011

Com toda a sinceridade do mundo, pessoas ainda sim mentem. Nem que seja para si mesmo.

Mentira e sinceridade então, são uma proteção humana.

—— Eu vou matar você —— se irritou Hyun-su, repentinamente socando o rosto de Eunhyuk, para o desconforto e susto de Eunyu e Moon, e causando uma pequena risada de Sun.

A mais velha parando de sorrir quando sentiu a pele queimar novamente, gritando de desespero. Chan-yeong observou a cena também desconfortável, mas deixou Moon ao ouvir sons de luta por perto.

—— CARALHO!

Moon correu desesperadamente em direção à confusão, o coração batendo descontroladamente no peito. Parte dela ainda acreditava estar delirando ao ver Lee Eunhyuk, o namorado que pensava estar morto, mas a realidade se impôs quando ouviu o grito de dor de sua irmã, Sun. Passando por Hani, que segurava Eunyu para impedir que ela se metesse na briga, Moon se agachou a uma distância segura de Eunhyuk, que estava sendo atacado por Hyun-su.

Ela se jogou ao lado de Sun, tentando entender o que estava acontecendo. Os olhos se estreitando em direção ao que a prendia, Sun negou com a cabeça, mas a mais nova ignorou, disposta a ajudar. Ao tocar na gosma prateada que prendia sua irmã, um grito de dor escapou de seus lábios, pois a substância queimava sua pele.

—— Porra!

Os dedos ficando instantaneamente vermelhos, embora não houvesse sinal de bolhas imediatas. O grito chamou a atenção de Eunhyuk, que, socou e  afastou Hyun-su, focando sua atenção na mulher. 

Sem qualquer expressão ele segurou a mão dela, a puxando para cima sem qualquer delicadeza, examinando rapidamente a queimadura.

—— Saia daqui, Moon. —— tentou a empurrar, reconhecendo a expressão no rosto dela —— Não seja teimosa.

Moon teve um déjà vu, lembrando-se de quando ele cuidava dela um ano antes. No entanto, o olhar amoroso de antes havia sido substituído por um mais frio e simples. Sentiu uma mistura de emoções: alívio por vê-lo vivo, dor pela queimadura e confusão pelo comportamento dele. Sentir o toque dele tornou tudo mais real.

Hyun-su tentou empurrá-la para longe, mas a mulher se viu entre os dois homens mais altos e definitivamente mais fortes que ela. O Cha parou um soco a pouco de atacar a mulher, tendo Eunhyuk segurando sua mão para garantir aquilo, ouvindo Lee Eunyu gritando para que parassem ao fundo.

Hyun-su nunca permitiria que machucasse Moon, uma das únicas que o olhava como um ser humano no residencial verde, e que aparentemente era divertida para sua versão monstro.

E Lee Eunhyuk não a atacaria. Não odiava a mulher parada a sua frente, o encarando com o maior amor e a  compaixão do mundo, como se nada tivesse mudado. Ele era diferente, mas ela não notou ou não se importava.

O neo-humano girou o corpo da mulher, sabendo que ela não sairia dali no meio de toda aquela confusão. Chamando Hyun-su para continuar a briga de antes, embora conseguisse ouvir Eunyu e até Moon pedir para que parassem com aquilo.

—— Caralho!

A Han estava a um passo de chegar até a irmã novamente, ignorando o pequeno queimar em sua mão, embora parecesse menor agora. Quando o ônibus começou a se tornar mais quente, e ela tombou para trás, sendo segurada por Hyun-su que também caia.

Sun acabou se soltando com a nova onda de calor, embora quase desmaiada, também caindo, sobre a irmã, que olhou para o teto do ônibus assustada.

—— Não vai ser fácil sair daí! Isso vai ser divertido...

—— Filho da puta!

Os quatro se viram fechados no que se tornaria um forno a seguir. Hyun-su reclamou com Eunhyuk, mas girou a Han e a colocou atrás de seu corpo, sendo ela a única humana ali, mas o Lee seguiu toda a movimentação com os olhos, puxando Moon para ele.

A Han se sentiu uma boneca de luxo, sendo competida em um bingo.

—— Não é hora para isso —— zombou Hyun-su irritado, mas levantou Sun, a segurando então.

Moon sentiu o coração bater muito acima do normal, seus olhos escuros observando o rosto do amado tão perto do seu. Desejando se bater ao constatar que mesmo com sangue por sua bochecha, ainda era o homem mais lindo que havia visto, se culpando por pensar nisso enquanto estava prestes a morrer queimada.

Eunhyuk desceu os olhos, franzindo o cenho ao observar o olhar da menor. Reconhecia os sentimentos que ela transmitia, mas não os próprios.

Moon estava diferente de suas lembranças. O cabelo menor, o olhar mais firme, e algumas pequenas marcas de mau sono. Era linda, não poderia negar, mas não conseguia dizer aquilo em voz alta, como se fosse muito esforço, algo dentro de si dizendo que seria inútil demonstrar aquilo. Ela também tinha um cheiro diferente, era atrativo, se perguntou se a mulher sabia o que ele sentia.

Hyun-su revirou os olhos para aquela cena, onde os dois se encaravam com atenção, os colocando debaixo de sua asa estranha. Odiando que sua versão humana protegesse tantas pessoas assim, seu maior desejo era apenas se salvar e ignorar os outros, mas não conseguia.

Contra seu peito, Sun também pareceu ter desgosto daquilo.

—— Quando ver uma brecha, pega ela e sai...

Eunhyuk observou o teto, tendo visto Moon encarar feio a irmã. Ela não iria aceitar sair sem a mais velha, e ele sentiu que deveria ignorar os desejos dela e a arrastar no colo se preciso.

—— Só nós?

—— Não somos fracos como você —— Hyun-su estendeu a fala, ganhando um acenar de Sun.

—— E Moon é humana, não pode ficar —— constatou óbvia, ignorando o olhar atravessado que ganhou da mais nova.

Por mais que a mais velha não gostasse do cunhado ainda. Ela estava ali pela caçula, e a queria salva. Mesmo que fosse pelo estranho que era realmente estranho, se perguntando se a irmã sabia mesmo como escolher um namorado.

—— Eu não vou deixar vocês-

—— Tudo bem —— acenou o Lee, cortando a fala da Han mais nova, que o encarou indignada.

Ele passou um braço pelo ombro de Moon, olhando para o teto. Ouvindo o coração dela acelerado, o fazendo contar todas as batidas, embora confuso e sem reação alguma.

Lee Eun Yu não queria deixar o irmão e a cunhada para morrer naquele ônibus, assim como Chan-yeong e a própria Hani não queriam deixar a Han. Mas o Sargento Kim acabou convencendo o militar que Moon sairia dali bem, depois de gritar para a garota mais nova que seu irmão não era mais humano.

O carro então acabou partindo. Tendo Chan-yeong e Eunyu olhando para trás com olhos cheios de dor.

—— Olha, eu não tô afim de morrer...

—— Você não vai morrer —— rebateu Eunhyuk para a mulher, ainda encarando o teto.

—— Acho bom —— ameaçou Sun, sendo ignorada pelo Lee, que apenas zombou dela, sem sentir medo.

Moon estava prestes a acabar surtando de ódio, não gostava de não poder falar o que sentia, queria falar com Eunhyuk a sós, desejava bater em Sun por estar se sacrificando e gritar para que Hyun-su pensasse em outro plano.

Seu corpo foi puxado com força, o Lee a segurando como uma noiva em seus braços, saltando pelo espaço que aparecia no teto.

A Han sentiu a cabeça bater contra o chão, embora com menos força já que ele tentava evitar aquilo, girando o corpo para que o primeiro impacto fosse de suas costas, não impediu seus sentidos de ficar lentos, enquanto Eunyu e Chan-yeong os viam sair a salvos do ônibus.

Eunhyuk bateu na própria roupa, se levantando, e puxando Moon para cima, seus olhos analisando como um pouco de sangue escapava de sua cabeça. Ele não se preocupou muito, sabendo que ela logo estaria bem e os ajudaria a encontrar o estádio.

Moon não sabia ainda. Mas não era apenas uma humana inútil, todos aqueles testes a tornaram especial, o suficiente para que monstros e neo-humanos se sentissem puxados até ela.

Eunhyuk culpou aquilo, justificando ser apenas isso que o fez afastar os fios do rosto dela. Passar os dedos pela ferida e verificar o machucado, e sentar a Han em uma pequena escadinha ali, além de deixar a mulher encostar sua cabeça no ombro dele.

Era apenas o que ela era. Só isso.

Até 👋🏻

Moon:

Ela também:

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