A Última Luz da Fenda
A brisa suave do Cretáceo balançava levemente as folhas das árvores ao redor da colônia Nova Aurora. O som dos pássaros pré-históricos era um contraste reconfortante em comparação ao silêncio pesado que Pedro havia descrito em 2150. No centro da colônia, todos os colonos estavam reunidos, ansiosos e expectantes.
Alex Danvers subiu em uma pequena plataforma improvisada, chamando a atenção de todos com um sinal de mão. "Colonos de Nova Aurora, peço um momento de sua atenção," começou ela, sua voz firme mas cheia de empatia. "Nas próximas horas, nossa colônia vai receber o maior número de pessoas já vindas nas expedições anteriores."
Um murmúrio de excitação percorreu a multidão. As pessoas se entreolhavam, algumas sussurrando palavras de esperança e curiosidade.
"Além das famílias com crianças, também receberemos os especialistas que solicitamos," continuou Alex, fazendo uma pausa para que todos pudessem absorver a informação. "Entre eles, virão botânicos, zoologistas, veterinários, biólogos, microbiologistas, biomédicos, imunologistas, geneticistas e paleontólogos."
Oliver Queen, ao lado de Alex, deu um passo à frente. "Atendendo a um pedido especial dos colonos, também teremos a presença de um padre, para aqueles que sentem a necessidade de orientação espiritual," anunciou ele, sua voz ressoando com autoridade e calma.
Kara Zor-El, que estava observando atentamente a reação dos colonos, deu um passo à frente. Seus olhos azuis brilhavam com determinação e um toque de emoção. "E além de novos amiguinhos," disse ela, olhando para as duas crianças que já estavam na colônia, "também teremos professores de educação básica para que a educação de nossos pequenos comece já."
As crianças olharam para Kara com olhos arregalados de expectativa, enquanto os colonos ao redor se entreolhavam, sussurrando palavras de incentivo e esperança. A ansiedade e a excitação eram palpáveis no ar, quase tangíveis.
Alex levantou a mão novamente, pedindo silêncio. "Precisamos de todos vocês para ajudar os novos colonos a se adaptarem ao nosso lar. Isso é crucial para o sucesso dessa nova fase da nossa colônia," disse ela, sua voz transmitindo a urgência e a importância do momento.
Com a reunião concluída, os colonos começaram a se dispersar, retornando a seus trabalhos com um renovado senso de propósito e esperança. As conversas eram animadas, e os sussurros de preparação se misturavam ao som dos pássaros e ao suave farfalhar das folhas.
Alex se virou para Kara, colocando uma mão firme em seu ombro. "Kara, você e sua equipe precisam ir até a fenda para esperar os novos colonos," disse ela, sua voz cheia de confiança e um toque de preocupação.
Kara assentiu, seu olhar determinado. "Vamos garantir que eles tenham uma chegada tranquila," respondeu ela, sua voz firme e resoluta.
Enquanto Kara e sua equipe se preparavam para partir, o ar ao redor da colônia parecia carregado de uma nova energia. A expectativa era palpável, e cada colono sentia no coração a importância daquele momento.
+++++
Na ponte que levava ao portal para o Cretáceo, a tensão era quase palpável. O ambiente estava repleto de murmúrios nervosos e sussurros de despedida. Pais seguravam firmemente as mãos de seus filhos, tentando transmitir uma segurança que eles mesmos não sentiam completamente. Alguns olhos brilhavam de água, misturando lágrimas de medo e esperança. Especialistas, que agora teriam uma nova chance de vida, olhavam para trás, despedindo-se silenciosamente de amigos e familiares que não tiveram a mesma sorte.
Pedro Gonçalves, com um semblante sério, estava no meio da multidão. Seus olhos varriam o ambiente, avaliando cada detalhe, cada expressão. Ele sabia que aquele momento era crucial. Apoiando-se na estrutura metálica da ponte, ele chamou sua esposa e filhos para perto.
"Vou sentir muito a falta de vocês," disse ele, a voz embargada. "Mas sei que estarão seguros no Cretáceo. Eu amo vocês mais do que tudo."
Sua esposa, com lágrimas nos olhos, abraçou-o com força. "Nós também te amamos, Pedro. Prometo cuidar bem das crianças. Volte para nós, se puder."
Pedro assentiu, contendo as lágrimas. "Eu farei tudo o que puder para garantir a segurança de vocês. Lembrem-se disso." Ele beijou a testa dos filhos e se afastou, observando enquanto sua família se misturava à multidão que aguardava a travessia.
Os primeiros colonos começaram a passar pelo portal. O brilho cintilante da fenda parecia quase etéreo, iluminando os rostos ansiosos com uma luz suave. Alguns pais fechavam os olhos, segurando firmemente as mãos dos filhos enquanto atravessavam. A sensação era indescritível - uma mistura de formigamento e calor, como se cada célula do corpo estivesse sendo suavemente modificado.
De repente, o som de tiros ecoou pela ponte, quebrando o momento de transe. O pânico se espalhou rapidamente. Crianças choravam, pais tentavam protegê-las com seus corpos, e os militares lutavam para conter os rebeldes liderados por James Olsen.
Pedro, com o coração disparado, viu James e sua gangue avançando. Sem hesitar, ele sacou sua arma. "Não deixem eles se aproximarem da fenda!" gritou, dando ordens aos seus homens. Em um movimento rápido e preciso, ele atirou em James, que caiu no chão com um grito de dor.
O caos reinava, mas Pedro manteve o foco. "Continuem atravessando! Rápido!" ordenou, sua voz firme e implacável.
+++++
No Cretáceo, Kara, Alex e Oliver esperavam ansiosamente. Kara sabia dos perigos que o Cretáceo apresentava, então organizou um esquema para enviar os novos colonos em grupos. Cada grupo que emergia do portal era acompanhado por um membro de sua equipe, que os guiava até a colônia com segurança.
As crianças, ao verem a vegetação pela primeira vez, soltavam exclamações de maravilha. "Olha, mamãe! É tão verde!" disse uma garotinha, apontando para uma árvore imponente.
"Eu nunca vi tantas plantas na minha vida!" exclamou um garoto, os olhos arregalados de espanto.
O padre, ao atravessar, fez o sinal da cruz e murmurou uma oração de agradecimento. "Que este novo mundo seja um refúgio de paz e esperança para todos nós," disse ele, sua voz cheia de reverência.
Os especialistas, biólogos e botânicos, quase não conseguiam conter a emoção. "Estamos realmente aqui," murmurou um deles, tocando delicadamente uma folha, sentindo a textura viva e úmida contra seus dedos.
Kara, observando as reações, sentiu uma onda de emoções. "Bem-vindos ao nosso novo lar," disse ela, sua voz embargada. "Estamos aqui para reconstruir e prosperar juntos."
+++++
Enquanto os colonos se acomodavam, Pedro e sua equipe continuavam a garantir que todos atravessassem com segurança. Os militares não mediram esforços para conter os rebeldes, usando armas de choque e, em alguns casos, precisando atirar.
Quando todos os colonos finalmente atravessaram, inclusive a família de Pedro, ele sentiu um alívio profundo. Sabia que ainda havia muito a fazer, mas o primeiro passo para a nova vida estava dado.
Pedro, vendo que todos os colonos haviam passado pela fenda, deu uma última olhada para o caos que havia se tornado 2150. Sabia que seu dever agora era garantir que o portal estivesse seguro até o último momento. Com uma expressão determinada, ele se virou para seus homens restantes.
"Precisamos garantir que nenhum rebelde chegue ao portal," disse ele, sua voz firme. "Preparem-se para qualquer eventualidade."
Os militares assentiram, cientes da gravidade da situação. Pedro, com um suspiro pesado, voltou sua atenção para a fenda. Cada colono que passava era um passo mais próximo da sobrevivência da humanidade.
+++++
No Cretáceo, Kara observava a chegada dos novos grupos com uma mistura de alívio e apreensão. A segurança de todos era sua maior preocupação. À medida que cada grupo chegava, ela direcionava seus membros da equipe para guiá-los até a colônia.
"Estamos quase terminando, Alex," disse Kara, olhando para sua amiga. "Precisamos garantir que todos estejam acomodados e seguros."
Alex assentiu. "Estamos fazendo um bom trabalho, Kara. Todos parecem impressionados com o novo ambiente."
Oliver, ao lado delas, monitorava as comunicações. "Tudo parece estar indo bem até agora. Vamos continuar assim."
Os colonos, um a um, atravessavam a fenda, alguns ainda assustados, mas todos com uma nova esperança em seus olhos. As crianças, especialmente, estavam fascinadas com a nova paisagem.
"É tão bonito aqui," disse uma menininha, olhando para a vegetação ao redor. "Eu nunca pensei que veria algo assim."
Um dos especialistas, um botânico, ajoelhou-se para examinar uma planta de perto. "Incrível... A diversidade aqui é simplesmente extraordinária."
+++++
Enquanto os colonos se acomodavam, Pedro continuava a garantir que todos tivessem atravessado em segurança. Com o portal finalmente livre de civis, ele reuniu seus homens.
"Vamos nos preparar para a próxima etapa," disse Pedro. "Precisamos garantir que a fenda esteja segura até o último momento."
+++++
No Cretáceo, Kara continuava a monitorar a situação. Cada grupo que chegava era uma vitória, mas a missão ainda não estava completa. Ela sabia que Pedro e sua equipe enfrentavam grandes desafios no outro lado.
Quando o último grupo de colonos finalmente atravessou, Kara suspirou aliviada. "Conseguimos, Alex. Eles estão aqui."
Alex sorriu, mas havia preocupação em seus olhos. "E Pedro? Ele ainda está lá."
Kara assentiu. "Vamos esperar."
O tempo passou lentamente. A equipe de Kara guiava os colonos para suas novas acomodações, respondendo a perguntas e fornecendo suporte onde necessário. As crianças, curiosas e animadas, exploravam o novo ambiente sob a supervisão atenta dos adultos.
+++++
Enquanto isso, em 2150, Pedro e seus homens continuavam a proteger o portal. Os rebeldes, liderados por James Olsen, faziam tentativas desesperadas de alcançar a fenda. Pedro sabia que não podia permitir que eles atravessassem e colocassem em risco o futuro da colônia.
"Não desistam, homens," disse Pedro, sua voz firme e encorajadora. "Estamos protegendo o futuro da humanidade."
A batalha final foi intensa. Os militares usaram todas as suas forças para conter os rebeldes, e Pedro, com uma precisão letal, eliminou as ameaças mais próximas. Quando finalmente conseguiu um momento de paz, ele soube que era hora de agir.
"Preparem as bombas," ordenou Pedro. "Vamos garantir que a fenda seja destruída, impedindo qualquer invasão futura."
Os soldados, embora exaustos, seguiram suas ordens com determinação. As bombas foram colocadas ao redor do portal, e Pedro sabia que este seria o seu último ato de serviço.
+++++
De volta ao Cretáceo, Kara e Alex esperavam ansiosamente. A comunicação com Pedro estava prestes a ser retomada. Quando o dispositivo finalmente chiou e a voz de Pedro surgiu, Kara sentiu um aperto no coração.
"Pedro, todos chegaram bem," disse Kara, a voz trêmula. "Inclusive sua família."
Pedro, aliviado, deixou uma lágrima escorrer. "Obrigado, Kara. Eu... não posso permitir que os rebeldes entrem. Vou destruir o portal."
Kara implorou, "Pedro, não desista! Coloque as bombas e, quando for ativá-las, pule na fenda. Estarei esperando do outro lado. Prometa que vai tentar."
Com lágrimas nos olhos, Pedro respondeu, "Eu prometo, Kara."
A comunicação foi encerrada. Pedro, com uma determinação renovada, preparou-se para o ato final.
+++++
Kara esperou, observando atentamente cada pulsação errática da fenda, a preocupação crescendo a cada segundo que passava sem ver Pedro. Ela virou-se para Alex e Oliver, suas vozes firmes mas cheias de ansiedade.
"Vão para a colônia. Eu vou esperar por ele," disse Kara, com determinação no olhar.
Alex hesitou, mas sabia que discutir seria inútil. "Cuidado, Kara," ela disse antes de partir com Oliver.
O tempo passou lentamente. Kara manteve sua posição, os olhos fixos na fenda, recusando-se a desistir.
De volta a 2150, Pedro corria em direção à fenda, seus passos pesados ecoando na estrutura metálica. Quando ele ativou as bombas, uma explosão estremeceu o ar. Algo atingiu sua perna, uma dor aguda percorrendo seu corpo. Mas ele não parou. Com um último esforço, ele se lançou na fenda, destroços sendo sugados junto com ele.
Do outro lado, no Cretáceo, a fenda piscou e estremeceu, parecendo se desintegrar. Kara, observando com apreensão, viu o brilho final antes de Pedro emergir, caindo no chão, gravemente ferido. Ela correu até ele, a noite no Cretáceo obscurecendo seus movimentos.
"Pedro!" Ela gritou, seu coração apertado ao ver o estado dele.
Sem perder tempo, Kara se agachou e começou a carregá-lo. A jornada foi árdua, cada passo um teste de sua resistência. A dor em suas próprias pernas tornou-se insuportável, mas ela continuou, determinada a salvar seu amigo. Quando finalmente avistou o portão da colônia, Pedro parecia mais pesado do que nunca. Kara caiu de joelhos, a exaustão finalmente a dominando, e ambos desmaiaram.
Alice Abernethy, parte da equipe de Kara, estava de patrulha quando os encontrou caídos perto do portão. Com rapidez, chamou por ajuda, e logo uma equipe veio para levá-los à clínica.
Na clínica, Caitlin e Eliza trabalharam rapidamente para estabilizar Pedro e cuidar dos ferimentos de Kara. Alex foi informada sobre o ocorrido e, preocupada, pediu para que nem Lena nem a família de Pedro fossem informados imediatamente para evitar mais preocupações.
No entanto, Lena já estava preocupada com a ausência prolongada de Kara e foi atrás de Alex, ouvindo o que estava acontecendo.
"Lena, está tudo bem," Eliza disse rapidamente ao ver a preocupação no rosto de Lena. "Kara está ótima, apenas cansada."
Lena soltou um suspiro de alívio, mas a preocupação ainda era evidente. O destino de Pedro, entretanto, permanecia incerto. A tensão na sala era palpável enquanto todos aguardavam ansiosamente por notícias sobre o estado dele.
Continua...
Não me matem, eu adoro um suspense!! 😂😂
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top