006

~ Uma tarde ~

Sun era como a melhor parte sua, a pessoa que mais tinha bateria social e paciência. Das irmãs, a mais velha havia roubado muito do brilho do dia para si, sorrindo até para o mais grosseiro militar com quem trabalhava.

Já Moon dominava a noite, ela era boa prestando atenção nas pessoas, conversando apenas com quem lhe interessava, e ignorando os conselhos de seu avô, abandonando a DOE assim que foi possível. Entrar para a faculdade foi um alívio para sua vida, recebido de forma leve por seus pais e irmã, que fizeram uma festinha simples em comemoração.

Voltar a assumir o título de Subtenente, mesmo que em meio ao caos apocalíptico, a fez perder parte de sua identidade. Reforçando ainda mais como ela deveria ser aos olhos dos outros.

Sun sempre acatou ordens, prezando pelo melhor das pessoas, já Moon, ela sentia que poderia fazer mais, ser o seu dever de vida, agir como uma leoa, temida, silenciosa, e protetora.

Havia passado aquela noite em claro, junto de Eun Yu que ainda se culpava por apagar Hyun-su. A Han cuidou de Ha-ni, limpando suas feridas expostas, antes de Chan-yeong assumir aquela tarefa.

O Cha, e a Han mais velha ainda dormiam, agora amarrados. Jogados nos bancos de carros, como crianças birrentas após um dia de festa em família.

Se Sun não tivesse visto Moon apontar a arma para Hyun-su, para defender o Park, ela não teria perdido o controle. E se aquilo não tivesse acontecido, as duas irmãs correriam para o estádio na manhã seguinte, para matar Jang Jae-jun.

O homem que não imaginava, que o humano que ele desprezou por ser sentimental de mais, estava vivo, e cambaleou corredores adentro do laboratório. O Sargento Kim tinha em suas mãos etiquetas, as placas de identificação de homens que foram com ele para uma emboscada, se sentindo culpado por carregá-los até ali, carregando em suas gostas o peso da culpa.

Young Hoo observou a identificação a mão, passando os polegares pelas letras que marcavam o nome dela, quando ouviu um barulho distante. Seus passos ecoavam enquanto segurava uma pistola em mãos, para encontrar uma versão deteriorada, do que ainda era o amor da vida de Moon, mulher que ele considerava a mais forte que conheceu.


—— Harry Potter é melhor que Jogos Vorazes.

—— Cala a boca —— revirou os olhos, defendendo a melhor adaptação que já tinha visto. —— lufaninha irritante.

—— Grifinória de merda —— zombou a mais velha.

Sun havia acordado a minutos, e as irmãs conversavam banalidades até então. Ela ainda não contará a sua caçula, que seus amigos do estádio corriam perigo.

Um pouco longe delas, Park Chan-yeong se aproximava de Lee Eun Yu, atraindo a atenção das mulheres, que sorriam Marotas.

—— Acha que ele vai se declarar algum dia?

—— Não —— negou Moon confiante —— Acho que Hyun-su admite antes.

—— Sem chances, ele é covarde —— balançou a cabeça.

—— E Chan-yeong é inteligente —— disse suavemente, um pequeno sorriso ao observar o amigo nervoso —— ele sabe que Eun Yu não gosta dele, vai saber quando se afastar.

Sun acenou.

—— Uma pena, ele é gatinho —— revelou, ganhando um tadinha da irmã —— Deveria pegar ele —— Moon fez careta, fingindo vomitar —— não deveria ficar solteira para sempre, eu ainda quero sobrinhos.

A mais nova revirou os olhos, não se via sendo mãe. Mal conseguia se imaginar com alguém se não fosse Eunhyuk.

—— Sun, eu realmente amo ele.

A fala trouxe um incômodo a sua garganta, como uma vontade de chorar. Sun apenas observou a irmã, deixando que ela falasse.

—— Você iria amar ele —— sorriu, olhando para o céu —— perto dele eu não precisava me preocupar com coisas bobas, ou pensar muito, só agir. Sun, eu nunca pensei que iria beijar alguém em uma sala suja, e eu sinto saudades disso.

Uma risada involuntária escapou de sua garganta. E Sun passou os braços pelos ombros da mais nova, ainda ouvindo.

—— Ele disse que me amava —— limpou uma lágrima, um sorriso saudoso —— Eu queria ter dito mais vezes...

—— Eu sinto muito, Moon —— sussurrou, beijando os cabelos dela —— sinto tanto que tenha que ter amadurecido cedo, enterrado nossa família sozinha, e deixado seu namorado para morrer —— listou também emotiva, sentindo os braços da mais nova apertar também —— Você não merecia passar por isso, merece ser feliz...

Moon levantou os olhos, úmidos e ardendo, encarando sua irmã, e se permitindo pensar naquilo ao menos daquela vez, deixando que Sun ainda falasse o que deveria fazer.

—— Deveria ir a um encontro, permitir se apaixonar novamente —— brincou, apertando o nariz de Moon, que mordeu os lábios para impedir um sorriso —— cortar ou pintar o cabelo, adotar um gato, fazer tatuagens.

As duas riram novamente, voltando ao abraço sentimental em seguida. Um barulho alto as afastou, fazendo ambas limpar o rosto rapidamente, se levantando para observar o que acontecia.

Moon se aproximou com cautela, com a irmã no encalço, um vinco em sua testa, indicando a clara confusão com o que acontecia a sua frente. Cha Hyun-su, em seu formato de monstro, sendo enfrentado por Lee Eun Yu de perto, chegava a ser engraçada a maneira com que ela se inclinava para falar com ele.

—— Cha Hyun-su... você vem com a gente, essa é sua melhor escolha.

Moon e sua irmã trocaram um olhar engraçado, sibilando entre elas sobre a química deles.

—— Vem comigo Cha Hyun-su...

—— Casal do caralho —— suspirou a Han, olhando para eles, enquanto a versão monstro conversava com a  Lee. —— inventores da química, diria eu.

—— Queria uma câmera para gravar isso —— concordou a mais velha, apreciando a cena.

Eun Yu acabou aceitando uma aposta, que fez Moon sorrir abertamente, dando batidinhas do braço da mais velha, feliz e divertida.

—— Vamos ver no que dá... seja lá onde for, podem ir agora, eu fico com vocês...

A Han mais nova trocou um olhar de desafio com Eun Yu, ambas acenando com um pensamento em mente, iriam irritar a versão monstro, sabendo que Hyun-su não permitiria que fossem atacadas. Especialmente a Lee, mas Moon fingiu não saber daquilo.

Assim que Lee Eunyu jogou uma bolsa ao lado de Hyun-su, que olhou incrédulo para a garota, Han Moon estendeu a ele uma mão, com um sorriso divertido no rosto e uma de suas sobrancelhas arqueada em desafio.

—— O que é isso agora.

—— Leva —— mandou a menor —— Você concordou em vir junto, então vai ajudar.

Hani apareceu com Chan-yeong e Sun, os três também carregando suas coisas.

—— Você vem? Isso é bom... andar sozinho não é divertido.

O monstro olhou para o nada incrédulo, observando a mão de Moon, ainda estendida para ele. Então se levantando, e aceitando aquele gesto, bufando quando a Han o puxou para andar, como uma criança sendo guiada pela irmã mais velha.

Como no residencial verde, um ano antes.

—— Eu vou achar bem divertido —— riu a mulher, quando ele bateu a asa contra o chão, irritado.

Eles estavam indo ao estádio, um grupo composto com dois monstros e quatro humanos. Sem saber ao certo, o que os aguardava.

Até 👋🏻

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