009

~ Do outro lado ~

Na época de escola, Moon odiava quando os professores os mandavam tarefas de casa. Até mesmo quando ainda vivia nas vilas militares, sempre tinha alguém para enviar atividades e pedir por pesquisas, deixando a garota irritada.

Ela dizia ser seu tempo de descanso, mas todos os adultos ao redor pareciam discordar, dizendo que eles faziam seu horário. Que o tempo era relativo e ela iria se organizar em algum momento.

—— Não parece organizado agora —— xingou.

Mais um galho batendo contra suas bochechas, ela e Eunyu andavam de volta a Hani e Chan-yeong, as duas ainda perdidas e agora assustadas com o que haviam visto.

Eles estavam indo para o estádio, em meio a transformação, havia um projeto de seu avô com eles, o que a levava a pensar em crianças e inocentes sofrendo nas mãos deles, sendo feitas de cobaias, tendo um cientista maluco debaixo do mesmo teto. Moon desejou se teletranportar para lá, mas não poderia e não tinha forças suficientes para lutar aquilo naquele momento.

Ela se sentia indo a uma guerra, mas naquele momento, até o mais simples mato a derrubava e deixava seus braços coçando.

Ela apenas poderia esperar que os Corvos estivessem prontos para aquela confusão. Desejou que os Sargentos Tak e Kim fossem inteligentes e soubessem segurar as pontas até que eles chegassem com a ajuda.

—— Para onde vamos agora? —— olhou ao redor confusa, como se toda floresta fosse idêntica.

—— Ali —— indicou nervosa, agarrando a mão da mais nova novamente, não cogitando deixá-la.

Moon realmente rezou, depois de muito tempo, pedindo a Deus que eles fossem fortes, e que chegasse a tempo. Por mais relativo que ele fosse.

Dentro de uma igreja abandonada, com sinais de pessoas que passaram por ali, um neo-humano observava uma corrente, que antes estava com o homem que dormiu sentado. A pequena placa prata, tinha letras escritas, que formavam um nome muito familiar.

Han Moon.

A pequena peça combinava com uma coisa que ele carregava consigo. Ambas de uma mulher que fez parte de sua vida humana, alguém que ele havia dito amar, e feito prometer cuidar de Lee Eun Yu.

Vestido completamente de preto, e fora da vista do recém acordado, o homem passou os dedos pela corrente, havia algo de estranho em todas aquelas lembranças, mas ele ignorava, o rosto apático, saber que algum dia sentiu algo por ela o deixava fora de si, aquela versão era boa em apenas não sentir nada.

Ele segurou a peça na mão direita, a fechando em punho, e aparecendo para o humano. Seus olhos parando na própria imagem diante de um espelho, a mesma imagem que a humana ainda amava com todo o coração.

—— Você esperou sem fazer nada estúpido —— disse calmo, como se não houvesse uma arma apontada para sua cabeça —— a maioria não escuta, não importa o quê eu diga.

O Kim não entendia o que estava a sua frente.

—— Quero que se explique. Você é um monstro mutante?

—— Não é nada disso.

—— Você controla os monstros?

—— Eu só me comunico —— andou até uma prateleira —— fica comigo... me perguntou o que somos... Neo-humanos, é como nos chamamos.

Sabia que o humano a sua frente tinha muitas perguntas, havia uma na ponta de sua língua também, embora se negasse a admitir ser curiosidade, algo tão inútil como sentimento. Ele ofereceu comida, dizendo ser um gesto de paz.

Young Hoo passou pelo desconhecido devagar, este que se sentou em completo silêncio.

—— E o casulo o que é?

Eunhyuk explicou ao homem, ainda que sem demonstrar muitas coisas. As lembranças ainda o atingiam, se lembrando de esconder sintomas de todos, até de Moon, de evitar sua transformação até o último minuto, para deixar duas simples humanas seguras.

Jae-jun tomou a frente de Ui-myeong, sendo ele a falar com o velho amigo Tak. Ele sentia que o Sargento escondia algo, e tinha que descobrir logo.

Mostrando que matava neo-humanos no casulo ainda. E dizendo que faria novamente, quantas vezes fossem necessárias, até que eles parassem de surgir, além de alimentar ainda mais a dúvida do militar a sua frente.

—— A única não monstro que precisamos, é Moon. —— deu de ombros, olhando para o horizonte —— por isso precisamos da minha neta.

—— Destruíram a ordem natural das coisas —— contou.

—— Os infectados especiais?

O Kim pegava coisas que julgava úteis, colocando tudo na mochila. Ela colocou as mãos nos bolsos, a procura de algo, sem encontrar, o que chamou a atenção de Eunhyuk.

—— Eles sabem que estamos vulneráveis, quando temos que voltar para dentro do coração.

O Kim olhou para o chão. A procura do que havia perdido, ainda prestando atenção do neo-humano.

—— Os infectados foram para o estádio. —— Se lembrou, levantando o olhar —— Porque iriam para lá se queriam encontrar vocês?

—— Pode ser que tenham algum outro motivo...

Era uma questao de tempo até que todos se tornassem neo-humanos. Ao menos era isso que ele disse ao Kim, antes de decidirem ir ao estádio.

O Lee ficou na igreja por mais tempo, se agachando perto do que antes era sua roupa. Seus dedos puxando uma foto e uma caixinha consigo, as únicas coisas que carregava da vida humana, fora a placa que roubou do humano antes.


Sun sorria ao arrastar o estranho que ria deles. Ela odiava ele, queria tanto matar o troço e todos que ele conhecia.

—— Vamos matá-los —— ela disse após Hyun-su atacar novamente —— e ninguém vai tocar na minha irmã.

—— Seu avô vai torturar ela —— zombou, gostando de irritar a mulher. —— Porque estão fazendo isso? Não tem muitos de nós sobrando no mundo...

—— Você simplesmente teve o azar de me irritar...

Sun revirou os olhos quando seus pés foram fixados no chão, pela gosma lançada pelo homem sem mão. O ouvindo gritar enquanto se afastava deles.

—— Merdinha do caralho...

Enquanto Moon se aproximava do grupo junto de Eun Yu, e elas contavam que Cha Hyun-su e Sun estavam indo ao estádio. Que todos eles corriam perigo, e que deveriam ir até lá.

Uma terceira parte deles partia na mesma direção, dentro de um carro, Kim Young Hoo e Lee Eunhyuk, partiam em direção ao estádio.

—— Posso te fazer uma pergunta?

—— Faz —— o Kim ligou o carro, deixando apenas um vislumbre da igreja para trás, ele também queria vingança.

—— De onde conhece Han Moon?

O Sargento quase pisou no freio, desviando o olhar para o neo-humano por um segundo, para vê-lo com a placa da Subtenente em mãos. O mais velho arrancou do Lee com força, irritado.

—— Não toque nisso. —— avisou, guardando a corrente no bolso da calça.

—— Eu conheço ela —— o outro respondeu, odiando as lembranças que invadiam sua mente, geralmente tão centrada, ele queria saber mais sobre aquilo —— ela está no estádio?

Young Hoo se lembrou da promessa dela, sabendo que a mulher tentaria voltar mesmo. Pediu aos céus para que ela não voltasse ainda.

—— Espero que não.

Eunhyuk não respondeu. Mas internamente, desejava que sim, talvez, de alguma forma, eles estivessem ligados ainda.

Ele, Hyun-su, Moon e Sun. Estavam destinados a estar naquela briga, lutar aquela batalha, e vencer.


Estamos chegando ao encontro. E estou entre chorar de emoção e tremer de medo. Socorro...

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