O Apagão
O sol despontava no horizonte, banhando a colônia com uma luz dourada. Na Torre de Vigia Central, Kara, Alex e Oliver se reuniam para discutir algo que há muito tempo estava em suas mentes: o futuro da colônia. O espaço da torre, antes suficiente, agora parecia pequeno e insuficiente para as necessidades crescentes da comunidade.
Kara olhou ao redor da sala estreita e suspirou. "Não podemos mais continuar fazendo nossas reuniões aqui," começou ela, a voz firme, mas carregada de preocupação. "Este lugar serviu bem ao seu propósito, mas agora é pequeno demais e não oferece o que realmente precisamos. As pessoas precisam viver num lugar seguro e não se sentir proibidas de frequentar o centro comunitário porque nossas armas, equipamentos e outros recursos estão sendo mantidos lá. Aquele lugar foi criado para reunir todos, para convivermos e nos divertirmos, e não para ser um armazém improvisado."
Oliver, sempre prático, assentiu enquanto cruzava os braços. "Concordo. Precisamos de um espaço dedicado, um centro de operações que não só organize nossos recursos, mas também que seja o coração estratégico da colônia."
"E onde você sugeriria construirmos isso?" perguntou Alex, inclinando-se para frente, seus olhos verdes fixos nos de Kara.
Kara apontou para o grande espaço aberto próximo à torre de vigia. "Ali. Temos espaço suficiente para erguer uma estrutura robusta e funcional. Precisamos de uma Sala de Controle Principal para monitorar tudo o que acontece dentro e fora do perímetro, além de uma Sala de Reunião e Planejamento para nossas discussões estratégicas. E, claro, precisamos liberar o centro comunitário para que as pessoas possam usá-lo como pretendido."
Oliver esboçou um leve sorriso. "Vamos usar aquele espaço, então. Precisamos convocar Winn, Cisco e John Anderson para nos ajudar a criar a planta desse novo centro. Eles são os melhores engenheiros que temos."
E assim, o planejamento começou. No mesmo dia, os engenheiros foram chamados e receberam o desafio: em três dias, precisariam criar o projeto do centro de operações, fazendo todas as medições e desenhando as plantas.
O Sonho de Sam
Enquanto os engenheiros trabalhavam em suas tarefas, outra história começava a se desenrolar. Sam Arias, esposa de Alex, sempre foi uma mulher apaixonada por história. Quando vivia em 2150, era apenas uma bibliotecária, criando sua pequena filha Ruby sozinha. Sam sempre sonhou em fazer mais, em deixar um legado. Ela até começou a cursar História, mas nunca conseguiu terminar o curso. O peso da responsabilidade, a criação de Ruby e as dificuldades da vida cotidiana a impediram de alcançar esse sonho.
Agora, vivendo na colônia do Cretáceo, Sam sentia que não estava contribuindo tanto quanto poderia. Embora ajudasse na alimentação da colônia, havia pessoas mais experientes, como Lillian, que assumiam a liderança. Uma manhã, após levar Ruby à escola, Sam sentou-se para tomar café com Alex. Ela suspirou, revelando o peso que carregava.
“Alex, eu me sinto... inútil às vezes,” confessou Sam, seus olhos baixos. “Não estou fazendo nada que realmente importe. Antes de vir para cá, eu tinha sonhos, coisas que queria realizar, mas tudo ficou pelo caminho.”
Alex segurou a mão de Sam com carinho. “E o que você gostaria de fazer? Como posso te ajudar a voltar a esse sonho?”
Um sorriso tímido surgiu no rosto de Sam. "Quando ainda estava em 2150, meu sonho era me formar em história. Quase consegui, mas… a vida aconteceu, e eu tive que deixar isso para trás. Mas agora, aqui, vejo uma nova oportunidade. Eu estava pensando… e se eu ajudasse a estruturar a nova grade curricular da escola? Posso usar meu conhecimento e começar a escrever um livro de história didático, contando tudo o que aconteceu desde o nosso futuro até o nosso presente. Seria uma forma de ensinar às próximas gerações como a humanidade sobreviveu.
Alex sorriu, cheia de orgulho. “Isso é incrível, Sam. Seria uma contribuição enorme para todos nós, e eu vou estar ao seu lado em cada passo. Você vai deixar um legado que ninguém jamais vai esquecer.”
Com o apoio de Alex, Sam encontrou uma forma de retornar ao seu sonho interrompido, mas agora com um propósito ainda maior. A partir daquele dia, Sam começou a trabalhar na escola, estruturando a grade curricular e iniciando a escrita do livro que se tornaria um legado para as gerações futuras. Ela também assumiu a responsabilidade pela pequena biblioteca da escola, transformando-a em um centro de aprendizado e inspiração.
O Resgate
Mas o Cretáceo era um lugar imprevisível. Enquanto todos estavam concentrados em seus afazeres, um dos militares na torre de vigia notou uma movimentação anormal na floresta próxima. Ele pegou o binóculo e seu estômago gelou ao ver um dinossauro carnívoro Tyrannosaurus rex espreitando um grupo de herbívoros Edmontossauro que pastava tranquilamente com seus filhotes. Ele imediatamente pegou o rádio e chamou por Kara.
Kara, que estava perto da torre central com Alex e Oliver, correu para a vigia. Ao ver a situação, não hesitou. "Precisamos afastar aquele carnívoro antes que ele ataque os filhotes."
Ela pegou uma arma, sem perder tempo, deu instruções rápidas para que os portões fossem abertos. Com o coração batendo forte, ela correu para o campo, enquanto os colonos, curiosos, se aglomeraram perto da cerca, observando enquanto Kara avaliava a situação. As crianças, encantadas, assistiam ao heroísmo de Kara.
Lena, que estava entre os colonos, assistia com orgulho e apreensão enquanto Kara corria em direção ao perigo. Ela sabia que Kara sempre faria o que fosse necessário para proteger todos, até mesmo os animais que compartilhavam aquele tempo e espaço com eles.
Kara disparou tiros para o alto, assustando o T-Rex, que saiu em disparada para dentro da floresta. Mas quando ela se aproximou do Edmontossauro ferido, viu que ele estava muito debilitado para se mover. Os filhotes estavam ao redor da mãe, sem entender o que estava acontecendo.
Edmontossauro
"Precisamos tirar esse animal daqui," disse Kara pelo rádio. "Está escurecendo, e deixá-lo aqui seria perigoso tanto para eles quanto para nós."
Com a ajuda dos colonos e dos militares, o dinossauro ferido e seus filhotes foram levados para dentro do perímetro da colônia. Um cercado improvisado foi rapidamente montado, e o veterinário foi chamado para começar os cuidados. Era evidente que a noite seria longa para todos ali. O veterinário começou a tratar das feridas do Edmontossauro, e a colônia se uniu em torno dos esforços para salvar a vida do animal.
Enquanto Kara cuidava dos últimos detalhes com o veterinário, Lena se aproximou, sorrindo com orgulho.
"Você realmente não consegue evitar, não é?" disse Lena, os olhos brilhando de admiração.
Kara deu de ombros, um sorriso cansado no rosto. "Não consigo. Eles precisam de nossa ajuda tanto quanto nós precisamos deles."
Lena a abraçou, e por um momento, o tempo pareceu parar. Naquele instante, Kara sentiu que, apesar de todas as dificuldades, estava exatamente onde precisava estar.
Na manhã seguinte, com o Edmontossauro fora de perigo, Kara e o veterinário conduziram mãe e filhotes de volta à natureza. Os portões da colônia se abriram, e o Edmontossauro, agora revigorado, liderou seus filhotes para a floresta, sob os olhares emocionados dos colonos. Kara deu um último aceno enquanto os animais desapareciam entre as árvores, sentindo-se satisfeita por ter feito a diferença mais uma vez.
Inauguração do Centro de Operações
Nos dias seguintes, a construção do centro de operações prosseguiu com uma intensidade renovada. O incidente com o dinossauro ferido havia lembrado a todos da importância de estarem preparados para qualquer eventualidade. Winn, Cisco e John Anderson trabalharam incansavelmente para garantir que o centro estivesse equipado com tudo que fosse necessário para manter a colônia segura.
Os militares, sempre prontos para ajudar, colaboraram na construção, levantando paredes e instalando sistemas com uma rapidez impressionante.
Daniel, o engenheiro elétrico, foi fundamental na instalação das instalações de energia e climatização, garantindo que o centro estivesse totalmente funcional e seguro. Ele supervisionou cada conexão, cada fio, certificando-se de que o fornecimento de energia fosse estável e eficiente, e que o controle de acesso estivesse funcionando perfeitamente.
Em um mês e meio, o centro estava completo. Com tudo em seu lugar, o centro de operações foi inaugurado em uma pequena cerimônia. Todos os envolvidos se reuniram na entrada do novo edifício. O centro de operações estava pronto, uma fortaleza de segurança e estratégia, preparada para enfrentar qualquer desafio que o Cretáceo pudesse apresentar.
Kara, Alex, Oliver e os engenheiros olhavam para a estrutura com orgulho. "Conseguimos," disse Kara, sua voz carregada de emoção.
O grupo entrou no novo centro de operações, prontos para enfrentar os desafios que viriam. A colônia estava mais forte do que nunca, e os colonos sabiam que o novo centro de operações seria crucial para seu futuro. O ambiente dentro do centro era impressionante. Cada detalhe havia sido pensado para garantir a segurança e a eficiência das operações.
Na Sala de Controle Principal, enormes telas mostravam os arredores da colônia em tempo real, capturando cada movimento na floresta e no perímetro. Winn e Cisco ajustavam os últimos detalhes dos sistemas de monitoramento, assegurando que tudo estivesse funcionando perfeitamente. Ali, qualquer sinal de perigo seria detectado imediatamente, e as decisões poderiam ser tomadas com base em informações precisas e rápidas.
Na Sala de Reunião e Planejamento, um mapa detalhado da região circundante estava pendurado na parede, com marcadores indicando áreas exploradas, locais de avistamento de dinossauros e pontos estratégicos. Era ali que Kara, Alex e Oliver, junto com os outros líderes da colônia, se reuniriam para discutir as estratégias e os próximos passos da colônia. O espaço era amplo e confortável, permitindo reuniões longas sem causar desconforto.
A Área de Armazenamento e Equipamentos estava organizada com precisão militar. Armas, ferramentas, suprimentos médicos estavam cuidadosamente etiquetados e armazenados em prateleiras de fácil acesso. Nada estava fora do lugar. John Anderson e os soldados que ajudaram na construção se certificaram de que tudo estivesse em ordem, prontos para qualquer emergência.
O Centro de Comunicações estava em constante atividade. Equipado com rádios de longo alcance e sistemas de comunicação por satélite, permitia que a colônia mantivesse contato com qualquer equipe de exploração ou missões fora do perímetro. Kara que tinha passado grande parte de sua vida em campo, sabiam da importância de uma comunicação eficaz e estavam satisfeitas com a qualidade da infraestrutura.
No Centro de Operações de Emergência, equipes de resposta rápida treinavam diariamente, prontas para qualquer situação que exigisse ação imediata. Ali, simulações de ataques de dinossauros, desastres naturais e outras emergências eram realizadas regularmente para garantir que todos soubessem o que fazer em um momento de crise.
Um Presságio do Céu
Kara, Alex, Oliver, e outros da colônia se reuniram na sala de controle principal, admirando o espaço que agora simbolizava a continuidade de sua missão. O engenheiro elétrico finalizou os últimos testes, certificando-se de que todos os sistemas estavam operando perfeitamente. Computadores, sistemas de comunicação, e até mesmo as armas estavam posicionadas e prontas para qualquer eventualidade.
Enquanto a noite caía sobre a colônia, as luzes do novo centro de operações iluminavam o horizonte, um sinal de que estavam preparados para qualquer desafio que o Cretáceo lhes reservasse.
Do lado de fora, o som tranquilo da natureza começava a tomar conta da noite. As pessoas que ainda se espalhados, conversando e aproveitando a brisa noturna, subitamente notaram algo incomum no céu. Um rastro luminoso cortava a escuridão, crescendo rapidamente em intensidade.
Lena, que estava na entrada do centro de operações, foi uma das primeiras a perceber. Ela apontou para o céu, seus olhos arregalados em surpresa. "O que é aquilo?" sua voz refletia tanto fascínio quanto preocupação.
Outros colonos começaram a olhar para cima, seus murmúrios transformando-se em vozes alarmadas. O brilho intenso se aproximava rapidamente, e, antes que alguém pudesse reagir, um pequeno meteorito atravessou a atmosfera, criando um breve, mas poderoso, impacto no solo, distante o suficiente para não causar danos diretos à colônia, mas perto o suficiente para ser sentido.
O chão tremeu levemente, e então, o silêncio foi interrompido por um súbito apagão. As luzes da colônia piscaram e, em seguida, se apagaram completamente, deixando todos na escuridão.
"Mas o que foi isso?" Lena sussurrou, olhando ao redor enquanto a escuridão tomava conta de tudo. Kara tinha vindo até ela e apertou sua mão, tentando transmitir segurança, mas até ela estava incerta sobre o que tinha acabado de acontecer.
Sem saber ainda que a queda do meteorito havia causado um impulso magnético, que temporariamente desligou toda a energia da colônia, os habitantes se perguntavam qual seria a extensão do impacto.
As estrelas no céu, que antes pareciam tranquilizadoras, agora pareciam observadoras silenciosas de um novo mistério que desafiaria a colônia em seu caminho para a sobrevivência.
E assim, no coração do Cretáceo, a colônia mergulhava em uma nova escuridão, com o presságio de que algo mais estava por vim.
Continua...
E aí o que será que vai acontecer agora? Ah, lembrando esse meteorito ainda não foi o meteoro que culminou na extinção dos dinossauros.
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