Entre Dois Tempos
Dias atuais (2150)
O jantar na casa dos Danvers transcorreu em um ambiente acolhedor e familiar. Eliza e Jeremayah recebiam Kara como parte de sua família, enquanto Alex apresentava orgulhosamente Samantha e Rubi.
Durante a refeição, Kara compartilhou momentos afetuosos com a pequena Rubi. A garotinha, cheia de energia, logo se aproximou dela, pedindo colo com um sorriso doce.
"Kara, me pega?", perguntou Rubi, estendendo os bracinhos para ela.
Kara sorriu e a ergueu no colo com carinho. "Claro, Rubi! Vamos nos divertir um pouco juntas."
Enquanto brincavam, Kara sentiu um aperto no coração. Sabia que aquele poderia ser um dos últimos momentos que compartilharia com Alex e sua família. Ela apreciava cada instante de normalidade, consciente de que em breve embarcaria em uma jornada perigosa e incerta.
Após o jantar, Kara pediu para falar a sós com Alex. Elas se dirigiram à varanda, um lugar onde compartilhavam seus momentos mais íntimos e sinceros.
"Alex", começou Kara, seu coração pesando com a gravidade da situação. "Eu preciso te contar algo. É sobre a minha missão."
Alex a olhou com curiosidade e preocupação. "O que está acontecendo, Kara? Você está bem?"
Kara respirou fundo, segurando as mãos de Alex com firmeza. "Eu vou partir em uma missão muito séria. É uma jornada sem volta, Alex."
Os olhos de Alex se arregalaram de surpresa e medo. "Sem volta? O que você quer dizer com isso, Kara?"
Kara olhou nos olhos de Alex, sentindo o peso da despedida iminente. "Nós nos consideramos irmãs, Alex. Eu consegui permissão para te contar. Acredito que vai funcionar, e eu espero... Eu espero que, quando for seguro, você também possa atravessar."
As palavras de Kara pairaram no ar, carregadas de significado e emoção. Ela sabia que não podia prometer um retorno, mas desejava que a missão fosse bem-sucedida para que pudessem se reunir novamente.
Alex lutou contra as lágrimas, abraçando Kara com força. "Kara, por favor, seja cuidadosa. Eu não sei o que faria se te perdesse..."
Kara a abraçou de volta, sentindo um misto de tristeza e determinação. "Eu prometo, Alex. Eu vou fazer de tudo para ficar bem."
Elas se separaram após um momento de silêncio carregado de emoção. Kara se afastou lentamente, caminhando em direção ao edifício de comando. Sua jornada estava apenas começando, mas o vínculo com Alex e a esperança de um reencontro um dia a mantinham forte.
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Kara caminhava pelos corredores silenciosos do quartel, seu passo ecoando levemente contra o piso de concreto. Era tarde da noite e tudo ao redor parecia ainda mais sombrio, os corredores iluminados apenas por luzes fracas. Ela respirava fundo, tentando conter a mistura de emoções que a invadia.
Ao chegar ao seu quarto no edifício de comando, Kara sentou-se à beira da cama, olhando para as paredes nuas e os poucos pertences pessoais que ali estavam. Ela pensava na conversa difícil que acabara de ter com Alex, a expressão preocupada da sua melhor amiga ainda vívida em sua mente.
"Como será que Alex vai lidar com isso?", Kara se perguntava em silêncio. Ela sabia que a notícia era um peso enorme para carregar, especialmente sabendo que era uma missão sem retorno. A ideia de partir para um destino tão incerto a deixava inquieta, mas sabia que era sua responsabilidade.
Lentamente, Kara retirou do bolso a única lembrança que levava consigo: um pequeno pingente de prata, presente de sua mãe quando era criança. Ela o segurou com carinho, deixando as lembranças da infância virem à tona. "Mãe...", murmurou baixinho para si mesma, sentindo a falta da figura materna que a inspirava até hoje.
Enquanto observava a luz fraca do luar penetrando pela janela entreaberta, Kara decidiu que seria sua última noite para refletir antes da missão. Ela precisava se preparar mentalmente para o que viria a seguir, mesmo que não soubesse ao certo o que esperar.
Com um suspiro profundo, Kara deitou-se na cama e fechou os olhos. Pensamentos sobre o futuro se misturavam com lembranças do passado, enquanto ela tentava encontrar um pouco de paz em meio à iminente jornada para o desconhecido.
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No dia seguinte, Kara se encontrava na ponte do portal, seu coração pulsando com uma mistura de nervosismo e determinação. Os cientistas que a acompanharam durante os últimos cinco anos se aproximaram dela. Cada um deles tinha um olhar de respeito e admiração nos olhos, sabendo que estavam testemunhando um momento histórico.
"Kara, você está pronta para isso?", perguntou o Dr. Peterson, um dos principais pesquisadores. Seus olhos azuis brilhavam com orgulho e preocupação genuína.
Kara respirou fundo, sentindo o peso da responsabilidade sobre seus ombros. "Estou, Dr. Peterson. Tudo o que aprendi e treinei me preparou para este momento."
O Dr. Peterson assentiu, colocando a mão no ombro dela. "Você é a nossa melhor esperança, Kara. Confiamos em você para descobrir um lugar onde possamos recomeçar."
Enquanto os cientistas se afastavam, os oficiais do exército se aproximaram. Eles sabiam da missão secreta de Kara e estavam ali para expressar seu apoio silencioso e respeito pela coragem dela.
O Coronel, um veterano condecorado, entregou a Kara uma mochila especialmente preparada. "Este é o seu kit de sobrevivência. Não sei o que encontrará do outro lado, mas sei que você está mais do que preparada para enfrentar qualquer desafio."
Itens dentro da mochila: Cordas, facas, armas de fogo, barraca, cantil, facão, roupas resistentes, botas firmes, um acendedor de fogo, alguns remédios básicos, linhas e anzóis, lanternas, binóculos e equipamentos de comunicação especialmente projetados para Kara estavam cuidadosamente organizados.
Kara pegou a mochila com gratidão, sentindo o peso dos equipamentos que simbolizavam sua independência e confiança. Ela olhou para o Coronel com determinação. "Obrigada, Coronel. Vou fazer o meu melhor."
O Primeiro Ministro se aproximou em seguida, sua expressão séria e esperançosa. "Kara, o destino de nossa espécie está em suas mãos. Confiamos em você para encontrar um lugar onde possamos reconstruir nossas vidas com segurança."
Kara olhou para o portal diante dela, uma distorção na realidade que representava sua única chance de fazer a diferença. Ela fechou os olhos por um momento, reunindo suas forças internas. O som do vento sussurrava ao redor deles, carregando o peso das palavras e expectativas depositadas sobre ela.
Ela se virou para olhar para trás, encontrando o olhar encorajador de seus colegas e superiores. Cada um deles representava não apenas seus mentores e companheiros, mas também a última conexão com a Terra.
Com um gesto determinado, Kara fez um símbolo de esperança, prometendo a si mesma e aos outros que ela voltaria. "Eu vou encontrar um lugar, um lar para nós", murmurou para si mesma, deixando que suas palavras carregassem a promessa de um futuro melhor.
Kara olhou para o portal, sentindo a tensão e a expectativa no ar. Respirou fundo, ajustou a mochila com todos os equipamentos necessários, e então olhou para trás uma última vez.
Ao atravessar o portal, Kara sentiu uma estranha vertigem. A luz brilhante ao seu redor se distorceu em cores e formas que nunca vira antes. O ar, fresco e puro, encheu seus pulmões, trazendo um aroma de vegetação e terra úmida. Seus olhos azuis brilharam de admiração ao ver um mundo verde e exuberante, tão diferente da paisagem urbana e cinzenta de seu tempo.
Paisagem do Cretáceo
Ela se sentiu pequena diante da grandiosidade da natureza, mas ao mesmo tempo imbuída de um propósito maior. O vento suave balançava as folhas das árvores pré-históricas, enquanto sons de pássaros desconhecidos ecoavam ao longe.
Kara sabia que ali começava sua jornada, uma missão para descobrir se este era realmente um lugar onde a humanidade poderia recomeçar.
Enquanto isso, do lado de cá do portal, os cientistas, militares e o primeiro ministro observavam com um misto de esperança e apreensão. Eles haviam enviado sua melhor esperança para um passado distante, confiando em sua coragem e habilidades para determinar o futuro da humanidade.
E assim, no limiar entre dois tempos, Kara Danvers começou sua jornada em direção ao desconhecido, com o destino da humanidade nas mãos.
Continua...
Kara agora está na Era Triàssico, mais especificamente no período Cretáceo, sendo o ápice do período dos dinossauros.
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