008

~ Proteína ~

Queria correr para longe dali, sentindo que tava tudo errado, tinha que apenas puxar Eunyu pelo braço ou gritar pelo monstro Hyun-su por socorro, talvez até Sun. Nem se importava mais em fugir de sentimentalismo ou achar droga para Hani, seu instinto de sobrevivência a mandava correr.

—— Quando os pássaros voam para longe, a gente corre —— alertou a mais velha, segurando a mão da Lee.

As duas começaram a correr, suas pernas batendo com força na mata, vez ou outra escorregando na vegetação úmida, suas mãos entrelaçadas as impedindo de se separar, suas respirações se tornando ofegantes.

Sun ainda lutava contra seu novo rival, que tentava correr dela, enquanto o monstro Hyun-su tentava encontrar as mulheres, especialmente Eunyu.

A Lee que mudou a rota repentinamente, quando toparam com novas criaturas a sua frente. A Han quase entrando em total desespero ao notar que não estava armada corretamente, seu coração batendo tao forte que o ouvia, o peito doendo.

Quase gritou quando seu pé foi agarrado, sendo impedida pela irmã que tampou sua boca, e chutou o pequeno monstro para longe.

As duas foram rápidas em alcançar uma torre, soltando as mãos apenas naquele instante. Sun chegou a tempo de ver sua caçula quase escorregar em uma das vigas, sentindo o próprio sangue gelar de medo, o chão tremeu novamente, quando além de jogar o cara que perseguia no gramado, um monstro enorme surgindo atrás deles.

—— Que porra, cadê o Hyun-su quando se precisa dele?

Moon prendeu a respiração, estando um pouco acima de EunYu, os braços tremendo quando a criatura enorme se virou para elas. Congelou, sentindo o trauma bater contra seu estômago, era o responsável por uma cicatriz que carregava, pela última cirurgia a qual se submeteu.

—— PROTEÍNA.

A Han quase escorregou com o susto, ficando pendurada em uma das barras de ferro, os pés balançando no ar em busca de apoio. Por sorte Sun se jogou contra o monstro enorme, chamando a atenção dele, dando tempo para Hyun-su se aproximar também.

Havia um desconhecido ao chão, atento a luta que se desenvolveu entre os três. EunYu agarrou a perna de Moon, a trazendo para seu lado, ambas observando tudo com medo nos olhos, tendo que ver sangue espirrando por todos os lados.

Sun tinha tanta raiva dentro de si que mal se reconhecia, queria apenas matar. O monstro que olhou para a irmã, o amigo esquisito de seu avô, tinha que matá-los.

Quando a criatura por fim caiu ao chão, estremecendo tudo ao redor, a Han fechou os olhos, enquanto Eunyu rezava internamente para que Hyun-su se levantasse.

—— Fazia tempo que não encontrávamos alguém como nós —— sons de Palmas foram ouvidos, atraindo a atenção de Moon, que franziu a testa.

O som da asa batendo contra algo a fez estremecer, tendo sido a mão do desconhecido, que aparentemente era como os dois outros. Havia um líquido prateado, substituindo seu sangue, pingando pelo chão, enquanto ouvia que não era um rato de laboratório.

Moon pensou então em outras pessoas que também haviam sido torturadas por seu avô. De maneiras mais dolorosas e destrutivas.

E ao que parecia, tanto Hyun-su, quanto a Han mais velha, não gostavam nadinha do desconhecido a frente deles. Sun tinha um pequeno sorriso vendo o estranho ser perfurado pelas asas do amigo, que era forçado a responder coisas.

—— Onde está Ui-myeong?

Moon tentou encontrar aquele nome em sua mente, suas sobrancelhas se unindo ao se lembrar do invasor do residencial, a quem havia atacado com sua primeira arma de choque.

Seus olhos se encontraram com os de Sun, que pendeu a cabeça para o lado pensante, deixando que Hyun-su também travasse mais uma briga. Sua expressão pedia desculpas, e Moon apenas acenou antes de ver a irmã sumindo com os outros dois.

—— Que porra foi essa?

Eunyu não se dignou a responder, sendo a primeira das duas a saltar para o chão, pensativa.

Enquanto seguia Hyun-su e sua presa, Sun se preocupava em como matar o alvo que ainda gritava por misericórdia, ele seria uma boa entrada para o estádio, e para sua vingança.

—— Seu avô vai gostar de ver você.

Sun o ignorou, mas o Cha o lançou contra o chão novamente, com raiva. Qualquer uma das versões dele sentia ódio pelo o que o Jang havia feito com suas netas.

—— Ele está procurando sua irmã.

Hyun-su estreitou os olhos, deixando que Sun chutasse o homem, desejando realmente o matar. Aquilo era uma ameaça?

—— Eles dizem que ela é importante —— gritou em meio a nova onda de surra que levava, se lembrando das palavras do Doutor —— que o sangue dela a torna diferente, especial...

—— Não vão tocar nela —— garantiu a versão monstro de Hyun-su, arrastando o homem novamente —— vão matar vocês antes...

—— É aquela mulher bonita de preto? —— ele entendeu, seu sorriso com sangue e olhos maníacos —— Vai ser uma boa adição ao nosso grupo.

Sun se lançou para atacar novamente, sendo empurrada pelo Cha, que ainda arrastava o outro contra o asfalto.

—— Moon é inteligente e esta rodeada de pessoas que se importam com ela —— comentou em tom óbvio —— e nunca se juntaria a um grupo de perdedores, ela tem bom gosto.

No estádio o Sargento Tak havia acabado de se revelar um infectado, assustando sua equipe de militares. Ele ainda não compreendia o que Jang Jae-jun queria com Moon, mas não tinha tempo para isso, queria a cura, e tinha o dever que proteger todas aquelas pessoas que dependiam dele.

—— Vamos agir agora que estão com a guarda baixa.

O Doutor estava o ajudando, também interessado em saber o que era aquilo, que os monstros pareciam odiar e temer tanto. O que era aquilo, que os afastava tanto, e os tornava fracos.

Ele então parou por um segundo, sem deixar que Tak notasse sua mudança de expressão, os olhos parando na amostra do sangue de Moon, a certa distância dele.

—— Mas será?

—— O que? —— o sargento indagou, os olhos estudando toda a sala.

Mas o Doutor não respondeu. Sua mente estava trabalhando na teoria que poderia mudar tudo, porque se naquela amostra a sua mão, tivesse uma demonstração da mesma agitação do sangue da Han mais nova, então ele realmente havia criado uma arma, e ela estava desaparecida.

O cientista então teria que confiar, que o Sargento Kim havia conseguido se salvar, e que levaria o pedido dele a Moon.

Ela não poderia morrer. Não sem que ele tivesse a chance de fazer alguns testes antes.

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