de Barry, fechou os olhos e inalou profundamente.
"O cheiro de casa... é tão bom sentir isso de novo."
"Nunca pensei que sentiria o cheiro da terra como algo tão precioso." disse Barry
A redoma continuava a se abrir, o som de metal rangendo contra metal mesclando-se com os murmúrios e suspiros de surpresa dos colonos. À medida que o teto se abria mais, um vento suave entrou, acariciando os rostos das pessoas. Alguns riram, outros choraram. Todos estavam em um estado de maravilha absoluta.
Quando a redoma estava quase totalmente aberta, um pequeno inseto, voou para dentro, circulando brevemente antes de sair novamente. A cena arrancou aplausos e gritos de alegria dos colonos.
"É isso! Estamos livres!" gritou Winn
A multidão explodiu em aplausos e lágrimas. Pessoas se abraçavam, riam e choravam ao mesmo tempo. A emoção era palpável, quase como uma corrente elétrica que passava por todos ali.
O Primeiro Sopro de Liberdade
Um vento suave percorre a colônia, acariciando os rostos dos que ali estão. É um sopro de ar fresco, carregado do cheiro de terra, plantas e vida. É um ar que carrega consigo anos de dor e esperança, de luta e sobrevivência. Os rostos dos colonos se iluminam. Alguns sorriem, outros choram em silêncio, abraçando aqueles que amam. O sentimento é universal: liberdade.
Os grandes portões da colônia foram abertos, revelando o mundo além. Havia um silêncio reverente entre os colonos, cada um segurando a respiração, como se o próprio ar lá fora fosse algo sagrado. Quando o sol finalmente iluminou o chão do lado de fora dos portões, todos puderam ver o lindo tapete de musgos que cobria o solo. Aquele verde vibrante, parecia acolher a todos com uma suave promessa de renovação.
Hope, a filha de Caitlin e Barry, que sempre estivera perto de Ruby, aproveitou o momento de distração para soltar a mão de sua amiga e correr para fora. Ruby, embora mais velha agora, não conseguia deixar de sorrir ao ver a alegria pura de Hope ao pisar pela primeira vez no tapete de musgos.
"Vai, Hope! Vai explorar o seu novo lar!" disse Ruby cheia de emoção
Hope girava e corria pelo musgo, seus pequenos pés afundando na suavidade verde. Ela ria, seu riso infantil ecoando como música, contagiando a todos ao redor.
Axel e Leon, nos braços de suas mães, observavam a cena com olhos curiosos e brilhantes. Eles se contorciam, impacientes, pequenos pés chutando o ar, enquanto suas pequenas mãos estendiam-se para frente, como se já entendessem o significado de liberdade.
"Lá... lá fora!" balbuciou Axel.
"Ir... mamãe, ir!" disse Leon rindo, tentando se libertar do colo de Lena.
Kara olhou para Lena, ambas sorrindo. Elas sabiam que aquele era um momento que nunca esqueceriam. Com um aceno mútuo, elas baixaram os gêmeos ao chão, sentindo o leve tremor de excitação que atravessava seus próprios corpos.
Os meninos, ainda cambaleando enquanto aprendiam a andar, deram seus primeiros passos incertos no novo mundo. Cada passo era acompanhado por um pequeno tropeço, mas seus rostos estavam iluminados com pura alegria. Ao seu lado, Serena estava pronta para correr. Ela olhou para Kara, esperando apenas o comando.
"Vai, Serena. Você está livre."
Serena disparou como um raio, seus músculos trabalhando em harmonia enquanto corria pelo campo aberto. Ela parecia quase flutuar sobre o musgo, a velocidade e agilidade da cachorra sendo uma visão impressionante. Mas, ao perceber que os gêmeos estavam andando, ela desacelerou e retornou, seus instintos protetores assumindo o controle. Ela se colocou ao lado dos meninos, sua presença calma e segura encorajando Axel e Leon a darem passos mais ousados.
"Olha só para eles... tão pequenos, mas tão corajosos." sussurrou Lena para Kara, com um sorriso emocionado.
"Como nós, Lena. Corajosos como nós." afirmo Kara com lágrimas nos olhos, mas sorrindo.
À medida que os colonos começaram a sair da colônia, cada um deles experimentou o novo mundo que os esperava. Os olhos arregalados, respirações profundas cheias de ar fresco e o som suave do vento nas plantas criaram uma sinfonia de emoções. Havia risos, lágrimas, sussurros de surpresa e gritos de alegria.
Uma mulher mais velha, Ana, começou a chorar. Suas lágrimas rolavam pelo rosto enrugado enquanto ela estendia as mãos trêmulas para o céu.
"Eu pensei que nunca mais sentiria o sol no meu rosto assim."
Outros colonos estavam abraçando-se, alguns caindo de joelhos no chão, tocando o solo, chorando de alegria. Uma jovem gritava, girando em círculos com os braços abertos, seu riso ecoando no ar fresco.
"Estamos livres! Estamos finalmente livres!"
Os colonos se moviam como uma onda de emoções, alguns rindo, outros chorando, outros apenas parados, com expressões de admiração e descrença. A mistura de emoções era quase tangível, um tecido vibrante de alegria, alívio e esperança.
Quando todos cruzaram os portões, pararam, encantados com o que viam. Ao redor da colônia, um grande cinturão de árvores frutíferas se erguia, imponente e acolhedor. Cada árvore carregava frutos maduros e suculentos, um milagre da terra. Elas estavam ali, todas essas árvores, plantadas por Lionel e Miguel e sua equipe, símbolos de esperança e perseverança.
Os colonos começaram a se mover em direção às árvores, tocando os troncos, cheirando as folhas, arrancando um ou outro fruto para sentir seu sabor. O cheiro doce das frutas maduras enchia o ar, misturando-se com o cheiro fresco do musgo e da terra molhada.
Um Jovem mordeu uma maçã e sorriu com o suco escorrendo pelo queixo.
"É tão doce!" mencionou o jovem
Um sentimento de alegria e gratidão tomou conta de todos.
Kara e Lena ficaram lado a lado, observando o sorriso no rosto dos gêmeos enquanto eles tentavam pegar uma flor de musgo.
"Olhe para eles, Lena. Este é o mundo que desejamos para eles." disse Kara
Lena assentiu, seus olhos fixos nos gêmeos, mas sua mente estava em todos os outros também.
"É o mundo deles. E agora, finalmente, é um lugar onde eles podem crescer livres."
E ali, no meio daquele tapete de musgo verde, sob o sol brilhante, com árvores frutíferas ao redor, eles experimentaram a verdadeira liberdade pela primeira vez. O vento soprou suavemente, sussurrando promessas de um futuro cheio de esperança, prosperidade, desafios e muito amor.
Fim!!
Ainda terá dois capítulos extras
Aviso:
Pessoal lembre-se tentei trazer o máximo que pude de realidade para a história, mas ela é fictícia, o mundo pós impacto só se tornou habitável após alguns séculos ou milhares de anos depois.
Quem ai se lembra da Titanoboa (a grande serpente) que mencionei na história? Ela só apareceu na terra a milhares de anos após o grande impacto do meteoro.
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