Edificando a Nova Aurora

Miguel, o agrônomo, liderava o grupo de colonos em direção ao final do terreno da colônia Nova Aurora, uma área ampla e distante do acampamento principal. O local escolhido para a agricultura era estratégico, onde a terra parecia especialmente fértil e promissora para o cultivo.

“Vamos dividir este espaço em duas áreas,” disse Miguel, apontando para o terreno extenso. “Aqui faremos a horta e, mais adiante, o pomar. Vamos começar com a horta.”

Lionel e os outros colonos observavam a área com curiosidade e entusiasmo, apesar da falta de experiência na agricultura.

Megan, a geóloga, juntou-se ao grupo com seu kit de ferramentas. “Miguel, fiz algumas análises adicionais do solo. É realmente fértil, especialmente nesta área mais ao fundo. Podemos prosseguir com confiança.”

Miguel sorriu, satisfeito com a confirmação de Megan. “Ótimo. Vamos começar com a construção dos canteiros. Precisamos criar canteiros personalizados para a horta.”

Com a equipe reunida, Miguel começou a orientar a construção dos canteiros. Primeiro, ergueram barreiras de blocos ao redor da área destinada à horta. Em seguida, passaram cimento para deixar tudo liso e nivelado. Cada canteiro foi preenchido com uma mistura rica de terra e fertilizantes naturais, garantindo a nutrição adequada para as plantas.

“Agora, vamos plantar as mudas e sementes que trouxemos de 2150,” anunciou Miguel, pegando sacos com sementes e mudas. “Vamos plantar alface, espinafre, cenoura, tomate cereja, couve, pepino e batata. Também temos uma área alagada para o arroz e outra grande para feijão.”

Canteiros personalizados

Com a área para o arroz, Miguel e os colonos começaram a preparar o terreno de forma meticulosa. O primeiro passo foi escavar um grande retângulo no solo, com profundidade suficiente para criar uma piscina rasa. Eles construíram pequenas barragens de terra ao redor dessa área para conter a água.

“Precisamos garantir que a água fique retida aqui para criar o ambiente ideal para o arroz,” explicou Miguel, enquanto os colonos trabalhavam para criar um sistema de canais que direcionasse a água para o interior da área alagada.

Depois de concluir as barragens e os canais, a equipe começou a encher o retângulo com água. Com o auxílio de baldes e mangueiras improvisadas, eles distribuíram a água uniformemente, criando uma camada superficial que cobria toda a área. A água era essencial para o cultivo do arroz, que cresce melhor em terrenos alagados.

“Essa área alagada precisa estar sempre úmida,” disse Miguel, observando o progresso. “Vamos manter o nível da água estável para garantir que o arroz tenha as condições ideais para crescer.”

Plantação de arroz

Enquanto a área para o arroz começava a se formar, a equipe se concentrou na área destinada ao feijão. Miguel havia escolhido um local com solo bem drenado e pleno sol. Eles prepararam uma área grande, cavando buracos rasos e uniformemente espaçados para as sementes de feijão.

“Os feijoeiros precisarão de bastante sol e espaço para se espalharem,” explicou Miguel, demonstrando como plantar as sementes. “Vamos plantar os feijões em linhas para facilitar a colheita.”

Os colonos seguiram as instruções, colocando as sementes de feijão em fileiras, cobrindo-as com terra e regando bem. O trabalho foi realizado com precisão e cuidado, com a equipe dedicando atenção especial para garantir que o solo estivesse adequadamente preparado e irrigado.

No dia seguinte, o grupo se voltou para a construção do pomar. Miguel e os colonos começaram a preparar a área destinada às árvores frutíferas. Com base nas condições do solo, decidiram plantar maçãs, laranjas, limões, pêssegos, peras e goiabas. Além disso, reservaram um espaço especial para os pés de café.

“Vamos começar com o pomar,” disse Miguel, apontando para o terreno. “Precisamos plantar as árvores com bastante espaço entre elas para que possam crescer livremente.”

Enquanto cavavam buracos para as mudas, Lionel, com um sorriso, comentou: “Café é algo que não pode faltar. Afinal, não podemos esquecer a nossa paixão por café, não é mesmo?”

Os colonos riram, concordando com a piada. “Não importa de onde somos, um bom café é universal,” respondeu Megan, enquanto ajustava uma muda de laranja.

Miguel e sua equipe plantaram as árvores com cuidado, garantindo que cada uma recebesse a quantidade certa de espaço e água. Para os pés de café, prepararam um espaço bem drenado e parcialmente sombreado, ideal para o cultivo do grão.

“Essas árvores e plantas podem levar algum tempo para produzir frutos, mas serão fundamentais para a nossa autossuficiência a longo prazo,” disse Miguel, enquanto observava o progresso.

Após algumas horas de trabalho intenso, o pomar estava plantado e as árvores começavam a se acomodar em seus novos lares. Miguel olhou para os colonos cansados, mas satisfeitos. “Bom trabalho, pessoal. Agora precisamos continuar cuidando dessas plantas e árvores para garantir que cresçam fortes e saudáveis.”

Enquanto o sol se punha, os colonos observavam a área recém-plantada. O cheiro fresco da terra arada e a visão das mudas e árvores plantadas simbolizavam um novo começo para a colônia.

Lionel olhou para Miguel e os outros. “Estamos no caminho certo. Essa colônia vai prosperar, e nós também.”

Miguel assentiu, sentindo a mesma confiança. “Sim, Lionel. Estamos apenas começando.”

                             ++++++

Enquanto a horta e o pomar tomavam forma no extremo da colônia, outro grupo se dedicava a uma tarefa igualmente crucial: estabelecer um sistema de comunicação eficaz para Nova Aurora. Lena, Felicity, Jeremayah estavam reunidos em uma área designada para a construção das torres de comunicação.

Ray chegou um pouco atrasado, aproximando-se do grupo com um sorriso. “Desculpem pelo atraso. Com tantos nomes e pessoas Alex, Oliver e Kara, esqueceram de me incluir inicialmente, mas agora estou aqui."

Jeremayah, o cientista e pesquisador de física quântica, segurava um mapa da colônia. “Precisamos posicionar essas torres estrategicamente para garantir que o sinal de rádio cubra toda a colônia e alcance o perímetro externo.”

Felicity, especialista em TI e comunicação, concordou. “Com a extensão do terreno, é essencial que cada setor esteja interligado. Isso permitirá uma resposta rápida em caso de emergências e facilitará a coordenação das atividades diárias.”

Lena, engenheira tecnóloga, ouvia atentamente enquanto analisava os equipamentos disponíveis. “Temos alguns transmissores e antenas que trouxemos do futuro, mas também precisamos improvisar com os materiais locais. Vamos começar com a construção das torres.”Lena, com seu conhecimento em tecnologia de defesas, começou a organizar os planos de construção.

“Vamos precisar de torres robustas e altas,” explicou Lena. “Essas torres devem ser capazes de suportar os transmissores e antenas, além de resistir às intempéries do Cretáceo.”

Enquanto o grupo discutia, começaram a esboçar os planos no papel. Lena e Felicity delinearam o projeto das torres, enquanto Jeremayah calculava a posição ideal para maximizar o alcance do sinal.

“Vamos utilizar o sistema de roldanas para levantar as estruturas mais pesadas,” sugeriu Lena. “E a madeira das sequoias será essencial para a construção.”

Com os planos definidos, o grupo começou a trabalhar na construção das torres. A primeira etapa envolvia a montagem das bases, utilizando vigas de aço e madeira das sequoias. Ray, com sua experiência em manutenção, liderava a equipe no uso das ferramentas rústicas e dos sistemas de roldanas para erguer as estruturas.

As torres começaram a tomar forma, elevando-se imponentemente sobre a colônia. A sensação de progresso era palpável, e todos trabalhavam com determinação. Lena, Felicity e Jeremayah ajustavam os transmissores e antenas, garantindo que cada componente estivesse perfeitamente posicionado.

“Essas torres são um verdadeiro marco para nossa colônia,” disse Oliver, admirando o trabalho. “Com um sistema de comunicação eficiente, nossa segurança e coordenação serão muito mais eficazes.”

Com as torres quase prontas, Lena começou a trabalhar em um projeto extra: a construção de dispositivos de comunicação de longo alcance, os famosos "Walkie-Talkies". Ela sabia que esses rádios seriam essenciais para a comunicação entre os setores da colônia e estava determinada a criar vários deles. Os "Walkie-Talkies" seriam pequenos rádios de comunicação individuais, portáteis, com múltiplos canais, permitindo que os colonos se comunicassem facilmente em diferentes áreas da colônia.

Enquanto Lena trabalhava nos "Walkie-Talkies", Jeremayah e Felicity focavam em refazer o sistema de comunicação rústico que Lena havia inicialmente montado para entrar em contato com 2150. Jeremayah, ao examinar o sistema improvisado, ficou impressionado.

“É impressionante o que você conseguiu fazer com recursos tão limitados,” comentou Jeremayah, observando a engenhoca de Lena. “O sistema de comunicação que você criou para entrar em contato com 2150 é realmente notável. Agora que temos equipamentos mais avançados, vamos integrar esses componentes para melhorar ainda mais o sistema.”

Jeremayah e Felicity trabalharam juntos para refazer o sistema de comunicação, utilizando transmissores modernos, antenas e dispositivos de comunicação temporais. O novo sistema prometia uma comunicação clara e eficiente entre todos os setores da colônia e com 2150.

Enquanto isso, Lena continuava focada em construir os "Walkie-Talkies". Ela se certificou de que cada dispositivo fosse robusto e funcional, utilizando os melhores materiais disponíveis.

Finalmente, as torres de comunicação estavam concluídas e os rádios de longo alcance também. Lena, Jeremayah, Felicity e Ray observaram seu trabalho com orgulho. A colônia agora tinha um sistema de comunicação robusto e eficaz.

Enquanto a noite caía, a equipe testou os novos sistemas de comunicação. As antenas captaram sinais claros, e as transmissões de rádio funcionaram perfeitamente. Todos os setores da colônia estavam interligados, prontos para enfrentar qualquer desafio.

“Trabalho bem feito, pessoal,” disse Lena, satisfeita. “Estamos cada vez mais preparados para prosperar neste novo mundo.”

Construindo o Coração da Colônia

O engenheiro Civil Winn e o engenheiro estrutural Jonh Anderson e os colonos designados estavam prontos para iniciar a construção da primeira estrutura significativa da colônia: o centro comunitário. A localização escolhida era estratégica, no centro da colônia, perto das torres de vigia centrais. Todos sabiam que essa estrutura seria fundamental para a organização e o bem-estar dos colonos.

Winn reuniu seu time e começou a explicar o plano detalhado. "Nosso objetivo é criar um espaço multifuncional que possa servir como refeitório, área de descanso, centro de operações e ponto de encontro para todos", explicou, desenhando o projeto no papel. "Vamos usar materiais que trouxemos do futuro, combinados com recursos locais."

Os colonos, embora inexperientes em construção, estavam determinados a aprender e ajudar. Cada um recebeu uma cópia dos planos, e Winn e Jonh dedicou um tempo para explicar cada detalhe.

A primeira etapa foi a preparação do terreno. Winn supervisionou o nivelamento do solo, uma tarefa árdua que envolvia a remoção de pedras e detritos. Com blocos de concreto e vergalhões de aço à mão, eles começaram a preparar a fundação.

"Vamos garantir que a fundação seja sólida. Não queremos problemas estruturais no futuro", disse Winn, instruindo seus ajudantes a posicionarem os blocos de concreto com precisão.

Com a fundação pronta, a equipe passou para a montagem das vigas e painéis de aço que formariam a estrutura básica do edifício. Usando roldanas e sistemas de elevação improvisados, levantaram as vigas e as fixaram no lugar.

"O aço vai nos proporcionar a resistência necessária para enfrentar as condições adversas deste ambiente", explicou Winn, enquanto ajustava uma das vigas com um martelo pesado. O som metálico ecoava pelo local, misturando-se aos sons naturais do Cretáceo.

Após a estrutura básica estar de pé, era hora de instalar os painéis de polímero reforçado e as placas de isolamento. Esses materiais modernos garantiriam durabilidade e proteção contra o clima e possíveis ataques de criaturas.

"Esses painéis são leves, mas incrivelmente fortes", disse Winn, enquanto ajudava a fixar um dos grandes painéis na estrutura. "Eles vão nos manter seguros e confortáveis."

Por fim, a instalação de portas, janelas, sistemas de segurança e equipamentos de comunicação completou a construção. "Esses sistemas de segurança são vitais. Queremos proteger nosso centro comunitário de qualquer ameaça", disse Winn, enquanto ajustava uma das portas reforçadas.

Lena, que estava ajudando com os sistemas de comunicação, instalou dispositivos de rádio que garantiriam que o centro comunitário estivesse sempre conectado com o resto da colônia. "Com isso, podemos coordenar nossas atividades e garantir que todos estejam sempre informados", explicou ela, ajustando um dos rádios.

Daniel também estava em pleno trabalho no centro comunitário, sua atenção voltada para o painel de controle que acabara de instalar. O espaço ainda estava em construção, mas a estrutura já começava a tomar forma. A equipe de colonos assistia, curiosa, enquanto Daniel fazia as conexões finais.

"A energia deve estar chegando agora." Daniel murmurou para si mesmo, ajustando os fios e verificando os medidores.

Ele fez uma última conferência na conexão entre o centro comunitário e a sala de máquinas, onde a energia era armazenada. Havia sido um grande esforço conectar o sistema de energia ao novo centro, uma parte essencial da infraestrutura da colônia. Ele certificou-se de que todos os cabos estavam devidamente conectados e que o sistema de distribuição estava funcionando corretamente.

Com um gesto decisivo, Daniel girou a chave principal, ligando a energia para o centro comunitário. As luzes começaram a piscar e, finalmente, se acenderam com uma iluminação clara e uniforme. O brilho da luz estava tão forte que iluminava até as áreas mais distantes da construção, trazendo uma sensação de calor e progresso.

"Está funcionando!" Daniel anunciou, sorrindo para os colonos que se aproximaram para ver o resultado. "A energia está agora plenamente conectada ao centro comunitário."

Os colonos aplaudiram, e Daniel sentiu uma onda de satisfação. Agora, a energia não apenas alimentava a cerca, mas também proporcionava iluminação e energia para as atividades diárias no novo centro. Com a energia funcionando, o centro comunitário estava pronto para se tornar o coração da colônia, um lugar onde todos poderiam se reunir e trabalhar em conjunto.

Imagina uma estrutura assim vazia 

Em poucos meses, a colônia mostrava sinais claros de expansão. A horta e o pomar forneciam alimentos frescos, o sistema de comunicação estava eficiente, a proteção estava assegurada com as torres de vigia, e a primeira infraestrutura da colônia, o centro comunitário, estava concluída.
                             
                              +++++

As luzes das torres de vigia acenderam, iluminando a colônia. Os militares estavam em suas posições, garantindo a segurança de todos. A noite trouxe uma sensação de tranquilidade e propósito, enquanto a colônia Nova Aurora dava seus primeiros passos rumo à autossuficiência.

Eliza se aproximou de uma das torres de vigias, onde Kara estava fazendo uma última checagem antes de se retirar. Ela tinha algo importante para entregar, mas não teve a oportunidade de integrar o presente antes, devido à correria dos últimos dias.

"Kara, posso falar com você um minuto?" Eliza chamou, subindo a escada da torre.

Kara virou-se, surpresa. A expressão de Eliza era de preocupação e um pouco de culpa. Eliza se aproximou e entregou um pacote pequeno e cuidadosamente embrulhado.

"Desculpe por não ter entregue isso antes. O Coronel pediu que eu te entregasse pessoalmente." disse Eliza, com um tom de voz suave.

Kara aceitou o pacote com um sorriso grato. Eliza se despediu e desceu a escada, deixando Kara sozinha com o presente.

Com um toque delicado, Kara desfez o embrulho e retirou de dentro uma insígnia cuidadosamente trabalhada. O símbolo apresentava a letra “L” entrelaçada com um desenho de um homem segurando a mão de uma criança, e, logo abaixo, a letra “K”. A insígnia representava a família, e as letras simbolizavam “L” de Leonardo Evans, o Coronel, e “K” de Kara.

As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto de Kara enquanto ela contemplava o presente. Sentiu uma onda de saudade e solidão, lembrando-se do único homem que fora um pai para ela. Lá do alto da torre, a visão do campo iluminado e da colônia em crescimento não conseguia apagar a sensação de vazio que ela sentia. Ela observava Lena e seus pais, Alex e os pais dela, e os outros colonos com seus familiares, todos juntos e felizes.

Lena, percebendo a presença de Kara na torre, acenou e mandou um beijo para ela. Kara sorriu, mas o gesto gentil não conseguiu aliviar completamente a saudade que ela carregava. A insígnia em suas mãos era um lembrete silencioso do amor e da perda, enquanto ela continuava a vigiar a expansão da colônia, sentindo-se ao mesmo tempo parte de algo novo e imensamente solitária.

Continua...

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